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História Aluga-se um Namorado - Onde está Sakura? II


Escrita por: fleur_dhiver

Notas do Autor


Olá, apareci mais cedo porque essa semana eu vou ficar sem note, ele vai para o concerto e acho que só volta daqui a duas semanas. Como minhas provas acabaram, dei uma corrida na correção do capítulo. Ele é sequencial então não fazia muito sentido esperar muito. Vou tentar fazer o mesmo para o próximo, mas não garanto que vou conseguir. ;x

Capítulo 9 - Onde está Sakura? II


Fanfic / Fanfiction Aluga-se um Namorado - Onde está Sakura? II

Orochimaru fitou o relógio de ouro que usava e assim que notou que horas eram ergueu a cabeça e pode ver com os próprios olhos o aglomerado em frente ao estande de um de seus parceiros. Sorriu, mas a pontada de inveja ressoava baixinho queria ele não ter oferecido de bandeja aquela oportunidade, queria ele ter feito no próprio estande, mas infelizmente não era possível. Não se encaixava no esquema que tinha montado para a exibição de sua coleção. Uma pena que amarguraria, mas não era hora de pensar nisso.

— Agora venha — Tsunade o observou com curiosidade seguir o caminho contrário ao de seu estande —, um grande espetáculo está para começar. — Ela não retrucou, o acompanhou sem protestos mesmo sabendo que precisava ir atrás de Mebuki. A essa altura a estilista estava importunando o Uchiha, sabia que deveria impedir que ela fizesse qualquer coisa que manchasse sua imagem, ainda mais em um evento como aquele. Porém depois de refletir um pouco passou a considerar que pelo comportamento apresentado Mebuki estava merecendo um “chega para lá” de alguém e se a Senju não podia ser a responsável por isso que ele fosse, os estragos podiam ser remediados. — Eu garanto que você vai adorar a inauguração do estande de meu amigo — O sorrisinho irônico de Oro deveria servir de alerta para ela, mas continuou a segui-lo pelo corredor, até um estande que já tinha um grande número de pessoas a frente a espera, assim como eles, do que viria a ser exibido.

Assim que se aproximou do amontoado, o que veio ver perdeu o propósito, pois naquele mesmo momento o Senhor Uchiha saiu a passos pesados, irritado com algo, do meio da multidão. Observou em volta, mas não viu Mebuki em parte alguma, aparentemente não era ela a causadora de tal rompante em um homem sempre tão calmo e frio. Algo de muito grande tinha acontecido para tira-lo do eixo assim.

Sem perceber que Tsunade estava a conjecturar Orochimaru a puxou, caminhando por entre a multidão até a frente do estande, e que estande, magnifico, a Senju não pode deixar de pontuar. Todo de vidro, dava para perceber que a ideia era criar um recanto com espuma branca nos cantos fazendo parecer montes de neve, no centro tinha um banco simples de praça e uma arvore feita de cristal, com penduricalhos na cor prata que cintilavam.

Ao fundo tinham mais arvores talvez para parecer que local era um parque ou uma praça. As roupas da coleção estavam todas expostas nos galhos bem ornamentados. A luz no estande era de um azul fosco e nos vitrais que o cercavam imagens de Sakura, juntamente com Sasuke começaram a passar. As fotos da campanha contavam uma história de um casal que saia em um encontro em um dia de frio.

Tsunade não podia negar que eles fotografam bem juntos, tinha um contraste bom entre eles. Um contraste que vendia facilmente qualquer ideia que quisessem passar e ao ver a reação do público a sua volta podia dizer com certeza que eles conseguiam convencer também. Assim que a última foto chegou e ficou congelada nos vitrais o estilista responsável tomou a frente.

