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História Always - SNARRY - Capítulo 27


Escrita por: LeChatNoir_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 27 - Capítulo 27


 

A noite pareceu eterna. Havia tantas perguntas que ele queria fazer, tantas coisas que queria que Snape falasse para ele. Tanta coisa que ele ainda não entendia.

Ninguém ali falou nada durante a noite, exceto por Sebastian, que às vezes fazia uns comentários meio irônicos e humorados. Harry o achou bem humorado, mas a presença de Severus derrubava esse humor.

O homem mais velho demonstrava explicitamente não gostar do jovem de olhos azuis, o que Harry também não entendia.

Harry não sabia nem se quer quem era aquele menino, não sabia nem seu sobrenome.

Eram tantas coisas que ele preferiu ficar em silêncio também. Sua cabeça ainda doía, provavelmente um sintoma resultante de sua quase-morte, o que ele também não entendia como pôde acontecer. Como o Lorde das Trevas pôde acabar lhe dando alguma coisa no final das contas.

Mas ele não era grato por isso, não era grato por Voldemort que o fez perder tanto da vida.

Já havia se passado uma boa parte do dia e mesmo assim Snape ainda não queria sair, dizendo que não queria ter que carregar ninguém debilitado nas costas durante o caminho. O que seria, é claro, uma insinuação para Harry, que aos olhos de Snape ainda estava fraco e precisava de descanso.

Severus não disse exatamente essas palavras, em nenhum momento disse que iria esperar em preocupação com a saúde de Harry, mas no fundo o garoto sabia que o homem pensou nisso, por isso não argumentou contra, apenas assentiu e tentava se distrair para o tempo passar. Mas não há muita coisa para se fazer quando se está em uma floresta correndo risco de vida.

...

Eles já estavam andando por um longo tempo e a impressão que tiveram é de que não estavam sendo perseguidos, o que era um pouco anormal. Aparentemente os Comensais desistiram com muita facilidade. Com o ritmo já mais devagar, em com dores nas pernas, Hermione pensava em parar por um tempo, ela não estava mais aguentando ver o cansaço de todos os seus amigos.

“Vocês querem parar?” ela perguntou, quebrando o silêncio que havia se estendido desde a fuga do esconderijo do Lorde das Trevas.

“Eu ficaria bem agradecido, minhas pernas estão me matando” Rony fez uma expressão que parecia que poderia começar a chorar ali mesmo. “Será que é seguro?”

“Eu acho que sim” Draco disse.

“Será que é seguro, Mione?” Rony repetiu a pergunta, mostrando que claramente estava ignorando o Malfoy e não confiava nada nele.

Os outros observando a situação se entreolharam e Gina revirou os olhos, pela infantilidade do irmão.

“Eu não sei, acho que sim”, Hermione respondeu com um pouco de receio. Por mais que as pernas delas também estivessem a matando, o medo de algum comensal aparecer e leva-los novamente para aquele lugar era grande, ela não queria aquilo de novo.

“Vamos parar” Gina podia ver a preocupação da outra “Se alguém estivesse nos seguindo para nos capturar novamente, não esperariam tanto assim. Até os comensais estariam cansados de tanto andar o tanto que andamos”.

Hermione concordou, mas ainda não estava convencida se deveriam.

Os outros já foram sentando e se acomodando no encosto de algumas árvores, vendo a cena, Hermione não pode fazer outra coisa sem ser descansar também. O corpo dela se desmontou na grama ainda úmida e ali ela percebeu que estava ainda mais canada do que imaginara. Se não fosse por aquele momento, talvez um pouco mais para frente suas pernas não aguentariam mais. Ela se perguntava, no que é que eles tinham se metido?

“Qual é o próximo passo?” Draco fez a pergunta que todos estavam tentando ao máximo evitar. Ele percebeu que olharam para ele estranhamente e como resposta enrugou os músculos faciais, fazendo uma careta “O que foi? Nós temos que pensar no que fazer agora, não dá pra fingir que está tudo certo. Até agora tem sido tudo uma desgraça, tudo deu errado”.

“Que animador, Malfoy” Neville comentou.

“É apenas a verdade, qual é o próximo passo?” repetiu, enquanto tentava encontrar um jeito mais confortável de encaixar suas costas no tronco da árvore torta que sobrou pra ele.

“Draco está certo” Hermione disse com a voz baixa “Infelizmente, mas é realmente verdade. Foi tudo um desastre, pensamos que ia ser fácil, que iríamos encontrar o Harry, combater o novo Lorde. Por Mérlin, não sei nem o que estávamos pensando”.

