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História Alvorada - 01. O Crime


Escrita por: connormv

Capítulo 1 - 01. O Crime


Assim que a sirene tocou, todos os competidores se jogaram imediatamente na água. Oito nadadores competiam entre si pela primeira colocação nos cem metros borboleta. Na liderança, vinha Iago. Em segundo, estava Benjamin. Ambos disputavam o título braçada a braçada. Fechando o provável pódio, na terceira colocação estava Nicholas.

Quando os cinquenta metros foram alcançados, Benjamin conseguiu ultrapassar Iago, que agora ficava cada vez mais perto de Nicholas.

As chances de uma dobradinha do Colégio Iosemite cresciam a cada segundo. Seria a segunda do dia. Poucos minutos antes, Nicholas faturou a medalha de ouro nos cem metros costas, enquanto Benjamin tinha garantido a segunda posição.

Benjamin ganhou também, além desta última, uma medalha de bronze nos cem metros livres.

Faltando vinte e cinco metros, Nicholas estava apenas a milésimos de segundos de distância de Iago. Na medida em que chegavam à borda da piscina, a torcida gritava cada vez mais alto, confiante na vitória de Benjamin e na vice-liderança de Nicholas.

O auge da gritaria foi exatamente quando Benjamin bateu na parede, e se consagrou como campeão estadual do nado borboleta. Logo após, Nicholas. A segunda dobradinha do dia tinha sido garantida.

Vários alunos da Iosemite estavam alvoroçados, felizes pela segunda vitória de Nicholas e Benjamin. Seus colegas, agora, tinham a plena certeza de que os dois eram os melhores nadadores, tanto da escola, quanto da capital. E talvez, até do estado.

Quando Nicholas e Benjamin viram que tinham conquistado as primeiras posições, se abraçaram na mesma hora. Suas raias eram vizinhas, o que facilitou o gesto.

Benjamin, por baixo da água, segurou a mão de Nicholas e olhou no fundo dos seus olhos.

 — Nós conseguimos de novo, Nicholas.

— S-sim. – O garoto, quase sem reação, respondeu ao outro.

Benjamin levou suas mãos dadas ao alto, e gritou, comemorando a vitória.

[...]

Mesmo contra a vontade de ambos os garotos, seus pais decidiram realizar uma festa de última hora para comemorar a vitória dos rapazes.

Tanto Nicholas quanto Benjamin, moram no mesmo prédio residencial, o Edifício Alvorada. Por isso, resolveram aproveitar o salão de festas e as piscinas que possuíam.

Vários quilos de carne foram comprados, refrigerantes, sucos, linguiça e até bebida alcoólica, apesar da maioria dos convidados ser menor de idade.

Enquanto a mãe de Benjamin e os pais de Nicholas iam preparando tudo no salão de festas e na área de lazer, os garotos subiram para o nono andar, que era onde morava Benjamin.

— Nick, você está bem? – Benjamin rompeu o silêncio no elevador.

— Ahm..., sim, porque?

— Não sei. Estou te achando meio triste. Como se nós estivéssemos sido massacrados hoje.

— Eu estou feliz que conseguimos vencer as duas vezes. – Sorriu – Eu só...sei lá...Meus pais andam estranhos demais ultimamente. Acho que isso está respingando em mim. Quase tiveram uma briga feia no caminho de volta sobre o que iriam comprar para o churrasco.

— Eles estão brigando?

O elevador abriu e eles caminharam em direção ao apartamento 902.

— Estão só discutindo. Ainda não estão tendo aquelas brigas sérias que um xinga o outro de todos os nomes possíveis. Mas eu notei que eles andam muito mal-humorados. Tanto comigo, quanto um com o outro.

— Tem muito tempo que isso vem acontecendo? Porque você não me contou nada?

— Umas duas semanas. E eu não te contei justamente por isso. Achei que podia ser uma coisa passageira. Tanto que no início, nem me preocupei tanto.

