História Always By Your Side - A turbulent day in Pickering

Graças à Deus já era sexta-feira, acordei quase quarenta minutos antes do horário toda dolorida por ter dormido em cima dos livros e arrumei tudo na minha mochila rapidinho, lembrando que tinha que falar com Ben sobre alguém para me ajudar em Biologia. Ben é muito complicado de entender, acreditem eu já pedi ajuda pra todas as pessoas possíveis e ninguém soube me ajudar, talvez porque eu é quem complico a matéria, mas o que eu posso fazer? Biologia realmente não entra na minha cabeça. Tomei meu banho calmamente enquanto escutava minha playlist “Shower”, sim eu tenho uma playlist pra tomar banho, aliás eu tenho uma para cada coisa que eu faço, pra cozinhar, correr, academia, pra estudar, — acreditem realmente ajuda na hora da prova porque eu lembro das músicas e começo a lembrar o que eu estava fazendo por último quando escutei-as — e etc.

Me arrumei rápido, pus uma roupa simples, uma calça jeans preta, uma blusa com o logo da Adidas, um moletom vinho por cima e meus tênis branco, ainda faltavam dez minutos pro ônibus passar no ponto. Cheguei na cozinha e todo mundo já estava sentado e comendo, Dona Amélia e Gregory foram os primeiros a me ver já que estavam virados pra porta.

— Olha quem acordou no horário hoje! — Gregory disse e todo mundo automaticamente virou e fizeram cara de surpresa

—Nossa, que ridículos. — balancei a cabeça e ri, eu já estou aqui há dois meses e eu simplesmente adoro eles, parece que eu conheço todos eles há muito tempo. — Bom dia, Dona Amélia! — sorri e dei um beijo em sua bochecha

— Bom dia, minha filha! Dormiu bem? — disse sorrindo

— Sonhou com o Niall de novo ou ele te deixou na mão? — Emma fez uma cara maliciosa e riu

— Sim, dormi, Dona Amélia. E cala a boca Emma. — dei o dedo pra ela enquanto Dona Amélia se virava pra pegar alguma coisa

— Aqui, Alicia! Deixei seu misto quente pronto já, achei que você ia se atrasar e é só pegar o que você quiser, suco, chá ou café — Dona Amélia proferiu enquanto me indicava o prato com o misto quente

— Meu deus, já falei o quanto eu amo você hoje, Dona Amélia? Por que eu realmente amo! — sorri e abracei ela, Dona Amélia me lembra muito a minha avó, por isso eu gosto tanto dela, ela é muito querida, ela passa esse sentimento de casa sabe?

— Bobinha, vá comer antes que se atrase! — dito isso ela sumiu pela casa e não demorou muito para os meus queridos amigos começarem a pegação de pé.

— Niall não quis te beijar hoje, Alicia? — Aysha proferiu rindo e cutucando Julie

— Vai pro inferno, garota! — mostrei a língua pra ela, bem madura essa atitude, eu sei

— Ah, qual é, será que ele estava ocupado com outra? — todos eles estavam rindo, otários

Depois de muita zoação, subi e escovei meus dentes, como já tinha deixado minhas coisas em cima do sofá, desci e passei na sala enquanto todos me esperavam na porta e fomos em direção ao ponto.

Sempre que pegamos o ônibus ninguém nos aguenta porque cantamos á todo pulmão, gritamos e proferimos xingamentos uns aos outros, somos bem crianças mesmo não tem jeito, mas eu não trocava isso por nada, eu passava muita vergonha mas eu não ligava eu só sabia rir. Após muitas risadas chegamos na escola cinco minutos antes de bater, ainda bem.

Após as três aulas mais chatas impossíveis, vulgo, dois períodos de história e um de álgebra, fomos liberados pro almoço. Meus amigos e eu nos encontramos no portão e fomos em uma lanchonete a 1 quadra da escola, como sempre, estava lotado mas não que nem da última vez, conseguimos comer calmamente e voltar pra escola sem maiores complicações. Lembrei que tinha que falar com Bem.