— Sejam todos muito bem-vindos ao meu recanto, em minha estreia nesse circuito, trago o meu trabalho chamado: Amor, sublime amor. Meu estande não terá modelos desfilando porque o que quero trazer não são apenas roupas e sim uma ideia, um conceito eterno: O ramance. — Ele fez uma breve pausa com um sorriso ameno que levou a um burburinho animado entre os telespectadores. — Que todos vocês apreciem esse espaço. Um fotografo estará aqui, mais assistentes para que curtam e se apaixonem. Quem sabe um de vocês não forme o próximo casal fofo e apaixonado que estará no meu catálogo junto com esse casal maravilhoso que é o rosto da minha campanha — E apontou para a foto nos vitrais, com uma leve risada. O estilista passou o dedo mindinho sobre a sobrancelha, jogando seu cabelo branco para o lado — Bem, a Srta. Haruno e o Sr. Uchiha — uma pausa proposital ocorreu a menção daquele sobrenome e a agitação entre os repórteres foi total — me pediram para informar a vocês que não poderão comparecer a esse evento e a estreia do meu estande que eles tanto adoraram. Pois como eu, eles priorizam o amor e os nossos fofos estão agora tendo um encontro todo romântico para louvar o que estão construindo juntos — Sorriu presunçoso enquanto os vitrais passavam a mostrar imagens que não eram da campanha, mas fotos de Sasuke e Sakura caminhando juntos pelo centro da cidade e então tela ficou preta e os dizeres “O amor está em Nova York” e um link logo abaixo surgiram.

A sua volta o burburinho estourou, celulares apostos todos sedentos para saber o que aquele link revelava. Tsunade se afastou do meio da confusão não tinha interesse em saber sobre resto da coleção ou o que mais ele poderia dizer. Puxou seu celular dentro da bolsa discando o número de Shizune.

Ao longe pode reparar em Ino se afastando do estande, possessa, Sakura iria adorar saber dessa novidade. Neji estava um pouco a frente ainda observando as fotos de Sasuke e Sakura que voltaram a correr pelos vitrais. A expressão dele não conseguia ler, mas não deveria estar feliz também. Na segunda tentativa, quarto toque Tsunade foi atendida.

— Shizune, pode me explicar o que está acontecendo? — O suspirou de Shizune foi audível e Tsunade pode ouvi-la murmurar algo para alguém, só não conseguiu compreender o que dizia. — Estou no aguardo de uma resposta sua!

— Tsunade, não a nada acontecendo e eu estou trabalhando agora, não posso falar... — a última frase dela foi corrida e logo se voltou para a outra conversa, mas dessa vez suas palavras foram audíveis: “Tire uma foto agora, ele está segurando a mão dela. Tire logo e me dê o cartão!”. — Tsunade eu vou precisar usar a linha, você pode ligar depois?

— Shizune! Eu já sei onde Sakura está — o outro lado da linha ficou mudo, no aguardo do que mais ela teria a dizer, Tsunade suspirou e emendou: — Agora quero que me diga: O que está havendo? E o que ela faz junto desse rapaz e não aqui no evento?

— A história é compri... ‘Pera ai! Como você já está sabendo que o Sasuke está com ela? Meu plano deu certo? — o contentamento da funcionaria era palpável. Shizune tinha se esquecido que deveria ser apaziguadora e certificar-se de que Tsunade não interviria. — Como foi a recepção? Estão falando sobre? Já é o assunto da festa?

— Se seu plano fazia parte da inauguração de um estande, sim ele deu certo — A irritação no tom da Senju foi ignorada porque Shizune deu um grito esfuziante ao ouvir aquilo, saldando seja quem fosse que estivesse com ela. — Agora você pode me responder? — O tom dela não era para brincadeiras, aquelas duas já estavam a tirando completamente do sério.

— Ora, Tsu, só estou fazendo meu trabalho — mesmo voltando a usar seu tom mais ameno, ainda dava para perceber a nota de alegria em sua voz. — Você conhece a Sakura e esse rapaz das fotos, da campanha é o novo namorado dela. Ela o conheceu fotografando para o Oro, se encantaram um pelo outro e ela não conseguiu resistir — Tsunade revirou os olhos ao ouvir aquela história semelhante a que Orochimaru tinha lhe contado —, quando o Neji saiu de viagem Sakura viu a oportunidade para pôr um fim no namoro, sabe que ela não é boa com despedidas e confrontos. Mas acontece que bem, ele também já estava interessado por outra, não é mesmo?

— Por favor, Shizune! Eu sei a verdade! Eu estava com você quando Sakura ligou desesperada porque Neji voltaria com outra da viagem. — Passou a mão pelas têmporas, uma dorzinha persistente a incomodando, aquela família só lhe dava dor de cabeça — Por Deus, ele é um Uchiha! Isso não é uma brincadeira! Um nome grande demais para a Sakura resolver fazer sabe-se lá o que está fazendo. E o Senhor Uchiha, saiu possesso daqui, tenho certeza que ele não gostou de ver quem é o novo achado de Orochimaru.  

