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História Alpha Succesor - Queimada


Escrita por: Annaliju

Notas do Autor


demorei, perdão gente, mas esse capítulo tinha que ser dessa forma.
beijos, boa leitura
próx cap é mais curto e não demora não, ansiosos para o encontro? HAHAHAHAH

Capítulo 8 - Queimada


Sakura Haruno



Havia formado um bolo na minha garganta e na minha cabeça. Essa era a melhor definição que eu tinha para isso, mesmo que eu não soubesse descrever o que estava acontecendo, tinha certeza que se você beija um garoto e ele some nos dias seguintes, não é um bom presságio. 


Sasuke Uchiha havia faltado o resto da semana inteira. E de fato, eu queria não ligar para nada daquilo. Mas não conseguia. Não quando a vanguarda parecia observar todos os meus passos cuidadosamente. Durante as poucas aulas que eu tinha com eles, no refeitório, pelos corredores do colégio e recentemente até encontrei a loira, Temari, no banheiro. Eles estavam em todos os lugares. 


A nuvem cinza que estava na minha cabeça continuava. Meus arranhões estavam curados e o corte na testa, bem melhor que antes, mas ainda sim não estava conseguindo dormir direito. Toda a noite a mesma dor, o corpo febril, o sono perturbado, as dores, a cabeça pesada... A cada dia que passava parecia piorar, a cada noite eu dormia menos e a dose alta de cafeína todas as manhãs pareciam cada vez maiores e me impediam de tentar dormir a tarde. Um ciclo vicioso. 


Eu não estava bem. Primeiro porque me sentia claramente rejeitada, uma raiva crescia em meu peito na mesma proporção que um tipo de tristeza. A raiva era de mim mesma por deixar levar, por permitir que acontecesse e quisesse continuar. Sasuke Uchiha levou embora meu primeiro beijo, e por mais gostoso ou bom que tenha sido, eu queria socar a cara dele. Além do fato da pequena preocupação que se alojava na minha cabeça, ele tinha sumido. 


E mais uma vez os olhos vermelhos que eu passei a ver tantas vezes em meus sonhos, vieram em minha mente de novo. Nenhuma pessoa muda a cor dos olhos. Essa era uma parte que eu estava ignorando, minha cabeça se recusava a acreditar naquilo, talvez eu tenha alucinado. É como quando sofremos algo ruim demais e nosso cérebro deleta a informação e ficamos sem memória, por anos, meses ou dias, sabe? Acho que de certa forma é isso que estou tentando fazer. 


— Você está ouvindo o que estou falando? — A voz de Ino me tirou dos devaneios, a encarei. 


— Claro. — Ela arqueou as sobrancelhas e bufou. — Você está péssima. 


Revirei os olhos. — Muito obrigada, viu? 


Hoje era sexta-feira, dia de educação física. E sinceramente, não podiam escolher pior horário para isso. Na último tempo de aula todas as turmas de mesma série se juntavam na quadra que ficava na parte de trás do colégio. Naquele momento eu, Ino e mais um bando de adolescentes desacreditados que teriam mais dois tempos de educação física antes de ir para a casa, e consequentemente saíram mais tarde que o esperado. Enfim, todos indo em direção a quadra. 


— Aconteceu alguma coisa, não é? — Perguntou a loira.


— Não começa. — Resmunguei enquanto entravamos pelas portas amplas, segui em direção ao vestiário para trocar de roupa. 


— Não importa, eu sei que aconteceu algo e uma hora vou descobrir. — Deu de ombros.


— Porquinha fofoqueira. — Brinquei e ela deu um tapa no meu ombro e riu. 


Foram questões de minutos até que o vestiário ficasse cheio de garotas para lá e para cá, ajeitando o short, passando mais desodorante, prendendo o cabelo, trocando de roupa e tênis. Uma confusão generalizada de mulheres indo de um lado para o outro, e claro Ino Yamanaka era uma dessas que se expremia entre elas no espelho para passar seu gloss. 


Deixei a loira para lá. Minha têmpora já começava a dar sinais que não estava nem um pouco feliz no meio daquela quantidade de perfume, gritinhos finos e escandalosos e bagunça. Assim que dei passadas em direção a arquibancada a primeira coisa que notei foi a morena pequena e fofa. Seus longos cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, sua franja e mais alguns fios emolduravam seu rosto. Havia um livro em suas mãos e um lápis, estava tão concentrada que só notou minha presença quando tinha sentado no seu lado. Seu pequeno susto me fez rir e em seguida franzir a sobrancelha:


— Como você se trocou antes da gente? 


— Fui no banheiro normal enquanto todo mundo seguia para cá. — Ela apontou com o lápis. — Aquilo alí vira um inferno.


— Eu descobri isso da pior forma. — Eu disse e ela riu. 


— Deixa eu adivinhar, Ino está lá passando o gloss, algo que se torna interminável porque sempre que ela está prestes a acabar alguém borra e ela tira e passa de novo? 