Assim que entraram no apartamento, foram direto para o quarto de Benjamin. Nicholas entrou primeiro. Ben entrou logo após e fechou a porta contra suas costas.

— Não sei o que está acontecendo com eles, Ben. Eles estão muito estranhos.

— Você já tentou falar com eles? Ver o motivo de tanta discussão?

— Eu pensei em perguntar alguma coisa para a minha mãe, mas sei lá. Fico com medo deles descobrirem que eu tenho notado essas brigas constantes. E também, vai que eles jogam as pedras que carregam em mim? Não quero isso pra mim.

— No instante que você ver que as coisas estiverem saindo do controle, não hesite em pedir ajuda. Seja pra mim, minha mãe, qualquer um. Só não fique sofrendo sozinho, em silêncio. - Benjamin abraçou Nicholas. - Está bem?

— Pode deixar, Nick. Você vai ser o primeiro que eu vou contatar.

— Acho bom. Seu namorado merece. - Benjamin beijou Nicholas na bochecha. Depois, deu outro beijo mais extravagante no seu pescoço.

— Merece muito. - Nicholas respondeu. Seus olhares se encontraram, e junto com eles, a vontade de ter um ao outro, de estar próximo do outro, de sentir o outro cresceu instantaneamente. 

Os dois começaram a se beijar no mesmo instante. Nick, sem perceber, prensava Benjamin contra a porta.

O choque das duas línguas trazia um infinito prazer para o casal. Benjamin se sentia cada vez mais vivo, mais alegre. Tomado pelas reações que estava sentindo em seu corpo, Ben começou a morder levemente os lábios inferiores do outro. Mordia e puxava suavemente.

Enquanto isso, as mãos de Nicholas percorriam toda a coluna do parceiro. Elas o puxavam para próximo de si. Sendo que se fosse possível, os dois teriam se fundido naquele mesmo instante.

Benjamin trocou os lábios de Nicholas pelo seu pescoço. Novamente, começou a deixar a sua marca ali mesmo. Nick puxou com leveza os cabelos da parte de trás da cabeça de Ben, e suspirava como se estivesse nadando.

Quando Benjamin terminou de chupar o pescoço de Nicholas, suas testas se tocaram. Trocaram olhares profundos e deram inúmeros selinhos.

— Quero ver como vou explicar esses chupões para o pessoal lá de baixo.

— Não há de que. – Benjamin respondeu ironicamente enquanto sorria. – Hillary e Oliver já vão saber quem foi que fez essa obra prima.

— Mas nossos pais e o resto da sala, não. – Nicholas lembrou, ainda sorrindo.

— Não se preocupa Nick. Um pouco de base e você ficará bem.

— Assim eu espero.

— Eu vou tomar banho, você vem junto? – Benjamin propôs.

— Você ainda pergunta?

Os dois seguiram em direção ao banheiro. Fecharam e trancaram a porta e começaram a se despir.

Não houve constrangimentos. Não era a primeira vez em que os dois estavam nus na frente do outro. Não mesmo.

— Este será um banho proibido para menores ou um banho angelical? – Nicholas perguntou com entusiasmo.

— Se depender disso aí, – Benjamin apontou para o meio das pernas de Nick – nosso banho vai nos levar direto pro inferno.

— Já cometi esse "pecado" muitas vezes. Uma vez a mais, uma vez a menos, não faz tanta diferença.

— Bom saber. – Sorriu.

Enquanto a água morna caía sobre os dois, seus beijos se tornaram cada vez mais intensos, assim como a excitação e o prazer de cada um.

Nicholas sentou no chão do box, de frente a Benjamin, que começou a manusear o membro do parceiro com as mãos e mais tarde com a boca.

O prazer que Nicholas sentia, o fazia se contorcer e gemer como nunca antes. Seus gemidos não eram altos, mas eram arrastados e lentos, da mesma forma que a sua respiração no momento.

Não demorou muito para que ele atingisse o ápice de prazer. Nicholas jorrou esperma por toda a sua barriga, que estava completamente suja.

