1. Spirit Fanfics >
  2. Alves Celerino - Escola de Magia e Bruxaria >
  3. O Segredo do Senhor Barnes

História Alves Celerino - Escola de Magia e Bruxaria - O Segredo do Senhor Barnes


Escrita por: Helena-Aer

Capítulo 1 - O Segredo do Senhor Barnes


 

Já se passava da meia noite quando Arquibald ainda estava, como de costume, em sua sala no terceiro andar lendo e fazendo anotações sobre novos possíveis ingredientes no momento em que a visse diretora Belona G. Herbert bateu em sua porta.

-prof.Dumero? Posso entrar?

-Claro.. O que foi Sra. G?- disse o diretor.

-A lista de nascidos trouxas desse ano já esta pronta, acredito que o senhor queria dar uma olhada antes de eu enviar as corujas.- e lhe entregou o pergaminho.

 - Nossa ela esta grande esse ano em..

-Pois é, 6 a mais que no ano passado..

O  professor  passava os olhos pela lista quando se deparou com um nome que lhe chamou a atenção. Quase uma década havia se passado desde a ultima vez que o Sr. Dumero havia escutado o nome Barnes. Nos seus anos de escola seu melhor amigo possuía esse sobrenome, não haviam duvidas para ele que aquele garoto seria um parente distante de seu antigo amigo.

-A Sra. Percebeu que temos um Barnes?

-Sim. Acredito que devemos ficar espertos com ele, e torcer pra ser mais sensato do que o que nos conhecíamos, não acha?

-É o que vamos ver..- disse com um sorriso no rosto lembrando dos velhos tempos.

(...)

Os Barnes eram aquela típica família feliz de classe média. Hunter, era o marido atencioso, Emilly era a esposa cuidadosa e Killian o filho carinhoso e inteligente, porem mais bagunceiro que qualquer outro. Eles tinham tudo que queriam, mas tinham também um segredo, que em todo caso, era um segredo muito bem guardado pelo senhor Barnes. Tão bem guardado que nem sua própria esposa e filho tinham noção de sua existência. E por que teriam? Era um segredo que não se fazia necessário revelar, e por muitas vezes o próprio Sr. Barnes o achava uma bobagem, mas uma curiosidade de criança em sua alma não deixava o segredo cair completamente no esquecimento.

O sol nascia naquele 15 de junho como todos os dias. Não sugerindo nem um pouco as coisas estranhas e misteriosas que não tardariam a acontecer naquele dia. Os raios de luz iluminavam o edifício Premiata no centro da cidade de Messilhes, localizado perto do parque da cidade.

A  claridade incidia diretamente no sétimo andar e penetrava sorrateira na sala de estar dos Barnes que continuava bagunçada com cobertores e vasilhas de pipoca da noite passada do cinema em família que havia terminado mais tarde que o normal. Mesmo assim, antes de o relógio da cozinha marcar sete horas da manhã Emilly Barnes, ainda de pijama e pantufas, já estava de pé preparando o café.

O motivo de ter acordado tão cedo aquele dia era porque era aniversário de seu marido, que por ser um engenheiro muito ocupado e importante, mesmo no dia de seu aniversario não podia tirar folga e teria que sair antes das oito. Então ela resolveu que junto com seu filho prepararia um café da manha de aniversario. Porém como todos os jovens na idade de Killian, era quase impossível acordar cedo. E a primeira vez que sua mãe o chamou ele até tentou levantar, porém desabou em seu tapete que estava tão macio que o tentou a permanecer lá e voltar a dormir. E ele teria ficado se não fosse sua mãe chamando lhe novamente da cozinha.

 -Kili venha logo antes que o seu pai sai do banho.Eu preciso de ajuda com a mesa.

-Aah mãe, só mais meia hora...- disse ele .

-Nada disso, venha logo e arrume a mesa.

Kilian levantou do chão,e  sentou-se em sua cama enquanto calçava suas pantufas com dificuldade e quando conseguiu, se dirigiu para a cozinha.

O Cheiro de café pronto que saia da jarra dominava o apartamento. Chegando na cozinha Kili se apoiou na porta que estava aberta como se fosse a única forma de ele permanecer de pé.