— Exatamente. Sabe, acho que você deveria me contar mais suas experiências sabe? 


— Se for assim não teria graça nenhuma. 


— Onde está Tenten? — Perguntei mudando de assunto e olhando ao meu redor.


— Deve estar junto do Guy, ela ama essas coisas. — Murmurou.


— E você?


— Detesto. — Disse em um tom engraçado, me fazendo rir. 


Foram poucos minutos até a quadra ficar cheia de jovens em seus belos trajes de educação física. Hinata guardou o livro e em seguida descemos da arquibancada, a essa altura o professor já se encontrava no centro berrando sobre a importância do alongamento. Bufei. Seguimos em direção a loira que naquele momento parecia tão desanimada quanto nós, completamente diferente de Tenten que se encontra no centro na quadra escutando tudo atenta e Lee ao seu lado, tão animado quanto o professor. Sasori, Sai e Kiba se encontravam do outro lado da quadra, pareciam conversar, sem ligar muito para o que estava ocorrendo.


E claro, a vanguarda estava presente, mas a única que participava da aula era Shion. O resto se encontrava na arquibancada, junto com mais outros grupinhos, com roupas normais e conversando relaxados. Aquilo me fez perceber que sem Sasuke a presença deles não era tão esmagadora, eu não prestava mais tanta atenção. Isso me fez chegar a conclusões quais eu particularmente ignoraria no momento, porque estava claro como água que o que atiçava minha curiosidade sobre eles, era ele. Ele mexia comigo, mesmo que eu não quisesse admitir. Entretanto, fiquei surpresa quando encontrei o olhar da ruiva no meu, Karin, pelo que eu me lembrava. Ela me encrava de forma amistosa e curiosa, como se eu fosse um experimento. 


Desviei o olhar, escutando o apto e um berro sobre que sua mãos deviam encostar os dedos dos pés. Quase ri quando olhei para o lado e percebi uma Ino se esforçando para conseguir ficar naquela posição e uma Hinata bufando já que mal chegava nas canelas. Vieram uma série de alongamentos, braços, tronco, pescoço e etc. 


Por fim, já que era a primeira aula, Guy decidiu que iria separar em garotos e garotas. Fomos em direção a arquibancada, começamos a conversar sobre banalidades e descansar enquanto víamos um jogo de handball acirrado entre os garotos. Tenten continuava ao lado do professor junto a Lee totalmente concentrados e aos berros, só que dessa vez o garoto percebeu meu olhar sobre eles e acenou. Acenei de volta. 


— Planejando encontros futuros? — Perguntou a loira, fazendo piada. Revirei os olhos. 


— Encontros? — Perguntou Hinata. 


— Você está convidada caso queira sair com o Kiba. 


Então o ar pesou. Era como se a gravidade tivesse ficado mais forte, meu corpo parecia mais pesado do que estava. E era como se tivesse vindo de um ponto específico. Então eu achei. Naruto Uzumaki estava com as mãos fechadas, havia um sorriso em seu rosto, mas as veias em seu pescoço e o rosto preocupado de sua prima o denunciavam em muita coisa. 


A respiração do loiro estava mais lenta, ele parecia estar contando. Seus amigos pareciam com dó. Foi quando meu olhar se focou em Shion, que estava do lado do loiro com as mãos em seus ombros, que fiquei mais confusa. Ela me olhava com raiva, pura e cega, chegava a parecer ódio. 


— Não vai rolar, Ino. — Disse Hinata. 


— Nada de novo por aqui. Bom, Sai me chamou para sair e Sasori chamou a Sakura. Vamos ao cinema juntos, sábado a noite.

— Hinata me olhou, analisando e franzindo as sobrancelhas. 


— E você vai? 


— Ino não me deixou muita escolha. — Respondi e dei de ombros. — De qualquer forma, não me importo com isso, é só um encontro. 


— Ah, bem...— Respondeu perdida, antes de me encarar tímida e perguntar. — Já foi em outros encontros? 


Você já sentiu algo instintivo? Algo em mim naquele momento me fez mentir. Não para fingir ser algo, mas eu sabia que iria chegar até ele. — Sim. 


Dez minutos depois estávamos em uma roda no meio da quadra, nós dividindo em duas equipes. Tendo uma Ino como capitã e a outra Shion. Naquele momento eu sabia que algo não iria dar certo. Os olhos lilás da loira ainda brilhavam em raiva, sua expressão era quase feroz, suas sobrancelhas finas, permaneciam arqueadas em um sinal típico de superioridade e desafio. 


Obviamente, Hinata, Tenten e eu ficamos no time de Ino. Junto com umas dezoito garotas e o mesmo tanto de meninas do outro lado. Eu sempre fui uma pessoa ligada aos esportes, Tenten parecia ser também, Ino tinha a dança, mas Hinata não. A morena não parecia levar muito jeito, e ela nunca havia contado se já havia feito algo. Seu corpo era bem formado, mesmo que baixo, o que me fazia pensar que ela nasceu assim. 