Hum... esse é um detalhe que vamos precisar trabalhar, mas enfim, no momento a verdade é irrelevante. Você viu com seus próprios olhos que ela está bem e se quer mesmo saber é essa história que a está mantendo assim. Então não custa deixar as coisas seguirem seu curso sem a sua intervenção. Sabe como é, uma mentira dita por muitas bocas acaba virando uma verdade.  — Ponderou sobre o que ela falava, no final das contas tinha ensinado Shizune muito bem a fazer o seu serviço e não foi por menos que a escolheu para ficar de olho em Sakura. Sabia da competência dela em solucionar qualquer problema que pudesse vir a acontecer, mas ainda assim... olhou para as imagens que passavam naquele estande.  De fato, Sakura estava radiante, magnífica, bela e sorridente e não era assim que estava logo após a ligação sobre o término. Shizune cancelou diversos trabalhos da semana antes do Natal até o Ano Novo por conta desse rompimento.

— O que cabe a mim fazer? — Shizune deu uma risada aliviada ao fundo.

— Apenas confirmar o relacionamento deles caso alguém pergunte e diga que você já estava a par de tudo, só isso.

— E quanto ao Senhor Uchiha? — Shizune ficou em silêncio por um tempo, ponderando que medida podiam tomar.

— Acho que o melhor é não fazer nada com relação a ele por enquanto, vamos ver como ele vai reagir a essa ligação com o sobrenome dele e só depois ver o que faremos. — Não gostava de esperar, mas parecia que não tinha escolha, todas as decisões já foram tomadas. — Agora preciso desligar Tsu. Tenho trabalho a fazer. — o telefone foi desligado antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa. 

Tsunade parou por alguns instantes e olhou em volta, depois se voltou para as fotos outra vez, as pessoas já faziam o que o estilista tinha sugerido, com o auxílio de belas jovens, se arrumavam e tiravam lindas fotos sobre vários cantos daquele espaço encantador.

A ideia era muito boa, um marketing muito bem elaborado para a campanha, ainda mais para inauguração. Prestigiar um nome é fácil, fazer com que as pessoas se lembrem de um principiante com tantos outros nomes de peso por perto é que é o difícil. Se Shizune estava por trás de tudo isso não podia se sentir mais orgulhosa.

O estilista saiu ganhando, Sakura e Sasuke saíram ganhando e nem estavam ali, mas podia ver pelas pessoas a sua volta que todos que passavam pelo local sintonizavam no maldito link. Mesmo tendo dito que não se envolveria ela não podia ficar totalmente de fora, não conseguiria. Tinha decidido que começaria pelo espinheiro que Shizune não queria mexer.

(...)

Hinata lia e relia aquelas informações sem parar. Não dava atenção aos resmungos irados de Ino por ela estar lendo o panfleto daquela campanha. Na verdade até tinha vontade de rir, gargalhar, quando ela começava a falar sobre como ela e Neji eram muito mais interessantes e não entendia porque as pessoas só estavam falando de Sakura; ou que Haruno estava querendo dar o golpe do baú, mesmo sem precisar.

Mas não era só para irritar Ino que continuava com aquilo em mãos, mas para evitar o falatório do pai. Hiashi estava inconformado de não ter conseguido apresenta-la ao Senhor Uchiha e que ele ter ido embora daquela forma abrupta ainda atrapalhava seus planos, já que seria um dos entrevistados para a revista da família Hyuuga.

Por um breve momento ela pensou que seria bom ter sido apresentada a aquele homem, quem sabe ele poderia dizer quem era esse jovem que diziam ser o novo namorado de Sakura, outro fato que Ino não parava de repetir, Sakura estava namorando um Uchiha. – “Encontre o amor como o casal do momento, Sakura Haruno e Sasuke Uchiha.” – Uchiha. Será que era por isso a irritação do Senhor Uchiha? Donos de empresas conceituadas não gostavam de ter seus familiares envolvidos com modelos, o pai era um exemplo perfeito disso. Claro, se fosse algum playboy não tinha problema, mas negócios como o do pai e o do senhor Uchiha tinham um ar mais conservador.

Suspirou, erguendo a cabeça e fechando o encarte. Ino mantinha os braços cruzados e batia o pé impaciente, seu pai falava algo ao telefone, Neji tomava um copo de uísque, parecia calmo e indiferente como sempre, mas Hinata podia notar a mandíbula trincada e os dedos embranquecidos em volta do copo que ele segurava com tanta força. Estava irritado, mesmo que não transparecesse, muito irritado com Sakura e seu novo relacionamento, possivelmente também se irritava com o escarcéu que Ino fazia por isso.