— Ben, eu preciso falar com você, urgente — disse o olhando com uma carinha de cachorro quando apronta

— O que foi, Ali? — disse ele me olhando com uma careta, talvez se perguntando o que eu tinha aprontado

— Eu preciso muito da sua ajuda!!! Você conhece alguém que possa me ajudar com Biologia? A senhora Smith vai fazer uma prova logo e eu não sei nada, ela disse que se eu for mal eu vou ficar com um zero bem redondo e as chances de rodar no final só aumentam — proferi desesperada e eu realmente estava, eu não queria ter que repetir tudo de novo, de jeito nenhum

— Eu tenho Biologia hoje, eu posso ver alguma coisa para você, Ali, mas nada certo. — disse pensativo

— Eu pago, pelo amor de deus, eu faço qualquer coisa! — eu disse quase caindo de joelho no chão, era uma cena engraçada, muitas pessoas passavam e ficavam olhando outras não estavam nem aí

— Levanta, Alicia! — ele não se aguentou e começou a rir, dei um soco de leve em seu braço — Eu vou falar com a professora e ver qual é o melhor aluno, eu vou tentar, eu juro! — ele me prometeu e eu realmente acredito que ele ia tentar, Ben é tipo de pessoa que ajuda todo mundo sempre, se você tem alguma dificuldade ou precisa de uma mãozinha em alguma coisa, ele é a pessoa certa pra se pedir

— Obrigado, Ben! Você é o melhor!  — ri e dei um beijo na sua bochecha e o abracei bem forte, ele apenas riu e balançou a cabeça

A aula da Senhora Marshall, passa rápido, ainda bem porque literatura não é muito comigo e eu quero ir logo para casa, afinal que não quer¿ Logo após bater o sinal para o quinto período, eu passo na sala da minha professora de Biologia, pelo jeito o período anterior tinha sido seu último porque ela já estava arrumando suas coisas.

— Com licença, senhora Smith  — disse batendo na porta e ela se virou assustada

— Você quase me matou de susto, senhorita Morgan. Entre! — disse com a mão sobre o coração

— Me desculpe — ela fez um sinal com a mão acho que queria dizer para eu não me preocupar — Eu queria saber se a senhora não sabe de ninguém que possa me ajudar com Biologia, eu realmente não entendo e preciso de toda ajuda possível.  — fiz uma cara triste

— Eu não consigo pensar em ninguém agora — fiz um cara de derrotada e pus a mão na cabeça e disse “obrigado então”. Acho que ela se sentiu meio culpada, ela comprimiu os lábios e suspirou enquanto dizia — Eu posso olhar aqui, espere só um segundo. — sorri e esperei pacientemente — Tem um menino chamado Aaron Carpenter, ele é do segundo ano. — sem me ligar pulei e dei um abraço nela e proferi vários “obrigada” — De nada, senhorita Morgan, agora vê se estuda viu! — apenas balancei a cabeça e me perguntei porque eu nao tinha feito aquilo antes e sai correndo pra minha aula de Culinária.

A porta já estava fechada, — murmurei “droga” — bati na porta e o Senhor Miller abriu.

— Senhorita Morgan, está atrasada! — disse com uma cara de bravo, ele odiava ser interrompido

— Mil desculpas mas eu precisava falar com a Professora Smith — proferi com uma cara de culpada, Senhor Miller tinha essa cara de bravo, mas a aula dele era a mais divertida de todas, ele é bem interativo e conversa com todo mundo, ele fala bem a nossa língua, a língua dos jovens ele entende a gente, mas ele também é um pouco rígido.

— Tudo certo, Senhorita Alicia, pode entrar — ele sorriu e abriu mais a porta me deixando entrar, entrei de cabeça baixa enquanto sentia o olhar de todo mundo em cima de mim me sentei na última bancada livre do lado de um menino, ele era um dos mais populares da escola, todo mundo amava ele, já eu, nunca falei com ele só vejo ele as vezes andando pelo corredor, mas não poderia negar que ele é lindo, se não estiver enganada ele é do terceiro ano.

A aula foi bem tranquila tivemos que fazer grupos de 4 pessoas e montar um bolo com o tema Super-heróis, só para decidirmos foi quase 15 minutos, Cameron — o menino que sentava comigo na bancada — queria o homem aranha, Clarisse gostava da Mulher Maravilha e Megan queria o Capitão América, já eu gostava de todos eu não sabia escolher, então eu dei a ideia de fazer de todos esses, três camadas e cada um deles com representações desses super-heróis, como eu não tinha escolhido nenhum resolvi ajudar Cameron que parecia ter mais dificuldade dentre os três. Passou bem rápido o tempo e logo tivemos que parar, o nosso modéstia parte tinha ficado bem bonito. O Homem Aranha era a última camada de cima pra baixo, o Capitão América a segunda e a Mulher Maravilha foi a primeira e em cima nós havíamos colocado uma escultura da mulher maravilha com o escudo do Capitão América e no uniforme dela continha o símbolo do homem aranha. Eu particularmente gostei bastante. Mas o bolo dos outros grupos tinham ficado muito bonitos também, eu amei o do Batman, ficou muito bom. Guardamos os bolos na geladeira que continha no fundo da sala e logo saímos assim que o sinal bateu.  