– A gente podia fazer isso de noite, não acha? – perguntou a sua mãe enquanto tirava os longos cabelos negros e bagunçados do rosto antes que sua mãe chamasse sua atenção quanto a isso.

 A Sra. Barnes diversas vezes tentara cortar aquele cabelo em um tamanho menor, mas por algum motivo que eles não sabiam no dia seguinte ele voltava ao tamanho original. Kili não sabia o porque mas também não se importava,gostava do cabelo exatamente como era. 

-Eu já lhe disse querido. Seu pai vai voltar depois das onze horas da noite hoje e quando ele chegar vai querer descansar. Então pare de ser preguiçoso e venha de uma vez arrumar a mesa.

 O garoto então se dirigiu a gaveta onde guardavam as toalhas e pegou a primeira que viu e a estendeu na mesa, depois colocando sobre ela três pratos e três xícaras, assim como talheres e guardanapos. Quando terminou sentou-se na sua cadeira de sempre e esperou que sua mãe terminasse de fazer as panquecas e fritar bacon.O pai dele gostava muito desses dois quitutes, e kili mais ainda, embora sua mãe não achasse apropriado para um café da manha. Mas felizmente aquele dia era a exceção.  Quando ela acabou ambos dispuseram a comida na mesa de forma muito chique na opinião dos dois, tratando de deixar as panquecas no centro.Então Kili teve a ideia de colocar uma vela nas panquecas para que pudessem cantar parabéns.

-Ficou ótimo filho- disse a Sra. Barnes- Agora,onde será que eu coloquei os fósforos?- disse enquanto apalpava os bolsos e abria as gavetas.

-Você é a mãe. Deveria saber onde fica tudo por aqui.-Então bem quando Kili se levantou da cadeira para ajudar sua mãe a procurar  a vela essa se acendeu.

Ele e sua mãe puderam ouvi-la acender sozinha. Então Emilly virou-se para seu filho.

-Me devolva os fósforos.

-Mas eu não os peguei – e ele realmente não o tinha feito.

-A não? Então a vela acendeu sozinha? Me devolva os fósforos ou eu vou ter que pegar de você.– e começou a fazer cócegas nele. Era uma das poucas coisas que a Sra. Banes ainda fazia em kili mesmo depois de grande.

Kili não conseguia falar de tanto rir.

Hunter já havia acabado de se arrumar e como estava ouvindo as risadas de seu filho vindas da cozinha decidiu se dirigir ate ela para ver o que se passava.

-Posso saber o que esta acontecendo aqui?

Emilly então parou de fazer cócegas em seu filho e os dois foram abraçar Hunter.E começaram a cantar parabéns.

-Obrigada campeão.- respondeu bagunçando ainda mais o cabelo do filho.- o que temos aqui.. Olha uma pilha de panquecas. Parecem deliciosas, obrigada amor.- e deu um beijo no rosto de Emilly.

Ouviram o clique da portinhola para cartas e o som da correspondência caindo no capacho da porta.

-Agora a gente pode comer mamãe?

-Claro querido, mas vá pegar a correspondência antes, pode ser?

-Não pode ser depois?

Ela nem precisou falar, apenas levantou uma das sobrancelhas e olhou para o filho.

-Já estou indo.

Ele então foi até a porta e pegou o jornal e mais duas cartas que estavam lá, mas não as leu apenas viu que uma delas, feita com envelope amarelo era para ele mas deu pouca importância achando que seria do seu dentista que insistia em mandar cartas com mensagens incentivando a escovação, ou outra propaganda e quando voltou entregou as castas para mãe e o jornal para o pai .

-A ótimo, o jornal já chegou –disse Hunter que foi direto para os quadrinhos. Era o que ele mais gostava.

-Chegou uma carta pra você, você viu?- disse Emilly para o filho.

-Aham.

- Bom, espero que não seja da escola.- ela respondeu.

- Seria a terceira vez esse mês que eles iriam nos chamar pra conversar, né rapazinho. A sua ultima advertência lhe custou a ida ao acampamento.

-Essa carta não é da escola. E sobre o acampamento foi injusto não me deixarem ir. Como eu iria empurrar o Sr.Gomes da janela? Ela nem abre. – disse ainda meio ressentido pelo castigo que a escola lhe dera.

