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História Alpha Succesor - Sasuke Uchiha


Escrita por: Annaliju

Notas do Autor


voltei mais cedo dessa vez
boa leitura
por favor leiam as notas finais

Capítulo 7 - Sasuke Uchiha


Sakura Haruno

 

 

Segunda-feira eu obtive uma surpresa, acordei em um sobressalto mais uma vez, com o corpo pesado e febril. Novamente os lençóis molhados de suor e a cabeça pesada.  Minha barriga estava cheia naquele dia, então minha única opção era entrar em um banho gelado. Ao menos o relógio marcava seis e meia da manhã, faltava ainda algumas horas para o colégio mas era melhor que as três da manhã.

 

Por esse motivo comecei a me arrumar, me tremia por inteiro quando sai da água gelada. Respirei profundamente antes de colocar uma camisa de gola alta e manga comprida em um tom entre avermelhado e alaranjado, o tecido era bastante grosso, lã. Peguei a calça de cós alto, e calcei o tênis. Desci as escadas indo em direção a cozinha, dessa vez me aventurei em uma massa de panqueca, uma vitamina e frutas.

 

Meu corpo ainda tremia de frio, a cabeça doendo e uma espécie de cansaço que parecia não ter fim. Fiz mais que suficiente para mim e papai, comi três, depois uma maçã e enfim bebi leite com morangos. Peguei um copo com água antes de voltar ao meu quarto, coloquei um despertador para dez minutos antes do que a loira costumava buzinar e deixei que o cansaço vencesse.

 

[•••]

 

Eu sentia a atmosfera no colégio diferente. Havia um peso a mais no ar, uma admiração e receio que andavam juntos. Ino parecia não notar, já que continuava falando sobre algum sapato ou perfume, ou um perfume em forma de sapato, não sei, não estava prestando muita atenção. Mas assim que passamos pelos portões ficou claro que algo estava diferente.

 

E me senti ainda mais incomodada com tudo assim que todos os olhares viraram para nós. Ah, meu cabelo, é claro. Ignorei tudo e todas as coisas, só queria sentar na carteira. Ainda agradeci um pouquinho por não ter nenhum conhecido nas minhas aulas da manhã, porque eu queria muito dormir.

 

Me despedi da loira falante pouco tempo depois, rumei finalmente em direção a minha sala. Escolhi a mesma carteira, no canto da sala e bem no meio. Quando minha cabeça encostou na parede, senti alguma coisa desarmar em mim. Exausta. Meus olhos se fechavam e eu sentia o sono leve me dominar, e então despertava um pouco assustada poucos minutos depois. Aquela altura, já havia sentado alguém na minha frente e outras pessoas já estavam em outras mesas.

 

Decidi cutucar a pessoa na minha frente, que se virou de forma tranquila. Seu cabelo era preto, em um corte arredondado e com franjas. Sobrancelha grossas, olhos grandes e bochechas coradas, muito coradas. E ele parecia estar nervoso.

 

— Ah, oi. Desculpa te incomodar, mas pode me acordar caso a professora entre? — Ele me olhava de boca aberta, seus olhos pareciam crescer mais e mais. A primeira aula era geografia.

 

— S-sim. — Gaguejou e eu sorri sem mostrar os dentes.

 

— Obrigada, sou Sakura.

 

— Rock Lee. — Murmurou corado. — Seu nome é muito bonito, combina com você. — Ofereci um sorriso, e fechei os olhos novamente. Não sei exatamente por quanto tempo eu cochilei sob os olhares do garoto da frente, mas ele fez o que pedi. Me cutucou no exato momento que a professora entrou.

 

Peguei o material necessário e o caderno de desenho, normalmente eu acabava as coisas antes dos outros alunos e demorava um tempo até que corrigissem ou sei lá. Kurenai poucos minutos após chegar, ia começar a explicar a matéria quando algum atrasado bateu na porta. Os reconheci em parte pelo dia no posto e em parte pela descrição de Ino.

 

Suigetsu tinha um sorriso malandro em seus lábios, enquanto atrás de si vinham dois ruivos. Gaara, que parecia mais assustador agora com o rosto fechado e um outro maior que eles dois, só que com um ruivo alaranjado, com um dos braços fechados em tatuagens. Os ruivos em questão, eram imensos. Foi naquele momento que me ocorreu o quanto mudou a atmosfera da sala, em geral mesmo.