“Mione, o que você quer dizer com isso?” Rony perguntou.

“Você está dizendo que devemos desistir?” Agora foi a hora de Simas se pronunciar. Ele, Dino e a Luna andavam mais quietos, não interagiam com o resto do grupo, estavam sempre andando juntos e sussurrando baixo entre si, não foi a primeira vez que Hermione havia percebido isso.

“Não, eu acho que não. Quer dizer, nós não sabemos onde Harry está, e sinceramente,” ela apontou ao seu redor em uma ação desesperançosa “eu não sei nem onde nós estamos”.

“Estamos na Floresta Vermelha” Draco disse, mostrando estar falando sério e já desistindo de encontrar uma maneira menos dolorosa de apoiar suas costas na árvore. “Eu conheço aqui, já passei por esse caminho várias vezes.”

“Esqueci que temos um comensal entre nós” Rony comentou.

Hermione apenas lhe lançou um olhar um pouco repreendedor, a situação já estava difícil, ela não precisava do Rony dificultando mais ainda.

“Nós precisamos de um plano, precisamos fazer algo.” Gina disse com a voz um pouco alterada, talvez também por estar cansada da situação. “Estamos sendo mais inúteis do que se tivéssemos ficado no castelo, pelo menos não teríamos quase morrido”

“Parece que agora alguém começou a me entender, nem acredito que foi você, Weasley mais nova” Draco disse, e tudo o que Gina fez foi revirar os olhos novamente, concluindo que garotos só serviam para contrariar, talvez o mundo seria um lugar melhor se não existissem garotos irritantes como o Malfoy “Eu tenho um plano. Na verdade, não um plano, mas um modo de deixar as coisas menos piores”

“Estamos ouvindo” Hermione disse.

“Vocês vão realmente cair nessa de novo? Seguir mais uma vez os planos do incrível Malfoy?” Ronald olhava para irmã, tentando ter no mínimo o apoio dela “Ele não é confiável, ele não deveria nem estar aqui” fechou o rosto, com raiva.

“Ronald Weasley, vamos ouvir e depois concluir o que vamos fazer. O que está acontecendo com você?” A menina perguntou, sem entender o comportamento do ruivo. Ao olhar um pouco mais ao lado, ela se deparou com o Neville entortando levemente os lábios, formando um sorriso.

Ele percebeu que Hermione estava olhando para ela, e de modo silencioso lhe falou uma única palavra que a faria entender a infantilidade e  implicância de seu ex-namorado.

Beijo.

Neville quis dizer beijo.

Então todos eles sabiam que ela e Draco haviam se beijado, e era esse o motivo por Rony ter ficado com tanta raiva e implicante assim. Fazia sentido.

E ela não sabia o que fazer, apenas estava sentindo o sangue subindo na sua cabeça. Não conseguia dizer o que era pior, a vergonha, ou a situação. As coisas ficavam cada vez piores, ela não estava mais conseguindo lidar com tudo isso, não.

“Não está acontecendo nada” ele disse, cortando o assunto.

Hermione olhou para o Malfoy, que percebeu o que aconteceu e o quanto deixou a menina sem graça. Por um breve momento ele pensou em atacar o Weasley, dizendo que ele não tinha nada a ver com o que Hermione fizesse ou deixasse de fazer, já que ele que começou com a situação, mas ele estaria dispersando o assunto. Por fim, concluiu apenas compartilhar o que havia pensado.

“Então, continuando” ele pigarreou “Eu acho que devemos no separar”.

“Nos separar? Você está louco? Não, não mesmo”.

“Antes que você continue me criticando, Weasley, eu quero que você aprenda a escutar, pelo menos uma vez na sua vida.” Disse secamente com o tom de voz mais elevado, estava cansado daquela infantilidade já “O que eu quero dizer é que tem muita gente aqui. Estamos com a guarda baixa e muito mais vulneráveis em vez de estarmos mais protegidos pela quantidade. Não está sendo vantajoso, estamos correndo perigo e arriscando muito de uma vez só”.

“Então o que você está sugerindo?” Neville perguntou de modo sultil, mas internamente estava concordando completamente com o Malfoy, só não demonstrou para não magoar Rony. Ele não podia negar que os mesmos pensamentos já haviam passado pela sua cabeça anteriormente.