Mais um período e finalmente casa.

— Alicia, espera! — me virei na direção do som e logo vi Ben caminhando rápido, caso vocês não saibam, nós temos um pouco mais de cinco minutos pra trocar de salas e muitas delas são longe uma da outra

— Calma, respira! — disse rindo e tentando acalmar ele ao mesmo tempo

— O nome do garoto é Aaron Carpenter — disse já mais contido

— eu falei com a senhora Smith e ela disse o mesmo nome, eu só não sei onde encontrar ele! — disse pensativa

— Eu acho que agora ele tem aula de basquete pelo menos eu vi ele indo pro ginásio — ele divagou olhando para a direção do ginásio

— Eu tenho Inglês agora, droga! — que se dane, a senhora Hawk que me perdoe mas eu preciso muito

— você quem sabe, Ali, preciso ir! — disse se virando e me dando tchau

Tomei uma decisão rápida e fui em direção ao ginásio, logo vi em torno de 25 garotos jogando basquete, e agora quem é o tal de Aaron¿

— Alicia, você por aqui! — Me assustei com a voz e dei um pulo, logo virei e vi que era Gregory

— Vai se ferrar, Gregory! — disse ainda me recompondo do susto com a mão no coração

— Ah, foi muito engraçado vai! — ele debochou da minha cara — O que você ‘tá fazendo aqui, Ali?

— Você conhece alguém chamado Aaron? — É claro que ele conhece né, Alicia

— Hum, tá de rolo é? — proferiu com uma cara maliciosa e triste ao mesmo tempo (?)

— Você me irrita, eu preciso dele pra me ajudar em biologia — disse dando um soquinho em seu braço

— Aulas particulares na pensão ou na casa dele? — eu vou matar esse garoto

— Cala a boca, Gregory, só chama o menino logo, chatice — disse me fingindo de brava enquanto ele ainda ria e corria pro centro de quadra — CARPENTER! — ele literalmente gritou pra todo mundo ouvir

— Hey, bro — todo mundo parou o treino pra cumprimentar o Gregory e mais dois meninos que tinham chegado — O que foi? — disse fazendo uma cara confusa

Sim, eu estava fazendo leitura de lábios mas nem tanto por que esses meninos falam muito alto, sério.

— Alicia, minha amiga precisa de ajuda, vai lá falar com ela, eu cubro você aqui no jogo — aaron só sacudiu a cabeça e jogou a bola que até então estava debaixo de seu ombro nas mãos de Gregory que logo saiu jogando

— Você deve ser o Aaron, né? — disse bem baixinho, olhando ele e logo corando, como eu já disse sou muito tímida e não sei conversar direito com as pessoas por causa disto. O pessoal da pensão cansou até conseguir fazer eu me sentir confortável e conversar.

— Sim, e você Alicia, certo¿ — disse rindo enquanto eu só sacudia a minha cabeça em sinal de “sim”

— Isso. Eu preciso de ajuda, urgente em Biologia. A professora Smith disse que você é um bom aluno e pode me ajudar — disse já começando a fazer a minha melhor cara de triste

— Olha, eu não sei....

— Eu pago, pelo amor de deus, eu realmente preciso de ajuda — proferi fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança, igual eu tinha feito com Ben

— Tudo bem — suspirou — mas vamos ter que conciliar os horários por que eu tenho treino de basquete a tarde toda praticamente

— Certo, você pode... hum... me passar seu número de celular pra gente poder se falar depois? — disse logo ficando vermelha igual tomate, Aaaron prontamente concordou e me passou — obrigada de verdade e depois eu te chamo. — Aaron me deu tchau e eu segui pra minha aula de inglês. Eu já estava quase quinze minutos atrasada. Senhora Hawk ia me matar, eu já estava vendo. Bati na porta e abri, não tinha ninguém, estranhei. O que será que aconteceu¿ Fechei a porta novamente e o faxineiro que estava ali perto me disse que a professora estava doente e mandaram os alunos embora mais cedo. Quase pulei de felicidade. Mandei uma mensagem para Emma avisando que já estava indo embora. Passei na direção pra avisar e fui embora a pé mesmo, não era tão longe.