Nos últimos dias de aula coisas estranhas vinham acontecendo com Kili. Quer dizer, coisas estranhas sempre aconteciam com ele. Mas elas haviam ficado muito mais freqüentes.

-Querido quem ou que é Bewild?- perguntou Emilly.

-Não sei por que?-respondeu Kili.

- Foram eles que escreveram pra você, e tem um brasão na carta olhe que chique.

Disse Emilly entregando a carta á Kili para que ele analisa se a melhor.O envelope era grosso e pesado, feito de pergaminho amarelado e endereçado com tinta azul. Não havia selo. Quando virou o envelope viu um lacre de cera verde com um brasão com um lobo, uma águia, um Urso , um Cevo e um Polvo circulando uma letra “B”. Ele então enfiou metade de uma panqueca na boca e abriu a carta. Começou a Lê-la em voz alta mas sua mãe o mandou engolir a comida primeiro para só depois lê-la, então feito isso Kili voltou a Lê-la.

-“Diretor : Arquibald Dumero. (Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande feiticeiro, Confederação internacional de Bruxaria e descobridor da poção de Alchevits).

Prezado Sr. Barnes

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Bewild.

Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários para seu ano letivo.”

-Escola de magia e bruxaria? Isso lá é uma escola?. - Perguntou Emilly fazendo piada.

-Parece que sim .- Kili respondeu.

-O que mais a carta fala filho?- disse Hunter, que parecia estar levando aquela carta muito a serio.

-“o ano letivo começa em 1 de julho. Aguardamos sua coruja” espera ai, coruja?Como assim?

-Foco filho, foco.- disse Hunter.

-Ok. Ok.“... aguardamos sua coruja até 20 de junho, no mais tardar. Atenciosamente Belona G. Herbert, diretora substituta.

 p.s: Sabemos que o senhor vem de uma família que a muito tempo não usufrui de magia, então segue outro anexo explicando como conseguir os matérias no Gargalo do Dragão e como chegar ao expresso de Bewild. Também tomamos a liberdade de lhe mandar o passaporte que se encontra dentro de envelope. Por ultimo, mas não menos importante, um membro de nosso corpo docente irá a sua casa no dia 16 de junho para esclarecer demais duvidas.”

-Mas o que isso significa?- perguntou Emilly. E olhou para o marido que sorria.

-Nosso filho é um Bruxo.

-Eu sou o que?- disse kili sentindo que arregalara tanto seus olhos azuis que se continuasse assim eles poderiam cair de sua cara.

-Ele é o que?

-Você é um Bruxo Kili. Nossa isso é empolgante. Achei que nunca iria acontecer..

-Do que você esta falando Hunter?- disse Emilly achando que seu marido havia enlouquecido.

-Você se lembra quando fomos no casamento do meu primo e eu fiquei conversando com um homem muito velho com uma roupa engraçada?

—Sim, mas o que isso tem a ver?

—Bem.. Ele também era um Bruxo. Acontece que a muito tempo atrás a minha família era quase que inteira Bruxa. Mas então meu bisavô nasceu sendo um aborto.

—O que é aborto papai? —perguntou Kili curioso, achava que se aquilo estava começando a fazer sentido. E também era uma boa desculpa para suas travessuras da escola.

Embora com sua família Kili fosse um garoto extrovertido, ele não possuía amigos na escola. Todos o achavam estranho e principalmente associaram o seu nome a encrenca. Só porque coisas esquisitas sempre aconteciam quando ele estava por perto. E mesmo que a maioria tivessem causas desconhecidas ele não era cem por cento inocente de todas. Algumas coisas fazia conscientemente. Como por exemplo quando o garoto gordo do terceiro ano havia derramando propositalmente água nas calças de Kili só para gozar dele gritando pelo refeitório que ele havia se mijado todo. E Kili sendo quem era não deixou barato. Ele sozinho havia roubado um balde do armário do faxineiro de sua escola e enchido com lama e posicionado-o preso e suspenso a porta do banheiro masculino apenas por um barbante. E esperou pacientemente até que o garoto do terceiro ano fosse até lá, mau sabendo o que o aguardava. Quando o garoto foi abrir a porta para entrar no banheiro Kili puxou o barbante com toda a força que tinha despejando toda a lama no garoto e saindo de vista antes que sua vitima processa-se o que estava acontecendo, não fosse suficiente a sujeira que fizera ainda saiu pelos corredores gritando “cara de bosta”. Que para o azar do garoto do terceiro ano o apelido pegara. Mas essas são outras histórias..   