 

Era por esse motivo que as coisas pareciam diferentes. A Vanguarda. A colônia de férias deles acabou mais rápido então.

 

— Sentem, antes que eu mude de ideia. — Disse a professora, bufando com a ideia. Me tirando dos devaneios.

 

Todos eles se viraram e foram em direção ao fundo. Mas eu vi o exato momento que os olhos se focaram em mim, cada um com uma expressão diferente. Ironia. Desacreditado. E o último, qual o nome eu havia acabado de descobrir ser Jugo, análise. Não durou muito tempo, primeiro porque eu não queria encarar ninguém e segundo porque minha cabeça latejou. Coloquei a mão sobre ela, exasperada com aquela dor.

 

Mas que caralho é isso?

 

Aos poucos, fui acostumando ou a dor foi aliviando, até se tornar suportável. Mas ainda sim, não me sentia bem. Kurenai já havia acabado a explicação, naquele momento eu deixava que traços saírem livre pelo papel. Completamente envolta pela atmosfera criada, era uma casa palafita, em um lago que desproporcional na minha opinião. Cercada pela floresta densa, provavelmente nas montanhas por causa das nuvens, era quase possível sentir o ar rarefeito.

 

— Acabou a questões? — A voz de Rock Lee me tirou dos devaneios, ergui os olhos e balancei a cabeça, afirmando. — Uau, você desenha bem.

 

— Obrigada. — Sorri gentilmente e notei que ele mordeu a bochecha interna, um sinal de nervosismo.

 

— Fiquei com dúvida na quatro. — Disse ele, e eu ergui as sobrancelhas e apontei para seu caderno. Ele se virou na mesa, colocando o caderno na minha frente e eu quase ri.

 

— Você é de humanas, não é? — Comentei vendo a questão que ele pulou.

 

— Acho que número não é meu forte. — Sorriu sem graça.

 

— Na verdade é uma questão bem simples, você pode usar a fórmula ou regra de três. — Usei o lápis que estava desenhando para escrever no caderno erguido. — Usando a fórmula, é só você dividir a distância real pela distância do mapa ou do desenho. As vezes é uma diferença de número meio grotesca e assusta, mas fica tranquilo, é só você ir cortando um pelo outro ou multiplicar as casas para que se tornem iguais. Só que no fim, você tem que voltar com a vírgula. — Mirei meus olhos nele que se encontrava embaçado, no fim acho que não entendeu nada do que eu disse, mas me agradeceu do mesmo jeito e ficou com as questões feitas e corretas.

 

O resto das aulas se passava tranquila, assim que sai da sala dei de cara com Ino, Hinata e Tenten me esperando.

 

— Até mais, Sakura, obrigada pela ajuda. — Acenei para Rock Lee e assim que me virei Ino se encontrava com um risonha.

 

— O que foi?

 

— Ele vai gostar de você.

 

— Ah, pronto. E como você sabe disso?

 

— É o que meu instinto diz. — Diz ela convicta.

 

— Ignora. — Murmurou Tenten e eu ri.

 

Hinata permanecia calada, amuada. E pela expressão, infeliz. Não comentei nada, e nos viramos em direção ao refeitório.

 

A primeira coisa que fiz quando cheguei foi pegar um belo copo de café, isso ou eu não aguentaria as próximas aulas. Após isso eu fui colocando o resto do almoço na bandeja e fui em direção a mesa, que a essa altura já estavam todos sentados. Tomei de uma vez, sem uma gota de açúcar, para não tirar o efeito da cafeína. A bebida desceu amarga e quente, minha língua parecia estar com cãibra e no momento que acabei de beber o café feito louca, senti todos os olhos na mesa em mim.

 

— O que? — Perguntei e Sasori fingiu tossir.

 

— Primeiro, você tá muito bonita com esse cabelo. Segundo, beber café desse jeito foi insano.

 

— Obrigada. Estava com sede.

 

— De café? — Retrucou ele. — Tinha açúcar nisso aí, pelo menos? — com uma expressão engraçada, eu sorri levemente.

 

— Não.

 

— Que horror! — Exclamou Ino.