E tudo ficou nítido quando o jogo começou. Shion dominava o outro time e suas bolas eram todas lançadas em direção a Hinata. O que não estava dando certo, apesar da falta de porte, a morena era ágil e possuía bons reflexos. Além do que Tenten começou a dominar por aqui e agarrar as bolas, jogando em outras garotas do time adversário. Mas o que realmente me chamou atenção era o loiro na arquibancada, ele parecia apreensivo e então meus olhos passaram de um em um. 


Gaara estava com as sobrancelhas franzidas, não parecia a vontade com aquela situação. Karin se mantinha ao lado do primo, parecia falar palavras de incentivo, Suigetsu estava ao lado da namorada e encarava Shion extremamente carrancudo. Shikamaru claramente murmunrava palavras, seus braços estavam ao redor da namorada que parecia que a qualquer momento iria se levantar e berrar como uma louca. Jugo apenas analisava a situação, mesmo que seus olhos demonstrassem desgosto. Voltei para o início, mas dessa vez, os olhos azuis de Naruto estavam fixos em Hinata.


— SAKURA! — O berro de Ino me fez ter consciência e olhar a tempo de ver Shion lançando uma bola em minha direção, desviei. 


Foi aí que as coisas começaram a sair do controle. Seu time só possuía ela e mais cinco garotas, o nosso estava praticamente intacto. Até o momento que as bolas de Shion ficaram rápidas demais, mais fortes e precisas. Foi se tornando impossível desviar, e de pouco em pouco, cada uma de nós foi se sentando no banco. Claro que conseguimos eliminar mais do time dela também, mas ela dizimou o nosso, sozinha. 


E o maior erro possível foi quando Tenten tentou queima-la, a loira agarrou a bola e a jogou de volta e dessa vez, o talento e preparo físico não foi o suficiente. Peguei a bola do chão, enquanto a morena saia em direção ao banco bufando, ia oferece-la a Hinata, mas a morena estava com os olhos arregalados, seu corpo parecia tremer e o suor escorria em sua testa, com seus olhos cravados na loira, que parecia quase satisfeita, mas com ódio.


Encarei o time adversário, duas pessoas, uma em cada ponto. Corri pela quadra, e dessa vez Shion demorou muito a notar e não deu tempo de avisar ou tentar proteger a outra garota, a bola pegou em sua cocha. Me aproximei mais de Hinata, com os olhos grudados do outro lado. 


— Acho melhor desistir. — Ouvi um murmúrio.


— O que? Por que? — Perguntei e ela parecia temerosa. Mas por que? 


— Eu... 


— Ei! — Parecia mais um rugido do que um chamado. — Vou te pegar agora, Hinata. Presta atenção em mim. — Sua voz era sarcástica. 


— Shion, não precisa disso. — Era a primeira vez que eu a escutava se defender, e a loira parecia não ter gostado muito. E então ela continuou, baixo. — Você sabe que o que estava fazendo é errado, não é de igual para igual. 


Os olhos ficaram mais afiados, pareciam ter escurecido, os dentes rangiram e as veias ficaram mais aparentes. Seu rosto estava avermelhado, ela sorriu sarcástica. — Não, sou melhor em tudo. Você está certa. 


Mas o sorriso não cobriu o resto da sua ira, provavelmente uma situação de ciúmes doente que existia durante anos, algo denso e instável. E meu corpo sabia, porque tudo a seguir foi visto em câmera lenta. A bola dessa vez parecia diferente, era mais forte e mais rápida que todas as outras que ela tinha jogado até agora, pude jurar que os músculos de seus braços pareciam maiores e dilatados, assim como suas unhas pareciam garras. Hinata ficou estática, como se soubesse e aceitasse aquele destino, como se fosse digna daquela bolada ou que tudo aquilo fosse uma representação e fizesse sentido. 


Mas não fazia para mim, e possivelmente nem para Naruto.


Foi por esse motivo que a empurrei com força e tomei seu lugar, meu corpo liberava adrenalina por todos os poros, e eu iria segurar aquela bola e devolver para a loira na mesma intensidade, ou não me chamava Sakura Haruno.


Eu escutei o loiro se levantar em um rompante e ser parado pelos outros, eu ouvi o grito escandaloso de Ino quando Hinata caiu no chão, senti os olhares surpresos em minha direção, incluindo o da adversária. Principalmente quando eu agarrei a bola. Meus pais escorregaram no chão, curvei mais o corpo para frente, praticamente protegendo a bola. A pancada foi tão forte que eu senti meu abdômen inteiro doer, o gosto metálico veio na minha boca na hora, meu corpo inteiro estremeceu. Só que tudo valeu a pena no instante que vi os olhos arrependidos de Shion, como se tivesse feito uma merda das grandes, mesmo que eu não soubesse exatamente o que.