“Sugiro que vão embora, simples assim, voltem para o castelo. Por mais que eu odeie a ideia, acredito que apenas eu, a Granger e o Weasley devemos ficar aqui.” Disse enquanto encolhia os ombros. Ele parou um pouco e pensou se deveria continuar “Nós que ficarmos aqui, voltamos para o esconderijo e esperamos o Potter aparecer, já que esse é o objetivo dele. Uma hora vamos acabar achando ele. E o resto de vocês nos ajudam ficando seguros”.

“Então está dizendo que não somos nada além de uma bagagem, atrapalhando?” Simas se ofendeu.

“Eu poderia dizer que sim, mas não” Draco respondeu “Vocês são importantes e por isso não quero” ele pigarreou “nós não queremos que ninguém morra aqui à toa. Nós três vamos conseguir lidar com a situação.” Ele se levantou “Mas se quiserem ficar aqui e morrer, aí sim como um bando de inúteis, eu não vejo problema nenhum”.

Todos ficaram em silêncio, ninguém ousou a contrariar Draco que parecia estar com uma ondulação de humor. E também, ninguém sabia se haviam gostado da ideia ou não.

“Bom, eu não sei” Hermione se remexeu, encolhendo e esticando suas pernas “Acho que todos devemos dar a opinião e pensar bem nesse plano. Não acho ele ruim, na verdade é até uma boa saída” Ela evitava o contato visual com o menino loiro “O que vocês acham?”

“Eu não sei” Rony disse.

“Por mais que eu ache que é muito arriscado deixar apenas vocês aqui” Neville disse “eu concordo com o Malfoy. Acho que nós deveríamos ir. Não sabemos o que está acontecendo no castelo, as coisas podem estar se espalhando, pode estar um caos lá também e estamos presos aqui sem saber de nada. Nós podemos ajudar lá.”

Ele viu que alguns haviam concordado com ele. Apenas Rony que no fundo estava concordando com Malfoy também, mas nunca admitiria isso. Neville sabia que ele estava em silêncio para não ter que assumir isso, por isso não pediu uma resposta do amigo.

Simas, Dino e Luna se entreolharam e ela encolheu os ombros. Eles também estavam cansados, e por mais que se importavam imensamente com Potter, eles queriam voltar para o castelo. Se sentiam egoístas, mas como Neville falou, eles podiam ajudar lá, e estavam dispostos a isso.

De maneira unânime os três assentiram a cabeça para Neville e Malfoy, estavam de acordo com aquilo.

Gina não queria deixar o irmão, e muito menos Hermione entre os dois meninos, mas a vontade da maioria era voltar para o castelo, e ela não possuía contra argumentos para aquilo. Realmente seria bom.

“Vamos voltar então” Ela disse com mais determinação do que realmente sentia no momento.

De maneira muito rápida, enquanto ainda se preparavam para voltar a caminhada, Draco já estava explicando para Neville como sair daquele lugar com segurança e rápido. Se nada desse errado, dentro de algumas horas já estariam fora dali e poderiam aparatar aos arredores de Hogwarts novamente. “Não se esqueça que aqui é atemporal. Não está sincronizado com o tempo lá de fora, pode ser que escureça muito rápido ou que nem mesmo tenha noite. Fique atento e aproveite o máximo da claridade que você puder”.

Infelizmente eles não possuíam nada que os pudesse ajudar a comunicarem entre si, nada funcionava dentro daquela maldita floresta. Teriam que confiar uns nos outros e acreditar que todos ficariam bem no final. O jeito era acreditar.

Neville prometeu proteger todos com sua vida nessa nova etapa do caminho, e todos sabiam que ele falava sério. Mas sabiam também que ele queria sentir fazendo um ato heroico, com todo o drama, risco de vida e discursos. Aquilo alegrou um pouco o momento antes de voltar a ficar tenso novamente.  

Todos se abraçaram em despedida, exceto por Draco, que ficou observando a cena de fora. No final, Neville veio e o deu um aperto de mão, como gesto de confiança.

“Vai dar tudo certo” disse ele. “Fico grato por estar aqui, Malfoy. Até mais”.

Draco assentiu e o respondeu com um sorriso.

Eles partiram e Hermione sentia um aperto no peito por estar se separando dos amigos. Tudo ficaria muito mais solitário agora.

E ela já estava sentindo essa solidão imediatamente.

“Temos coisas para arrumar e dormir dentro, não temos?” Rony perguntou, lembrando que não faltavam muitas horas para começar a escurecer.

“Essas coisas se chamam barracas, Weasley” Draco respondeu “Vamos montar apenas uma. Acho que dá para nós três”.

“Sim, realmente. É o suficiente” a menina respondeu já revirando suas coisas para se arrumarem “Vamos começar”.


Notas Finais


Até mais!


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