 

— Estava precisando. — Murmurei simples, começando a comer, eles mudaram de assunto quando Kiba anunciou que iria começar a trabalhar com veterinário da cidade, escutava a conversa calada me sentindo melhor após comer. Passei meus olhos por eles, Kiba Hinata, Sai e Ino estavam sentados na minha frente. Tendo Tenten e Sasori do meu lado, precisamente, eu me encontrava entre o ruivo e a garota com cabelos chocolate.

 

Ino Yamanaka estava fazendo uma cara engraçada, ela estava repuxando as sobrancelhas e seus olhos azuis me focavam em mim e depois desviavam para o ruivo ao meu lado. Foi quando notei, pelo canto dos olhos, o olhar de Sasori em mim. Quando voltei a encarar a loira, ela me olhava com as sobrancelhas arqueadas e uma típica expressão de superioridade. Continuei comendo, fingindo a ignorar.

 

Poucos minutos depois que acabei de comer meu corpo já parecia mais quente, me sentia mais disposta e melhor. Santa cafeína e comida.

 

Foi quando senti as pessoas mais agitadas, o ar mais pesado, denso. Encarei o pessoal ao meu redor pensando se alguém sentia o mesmo que eu, e nenhum deles esboçava nada. Tirando a morena de cabelos tão escuros que chegavam a ser azuis, essa permanecia com a mesma expressão de antes. Dor. Era como ela já soubesse o que estava por vir, mas o resto de nós, não notava nada.

 

Eu senti o exato momento que a porta do refeitório parecia pequena demais. E vi quando Hinata abaixou os olhos, com a respiração desnorteada. Tanto quanto a minha. Ino foi a próxima a notar, mas diferente de nós ela apenas revirou os olhos. Não era silêncio, mas mesmo assim eu escutava cada passo, forte, pesado. Denso. Completamente diferente de antes.

 

Nenhum deles foi em direção a comida, apenas seguiram para a única mesa vazia e mais distante possível. Não queria olhar. Nem sentir a presença.

 

— Olha quem voltou. — Disse Kiba irônico, quase com ódio.

 

— Esquece isso. — Foi a primeira vez no dia que eu escutei a voz calma e suave de Hinata. O mais estranho, é que o loirinho sentado lá trás passou a mão pelo cabelo no exato momento. E então me dei por vencida, já tinha encarado mesmo.

 

Deixei que meus olhos gravassem a imagem. Naruto estava de costas para nós, ao seu lado, abraçada, quase colada, enroscada em seu pescoço estava Shion. Gaara estava do lado da mesma, e em seguida uma loira sentada com o braço do que eu chutava ser Shikamaru a envolvia. Do outro lado o albino e a ruiva, junto a Sasuke e o outro ruivo.

 

Sasuke se encontrava no auge da sua beleza. Camisa branca, jaqueta preta e fechado, carrancudo. Ele não queria estar ali, e no instante que seus olhos focaram em mim, eu desviei.

 

Ino virou a cabeça em direção a eles de forma petulante, e quando voltou, foi a primeira vez que eu vi um sorriso maldoso em seu rosto. Pelos olhos eu supliquei a ela que o que quer que estivesse passando em sua cabeça loira maldosa, parasse agora. Mas não era suficiente.

 

Sasuke Uchiha está te olhando. — Olhei rapidamente, era como se eles tivessem escutado. O moreno ergueu a sobrancelha em desafio, vi o lábio da ruiva se erguer e Suigetsu abrir um sorriso focando o olhar em nós. Igualmente aconteceu por aqui, Tenten e Sasori foram os primeiros a encararem de volta.

 

— Tá mesmo. — Ouvi a voz da morena chocolate, se virando para me encarar, parecendo surpresa. Talvez ela fosse acrescentar algo, mas ao ver a expressão no meu rosto desistiu.

 

— E daí?

 

— Sasuke Uchiha não encara novatas. Na verdade ele não encara ninguém. — Ino respondeu, senti vontade de chutar sua cabeça. Sasori bufou e disse:

 

— Ele se acha, provavelmente é porque você não pulou aos pés dele o pedindo em casamento. — Eu ri e voltei meus olhos aquela bendita mesa, ele estava com as sobrancelhas franzidas.

 

— Ainda está encarando? — Perguntou Ino e Tenten afirmou.