Deixei a adrenalina escorregar pelos braços, mas naquele instante, algo mudou em mim. Uma proteção desconhecida envolveu meus ossos, senti meu pulmão se abrir e o coração bater mais e mais rápido. Uma força que eu não sei de onde veio se apoderou sobre meus membros, e então lancei a bola em direção a ela com tanta a força, tão rápido, que a pegou de surpresa, no centro de seu rosto. Consegui escutar o barulho oco de sua cabeça indo ao chão, mas em seguida tudo virou um borrão. 


A quadra parecia girar, os berros dos alunos, o sinal, tudo sumiu, restando apenas um único som; um sumbido alto. Uma dor se apoderava de todo meu abdômen, tão forte que a contração para respirar doía, e para a minha surpresa, não estava conseguindo fazer o menor dos movimentos para me mover. Foi quando senti uma mão em meu braço, Hinata me encarava com pura admiração e reconhecimento, seus olhos acinzentados brilhavam em constatação. Ela sabia o que estava acontecendo. 


— Vou te tirar daqui. — Foi a única coisa que disse antes de apoiar meu braço em seu corpo pequeno, foi então que notei que éramos as únicas que se mantinham ali. A maioria dos estudantes se juntou ao redor de Shion, mas eu não conseguia me mover sem ajuda, e Hinata não parecia disposta a me levar até lá. 


Concordei com ela, deixando que praticamente me arrastasse. Cada passo doía. Muito. O gosto de sangue se acumulava em minha boca, meus olhos estavam pesados demais, me sentia exausta. Era como uma paralisia do sono. Eu estava consciente, mas me encontrava em um estado de saúde física catastrófico.


Não sei exatamente o que deu em mim, mas antes de sair, eu virei o rosto para olhá-los. Naruto permanência com os dentes trincados, suas mãos tremiam e os quatro outros garotos estavam sendo necessários para mantê-lo naquela posição. Gaara e Shikamaru estavam de frente, com as mãos em seu peito e pareciam falar algo, Jugo segurava seu braço e o Suigetsu o outro. Ainda tinha Karin, ela repousava uma mão em seu ombro, não parecia ser para forçar o Uzumaki a permanecer no lugar, e sim para lhe dar apoio. Não sei exatamente quando foi que ele desviou os olhos da vanguarda, era como soubesse que eu estava olhando, seus azuis da cor mar fitaram os meus com pesar. Quando ele me olhou, tudo ao redor pesou, aquela sensação ar ficando mais pesado, de novo. Então eu vi a única coisa que não esperava; culpa, admiração e agradecimento. 


Mas o que de fato me surpreendeu foi o "obrigado" mudo que saiu de seus lábios. E aos poucos todos eles foram virando em minha direção, mas já era tarde, Hinata já estava na frente de uma outra porta que provavelmente dava para a parte de trás do colégio. 


Minha visão nublou, perdendo o foco e em seguida tudo ficou escuro. Foi estranho, quase pude sentir meu corpo caindo em relação ao escuro, mais uma vez. Ainda conseguia sentir a mão da morena na minhas cintura, sua respiração pesada, cansada e sôfrega, provavelmente estava suando. 


— Hinata! — Pude escutar uma voz dessa vez diferente da qual eu estava acostumada, era forte como a dele mas o tom era mais gentil e menos rouco. Naquele momento, eu sabia que ela tinha escutado, parado e virado o rosto. — Me deixe te ajudar com isso... — Sua voz foi perdendo a força, ficando baixa. 


— Se puder carregá-la até o carro, será de grande ajuda. Serei grata. — Para a minha surpresa, sua voz parecia uma flecha. Certeira. Cortante. Ela não vacilou. Foi quando senti meu corpo ficar mais suspenso, braços quentes, tanto quanto os dele, envolveram meus ombros e pernas. A posição típica de quem carrega um bebê recém nascido ou refaz a tradição de carregar a mulher casada no colo após o casamento. 


— Eu sinto muito. 


— Não sinta, você não tem controle sobre tudo. Não é culpa sua. 


— Ela será advertida pelos atos. 


— Imagino que sim agora que mexeu diretamente com o sucessor do alfa. 


— Para onde você vai levá-la?


— Pode ficar tranquilo, não vou colocar o segredo de vocês em risco, não irei para o hospital.


— Não é por isso... 


— Preciso ir agora, Naruto. — O nome do loiro parecia um chiclete em sua boca, não queria sair. 


Aquela foi a última coisa que conseguiu escutar antes de ser envolvida pelo balanço do carro, tentei a todo custo não me entregar a escuridão, ao cansaço, mas chegou uma hora que foi impossível. 


[...]


A primeira coisa que vi quando abri os olhos, era um teto de madeira que nunca havia visto na vida. Olhei em volta, notando que a única coisa que reconhecia naquele lugar era a minha avó de costas olhando uma prateleira. O cômodo não era grande, haviam diversas prateleiras sobre a parede, a maioria delas com frascos com coisas dentro quais eu não conseguia distinguir, havia duas estantes cheias de livros que pareciam gastos e velhos. Um tapete felpudo no meio do cômodo e poltrona de cômodo qual eu estava deitada. 