— Sabe, acho que deveríamos dar uma coletiva, Neji. — Disse Ino arrumando os cabelos, olhando em volta em busca de algum jornalista — Naquela festa que fomos, falaram coisas sem fundamento sobre você e algumas pessoas até tiveram dificuldade em acreditar na nossa relaçãoo. Agora isso! — enrugou o nariz em direção ao encarte de Hinata. — Sakura não pode ficar saindo por cima e denegrindo a... nossa imagem. Ahh...  — Ino ia erguer a mão para chamar um jornalista amigo seu, mas o Hyuuga a parou no meio do percurso, segurando seu braço com força.

— Ino! Pare um pouco. Não vê que está chamando uma atenção desnecessário? — Esbravejou Neji, sua raiva rivalizando com o tom ameno que tentava transmitir. — Não me importa o que Sakura está fazendo. Esse não é o tipo de atenção que quero voltada para mim. Não irá falar nada com jornalista algum, ou vai parecer que estamos nos incomodando e nós não estamos. Deixe-os. A noite já é dela... — as palavras saíram amargas, ele precisou se conter ao máximo para não parecer ressentindo e irritado — Não a nada que você faça para mudar isso.

Ino não gostou dessa resposta, porém nada disse. No fundo estava com um ódio tremendo por sua rival ter saído por cima, era tudo o que menos desejava. Tinha roubado Neji de Sakura para vê-la sofrer enquanto eles formavam o casal número um, como um dia sua rival tinha sido junto ao herdeiro dos Hyuuga. Pegaria todos os trabalhos que Sakura rejeitaria por estar triste demais para faze-los e seria também a número um nas passarelas. No entanto agora de uma forma estúpida aquela sem sal tinha roubado a cena com alguém mais bonito que Neji e com um nome muito mais forte. Maldita Haruno e maldita seja sua sorte também.

A família seguiu para a área gastronômica, após Hiashi se assegurar que tudo corria bem em seus estandes. Os Hyuuga tinham sua mesa reservada e o pedido foi feito por Hiashi, que convenientemente esqueceu de incluir Ino no número de lugares a se reservar, mas esse ligeiro mal entendido foi logo resolvido por Neji. O patriarca Hyuuga deixava sempre bem claro o seu descontentamento com o relacionamento do sobrinho.

— Hinata, meu anjo, você não precisa se preocupar — disse tomando uma golada de sua bebida e tendo a atenção de sua filha. — Você e o Senhor Uchiha terão outras oportunidades para se conhecerem. — Hinata anuiu, abaixando a cabeça e observando o guardanapo de linho em seu colo.

— Sinceramente, eu não vejo necessidade nisso papai. — retrucou um pouco incerta tomando coragem para deixar bem claro qual era a sua vontade. — Eu poderia ajudar o Neji... sozinha. — A última palavra saiu bem baixa, mas todos a mesa a ouviram. E o silêncio se instalou, o olhar de Hiashi cravado na filha.

— Que absurdo é esse que está dizendo? — esbravejou, fazendo com ela se encolhesse em sua cadeira. — Você não saberia administrar nossa empresa. As revistas iriam à falência em suas mãos, além do que pretendo abrir filiais no exterior, expandir para outras áreas.

— Eu posso, se me desse uma oportunidade veria... — Ergueu a cabeça encarando-o, mas a figura de seu pai era tão severa que a coragem dela voltou a escapar.

— E como quer que eu te de essa oportunidade? Quer que eu permita que você afunde algo meu? Nunca! — respondeu convicto, por ele aquela história estava encerrada, ou melhor, nem deveria ter sido iniciada. Hinata brincava com um guardanapo, fazendo o possível para manter a calma e não fugir, já tinha começado, agora precisava ir até o final.

— E se eu gerisse algo que não tem muita importância? — respirou fundo para que sua voz não sumisse. – E provasse a você que posso cuidar de tudo muito bem? Você pararia com essa ideia fixa de querer me casar? — O Hyuuga fitou a filha muito sério, até soltar uma gargalhada que a pegou de surpresa.

— O que meu é sem importância Hinata?

— Tem uma revista boba de entretenimento que é vinculada as suas revistas. Nela só contem folhetos sobre eventos culturais, mas se o senhor permitisse eu poderia transforma-la em um segmento de entretenimento, moda, lazer, uma área que o senhor ainda não ocupa e...