 

— Parece interessado. — Me voltei em direção a Sai, chocada, ele nem falava.

 

— Vocês só podem estar brincando comigo.

 

— Bom, no livro que li sobre relacionamentos ou ele está interessado ou quer te matar. Psicopatas também encaram por mais que dez segundos suas presas.

 

— Você é estranho. — Tenten concluiu arrancando uma risada geral e o moreno deu de ombros.

 

— Rock Lee também estava bastante interessado. — Murmurou a loira e eu a chutei por baixo da mesa. — Aí. Sua...

 

— Rock Lee? — Dessa vez foi Kiba, fez uma careta. Revirei os olhos.

 

— Eu só o ajudei em uma questão de escala. — Respondi chocada.

 

— Bom Sasori, se eu fosse você contava que precisa de ajuda em física. — Ino despejou, fazendo o ruivo corar como uma criança envergonhada.

 

Para o meu alívio, o intervalo acabou. Com a sensação de estar sendo observada, notei as brasas negras queimando tudo. Ao que parecia estava tão aliviado quanto eu, mas estava claro que algo estava o incomodando, já que pouco foi depois a carranca voltou a sua face.

 

E tudo iria piorar.

 

Segui com as garotas para a próxima aula, Literatura com Kakashi Hatake. Sentei no mesmo lugar que antes, tendo Ino atrás de mim, quase no fundo e Hinata na frente. Me concentrei em pegar o material, e avistei o caderninho, iria me concentrar nele por enquanto. Peguei um lápis, deixando a mão leve, sombreando o desenho, com a ponta dos dedos passei a esfumar. Fui absorvida pega figura, pelos detalhes, sombras e contornos. Deixei que meu cérebro virasse uma ameba e que os instintos terminassem o resto da criação.

 

Até que fui puxada de volta a realidade. Sabia dizer só pela mudança no ar que ele havia passado pela porta, e ao erguer o rosto, haviam mais três deles ao seu redor. Os ignorei, deixei que minha mente levasse a imagem dos olhos pesados e profundos para o mais longe possível da borda.

 

Não sei dizer quanto tempo se passou, ou quão longe eu me afundei em mim mesma para não ver o tempo passar ao meu redor.

 

— Desculpe pelo atraso, ajudei uma senhora a atravessar a rua. — A voz de Kakashi não foi o suficiente para que eu parasse, estava em paz ali, mesmo com as costas queimadas e o interior borbulhando. Algumas vozes engraçadas e piadinhas surgiram, o respondendo mas ele as ignorou. — Bom, sei que a maioria de vocês não está nem aí para literatura, e estamos na segunda semana de aula. Mas, sou obrigado a dar matéria. Foi por esse motivo que escolhi começar com um dos meus livros favoritos. Um clássico. Alguém chuta? — Ele ponderou. — Você.

 

— Guerra nas estrelas.

 

— O que? — Pelas risadas o professor havia franzido o rosto. — Orgulho e preconceito. Alguém conhece? Não? Ninguém vai realmente levantar a mão?

 

Movi o lápis pelo desenho para começar a fazer as montanhas por trás das árvores, a lua cheia também. Com a mão leve, cancelando qualquer barulho exterior. Levei um pequeno susto quando mãos masculinas e grandes seguraram a ponta do caderno.

 

— Desenho bonito. Sabe o que mais é bonito? Orgulho e preconceito, conhece? — Kakashi Hatake me encrava de cima, com seu rosto simétrico e másculo sorridente e uma sobrancelha levantada. Tentei tirar as palavras de Ino da minha cabeça, mas foi impossível não corar.

 

— Sim. — Murmurei atordoada. Ele se afastou da minha mesa, erguendo os braços para o céu, murmurando um "glória" arrancando risadas.

 

— Ainda bem, finalmente alguém com senso literário. O que você pode me dizer sobre ele, senhorita...?

 

— Sakura.

 

— Muito bem Sakura, sou Kakashi. — Estendeu a mão e eu também, desviei os olhos antes de responder.

 

— É um clássico inglês, escrito por Jane Austen. Particularmente, é um livro inovador e a frente de seu tempo, uma mulher escrevendo um livro em 1800 onde a maioria de nós mal tinha acesso a ler, é de se admirar.