Me mexi, meu corpo não doía mais, nem minha cabeça. Provavelmente vovó teria me dado remédios,  porque mesmo sem dor eu sentia o corpo pesado. Ao menor sentido dos movimentos, fez um pequeno barulho do meu corpo no couro e foi o suficiente para Mito virar em direção a mim. Seus olhos estavam cheios de emoção e alívio. 


— Sakura, querida. Graças aos Deuses. — Ela praticamente correu em minha direção, me abraçando. — Nunca mais faça algo deste tipo, ouviu? Quer dizer, não sobre a parte de salvar sua amiga, digo sobre a parte de esgotar seu corpo dessa forma. Seu corpo é um templo. — Deixei que afagasse meus cabelos por algum tempo antes de suspirar e se sentar na ponta da poltrona. Alguns minutos se passaram enquanto minha mente absorvia os últimos acontecimentos, e agora ela me encarava de olhos baixos e temerosa. 


— O que está acontecendo, vovó? 


— Eu sei que tem muitas perguntas... 


— Tenho. Parece que todo mundo nessa cidade esconde algo sobre a falsa aparência que tudo é perfeito. Mas não precisa de muito para notar que tudo por aqui é estranho, é diferente. — Olhei em volta antes de encarar a vovó. — Até a senhora, vovó. 


Ela suspirou. 


— O clã Senju é conhecido como um clã de curandeiras. Bruxas que dedicaram sua vida a desvendar poções e elementos da natureza. — Minha cabeça girou.


— Bruxas não existem. 


— Lobos, caçadores, anjos e demônios também não. — Respondeu. Arqueou a sobrancelha e então fez a coisa mais improvável e louca que já vi alguém fazer, colocou sua mão em meu colo, e como se fosse mágica, fez fogo brotar de suas mãos. — Eles existem, nós existimos. 


— Nós? — E então ela engoliu em seco. — Eu... 


— Sua situação é um pouco mais complicada que isso. — A chama apagou e ela segurou minhas mãos, nem mesmo estavam quentes por causa do fogo. Minha respiração falhou. — Preciso que preste muita atenção sobre o que vou te contar agora e que tenha em mente que irá ter que fazer uma escolha, os divinadores ja tinham me avisado.


— Divinadores? 


— Sim, clã de bruxos que nascem com a habilidade da mente. Eles preveem o futuro, falam com os deuses e se deixar, entram na sua cabeça apenas com um toque de mão. 


— Isso não é possível, vovó. Deve ser uma alucinação. — Murmurei e ela negou com a cabeça. 


— Sei que é muita coisa agora, mas preciso que me escute, você não poderá sair daqui até que faça uma escolha. 


— O que? 


— Você não é desse mundo, Sakura. Nenhum de nós é. Mas em especial, você. A conexão com a natureza para nós curandeiras é algo inflexível, precisamos dela como o ar para respirar. Estar na floresta para mim é como estar em casa, plantas, flores, terra, árvores, frutos... Tudo isso me traz satisfação e paz. Assim como para sua tia Tsunade. Naquele dia em especial, a natureza me puxou para si de forma tão brusca e calorosa que eu adormeci. — Estremeci ao escutar aquilo, e vovó percebeu. — Como você. A diferença era que não havia bonitões atrás de mim, e nem mesmo os divinadores poderiam prever aquele acontecimento. Ao invés de ir embora, eu queria mais, sabe menina? Queria mais contato com a natureza, jovens podem ser ambiciosos. Foi quando encontrei uma pequena cabana no meio daquele breu, quase no pico da montanha. Isso sem dúvida atiçou minha curiosidade, mas o que eu encontrei dentro da cabana era muito mais que qualquer outra coisa. Havia um anjo. Uma garotinha loira em torno de seus quatro anos, dormindo no chão em posição fetal e com duas asas lindas. 


— Vovó...


— Era sua mãe, Sakura. Mekubi. Não preciso contar o que aconteceu a seguir, ela era luz. E então o tempo passou... — Ela suspirou pesadamente. — Sua mãe se apaixonou e quis ser humana. Ela não queria poderes e asas, mas todos nós sabemos do risco de selar os poderes e viver sobre a ignorância. Assim como seu pai que veio de uma família famosa de caçadores e escolheu não seguir para este caminho, mas diferente de sua mãe, ele não selou os poderes, apenas parte da memória que ofereceram a ele. Não trás consequências, mas sua mãe... A cada dia que passava ela sentia mais dores, a cada dia estava mais fraca. E antes de ir ela fez o mesmo com você, selou tudo que existe dentro de si. 


— Eu... mas por que? 


— Porque mesmo os seres mais sábios e fortes, humanos ou criaturas sobrenaturais, todos eles temem a mesma coisa; o desconhecido. 


— O que você quer dizer com isso, vovó? 