—Um aborto é alguém que nasceu sem magia e tendo pelo menos um dos pais mágicos. No caso o homem com que eu conversava no casamento era meu trisavô, seu nome era Hector Barnes. Ele era mágico e sua mulher era trouxa como eu e sua mãe. Ele morreu faz uns anos. Porém, ele disse que talvez em alguma das próximas gerações o gene mágico poderia voltar a se manifestar e que eu deveria repassar a mensagem para família caso o gene se manifestasse e não estivéssemos despreparados.

—Porque você nunca nos contou isso?- disse Emilly com a voz vacilante.

—Para proteger o mundo deles, não é seguro para eles que trouxas saibam de sua existência.

—Isso é loucura.- disse a Sra. Barnes colocando a mão no rosto e cobrindo os olhos.

 Seu marido então se abaixou na frente dela e retirou devagar as mãos de seu rosto para que ele pudesse olhá-la nos olhos. Ele fazia aquilo sempre que ela ficava nervosa.

—Eu sei que isso parece loucura agora, mas acredite, isso é uma coisa boa.E é mais seguro para o nosso filho.

—Você promete que não dar nada errado?

—Sabe que eu não posso prometer isso. Mas posso prometer que eu vou tentar fazer tudo ao meu alcance e talvez até mais pra que isso de certo.

Então ela sorriu. Kili gostava da relação que os pais deles tinham, não eram perfeitos lógico, mas aquela frase que seu pai sempre repetia pra sua mãe foi a mesma no dia do casamento deles. E Kili gostava muito que eles ainda fizessem isso.

Seus pais então o olharam .

—Vem aqui meu novo bruxo. — disse seu pai estendendo os braços.

E os três deram um abraço grupal. E então voltaram a tomar café. Emilly interrogou Hunter até extrair exatamente tudo o que ele sabia sobre o mundo mágico, o que não era muito mas foi o bastante pra ela aceitar mais a ideia. E a cada palavra que seu pai dizia Kili ficava cada vez mais fascinado. As perguntas explodiam na cabeça dele como fogos de artifício, e ele não conseguia decidir o que perguntar primeiro.Tanto que nem perguntara nada, só escutava com fascínio tudo o que o pai lhe contava.

—Então, vocês vão me deixar ir ?

—Um colégio interno? Não sei se vai ser uma boa ideia.

—A por favor mamãe, isso é tudo o que eu sempre quis.

—Você nem sabia que era um bruxo até hoje Killian, como pode ser tudo o que você sempre quis?

—Ele ta falando do colégio interno querida. Sabe que ele sempre falou disso por causa das series que ele assistia.

—Aah..- disse ela sorrindo.

—E então? Eu posso?

—Tudo bem. — Emilly disse. Então seu filho pulou de sua cadeira e agarrou o pescoço da mãe num abraço, agradecendo varias e varias vezes. — Mas com uma condição, que você nos mande cartas pelo menos uma vez na semana.

—Pode deixar. Eu não vou esquecer.

—Então nos respondemos amanhã. Quem quer que venha vai poder nos ajudar em mandar a carta já que parecem ter esquecido de escrever o remetente.

Eles então terminaram o café e Hunter se despediu e ao sair reparou que havia uma coruja em cima do telhado, mas achou melhor não mexer com ela e saiu direto para trabalhar.

No resto do dia Kili e sua mãe ficaram arrumando o seu quarto. Já que ele iria ficar em um colégio interno eles resolveram separar o que ele deveria levar.

—Agora entendi porque a vela acendeu sozinha.- disse Emilly.

—Eu disse.

—Mas não quer dizer que eu ainda não possa procurar os fósforos em você.

—Não.. De novo não. — e ela voltou a fazer cócegas em seu filho.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...