 

— Perfeito. Agora me conte, por que meu este livro? É no mínimo interessante já que é uma entre os trinta, provavelmente existe mais alguém que já leu e está contigo pela timidez. Então, conte-me tudo.

 

— Primeiro, por ser a frente do seu tempo. Elizabeth, é a personagem principal, ela é impulsiva, inteligente e única. Não está interessada em casamento, status ou dinheiro como a maioria das outras garotas a sua volta. Ela também é realista, sabe que é quase impossível achar um amor, e nem está tentando, mas não se vê casando com alguém com quem não estabeleça no mínimo um sentimento de amizade. — Mordi os lábios. — Ela me fez ler o livro inicialmente, e é engraçado como julgamos o Sr.Darcy junto com ela, partindo mesmo que de um pressuposto justificável não seja inteiramente sensato. Conforme os diálogos vão passando, e a gente vai conhecendo e entendendo seus motivos e precauções notamos que o título do livro não tem a ver com o personagem masculino e sim com ela, que foi preconceituosa e orgulhosa. — Escutei uma risada baixa e rouca, podia estar em Júpiter, eu a reconheceria e pelo visto, o professor também, já que seus olhos foram diretamente até o aluno, com uma surpresa junta.

 

— Perfeito. — Sorriu em minha direção e se virou. — Sasuke, tem algo a acrescentar?— O encarei por cima dos ombros e ele fincou os olhos em mim, de novo. Era como encarar o céu a noite, preto e brilhoso, cheio de estrela. No fundo da sala, do lado da minha fileira, Gaara se sentava uma cadeira atrás de que Ino estava, depois seguia com ele, Naruto e Suigetsu.

 

— Não, concordo com tudo que Sakura falou. Exceto que os motivos por quais Elizabeth o julgou não eram embasados em nada além de fofoca dos outros, pessoas que não o conheciam verdadeiramente. — Meu nome dançou entre seus lábios, era sofrego, um segredo que ele não queria dividir, uma resposta de física que não queria mostrar. Era estranho como tudo que ele fazia parecia único.

 

Esse pensamento acabou provocando um arrepio pela minha espinha e assustando a mim mesma, porque eu queria que ele falasse de novo. Mas nós dois estávamos misturando as coisas, mandando indiretas por meio de um livro e revivendo a discussão de onde. O problema é que é mais forte que eu e quando notei, as palavras saíram, não em um murmúrio, mas calorosas, potentes e claras.

 

— Não exatamente, Sr.Darcy nos primeiros episódios do baile disse que ela não era tão bonita quanto a irmã e a destratou por achar que era mais uma das jovens a procura de um casamento com um ricaço. Ele também tem sua parcela de preconceito no livro, principalmente porque quando ela se recusa a dançar com ele, e seu ego é ferido, é onde o interesse começa a surgir. — Ele sorriu torto antes de responder, provavelmente iria usar sua ironia e sarcasmo. 

 

— Claro, por que é tudo uma questão de ego? Acho que o interesse começa a surgir quando na verdade ele percebe que ela é diferente do que ele esperava, não exatamente por ego.

 

— Então você é alguém muito romântico. — Falei irônica e as pessoas ao meu redor riram. — Sr.Darcy é um homem orgulhoso e preconceituoso. Tanto que ele demora a deixar que os sentimentos venham a tona, mas vemos ele passar por cima disso um par de vezes. O que eu quero dizer, é que nenhum dos dois está isento. Essa é uma parcela do livro que também me agrada, são personagens reais, com defeitos, inseguranças e desconfianças. O quanto era difícil traçar perfis psicológicos, fugir da literatura centro escrita por homens naquela época. — Argumentei e eu pude entender o que estava na ponta da sua língua porque transbordou nas orbes negras.

 

— Em nenhum momento deixo de elogiar Jane Austen, ela sem dúvida foi incrível. E concordo com seu ponto de vista em termos, acho que Elizabeth foi muito influenciada pelos outros mesmo tendo "tão forte personalidade". — O sarcasmo dançou em sua língua, meus olhos não se desgrudavam dos seus e em nenhum momento ele desviou.

