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História Amaldiçoado - Capítulo um: Não há lugar como o lar.


Escrita por: AliceDracno

Notas do Autor


Queria agradecer a todos que comentaram no primeiro capítulo. Obrigada de todo coração, seus lindos e lindas! ♥
Toda sexta-feira eu devo postar, o mais tarda no sábado (depende muito do colégio) e tal.
Bom, aí está o capítulo da semana, beijos!

Capítulo 2 - Capítulo um: Não há lugar como o lar.


Não há lugar como o lar. Quem disse isso realmente estava certo. Nunca havia sentido falta de casa, porque nunca teve realmente uma casa, mas dava para entender depois de tanto tempo longe de sua mãe, principalmente, a falta que o lar fazia. Para muitos, lar era uma construção, uma casa, para Draco era uma pessoa, sua mãe. Jamais encontrou um lugar mais aconchegante e que passasse tanta confiança ou proteção quanto os braços de sua mãe.

Ele tinha acabado de chegar e segundo um elfo, Narcisa estava no banho. Estava na sala e observava o céu noturno: a lua amarela evidenciava o azul profundo do céu, nuvens carregadas cercavam a lua como leões cercam uma zebra na savana.

A luz da lua, champanhe irradiando um tom caramelado, deixava as estrelas prateadas mais belas, estrelas salpicadas no céu como as leves sardas do rosto de sua mãe. A fumaça acre da lareira da sala saia e ele podia vê-la, branca e etérea no céu, chegando a orla da floresta escura e silenciosa.

—Querido? —Narcisa o chamou. Virou-se para ela e viu a mulher mais importante de sua vida. A beleza aristocrática destacada pelo vestido negro de veludo, os cabelos presos por uma fita de cetim negra, os fios cor-de-palha emolduravam o rosto belo. Os olhos cristalinos brilhavam a luz bruxuleante da lareira vermelha.

—Mamãe —a abraçou como se não a visse há séculos. Os braços fortes dele circundaram com facilidade o corpo magro e delicado. Aspirou o cheiro almiscarado da mãe, como sentiu falta dela.

—Meu menino —murmurou. —Meu pequeno bebê —beijou toda a face dele. —Senti tanto a sua falta —beijou o nariz dele, como passou a fazer depois que ele ficou mais alto que ela, e voltou a abraça-lo. —Fiquei tão preocupada com você, Draco!

—Eu também senti sua falta, mamãe —apertou mais contra seu corpo. —Como a senhora está? —Se soltou dela para perguntar.

—Eu estou bem, querido. O importante é como você está —tocou o rosto dele e o segurou com as duas pequenas mãos. —Cheio de olheiras e pálido como um cadáver... e olha essa magreza! —Chamou a atenção dele, olhou para a elfa no canto da sala e ordenou, com uma graça e delicadeza tão afáveis que fazia a ordem parecer um pedido: —Traga um lanche reforçado para Draco, Imy.

—Sim, senhora! —O costumeiro som de aparatação soou.

—Mãe, eu cheguei do tribunal agora, tudo que quero é um banho e dormir, não durmo há quase uma semana, quando os primeiros julgamentos aconteceram —ele também enlaçou os dedos no rosto dela, acariciando as leves sardas do rosto dela.

—Por isso mesmo —brigou. —Vai tomar um banho, comer e ir dormir, respectivamente nessa ordem! Então suba para seu quarto agora e tome um bom banho quente, menino. Agora, sim? —Mais uma vez, o tom afável que fazia as ordens soarem como o mais delicado pedido.

—Tudo bem —suspirou dando o famoso e costumeiro sorriso de lado. Fez o que lhe foi mandado. Subiu ao seu quarto, em tons pasteis de verde e negro, e foi direto ao banheiro.

Num floreio da varinha, a banheira se encheu d’água. A água quente soltava um vapor carinhoso, atrativo. Deixou a roupa cair, o terno negro caiu pesado contra o chão, usou-o o dia inteiro e sentiu tirando uma couraça, tirando uma pesada armadura que usou para se defender dos olhares de ódio dos outros do mundo bruxo.

Nu, entrou na água lotada de sais de banho e espuma. Relaxou o corpo, tentando não pensar em nada que pudesse tencionar seu corpo e preocupar sua mente. Apoiou a cabeça na parede ladrilhada de branco e suspirou novamente, um hábito que ganhou a pouco tempo.

Não pode deixar de pensar em Hermione. Era estranho o trio de ouro comparecer a seu julgamento e ainda por cima testemunhar a favor dele. Com certeza, coisa do cérebro do grupo. O testemunho de ambos os três foi de vital ajuda a defesa de Draco, provavelmente estaria preso se o trio não tivesse afirmado veemente que ele tentara negar a identidade dos três e se aliar, mesmo que de última hora, ao lado certo salvando Fred Weasley de morrer. Bem como salvou a vida, por assim dizer, de Remo. O comensal que iria mata-lo se virou de última hora para matar Draco, o que salvou a vida do lobisomem.

