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História Amaldiçoado - Capítulo cinco: Sensação.


Escrita por: AliceDracno

Notas do Autor


Desculpem a demora, mas é que eu andei sem inspiração e, mais recentemente, sem PC.
Bom, não vou enrolar nas notas pois vocês podem acabar me matando. Sorry, gente! Agora estou de férias e pretendo não demorar novamente.

Capítulo 6 - Capítulo cinco: Sensação.


Aquele outono estava especialmente frio e chuvoso, uma combinação estranha. Ao contrário do amanhecer do dia anterior, o segundo dia de aulas daquele ano em Hogwarts amanheceu assombroso de tão frio, escuro e chuvoso. Sequer uma vez o sol surgiu, parecendo recusar-se a dar o ar de sua graça. Os alunos mais novos sussurravam sobre como era difícil acordar cedo para as aulas com aquele som agradável de chuva e o frio que parecia prende-los em suas camas.

Hermione, ao contrário de Harry, Rony e Draco, acordou naquela manhã e foi a todas as aulas, tomando notas de cada uma. Não encontrou nenhum dos amigos, fora Luna, nos corredores. Claro que, inicialmente, ficou bastante nervosa com a possibilidade de estarem doentes ou coisa do tipo, mas não se preocupou mais depois de falar com Gina no almoço, que disse que eles mataram aula por preguiça.

Claro que Hermione não aprovava tal ideia, matar um dia inteirinho de aula, vê se pode! Entretanto, nada disse. Tinha coisas mais importantes para fazer, como tentar encontrar alguns livros, naquele horário vago, sobre a matéria de DCAT. Havia ficado extremamente curiosa sobre Chupa-cabras. O que será que eram e como surgiam? Essa era a maior dúvida dela. E como a boa sabe-tudo que era, foi a biblioteca tentar descobrir.

Ela sentia que o professor não queria falar sobre Chupa-cabras. Foi inevitável a comparação dele com Remo, que não queria falar sobre lobisomens. A pergunta que não queria calar era, será que ele era um? A viagem poderia ter sido tão perigosa a ponto dele, o professor, ter sido mordido ou coisa do tipo? O que seria essa maldição, exatamente?

Esgueirou-se pela biblioteca, usando do passe de monitora, e entrou na sessão reservada da biblioteca. Os corredores ali eram mais estreitos, poderia sim ter pedido a Madame Pince que pegasse um livro para ela, contudo ela adorava a ideia de passar os dedos pelas lombadas dos livros até que encontrasse aquele que lhe fosse servir no momento. O cheiro ali era de livros guardados e poeira, por mais masoquista que soasse, ela adorava aquele cheiro, mesmo no ar parado que poderia lhe dar uma boa alergia depois.

Encontrou alguns livros sobre, alguns não estavam em inglês, o que custaria um feitiço de tradução, nada difícil para alguém que frequentava as aulas de runas avançadas. Pegou os enormes livros e carregou-os para uma mesa, quando os soltou, o baque forte e a poeira eliminada vez Madame Pince olhar para ela, Hermione sorriu amarelo e se sentou, fazendo menção que iria ficar em silêncio absoluto.

Abriu o primeiro livro, Mitologia Americana, de A à Z, e abriu logo no C. aquele era o maior livro, mas com certeza era o que tinha menos informações. Depois de algumas criaturas que ela jamais ouviu falar, encontrou o Chupa-cabras.

Na frente do nome, havia um desenho assustador de tal criatura. Um animal, bastante semelhante a um lobisomem, com presas enormes, caninos bem afiados e tão longos que passavam os lábios, terminando centímetros abaixo do que era o queixo da criatura. Ele não aparentava ter pelo, ao contrário dos lobos, e se tinha era bem ralo. Em suas costas, esporas, ou espinhos, chegavam a cerca de 30cm e cobriam quase todas as costas. Possuía um rabo em pé. Suas patas eram maiores que a de lobisomens, a garra do meio era gigante e chegava até a ser curva. Os olhos eram a única coisa colorida da imagem: um vermelho rubi infernal.