— Um humano normal teria morrido no instante que aquela bola tocasse a barriga. — Arregalei os olhos. — Você salvou a vida de Hinata, é verdade. Poderia usar a desculpa que é pelo sangue Haruno que corre em suas veias, mas não é bem isso, querida. O selo está a ponto de romper, seja o que for que sua mãe imaginou, não acho que nenhum de nós previu isso. A verdade é que quando um anjo cai, ele se transforma em demônio. — Meu corpo arrepiou inteiro. — É verdade que existem aqueles originais, aqueles que receberam bençãos dos Deuses para se proteger das injustiças do mundo humano. Por exemplo, nos bruxas que fomos perseguidas durante anos. Os prisioneiros de guerra, injustiçados, os escravizados, receberam o dom da transformação, lobos. A vanguarda é tão respeitada aqui, quanto lá fora e no outro mundo, porque nós fomos os primeiros. E existem os que carregam uma maldição, bruxas demoníacas perturbada pelas vozes do submundo, homens que se transformam em feras incontroláveis que andam sobre os pés e deformam-se sobre o rosto, lobisomens. E claro, os mais temíveis, demônios. Sabe aquela baboseira de vampiros? Todas essas lendas saíram do conhecimento sobre demônios, mas é completamente diferente. — Ela pausou umedecendo os lábios. — Eles eram anjos que cometeram pecados e caíram aqui, ao longo da vida as escolhas vão sendo feitas. Imortais, donos de uma super força, super velocidade. Com poderes que muitas vezes estão além de nossas compreensão. Sua aparência faz jus a beleza dos anjos, eles não tomam sangue como nos filmes e muito menos tem presas ou não podem sair no sol ou até mesmo aversão a alho. Não são loucos como as bruxas demoníacas ou lobisomens, detém de uma inteligência única. 


— O que isso tudo significa? — Murmurei sôfrega, abaixando a cabeça. — Por que nunca ocorreu nada antes de chegar aqui? Se eu fosse algo, não teria aparecido antes? Isso não faz sentido, vovó. 


— Essa região é mágica, e seu poder está entrando em ebulição por aqui, te matando mais rápido, de dentro pra fora. Por isso sua mãe foi embora, ela não iria aguentar. — Respirou profundamente. — Você precisa fazer uma escolha, enquanto ainda posso te permitir isso. 


— O que você quer dizer? — Falei aturdida.


— Existe um conselho em nosso mundo. Sua mãe fez um acordo com eles antes de partir, vocês seriam como humanos normais, selados e longe de qualquer tipo de poder e natureza. Mas ninguém controla o futuro, nem mesmo aqueles que o prevê. Como humanos normais, você e seu pai, não podem ser tocados e julgados como alguém do mundo mágico. Mas agora, tudo mudou. Seu poder tá transbordando, te matando. A natureza grita por você. Não sei o que corre em suas veias, anjo, demônio ou caçador, não sei o que pode acontecer daqui para frente. Posso apagar toda essa conversa da sua memória e deixá-la viver como humana, irei dar os chás que indiquei a sua mãe e as dores vão sumir, mas nunca o cansaço e fadiga, ou vai acordar bem e sem dores. Ou posso te libertar deste selo e deixar você ser quem é para ser. A escolha ainda é sua. 


— E a senhora? E o conselho? Eles vão vir atrás de mim, de você...


— Eu faço parte dele, Sakura. Assim como sua tia, e outros amigos e conhecidos. Se assegurar que posso manter sobre controle, irão acreditar em mim. Mas se deixar esta oportunidade passar, não terei como provar depois. Afinal se tinha a situação sobre controle, por que não fiz nada? — Retrucou. 


— O que vai acontecer comigo, caso você desfaça o selo? — Me vi perguntando.


— Não é tão fácil quanto parece, hoje eu iria deixá-lo mais frouxo, isso com certeza curaria seu cansaço e machucados, a deixaria mais leve. Para romper o selo completamente é necessário um ritual durante a passagem da Lua Quarto Minguante para a minguante. 


— Ritual?


— Sim, para os humanos minguante é um tanto ruim, principalmente para mulheres que querem cortar o cabelo. — Fez uma careta e se essa situação fosse no mínimo normal, eu teria rido. — Mas a verdade é que ela é uma libertação e esquecimento para que a lua nasça nova novamente. Isso significa que é a lua ideal para libertar. É quando o selo está mais fraco por causa do poder da natureza. 


— Quando é este dia? 


— Daqui a duas semanas, em uma sexta como essa. Mas até lá, preciso que me prometa que não vai se meter em confusão ou chamar atenção para si mesma. 


A encarei quieta. A verdade é que não havia absorvido nem um terço do que ela tinha me contado, as coisas ainda não faziam sentido e eu...


— Estou com medo. — Murmurei baixo e ela sorriu. 