No caminho passei em um mercado e comprei uma garrafa d’água e um croissant para eu comer, estava morrendo de fome. Logo cheguei em casa, troquei de roupa e já coloquei meu celular pra tocar minha playlist de “arrumar a casa”, Dona Amélia era uma pessoa só pra limpar a casa inteira e ela já tinha uma certa idade, então eu sempre ajudava quando podia. Comecei pelo meu quarto, colocando as roupas no lugar e outras pra lavar, tirei o pó e reorganizei algumas coisas, como meus livros e CD’s. Passei pra cozinha que ainda tinha louça esperando para ser lavada, sequei e guardei. Passei um pano também e quando ia passar pra sala o pessoal foi chegando e já mandei todo mundo limpar os quartos. Aysha me ajudou a limpar a sala por que era muito grande e tinha pó em tudo que era lugar e estava uma bagunça. Dona Amélia tinha saído pra comprar comida, eu acho e ainda não tinha voltado. Então fiz uma coisa simples para todo mundo comer: Massa. Eu comi e disse pra algum deles lavar a louça menos Aysha já que ela tinha me ajudado um pouco e subi pra tomar banho. Coloquei uma roupa de ficar em casa já que não pretendia sair e só eram duas e meia da tarde. Sim, nosso último período acabava as 13h50, Gregory e Aysha eram os únicos que as vezes ficavam até mais tarde por que Gregory tinha treino de basquete e Aysha de ginástica. Me deitei e lembrei que tinha que mandar mensagem para Aaron.

Eu escrevia e apagava tudo de novo. Qual é, Alicia. Eu tinha medo de dizer qualquer coisa errada ou de chamar e ele estar ocupado.

“Qual seria o melhor dia pra você me ajudar com Biologia¿

                                                     Xx Alicia”

Enviei. Agora é só esperar. Fiquei olhando pra tela do celular apagada e acabei cansando e pegando um livro pra ler, “o sol é para todos”. Muito bom, recomendo. Peguei no sono na metade do livro e acordei com o celular vibrando ás quatro horas.

“Terça e quinta eu tenho treino de basquete. Nos outros dias eu só posso te ajudar até as quatro.”

O que ele fazia pra poder me ajudar até as quatro, fiquei pensando, mas afinal nem me interessava.

“Pode ser na segunda ás duas e meia¿” Enviei e fiquei cantarolando uma música qualquer esperando pela resposta que veio em seguida.

“Claro. Na minha casa ou na sua¿” automaticamente corei, que droga! Ainda bem que ele não podia me ver.

“Na sua, é okay¿” eu me odeio. Se os meninos e até mesmo as meninas vissem Aaron aqui elas iam me zoar a vida inteira por isso.

“Sem problemas. Segunda as duas e meia na minha casa. Eu te passo o endereço depois.” Assenti mesmo sem ele poder ver e enviei um simples “Okay. Obrigado.”

Levantei e me deu uma vontade de fazer bolo, saí batendo em todas as portas do corredor e chamei todos os meus queridos amigos pra fazer bolo. O único que estava em casa era Gregory, Julie e Emma foram no shopping, Ben estava com algum amigo e Aysha tinha saído pra algum lugar, acredito eu que para o parque que tem ali perto, e Dona Amélia segundo Gregory estava na casa da vizinha e ele não tinha nada pra fazer então aceitou na boa.

Peguei todos os ingredientes, coloquei na mesa e peguei os utensílios. Gregory olhava confuso para todas as coisas enquanto eu ia instruindo à ele o que fazer.  Até que ele se irritou e tocou farinha em mim. Joguei mais nele, bem crianças mesmo.