Abaixo, havia a descrição de como eram os filhotes. O relato abaixo era ainda mais assustador do que Hermione esperava. Dizia as seguintes coisas: “Crianças que tenham a doença, transformam-se em criaturas menores, mais fracas e que se alimentam de animais como bodes e gado. Nessa época, são bem menores e se assemelham mais com morcegos do que com cães, tem olhos amarelos ouro e são rápidos como o vento. Somente os adultos da espécie comem humanos.”

—Comem humanos —sussurrou. Pegou um pergaminho e uma caneta trouxa, estava com pressa demais para abrir o tinteiro e ficar molhando a pena. Fez notas.

“Nem todos os Chupa-cabras perdem a consciência durante suas transformações, que variam de acordo com o clima e idade.”

—Variam com clima e idade? —Aquilo realmente foi curioso. Não havia mais nenhuma informação sobre tais humanos amaldiçoados. Terminava naquelas duas imagens horrendas e dois parágrafos nem tão esclarecedores assim. Ficou parada, encarando o livro por alguns instantes antes de pegar o outro. Este era fino, deveria ter cerca de 200 páginas, seu título era: Chupa-Cabras de 1809—1970. O primeiro capítulo era curto, dizia as poucas coisas que tinham relacionados aos Chupa-Cabras.

“Como uma espécie de vampiro subdesenvolvido, o Chupa-Cabras começou, ou foi primeiramente relatado, em abril de 1809, numa cidade do interior do Rio de Janeiro, Brasil; depois disso, relatos mais antigos foram relacionados a eles. A escola de Magia e Bruxaria de Castello Bruxo escreveu o primeiro relato —este no capítulo dois —de tal ser amaldiçoado, na época, não havia ministério bruxo no país e a escola era o único responsável mágico por todas aquelas terras. Até hoje, não se tem muitas informações acerca deles, mas as mortes atribuídas a tais seres crescem a cada ano.

“Os Chupa-Cabras são diferentes entre si, nem todos têm exatamente a mesma aparência, o que causa confusão e até mesmo perigo aos seres humanos, bruxos ou não, que entram em contato com eles. Até hoje, não há sequer uma pessoa que tenha sido atacada por um e não tenha morrido ou enlouquecido. Todos os caçadores de criaturas que foram atrás de um morreram ou enlouqueceram como se tivessem recebido muitas maldições Criciatus. E, se há, ninguém se prontificou a dizer como é ser atacado por eles. Tudo o que bruxos têm, são discrições feitas por trouxas e bruxos e que jamais são esclarecedoras o suficiente, ou assustadores relatos de diários de caçadas onde não se sabe o que é real e o que é paranoia.

“Como as aparências divergem, as descrições mais comuns geralmente giram entre: a quantidade de pelos, já que eles podem ou não os ter; uns são animalescos e até mesmo chegam a uivar, outros são bípedes e correm tão rápido que mal pode-se acompanhar. A cor dos olhos é outra característica que pode divergir, uns dizem ser amarelos, outros dizem ser vermelhos. O que garantem é que há mais diferenças entre mulheres e homens que sofram dessa doença. A mulher geralmente é maior, com patas traseiras maiores e mais grossas e sem orelhas. Já os homens têm orelhas extremamente pontudas e patas da frente maiores. A coisa em comum entre todos, são seus hábitos alimentares: adultos preferem humanos, para desmembrar e devorar; quando não tem acesso a humanos, tomam todo sangue de animais. Já as crianças atingidas por essa maldição, costumam tomar sangue animal ou devorar galinhas e bezerros ou cabras (mais comumente cabras, daí o nome), que são animais pequenos.

 “O fato mais triste relacionado a doença é, sem margem para dúvidas, que os que sofrem de tal doença se isolam dos humanos comuns. Com o tempo, a fome por humanos atinge-os até quando não estão transformados e fica cada vez mais difícil viver entre outros humanos sem acabar se transformando e os devorando. Acabam, por isso, indo morar em florestas ou cavernas, longe de grandes populações humanas.