— Por favor, Hinata. — ele a cortou sem o menor tato — Que ideia mais absurda. De onde viria esse dinheiro para o seu mais novo investimento? Eu teria que pagar por uma locação, funcionários, material, equipamento e etc. Porque isso atualmente deve ser responsabilidade de duas pessoas e uma revista não seria feita por você e mais duas pessoas, não é mesmo? — Hinata ficou um pouco aturdida, porque realmente não sabia o que dizer, tinha dito de supetão e não esperava uma resposta do tipo do pai. — E o que você sabe fazer? Nada. Você é bem instruída é claro, conhece outras línguas, viajada, mas isso não basta. Não é formada nem em jornalismo e nem em administração e sim em moda. Para que isso serve? Você mal sabe cozinhar algo que preste, Hinata. Cresceu rodeada de mimos e com todos fazendo suas vontades, não me venha agora dizer que tem capacidade para cuidar de uma empresa. Porque eu digo: Você não tem.

Hinata apertou a saia de seu vestido com força, não podia continuar a encarar o pai. Sua vista já estava embaçando e seus olhos ardendo. Não choraria, não na frente deles. Pensou em ficar ali, e engolir sua raiva e magoa, no entanto ao ouvir a risada de Ino, que nem se deu ao trabalho de abafa-la, foi demais para ela, ergueu-se de uma vez.

— Com licença, vou tomar um ar. — Disse sem fitar nenhum deles, mantinha os olhos sobre a toalha da mesa e saiu às pressas sem esperar a resposta do pai. Queria ficar o mais longe possível de sua família.

— Não ria da minha filha. Quem é você? Uma vagabunda qualquer que não sabe o seu devido lugar. Não quero mais essa mulher perto de mim ou de minha Hinata, Neji. — Protestou Hiashi, também tinha perdido o apetite.

Jogou seu guardanapo sobre a mesa e saiu em direção a um bar que tinha naquela área. De onde estava ainda era possível ver Hinata caminhar apressada pelo meio das pessoas e sumir em um dos corredores, suspirou pedindo um copo de uísque.

A corrida de sua filha era a prova de que não estava preparada para o mundo dos negócios. Sua menina era sensível demais, assim como a mãe e esse era um mundo de predadores, onde não se podia demonstrar fraqueza em público. A esmagaram no primeiro instante e ele não poderia fazer nada para protegê-la.

Ino estava irritadíssima. Aquela noite estava sendo um completo fiasco, se virou para o namorado sentado ao seu lado, que parecia não se importar nenhum um pouco com o fato dela ter sido humilhada pelo tio dele.

— Com licença, seu tio acabou de dizer algo horrível sobre mim e que eu não posso mais ficar perto dele e de sua santinha e você não tem nada dizer? — Neji suspirou passando a mão pelos cabelos, ouvir as reclamações de Ino era a última coisa que desejava para finalizar aquela noite.

Querida — o tom gentil era falso, ela sabia —, meu tio é um velho retrógrado. Vai levar a sério tudo que ele fala? — perguntou, acariciando o queixo dela com o polegar, mas antes que ela dissesse qualquer outra coisa, colocou o dedo indicador sobre os lábios carnudos, em seguida lhe roubou um beijo. — Não vamos brigar agora, fique quietinha, ok? Eu preciso de um pouco de paz.

— Ok. Se você quer paz, terá paz — ergueu-se segurando a saia de seu vestido e puxando a bolsa de cima da mesa. — Vou procurar alguém que me defenda de velhos conservadores. — Afastou-se a passos duros enquanto Neji permaneceu em seu lugar, erguendo a mão apenas para chamar o garçom e pedir outra bebida. Uma dor de cabeça atrás da outra, Ino precisava aprender a lidar com seu tio se aquele namoro iria para frente, nessas horas sentia falta de Sakura já tão acostumada com o velho e sempre pronta para dizer o que ele gostava de ouvir.

(...)