 

A sala era um silêncio completo. Era como se nada existisse além de nós, o clima já tinha mudado, não era mais sobre o livro e parecia que até o professor havia entendido isso. Havia algo entre nós, algo espesso, austero, maciço como uma bola de bilhar. Era inconfundível, sufocante. Como respirar era para um tuberculoso.

 

— E o que eu estou tentando te dizer é que ela errou no início, como ele. Mas só pode tirar conclusões após que Sr.Darcy se mostrou diferente para ela, por meio de atitudes e não palavras. E qualquer um sabe que isso vale muito mais. Quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela. — O canto da boca de Sasuke Uchiha se ergueu.

 

— Você é interessante. — Saiu pela boca dele, baixo e rouco. Quase um sussurro, mas ele sabia que eu tinha escutado, porque a pele do meu rosto foi ficando quente, seu sorriso se ampliou mais ainda. Se o diabo tivesse que tentar alguém pela carne, ele se parecia como esse homem. Não sei dizer se é a aura, os olhos, o jeito, mas nunca vi alguém tão bonito e atraente. Mas que para a minha derrota, era tão insuportável quanto. —  Irritante. — Acrescentou, causando risadinhas em seguida. Principalmente em seu grupinho.

 

Idiota.

 

— Isso sem dúvida o livro é interessante. — Interrompeu Kakashi. — Fico lisonjeado pelo interesse para com o livro, mesmo que tenha uma pequena porcentagem de seus problemas pessoais nessa discussão acalorada...

 

— Babaca.

 

Eu só notei que tinha falado em alto e bom tom quando Ino chutou minha cadeira e Kakashi me encarava em choque.

 

Sorri gentilmente, de forma inocente. — Não você professor, desculpe. Estava me referindo ao playboyzinho ali, você é um amor.

 

Ino me deu outro chute, mas já era tarde. Naquele momento, a merda já estava feita. Kakashi me encarava sem graça, e eu chutava que estava sem graça o suficiente para não me tirar para fora de sala. Mas eu sentia o olhar dele queimando como fogo, chegava a soltar faísca. Ele não tinha gostado, bom, eu também não. Não havia nada que me irritasse mais que gente sendo feita de piada sem nenhum motivo, e não deixaria isso acontecer comigo.

 

Se ele quisesse fazer, eu faria com ele. Talvez no fundo nem fosse sua intenção, mas não aguentaria nada de ninguém. Fosse quem fosse. Foi por este motivo que me virei para encarar, e eu sabia que meu olhar agora queimava tanto quanto dele, mas em fúria. Naruto e Suigetsu se controlavam para não rir, o loiro sustentava as bochechas coradas de tanto esforço.

 

Levantei às sobrancelhas em desafio. Um sentimento esquisito começava a entrar pelo meu peito, qual eu mal sabia identificar. Era sufocante. Foi por isso que quando o sinal bateu, guardei as coisas rapidamente e me mantive calada. Não estava escutando nada que Ino ou Hinata estavam falando e percorri muitos corredores assim.

 

Ino teria que ir a diretoria de novo e Hinata, acho que notou que eu queria ficar só, a acompanhou de bom grado. Fui em direção ao meu armário, e separei algumas coisas para deixar lá. Havia um fluxo de alunos enorme saindo, então me limitei a encostar a cabeça e esperar a loira.

 

Talvez o efeito da cafeína tenha passado. Era por isso que minha cabeça tinha voltado a doer, por isso tem um bolo no meu estômago, embrulhado, por isso meu coração martelava dentro do peito, como uma britadeira mas ao mesmo tempo, minha respiração estava desnorteada. O peito sufocando. Algo estava errado. Porque não reconhecia nenhuma daqueles sentimentos. O que estava acontecendo comigo?

 

Me virei, a essa altura já não tinha quase ninguém pelos corredores, fui em direção ao bebedouro.

 

Bebi água, molhei as mãos e passei pelo rosto, na nuca, no pulso. Estava gelada, mas eu, entretanto, estava fervendo. Encostei no armário, fechando os olhos, respirando e respirando.

 

— Você está bem? — A voz rouca, profunda, num misto de preocupação e raiva me fez abrir os olhos, mas parei em qualquer ponto que não fosse o dono da voz.

 

— É. — Respondi seca e eu sabia que seu rosto franziu, porque ele bufou.

 

— Esquece. — Disse baixo. — É impossível falar com você.