"Outro aspecto de extrema relevância é o fato de serem extremamente territorialistas. Não há sequer um registro que mostre Chupa-Cabras vivendo a menos de 13km² de distância um do outro. Mulheres e homens que sofrem de tal doença se reconhecem graças a isso. Mesmo quando humanos, eles podem se reconhecer e ninguém sabe exatamente como.

“Não se sabe o que causa essa doença, como ela é transmitida e muito menos estamos perto de conhecer uma cura. No momento, tanto os trouxas quanto os bruxos só conhecem a doença e seus terríveis sintomas.

"Foi descoberto a pouco tempo, no final de 1979, que as estações do ano influenciam, positiva ou negativamente, as transformações. No verão e na primavera os seres se transformam menos, tendo, somente, uma transformação por mês. Nos períodos mais secos do ano, inverno e outono, os ataques ocorrem até duas vezes por semana.

“No Brasil, o local mais atacado é o Nordeste, graças a sua escassez de chuva durante todo o ano. O lugar menos atacado do Brasil é, sem dúvida, as grandes metrópoles e o Amazonas –onde ocorrem chuvas quase todos os dias. Não se sabe a relação do clima com os seres, porém eles são relacionados desde o primeiro relato. Contudo, o estado do Amazonas é onde mais se encontram tais criaturas. É relevante, também, que as crianças que possuem tal doença só se transformam a cada dois meses.

“Tanto trouxas quanto bruxos podem tê-la, por isso é ambas as autoridades latino-americanas e, mais recentemente, norte-americanas lutam para encontrar a cura ou, quem sabe, algum tipo de tratamento. Expedições a floresta Amazônica são organizadas todos os anos, a procura de plantas medicinais que possam criar uma cura.”

Hermione parou a leitura, coçando os olhos. Era triste e aterrorizante, como seria a vida de uma pessoa que portasse a doença? Logo, por conta do aparente descontrole de pessoas que a portam diante de seres humanos, descartou a teoria de que seu atual professor de DCAT possa ser um. Contudo, uma pergunta enorme acendeu na cabeça de Hermione: se o professor não é um, por que ele não quer falar sobre? Jogou seu corpo contra o apoio da cadeira e suspirou. Entrar na floresta Amazônica deveria ser o sonho de todo herbologista.

Aconchegou-se na cadeira, irrequieta, aquelas informações eram de dar arrepios. Pegou a caneta e retornou a anotar. Com certeza, se estivesse usando a pena, teria borrado de tanto que tremia. Checou o relógio de pulso e viu que ainda tinha 25min. Teria que ser suficiente. Ou não, poderia levar o livro, uma vozinha nada prudente soou em sua cabeça. Havia andando demais com Fred e George nas férias, será que o bichinho da desobediência havia picado Hermione? Ou será que o convívio com Harry e Rony finalmente fez efeito?

Mordeu o lábio. Não precisaria levar o livro se fizesse a nota rápido e terminasse de lê-lo rápido.

“25 de abril de 1809, Barra Mansa. Esse é meu primeiro relato nesse diário.

Uma carta de um bruxo local chegou às mãos do diretor Duarte Lima, ele mandou cinco de nós para essa cidadezinha no interior do Rio de Janeiro, Dolores. Barra Mansa tem cheiro de grama e leite, fica entre Rio de Janeiro e São Paulo e mortes estranhas andam acontecendo aqui. O diretor nos disse que, de acordo com a carta que recebeu, sete pessoas foram mortas e o gado tem desaparecido por essas bandas. Desconfiam de um vampiro ou um lobisomem.

Olhamos os cadáveres, o que não foi uma coisa fácil, a maioria dos trouxas daqui são desconfiados e bastante atentos. Pois bem, os corpos não têm putrificado normalmente, a pallor mortis se desenvolveu, contudo somente os primeiros cadáveres começaram a se decompor. Os mais recentes continuam com uma aparência viva, por mais pálidos que estejam.

Fora isso, não houve nenhuma morte nessas últimas noites. Contudo, algo me diz que nessa noite teremos outras mortes, pelo menos de gado.”