Para mulheres fortes, o medo é aquilo que dá coragem. Deite-se querida, vou afrouxar este selo. Feche os olhos, se conecte com o ambiente, respire profundamente. Quase como fazer Yoga. — Sua voz foi ficando baixa, e eu a obedeci, deixando meu corpo relaxar sobre o couro e fechando os olhos. Senti a mão da vovó em minha testa. — Intrare corpus sit amet. Ne te dolore ad sanandum quaedam aegritudines tuas. Naturam natura sumit, de foris intus. Extenuat et recreantur vinculo libertatem vinculo tenebantur. 


Era como beber água gelada, você consegue senti-lá descer pela garganta até o esôfago. É a mesma sensação, conseguia sentir algo se desprendendo da minha testa, fluindo pelo meu corpo, como a nascente de um rio descendo as barragens. O engraçado é que era gelado, mas por fora meu corpo foi preenchido por um calor único. Abraçado. Era como sentir minha mãe me abraçando, seu rosto refletiu em minha memória. Foi então que notei que lágrimas escaparam pelos meus olhos. 


Abri os olhos, determinada a segurar o choro. Foi então que vi, as linhas cheias de palavras que cobriam meu corpo. Minha mão estava coberta com palavras do mesmo idioma que vovó falava, ela ainda repita algumas palavras que eu nunca tinha escutado antes. Segui o caminho de suas mãos, dela saia uma luz verde bonita e calmante. 


Aquilo era loucura. 


Foi aí que senti a dor parar. Minha cabeça não latejava, meu corpo não estava mais tão pesado e nem doía. Nem mesmo a pancada que recebi, relaxei novamente e mesmo com um punhado de sensações boas, de informações inacreditáveis eu fui levada para um buraco, dessa vez claro, branco como a neve. Foi a primeira vez em anos que me senti em casa. 


[...] 


Quando abri os olhos novamente, vovó já se encontrava na prateleira. Me levantei de forma tranquila, sem dores, arranhões ou qualquer outra coisa. Não me sentia mais cansada ou exausta, mas algo estava diferente. Minha visão parecia melhor e mais nítida, conseguia enxergar a estante em detalhes. Minha audição e sensibilidade ao ambiente também, podia sentir claramente a presença de Hinata lá em cima. 


— Meu Deus, a Hinata. — Falei alto, mais para mim mesma, Mito se virou, em suas mãos havia uma bandeja com chás. — Ela está bem? 


— Sim, ela só estava preocupada. Mas vocês precisam conversar, creio que você será de grande ajuda para ela. Tome, é chá de camomila com outras coisas mais. — Ela me entregou a bandeja enquanto piscava um olho. Vovó me acompanhou até uma estante, seus dedos tocaram alguns livros que caíram no chão fazendo a porta abrir, ela me encarava com divertimento, quanto eu parecia pasma. Subi as escadas de madeira em silêncio, a entrada estava aberta, mas para a minha surpresa, assim que passei por ela a mesma fechou. 


Encontrei Hinata na sala de estar, ela estava sentada no sofá enquanto olhava completamente perdida em direção a janela, assim como eu. Na sua frente havia uma mesinha de centro, qual eu aproveitei para colocar a bandeja e foi aí que ela me notou. Seus olhos se encheram de lágrimas, seu olhar era de alívio puro e tomei um susto quando a mesma praticamente pulou ao me abraçar. 


— Eu sinto muito! Isso tudo é culpa minha. — Murmurou. A forcei a sentar no sofá, e a abracei novamente em uma tentativa de acalma-lá.


— Não é, não. Esse chá vai te ajudar a se acalmar, não sou muito boa nessas coisas. — Após alguns minutos ela finalmente me soltou, parecendo um pouco envergonhada. Fungou e limpou o rosto com as costas das mãos, respirando fundo e pegando uma xícara. 


— Acho que eu acabei piorando sua situação, não é? — Perguntou sem graça e eu a encarei.


— Na verdade acho que você me ajudou a encontrar uma parte de mim que estava perdida. Não aconteceu nada demais, não quero que sinta culpa por isso. Quer dizer, ainda não parei para pensar em tudo, quando parar tenho certeza que vou enlouquecer. — Murmurei a última parte e ela deu um sorrisinho.


— Deve ser realmente difícil para quem não nasceu nesse mundo. — Concordou ela e eu franzi as sobrancelhas.


— Você não é humana, como sabe disso tudo? — Perguntei e seus olhos ficaram tristes, encarando fixamente o chá. 


— Eu não sei.  Essa história é um pouco complexa, mas eu nasci entre os lobos. Meu pai é minha mãe eram um, minha irmã é é meu primo também, mas eu não... Quer dizer, nunca consegui me transformar. — Ela me olhou, tomando força. — É por isso que me afastei da vanguarda, fui taxada como uma vergonha pela maioria dos membros da alcateia, principalmente porque achavam que eu iria ser a companheira de um beta. Quando completei quinze e não me transformei, tudo mudou... 


— Todo lobo se transforma aos quinze? — Perguntei a primeira coisa que me veio à cabeça, vendo a dor em seus olhos. 