 

— O que? — Lá estava ele, bem na minha frente, a um palmo de distância. Com toda sua glória, a áurea forte, tensa.

 

— Você é impossível, não consigo conversar. — Resmungou, seus olhos ainda me analisavam, como se procurasse algo.  — Não sou a melhor pessoa do mundo, mas nunca conheci alguém tão... petulante.

 

— Qual é o seu problema? — Minha voz subiu dois tons e quando eu vi, já tinha andando para frente. Ele revirou os olhos. — Você começou com isso, me tratou mal desde o primeiro dia que me viu. — Acusei e pela primeira vez eu vi uma espécie de culpa. — Não sei porque você aparece do nada, é grosso, irônico e depois pergunta como eu tô, me acusa de ser isso e aquilo. Eu sei que não sou santa. Fiz tudo de volta para você também, mas sinceramente, eu não quero isso, esse estresse ou perseguição maluca. Não sei se é por causa desse negócio de vanguarda, se você se sente ameaçado, mas eu não estou nem aí para isso, não faço e nem quero fazer parte. Mas não da para continuar assim.

 

Aquela foi a primeira vez que algo saiu de mim com tanta sinceridade. E para a minha surpresa, os olhos dele estavam tão genuínos quanto os meus, um reconhecimento, eu diria. Algo que ele ainda não tinha entendido pareceu fazer sentido agora o suficiente para sua expressão mudar. O ar mudou. Aquela conexão que ocorre toda vez que vejo seus olhos veio em peso.

 

— Também não quero continuar com isso. — Murmurou baixo e se aproximou, como um gato, nada de presença, de pés pesados, ar denso. Foi então que eu entendi que Sasuke Uchiha tinha baixado a guarda, de novo, igual aquele dia da floresta. — Preciso me afastar.

 

O que?

 

Mas já era tarde, tanto para mim, quanto para ele. Nenhum de nós queria ceder aquela encruzilhada, mas ela caiu em cima levando tudo com ela.

 

O mundo parecia ter parado ali. As pérolas negras começaram a sugar tudo ao seu redor, um verdadeiro buraco negro. E eu quis me jogar ali, mesmo que nunca mais fosse me encontrar, queria me perder.

 

Era como encontrar a paz, dentro aquela escuridão que sugava até a alma. Era calma, suave, taciturna. Como nadar no mar a noite. Um misto de paz e ansiedade. Que quebrou. Porque tudo que eu vi a seguir foi o carvão que estava tanto tempo em brasa. Um fogo negro. Amaterasu.

 

Em paradoxo com tudo aquilo que disse, Sasuke Uchiha fez a única coisa mais improvável e que não possui nenhuma relação, na verdade a maior contradição e confusão que eu já senti. Foi a última coisa que eu pensei antes que uma de suas mãos grandes se encontrassem na minha nuca, e o seu dedão escovar meu lábio inferior. Como se estivesse esfumando um desenho precioso. Seus olhos saíram dos meus e fincaram em minha boca, possessos. Um desejo primitivo se apoderou dele e naquele momento, ele não conseguiu reprimir e nem eu.

 

Era impossível controlar.

 

Me encontrei perdida quando sua outra mão foi parar na minha cintura e ele puxou o meu corpo inteiro em direção ao seu, sua cabeça abaixou o suficiente para que eu sentisse a respiração no meu pescoço, ele sugou com força o ar,  querendo provar o cheiro, como se tivesse guardando um perfume, me causou um arrepio e cócegas. Sua boca se arrastou pela minha bochecha e um som voraz entalou na sua garganta. Como um rugido.

 

E então ele o fez. A coisa mais impensada, inesperada e contraditória. Como ele era.

 

Sasuke Uchiha me beijou.

 

Seus lábios se chocaram contra os meus de forma violenta, ávidos, certeiros. Não foi fofo, ou gentil, foi quente, o inferno parecia ter chego a superfície terrestre.  Ele se alastrou pelo meu corpo como uma febre, foi então que senti que sua temperatura corporal queimava de dentro para fora, ele era quente no sentido mais denotativo da palavra. Uma de suas mãos agarrou a minha cintura e ele me empurrou para atrás, me prendendo contra ele e o armário, fez um estrondo na hora, mas naquele momento nada importava.