Porém, mesmo sujo, Nick sabia que a diversão ainda não tinha acabado. Ainda tinha alguém que pedia todas as atenções do mundo para si. E Nicholas sabia muito bem como cuidar de tal necessidade.

Diferente de Benjamin, ele começou direto com a boca. Concentrou as investidas no topo do membro de Ben.

Benjamin não conseguia se controlar. Uma vez ou outra soltava gritos tão altos quanto o barulho que a resistência do chuveiro elétrico fazia. Enquanto utilizava a boca, Nicholas também massageava os testículos do parceiro com suas mãos.

Ele aproveitava o corpo molhado de Ben e a falta de atrito por causa da água, para percorrer sua mão por todo o corpo de Benjamin. Apertava seu peitoral, abdômen, suas coxas e até um pedaço de sua bunda.

Com tanto prazer, Benjamin atingiu seu ápice pouco depois. Respirava profundamente enquanto jorrava esperma por todo o seu corpo, da mesma forma que Nicholas.

Depois disso, os dois se olharam e tentavam trazer as suas respirações de volta ao normal.

— Vamos tomar um banho de verdade agora? – Nicholas sugeriu.

— Sim. Temos que ser rápidos, nós estamos há muito tempo aqui.

— E já gastamos muita água também.

Ambos sorriram e começaram a se limpar. Ao todo, demoraram dez minutos para se limparem de cloro, urina de piscina e entre outros líquidos. Quando saíram, se secaram e vestiram suas roupas.

— Foi uma ótima ideia deixar algumas peças de roupas minhas aqui. – Nicholas lembrou.

— Não é? Espero que esteja cuidando bem das minhas.

— Estou sim. Com todo o cuidado do mundo, Ben. Você sabe.

Nicholas abraçou Benjamin por trás e lhe deu um beijo em sua bochecha.

— Quando você acha que vamos contar pra todo mundo sobre nós? - Benjamin perguntou num tom um pouco mais sério.

— Não sei. Mas você sabe como são meus pais. Comentários homofóbicos toda semana. As vezes acho que eles fazem isso de propósito.

— Propósito? Como assim? 

— Não sei. Nessa onda de discussões dos dois eu peguei meu pai dizendo: "Ele não é aquilo. Ele é normal. Nós criamos um filho normal. Ele não tem essas coisas malucas. Faça-me o favor, Thaís." E minha mãe respondeu: "Eu sei Marcos. Mas as vezes ele fica tão grudado com aquele Benjamin, que me preocupa." - Nicholas respondeu, imitando a voz de cada um de seus pais.

— Eu não acredito que sua mãe disse uma coisa dessas. - Benjamin disse surpreso, segurando uma pequena risada irônica.

— Nem eu, Ben. E tem mais. Depois disso, eles ficaram em silêncio e meu pai completou: "Não. Não. Não. Você não se lembra daquela festa que os dois foram uns três meses atrás? Quando eles voltaram, os dois estavam mais bêbados do que nunca? E que tudo que o Nicholas conseguia dizer era que queria beijar mais uma tal de Bianca? E o Benjamin só concordava. Dizia que queria beijá-la mais também. Disse até que queria beijar uma Nicole novamente. Eles gostam de garotas, Thaís. Pare de ver coisa aonde não tem!"

— Eu não acredito! - Benjamin soltou a gargalhada e não parava mais de rir. - Meu Deus! Eles acreditaram. Eu não acredito que eles acreditaram. Benjamin riu mais.

— Nossa, nem eu. Tenho que admitir que eles foram muito imbecis em não notar a semelhança dos nomes.

— Vai ver eles realmente não querem acreditar que nós namoramos. - Benjamin completou e Nicholas concordou. - Mas o que sua mãe respondeu? - Ben perguntou curioso.

— Ah, tudo que ela fez foi ficar meio nervosa e ficar repetindo milhares de vezes: "Ainda tenho minhas desconfianças. Depois, se eles estiverem tendo um caso, não diga que eu não avisei. Nem sequer ouse a dizer isso."