O mais importante não eram os detalhes da soltura de Draco ou da guerra. O mais importante era se certificar de que sua mãe estava bem, de que ela ficaria bem quando ele voltasse a Hogwarts.

Naquele momento, entretanto, aproveitava o banho espumante. Estava tão cansado por bolar sua defesa desde o começo dos indiciamentos, há cerca de seis meses (quando a guerra terminou e a caça aos comensais remanescentes deu-se início) e principalmente por ter passado as noites antecedentes a seu julgamento em claro, que apagou.

Sua mente correu até a tarde onde a guerra terminou, quando o Lorde caiu. Sua perseguição a Daphne e Astória, a morte de Astória e a maldição. Palavra por palavra de Daphne soou em sua mente. Começaram sussurradas, tão baixas que poderiam ser ignoradas, como foram. O sonho começou tranquilo e assim permaneceu por um tempo.

(...)

Narcisa fazia questão de subir com a bandeja de comida de seu filho. Estava flutuava a sua frente, abriu a porta e repousou a bandeja na mesinha de cabeceira direita num mesmo floreio. Caminhou até a janela e observou a lua, o mesmo show champanhe e caramelo.

Sem sentido algum, começou a sentir um peso no seu coração. Uma falta de ar, como se uma mão apertasse sua garganta. Uma voz feminina e maldosa foi ouvida na mente dela.

O que começou como um sussurro na mente de Narcisa e Draco, agora era uma gritaria insana na mente dos dois. Draco não acordava e Narcisa caiu no chão com a mão no coração.

“—Eu te amaldiçoo, Malfoy! Toda mulher que te amar e que você amar de volta, morrerá tragicamente. Elas sofrerão, como minha irmã sofreu, e você vai sentir a dor do amor na pele! Eu te amaldiçoo a nunca, jamais, ter amor, pois todos irão morrer!”

A visão de Narcisa já ficava nublada quando parou. O silêncio se fez tão grande que um zumbido soou na mente dela. Draco sentira um peso tão grande com o pesadelo, que escorregou pela banheira e quase se afogou, acordando na hora que Narcisa recuperou o folego.

Ambos puxaram o ar com força, arfando. Demorou alguns segundos para Draco recuperar a noção de espaço e de que não estava mais no pesadelo. Narcisa demorou para recuperar o ar e a pose, ficando novamente de pé e se arrumando. Não soube explicar o que aconteceu segundos antes, por isso ignorou e bateu na porta do banheiro, dizendo:

—Filho, o lanche está aqui —ainda aturdido, Draco disse:

—Sim, eu já vou —murmurou. Se levantou, se secou e vestiu suas tradicionais roupas pretas. Caminhou até a mãe e se sentou ao lado dela para comer, nenhum dos dois tocou no assunto das vozes ou do pesadelo.

Esfomeado, Draco comeu rápido e depois se despediu da mãe. Caiu na cama com tanto cansaço que dormiu com extrema facilidade.

(...)

Os olhos se arregalaram, ela agarrou ao lençol, cerrou os olhos tentando descobrir onde estava. A toca, a casa dos Weasleys, na cama que era praticamente sua na casa da família mais acolhedora que conheceu. Pousou a mão no coração, este palpitava com força tamanha.

Depois, correu os dedos a cicatriz que ardia em seu braço, como se Bellatriz acabasse de tê-la feito. Lágrimas escorreram por seus olhos, molhando o lençol branco. Quase começou a soluçar, mas tampou sua boca com as mãos, para não acordar a amiga.

Repousou a cabeça no travesseiro e olhou para o despertador em sua cabeceira. Três da manhã. Sabia que não voltaria a dormir, não agora, talvez só quando o alvorecer viesse.

Embolou a coberta e a abraçou, chorando silenciosamente como se tivesse acabado de sentir os crucios da louca Lestrange.

—Está em casa, Hermione —murmurou para si, como um mantra, para se convencer de que estava em casa e não nas garras dos comensais numa brincadeira inescrupulosa e ilusória. —Na casa dos Weasley, sua casa. Seu lar. E não há lugar no mundo como o lar.

Encolheu-se mais, agarrando firmemente no lençol embolado. Continuou chorando até ser vencida pelo cansaço e se render, sem forças para lutar. 


Notas Finais


Olá pessoas! Como estão?! Bem?
Espero que sim ^^
Se encontrarem algum erro, por favor me avisem. Desde já, agradecida ♥


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