 

Sua língua e a minha se chocaram, entrelaçaram. Não havia luta por nenhum de nós, era uma entrega franca, um desejo que não dava para colocar em palavras apenas escapulir entre os lábios.

 

Era como ser devorada. Meu corpo estava queimando, os sentimentos ruins pareciam ter relaxado. Minhas mãos se agarraram aos cabelos negros com força. Tudo entre nós era assim; intenso. Imerso. Lufadas de ar escapavam pelos meus lábios, se antes eu sentia todas as dores, agora estava completamente anestesiada.

 

Dizem que paixão é fogo que arde sem se ver. Mas eu vejo, claramente quando sinto sua mão apertando minha cintura e a outra agarrando minha nuca, puxando meu cabelo. O fôlego parecia não ter fim. Principalmente quando sai de mim, minhas pernas pareciam ter virado gelatina, meu corpo chamava o dele feito louco, em um encaixe único e perfeito. Não sei dizer nem ao menos por quanto tempo, o que estava fazendo ou acontecendo.

 

E então ele deslizou a mão da cintura até a bunda e me apertou contra ele com mais força, eu deixei que sons abafados  escapassem pelos meus lábios. Deixei que me levasse, me perdi em Sasuke Uchiha e seu calor infernal. Era uma dança que eu não queria parar. Estava tão absolvida que mal notei quando em uma tentativa desesperada esfreguei meu corpo no dele. Completamente desprovida de moral. Um som rouco foi abafado pelos meus lábios, suas mãos se movimentaram, explorando. Moendo. Me apertando.

 

Entretanto, quando sua boca saiu da minha, em direção ao meus pescoço algo pareceu resetar.

 

Talvez eu esteja ficando louca. Mas eu vi. Ele se afastou de mim rápido de mais, um momento, em um pulo, estava do outro lado do corredor. E para minha surpresa, seus olhos estavam vermelhos como sangue. Carmesim


Notas Finais


Olá gente.
Não é de costume meu falar sobre essas coisas por aqui, é um tanto chato mas preciso dizer poucos dias atrás recebi um comentário que me afetou muito como autora. Não é a primeira vez que coisas como essa acontecem, e eu entendo até certo ponto. Mas existem coisas que não dá para mudar, entende? Eu levei meses escrevendo capítulos, retomando e reavaliando personagens, o cenário e nesse momento eu estou dando o meu melhor.
Primeiro porque essa história é muito querida, tanto para mim, quanto para vocês. Segundo porque tive criatividade.
Gostaria de dizer que "a história está chata e cansativa, a mocinha é chata e etc" bom todos os acontecimentos principais ainda são os mesmos. Na outra fanfic ocorreu os primeiros dias que ela foi visitar a avó, o dia das meninas, conhecer Sasuke e o achar impetuoso. Fiquem calmas.
Eu não escrevo um capítulo por semana e posto aqui, eu escrevo e reescrevo, escrevo três e são relativamente grandes. A fanfic toma parte do meu tempo com a minha família, do meu sono, de sair e não me incomoda até o momento porque eu amo isso aqui. Eu trabalho e estudo, as vezes não há tempo, eu sei. Devo muitas desculpas a muita gente que lê minhas histórias, mas eu estou fazendo meu melhor.
Se tiverem críticas a fazer por favor que façam com cuidado e respeito, eu sei que não vou agradar todo mundo, nunca, e deixo aqui que não me importo com isso. Eu escrevo para mim também, porque amo, porque quero ler uma história assim, porque sou apaixonada pela arte e pela literatura.
Peço paciência.

Agora vamos falar de coisas boas.
O que aconteceu neste cap? socorro
gente na escola, que baixaria
por que a Sakura não para de passar mal desde que foi na floresta?
o que está acontecendo?
O próximo capítulo é tão bombástico quanto esse e contém algumas respostas.

para quem quiser ver o corte de cabelo

https://images.app.goo.gl/fYibMsaDpQpKrsDF6

e como imagino a Sakura:

https://images.app.goo.gl/SpFuzE3wCzJaRkoRA

só que esse está com a franja presa, mas nesse momento Sakura usa ela solta, e um pouco acima da sobrancelha

bjs amores até sexta

a, gente vcs leriam uma one InoxSakura? (hentai)

bjs flores


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