Naruto passou pela milésima vez em frente aquele estande e parou para ficar olhando as fotos de seu amigo e de Sakura juntos. Como a vida era injusta com alguns, fitou a bandeja em suas mãos, sem de fato enxergar os canapés. Lá estava ele, servindo petiscos para a reunião mais nariz-em-pé do primeiro semestre do ano, com raiva e cansado, pois antes de estar ali teve que auxiliar sua mãe em todo o preparativo para a noite. Já que a contratação do Buffet foi em cima da hora, enquanto seu melhor amigo, garçom assim como ele estava sendo o garoto propaganda de um dos estandes daquele lugar, ou melhor, de dois deles. E para deixar tudo ainda melhor, estava em um relacionamento com a sua musa, que Sasuke dissesse que era armação, não importava, era injusto de qualquer forma.

Ele nem sabia quem ela era até conhece-la. Naruto só conseguia pensar que deveria ser ele naquelas fotos, abraçando, tocando, beijando Sakura. Suspirou resignado, virando para continuar a servir, depois voltaria a se torturar mais uma vez. Mas antes que desse um passo para se afastar daquele lugar uma voz o chamou e ele sentiu todos os pelos de seu corpo eriçarem.

— Naruto! Eu poderia perguntar o que você está fazendo nesse setor, mas eu já sei a resposta — antes mesmo que ele desse conta, Kushina, sua mãe, estava ao seu lado vociferando irada. — Então antes que eu te escalpele agora mesmo, você vai me entregar essa bandeja e subir para o terceiro andar e cuidar do bar daquela parte e se eu vir você aqui embaixo outra vez, eu juro que você será a manchete de amanhã, mas não poderá aprecia-la! — Ele não duvidava, não duvidava mesmo das ameaças de sua mãe. Conhecia-a bem para saber que desobedecer não era uma opção.  

Com resignação Naruto entregou a bandeja a mãe e se afastou pelo corredor, não sem antes dá uma última olhada no estande de Sasuke e Sakura. Kushina também olhou e pegou o celular para tirar algumas fotos, Mikoto ficaria feliz em ver o sucesso que o filho estava fazendo. Levou consigo um encarte, sabia que seu filho estava sofrendo, mas ele tinha que superar isso, Sakura era algo inalcançável para ele, sempre foi.

Hinata não tinha ido tomar um ar, tinha subido e sentado em frente a um dos bares. Pediu um Martíni de maçã e assim que o garçom lhe entregou tomou-o de uma vez. Olhou para o celular em suas mãos, bem que Sakura podia ligar, ou melhor, surgir ali, bem na sua frente como mágica, pedir desculpa pelo atraso e finalmente fazer sua noite valer a pena. Fitou a pista de dança ansiando que entre as pessoas ali sua amiga estivesse, mas sabia que era inútil, ela ouviu quando o estilista disse que Sakura estava curtindo com o namorado, ela viu as fotos. Bateu na taça para que outra bebida lhe fosse servida.

— Martíni puro, senhorita? — Hinata ergueu a cabeça fitando o rapaz que não era mais o mesmo a quem tinha feito o pedido.

— Martíni de maçã. — O garçom nada disse apenas balançou a cabeça, ela notou que esse garçom parecia tão abatido quanto ela. — Noite difícil? — Naruto se espantou ao notar que a garota falava com ele, ainda lhe encarava com tanta atenção. Era tão difícil ver aqueles ricos esnobes falarem qualquer coisa minimamente interessada a um mero garçom. A maioria das vezes eles só queriam despejar toda as suas insatisfações, nunca notando como quem lhes servia estava também.

— Bem difícil, aqui está. — Sorriu estendendo a taça com a bebida dela.

— Sei como é. — Respondeu virando mais uma vez o liquido de seu copo, bateu a taça sobre o bar, sinalizando para que ele preparasse mais um. — Meu pai me acha uma inútil incapaz de ajuda-lo nos negócios e prefere que um desconhecido, futuro marido meu, faça isso. — Hinata deu uma risada, apoiando os cotovelos no bar — Chocante, não? — Ela não tinha o costume de falar com estranhos, mas a bebida, a tristeza e a necessidade latente de contar suas frustrações a alguém a fizeram abrir a boca. Além do que os garçons deveriam ter algum tipo de protocolo secreto de sigilo absoluto, ao estilo padres, já que eles ouviam tantas confissões quanto os que faziam votos de castidade. Naruto deu um suspiro, talvez ela não fosse tão diferente dos outros.

— Bem, disso eu não entendo. — Deu uma risada baixa, colocando outra taça na frente dela, recolhendo as vazias. Hinata não tomou tudo dessa vez, apenas um gole, pegando o pedaço de maçã verde que ele tinha posto.