— Por quê você nunca quis ficar comigo, Alicia? — eu o olhei fazendo cara de confusão achando que ele estava fazendo uma brincadeira então apenas ri — Vai dizer que você nunca notou as olhadas que eu te dava ou as cantadas? — ele balançou a cabeça em negação — desde a primeira vez que eu te vi já te quis e você nunca me deu moral — percebi o tom de voz mudar enquanto ele falava, ele parecia com raiva (¿), eu não sabia o que fazer até sentir meu corpo ser prensado contra a porta do armário e eu não conseguir me mexer e Gregory se aproximar cada vez mais, me machucando, parecia que ele queria me fundir com ele, não havia mais nenhum espaço, eu conseguia sentir a respiração dele e eu não conseguia me soltar por mais força que eu fizesse até que ele me beijou... Eu. Não. Acredito. MEU DEUS. Eu tentava empurrar ele a qualquer custo e tudo que ele fazia era me aproximar mais. Até que eu consegui me desvencilhar dele com um chute em seu pênis. E corri, mas no meio do caminho me deparei com alguém e ambos caímos no chão, olhei pra ver quem era e eu não acreditava nisso, não. Julie. Ela chorava mas sem fazer barulho algum, ela apenas se levantou e me olhou com uma cara de nojo e em poucos segundos ela já tinha saído correndo pro seu quarto. Eu desabei a chorar, eu não queria que isso tivesse acontecido, eu nunca quis ficar com Gregory. NUNCA. Eu olhei com repulsa pra Gregory que tinha um sorriso no canto dos lábios. Emma também me olhava estranha, eu não acredito que a pessoa mais próxima de mim realmente acha que eu quis fazer isso. Se algum dia já falei que nada poderia ser pior eu retiro, essa foi a pior coisa da minha vida. Sempre pode ficar pior. Subi e tentei me explicar pra Julie, dava para escutar os gritos dela do lado de fora do quarto. Bati na porta e abri, uma almofada voou na minha direção e um “SAI DAQUI” na voz chorosa da minha amiga. Eu tentei de todas as formas me explicar, mas ela simplesmente não deixava. Ela tocava coisas que eu nem sabia o que eram em minha direção. Eu não sabia mais o que fazer. Eu entrei no meu quarto, eu não poderia mais ficar ali, eu não conseguiria mais olhar pra cara de ninguém, não depois do olhar que Emma me deus, mas onde ficaria? Peguei um papel e escrevi umas palavras para Julie me desculpando, peguei meu celular e pus um roupa mais quentinha, enfiei o bilhete por debaixo da porta de Julie e saí sem rumo. Já eram oito horas e estava escuro, eu caminhei pro melhor lugar daqui, o parque. Tava escuro não havia ninguém ali. Sentei em um banco, dobrei minhas pernas e pus minha cabeça em meus braços enquanto chorava desamparadamente. Eu pensava em tudo. Como vou me desculpar com Julie? Como vou matar Gregory? E Emma, Porque ele me deu aquele olhar? Onde eu vou ficar agora? Eram tantas as minhas duvidas e nenhuma provavelmente seria sanada. Minutos talvez horas depois eu vejo alguém sentar do meu lado, me assustei.

— Eu não vou te assaltar e muito menos te matar. — disse a pessoa até então desconhecida por mim

— quem é você? E o que você esta fazendo aqui? — disse amedrontada

— Eu não vou machucar você, no dia em que eu conseguir matar uma formiguinha se quer eu te aviso. — fez uma brincadeirinha e riu nasalado, ele tinha um ar de quem estava triste, não sei por que — Meu nome é Shawn Mendes. E eu briguei com os meus amigos. — suspirou

— O que houve? — proferi realmente interessada

— Enquanto eu dormia meu amigo Matthew me deu um tapa com a mão cheia de chantilly — dei uma risadinha, deve ter sido engraçado — E Jack comeu meu muffin, eu queria tanto aquele muffin e ele devorou tudo, na minha frente, sem pensar duas vezes. Então eu fiquei bravo e simplesmente saí

Eu comecei a rir, eu não sabia se ficava brava por ser um motivo estúpido ou ria por que foi engraçado — Você ama comer, pelo visto — balancei a cabeça negativamente enquanto ele riu e concordou com a cabeça

— Ei, você ainda não me disse seu nome — disse me olhando acusador

— Alicia Morgan. Pode me chamar de Ali ou do que você preferir — dei de ombros, realmente não me importava

— O que você faz aqui á essa hora da noite visivelmente chorando? — proferiu com certa cautela

Quando dei por mim eu já havia contado tudo pra ele, um cara que eu mal conhecia mas que me parecia ser legal.

— Mentira que ele fez isso! — ele estava furioso — ele merece uma bela surra — a mão dele se encontrava fechada e ele estava com o rosto visivelmente vermelho apenas ri de sua fofura

— Deixa isso pra lá, Shawn — disse enquanto olhava pra ele com um sorriso

— Vamos dar uma volta e você me conta mais sobre você, o que acha? — disse pronto pra se levantar e me esticando a mão com um sorriso que eu não pude dizer não.