— Não, os que estão destinados a grandeza, os mais fortes e que provavelmente tem grande conexão com a natureza se transforma cedo. — Ela me encarou com compaixão dessa vez. — Sua avó não te contou tudo, não é? — Um sorriso fraco pousou em seus lábios. 


— Ela praticamente me expulsou de lá e me mandou falar com você. — Confessei envergonhada. — Disse que seria bom para nós duas. 


— É porque estamos em uma situação parecida. — Disse Hinata. — Ela te contou sobre o conselho?


— Sim, mas...


— Então, os membros do conselho normalmente são os mais experientes e fortes da sua espécie, são os que lideram sua raça. No meu mundo... No mundo dos lobos, existem duas famílias principais, os Uchiha e Uzumaki. Seus herdeiros são os mais fortes e que possuem o sangue original, entram em uma linha de sucessão de Alfas e betas. É a linhagem mais forte que já existiu, tanto que são considerados supremos. Esse geração da vanguarda, inclusive, promete. Sasuke se transformou aos sete anos e Naruto três meses depois do amigo, foi inimaginável. Provavelmente carregam um peso e responsabilidade que nenhum de nós nem imagina. Já escutou nos livros de fantasia que a mordida de um alfa é mortal? Pois é, é verdade. Eles são surreais, não tem nem comparação, mesmo com as outras gerações... Quer dizer, com as que eu conheço 


Sasuke Uchiha é um lobo?


Não consegui formular uma frase e ela continuou.


— A transformação é uma benção e nela você ganha diversas coisas. Força física, resistência, poder sobre os outros, velocidade e etc. Mas a principal é que a lua escolhe uma companheira. 


— O que?


— Alguém que foi marcada pela lua para você, almas gêmeas. — Ela abaixou os olhos. — Normalmente mesmo antes da marcação você consegue sentir a conexão com a pessoa, entre lobos, principalmente. Mas só é concretizado após a transformação.


— Como você não se transformou, a lua não te marcou. — Falei mas franzi a sobrancelha. — Mas por que ele está com Shion? 


— Ela disse que sentiu a conexão com ele, como eu não me transformei, a alcateia pressionou a família Uzumaki. A esposa de um beta não pode ser fraca. 


— Isso é injusto.


— Tem muita coisa pior ainda para você descobrir sobre esse mundo. Sua situação também é ruim, nunca percebeu como Sasuke te olha? — Fiquei pálida. — Ele é da família original, o próximo alfa da alcateia, um possível supremo. Isso significa que querem preservar a linhagem pura. 


— Você não pode estar dizendo....


— É nítido para mim. O conheço desde criança, vocês tem uma conexão. Mas não vai ser fácil enfrentar a comunidade, são extremamente tradicionais e insuportáveis. Ainda mais que não sabem exatamente o que você é. 


— Você está errada. Sasuke me beijou e sumiu depois, a gente vive se bicando... 


— Porque ele foi conduzido a isso, a se afastar, a ficar longe. Eles não querem que vocês tenham uma ligação, que ele te marque.


— Me marcar?


— Uma mordida no pescoço, finaliza a segunda parte da ligação.


— Meu Deus... E o que é a primeira? — Ela sorriu dessa vez mais animada.


— O beijo. Ele confirma a paixão entre os companheiros, a mordida a união e o... — Suas bochechas coraram. — sexo, a eternidade e casamento. 


— Hinata. — Chamei em pânico e ela segurou meu ombro. 


— Fica calma, respira. Ele não vai conseguir ignorar isso, ainda mais quando seu cheiro não tiver encoberto por poderes. A ligação é muito forte. 


— Então por que ele sumiu? Isso não faz sentido... Ele quase me mordeu, eu... 


— Provavelmente por isso, deve estar sendo castigado pelo descontrole. Ele nasceu com as amarras de um alfa, Sakura. Não esperam menos que a perfeição do Alpha Sucessor. 


Meu mundo virou de ponta a cabeça. Pela primeira vez eu tinha consciência do que estava destinada, e só podia pensar que não estava preparada para isso. 


Eu não era humana. Não pertencia a esse mundo. 


Sasuke Uchiha não era só um garoto no colégio. 


Eu estava predestinada a ele. 


A verdade é que parecia que eu havia levado duas boladas de Shion e uma delas me deixou muito mais que queimada. 


Notas Finais


Me contem tudo, não me escondam nada.
alguém agora tem alguma teoria HAHAHAHAH?
por que diabos hinata não se transforma?
e cadê a nossa loirinha favorita????
o que sakura é?
sasuke está de castigo. rs mas será que a vanguarda da nova geração está de que lado?
enfim... beijinhos
vou responder os comentes do cap anterior, vcs foram lindos e incríveis demais, muito obrigada por tudo. isso aqui não seria nada sem vocês.
será que chegamos aos 800 favoritos? por favor indiquem para seus friends, vai né, sempre bom inovar
enfim beijinhos


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