— Meu Deus. Imagina a cara deles quando descobrirem que levamos um relacionamento saudável de quase seis meses?

— Vou ficar ansioso pra ver a reação de ambos, não vou negar. - Nicholas respondeu com um sorriso, mas com uma pequena preocupação dentro de si.

Ambos voltaram a trocar alguns beijos e singelas declarações.

— Vamos? - Nicholas chamou Ben. Os dois caminhavam abraçados em direção a porta. Antes de saírem do apartamento, trocaram mais alguns beijos. Segundo Benjamin, eram pra o manter vivo durante o churrasco, onde teriam que praticar uma leve abstinência.

Quando estavam se separando, ambos ouviram um estrondo que veio lá de baixo.

— Que barulho foi esse? – Benjamin perguntou.

— Não faço a mínima ideia.

Os dois foram imediatamente para a sacada da sala de estar para ver melhor o que tinha acontecido. Ao colocarem o rosto para fora do parapeito, viram no mesmo instante uma mancha vermelha próxima a piscina.

No meio da mancha, era possível ver um corpo que a este ponto já não tinha vida.

— O que é...

Benjamin foi interrompido por um borrão verde que passou à toda velocidade na frente dos rapazes, com direção ao chão.

Ao chegar lá, outro estrondo. E uma segunda mancha vermelha se espalhava pelo chão. Logo, o seu sangue começou a se misturar com o do outro que já estava lá.

Benjamin olhou para cima, desconfiado de mais alguém que estivesse prestes a pular também. Mas não conseguiu ver nada. Lá embaixo, no entanto, começou uma movimentação frenética, e uma gritaria entre as pessoas que já tinham chegado.

Nicholas não pensou duas vezes e saiu disparado para fora do apartamento.

— Nick? – Benjamin gritou, mas não obteve resposta do namorado. Decidiu então, seguir o rapaz.

Os dois desceram pelas escadas com toda a velocidade que possuíam. Nicholas não quis pegar o elevador porque é de praxe que nunca deve-se usar o equipamento em emergências, e especialmente quando não se sabe o que estava acontecendo. 

Por volta do quinto andar, eles encontraram Heloísa, uma das porteiras que trabalhava no Edifício Alvorada.

Ela se encontrava desacordada e jogada no chão. Sangue escorria de suas têmporas.

— Mas que diabos está acontecendo nesse prédio? – Benjamin bufou perplexo.

Nicholas estava perplexo. Não era capaz de dizer nada. 

— Me ajude a carregá-la. – Benjamin disse. – Não podemos deixá-la aqui.

— Ok. – Foi tudo o que Nicholas respondeu.

Nicholas ia na frente, segurando pelas pernas da moça, enquanto Benjamin seguia logo atrás, segurando por debaixo dos braços de Heloísa.

Assim o casal seguiu descendo as escadas, desta vez mais devagar, devido ao peso que ambos carregavam.

Quando chegaram no térreo, Nicholas e Ben a conduziram-na para próximo da portaria.

— Me ajudem. Tem uma ferida aqui. Me ajudem. – Benjamin gritou. Colocou Heloísa no chão, junto com Nick. Alguns homens vieram socorrer a mulher.

Nicholas foi o primeiro a deixar o local onde deixaram Heloísa. Estava indo em direção à piscina para descobrir de quem eram aqueles dois corpos que despencaram do topo do edifício. Benjamin foi logo atrás.

Quando chegaram lá, reconheceram no mesmo instante de quem eram aqueles cadáveres.

Eram os pais de Nicholas. Mortos na sua frente.


Notas Finais


Olá pessoal! Espero que gostem de minha singela história. Não se esqueçam de comentar e favoritar a história, porque claro, ajuda muito. Se tudo der certo, finalizarei essa história com muito orgulho e felicidade. Espero que possa surpreender vocês. Obrigado, e nos vemos no próximo capítulo. <3


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