— E qual é o seu problema? — Naruto ergueu a cabeça espantado e ela deu uma risadinha, balançando a mão encorajando-o a falar. — Pode contar, ouvir os seus problemas pode me fazer esquecer os meus.  

— É um problema amoroso digamos assim. — Disse um pouco encabulado, aquilo era esquisito demais, desviou a atenção dos olhos claros, cristalinos.

Ahh... isso não deve ser algo bom mesmo. Com toda certeza é pior que o meu, ou quase isso. Amar é tão complicado — Naruto concordou com um aceno breve, mas Hinata não o olhava mais, sorvendo mais um pouco de sua bebida — Ela traiu você?

— É, ou melhor, não ela. — Hinata se ajeitou na cadeira, soltando um sonoro “Oh” e ele tratou logo de se explicar. — Não, não é isso que está pensando. A garota que eu amo está namorando o meu melhor amigo, mas ela não sabe do meu sentimento. Então quem me traiu foi ele. — Hinata parou o copo no meio do caminho e o colocou novamente sobre a bancada do bar escandalizada.

— Que horror! Que amigo horrível você tem. Como ele pode rouba-la de você? Não deveria mais chama-lo de melhor amigo. Amigo que é amigo não faz essas coisas. — Disse a Hyuuga inconformada e Naruto só pode rir, ouvir aquelas palavras da boca da figura a sua frente, o fez pensar em como a coisa era banal. Sakura não era sua e Sasuke não tinha roubado. Hinata não compreendeu a reação dele.

— Desculpa, não quis rir de você. É que... — corou, desconcertado com a situação — Ele não a roubou de mim, é complicado. Porque em uma situação normal ela não ficaria nem comigo, nem com ele.

Ah, então é ela que não presta. — Hinata virou o resto de sua bebida, entregando a taça de Martíni para ele. — A próxima você vai beber comigo. — Sorriu animando, aprumando-se na bancada. — Vamos brindar a essas pessoas que não merecem nossa chateação e elas não mais as terão.  

— Não posso. Estou no meu horário de trabalho. — Hinata apoiu os braços no balcão, aproximando seu rosto do ouvido dele.

— Eu guardo o seu segredo.  a aproximação o fez enrubecer — Além do que é OpenBar. — piscou para o rapaz que sorriu em resposta.

— Ok. Mas só um. — Ela aquiesceu enquanto Naruto preparava a bebida deles.

(...)

Ino rodava pela festa em busca de boas companhias, mas infelizmente volta e meia ouvia burburinhos sobre o namoro de sua rival, chegava aos grupinhos e era dela que falavam. A raiva borbulhava, a maldita conseguiu se tornar presente mesmo não estando na festa. Estava inconformada com essa situação, ela e Neji, sua relação conturbada deveriam ser o foco desse lugar e não Sakura.

— Ino, querida. Você está deslumbrante. — A aparição de Mebuki pegou-a de surpresa, mas não era algo a se jogar fora, ali estava alguém que não estaria elogiando Sakura, ainda podia sonda-la para ver como era a história dessa nova relação de sua rival.

— Mebuki! Que saudades eu estava de você. — Disse ainda sorrindo, abraçando a estilista. — E como vão as coisas? E a família?  — Mebuki virou o resto desdenhando do último assunto tomando um gole de sua taça de champanhe.

— A grife vai muito bem, na verdade gostaria de conversa com você sobre a minha nova campanha — Ino não pode deixar de se regozijar ao ouvir aquilo, Mebuki preferia ela a filha, sempre algo a se deliciar — e quanto a família não tenho nada a acrescentar. — Disse a Haruno virando a taça que estava em mãos e chamando um garçom que passava por ali.

Hum. — Ino analisou a mulher com atenção, talvez ela soubesse de algo que pudesse ajuda-la a desvendar o mistério que era essa nova relação de Sakura. — Não sei se essa nossa conversa seria de bom tom, Sakura pode ficar chateada, você sabe, somos colegas de trabalho e é a empresa da família... — Foi cortada, exatamente como esperava que acontecesse.

Ah, Sakura não tem nada a ver com a minha marca — respondeu exaltada, como se Ino houvesse dito um insulto horrendo. — Não sei nem como aquela garota desengonçada conseguiu ser modelo. Sua beleza nem se compara Ino. — A Yamanka sorriu, Sakura podia ser o nome mais comentado, podia ser a modelo do momento, mas o que ela mais desejava Ino sempre teria que era o afeto daquela mulher. — Se Sakura não conseguiu manter um namoro, o problema não é meu e ela já não está com outro?