Hermione queria muito prosseguir com a leitura, mas estava quase na hora de ir para a aula de Herbologia. Olhou Madame Pince de relance, ela estava distraída olhando um casal do terceiro ano. Rapidamente pegou os dois livros que ainda não tinha terminado e enfiou dentro da mochila. Caminhou para fora da biblioteca tensa, apertando a alça da mochila com força.

Engoliu em seco quando finalmente passou pela mesa da bibliotecária, que lhe ofereceu um sorriso gentil, e aquilo foi suficiente para fazer Hermione se sentir culpada em infringir as regras, quase deu para trás. Entretanto, sua curiosidade não a deixaria dormir.

Ao sair, reparou que as nuvens grossas finalmente estavam liberando chuva, abriu o guarda-chuva que guardava dentro da mochila. Hogwarts era muito bonita quando chovia. A floresta estava mais escura, mais aterrorizante. Sentiu um arrepio passar por seu corpo. Engoliu em seco e retornou a olhar para a estufa onde teria aula. Tomava cuidado para não cair no chão de lama e detritos.

          (...)

O lago negro sempre ficava mais agitado e verde em dias de chuva. A luz era mais viva, mais aberta. Draco olhava o lago, sereianos e outros seres passavam pela janela, era uma visão calma. O peso em seu coração ficava menor quando fitava a imensidão finita do lago. Era lindo, real e perigoso.

A cama de casal estava amarrotada, os lençóis verdes e brancos estavam bagunçados e fora de lugar. Seu estomago roncava de fome, mas o desanimo não deixava ele levantar e procurar algo para comer. Ouvia os relâmpagos na superfície, gritando e zunindo, adorava tempestades, elas traziam a ele uma sensação de calmaria que não sabia explicar, e se conseguisse, com certeza perderia aquela calmaria absurda que traziam.

Coçou a garganta, alguém batia a sua porta.

—Está aberta —e Pansy entrou, trazendo comida consigo.

—Você está bem?

—Estou, só não quis ir as aulas hoje —a resposta era cabível, Draco era inteligente, mas não era exatamente um exemplo de aluno.

—Sei, você continua com aquela sensação ruim, não é? —Não era bem uma pergunta. Pan conhecia Draco o suficiente para afirmar aquilo com veemência, até.

—É —pegou o bolo que ele trouxe. —Esse café tem açúcar?

—Do jeito que você gosta, metade da xícara é de açúcar —ela deu um sorriso gentil, o que era raro ver em Pansy. —O que você tem sentido, meu amigo?

—Só a sensação ruim mesmo, Pan. Só a sensação ruim —ela se pôs de pé.

—É melhor eu ir, tenho aula de runas agora —ela alisou a saia e subiu as meias.

—Vai ter aula com a Hermione? —Ela sorriu, pois era obvio que ele perguntaria da leoa.

—Ela está na classe avançada, eu não. Deve estar tendo aula de herbologia.

—Obrigado —agradeceu tanto pela comida quanto pela informação.

—Deveria ir atrás dela, se quer tanto vê-la —sugeriu, levantando uma sobrancelha para o amigo, maliciosa.

—Não é bem isso. Na verdade, passa bem longe disso, Pan. —Houve uma pausa, um silêncio quase completo, sendo quebrado somente pelas ondas, a chuva e os trovões. —Você não tinha aulas? —Ela revirou os olhos. —Então, o que ainda faz aqui?

—Eu sei quando não sou bem-vinda —levantou as mãos e saiu rindo.

Voltou a olhar o lago. Havia algo errado, sentia isso. Algo bem ruim estava acontecendo e, tão logo, ele saberia o que era. A sensação ruim, de um aperto gelado no coração, não sumia desde que chegou em Hogwarts, ela estava sempre lá, à espreita do momento mais oportuno. Se jogou na cama novamente. A suposta maldição não saía de sua cabeça.

Afundou a cabeça no travesseiro. 


Notas Finais


Bom, obrigada por todos que leram. Como eu vou postar só depois do Natal, eu desejo a vocês um feliz Natal. Comam muita paçoca, pavê e rabanada! Beijos, amados!


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