— Está? O que você sabe sobre esse namoro relâmpago?

(...)

— E então essa minha amiga fez um escândalo no meio da rua dizendo que um tarado estava fugindo depois de ter passado a mão nela e nós conseguimos nos livrar da polícia. — Disse Hinata virando sua décima taça de Martini. — Que meu pai nunca saiba dessa história. Conto com a sua descrição, Naruto? — ela deu uma risada apoiando o rosto no antebraço, fitando os olhos maravilhosos dele.

— Claro que sim, Hinata. — Naruto estava com o braço apoiado sobre o balcão, comendo alguns amendoins enquanto escutava as incríveis histórias da Hyuuga, ou melhor, da amiga dela — Pode contar com isso. Mas, uau, essa sua amiga é incrível mesmo.

— Sim, ela é. — Hinata se aninhou em seu canto, soltando um longo suspiro. Sakura era uma pessoa maravilhosa, uma em um milhão. — Queria que ela estivesse aqui. Tenho certeza que minha noite teria sido bem melhor, sabe?

Hey. Eu não consegui te alegrar nenhum um pouco? — Questionou recolhendo as taças vazias sobre o balcão — Porque conversar com você foi revigorante para mim, eu juro. — Ela sorriu, abandonando a melancolia que tinha surgido segundos atrás.

— Conseguiu, obrigada por tudo. Mas agora eu preciso ir, ou meu pai vai me achar nesse estado e isso não seria nada bom. — Ela deu uma risada, a fala estava arrastada, Naruto a fitou preocupado, não seria bom que qualquer pessoa a encontrasse naquele estado.

Ao descer do banco, ela ficou tonta, apoiou-se no balcão e na banqueta, levando uma das mãos ao rosto. Naruto tratou de sair de seu local de trabalho para ajudá-la, passou um dos braços de Hinata em volta do seu pescoço, enquanto a apoiava junto a seu corpo.

— Venha, eu te ajudo a descer as escadas — a segurou pela cintura e começou a caminhar devagar.

— Alguém já disse que você é um amor? — Naruto sorriu, a respiração de Hinata em seu pescoço, o hálito de Martini bem forte — Meu pai nunca me perdoaria se me visse em uma situação como essa. Por favor, se puder não me levar para a frente do lugar — a ajudou a descer o primeiro lance de escadas até a pista de dança, mas não a levou em direção a saída principal do andar, circundou o espaço, indo por um corredor nos fundos.

— Seu pai parece bem linha dura, Hina. — Hinata ficou um pouco atordoada ao ver a forma carinhosa como ele a chamou, apenas Hanabi, Sakura e sua falecida mãe a chamavam desse jeito.

— Ele é, só não é com meu primo por ser homem, mas comigo e minha irmã, nossa, somos proibidas de fazer muitas coisas. — respondeu com a voz embaraçada, estava um pouco avoada, pensando que seu pai descriminaria metade das confusões que ela e Sakura já se meteram, ou a bebedeira dessa noite e muitas outras. Virou-se para Naruto e o fitou, a pele dele tinha um bronzeado que reluzia, seu pai descriminaria sua mais nova amizade também. Mas que seu pai fosse para o inferno estava cansada de fazer tudo que ele queria. Hinata nem percebeu quando Naruto se enfiou dentro de um elevador e desceu com ela.

— Pronto, está entregue. — Estavam nos fundos do local, tinha um ponto de taxi na esquina, ela podia ver os motoristas em pé. — Bom, garanto que ninguém a verá saindo nesse estado — Naruto sorriu e sem aviso e sem rodeios Hinata passou os braços em volta do pescoço dele, se jogando beijando-o de uma vez, movendo-se avidamente. Ele ficou atordoado de primeira, mas logo retribui na mesma intensidade. Ela era tão linda e legal que valia a pena com toda certeza. 

 


Notas Finais


BOOOM!!!!!
Bobeou e NaruHina passou em frente aos seus olhos kkkkkkkkkkk
O Esses dois capítulo serviu para conhecermos os outros personagens que entregam a história. Ver um pouco mais de como eles são. No próximo teremos no casal mais mais. O que será que rolou nesse encontro badalado? ;DDD
Não deixem de me dizer o que acharam das personas dessa festa e do beijo final.
Curtam a minha página:
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Até logo, muchachas;*


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