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História Amaldiçoado - Capitulo sete: Olhos.


Escrita por: AliceDracno

Notas do Autor


Eu devia ter postado na terça, mas a internet não tava funcionando. Choveu muito aqui. Pois é...
Enfim, me desculpem o pequeno atraso e, se quiserem, ainda podem me torturar. Beijos!

Capítulo 8 - Capitulo sete: Olhos.


De frente à Gina, Hermione ficou muda. Os olhos azuis da ruiva estavam na expectativa, ansiosos. O sorriso Weasley estava em seu rosto, brincando com as covinhas.

—Não foi nada do que você está pensando —desatou a falar. Estendendo a sobrancelha, a ruiva soltou um som de desdém. —Ele só disse que ia me ajudar numas coisas.

—Que coisas? —Hermione não poderia mentir, ou melhor, se mentisse, Gina saberia e pensaria outras coisas. Coisas essas que Hermione não queria que a amiga pensasse.

—Não tem o professor de DCAT? —Assentiu. —Bem, eu acho que, de alguma forma, ele tem ligação com um Chupa-Cabras.

—Como?

—Bem, lembra quando eu adivinhei —usar as palavras de Rony não pareciam certas —, ou melhor, soube que Remo era um lobisomem? —A ruiva assentiu. —Bem, tenho a mesma sensação com o professor Kalet.

—Acha que ele é um Chupa-cabras? —A voz da Weasley subiu três quintas e se esganiçou. —Shiu! —Olhou para os lados, só para ter certeza de que o quarto estava vazio. —Não, não acho, pelo menos não mais. Os Chupa-cabras não conseguiriam viver entre humanos sem surtar e tentar devorar alguém. Mesmo sob supervisão, seria perigoso, porque ao contrario dos lobisomens, nada se sabe com certeza sobre os chupa-cabras.

—Então, qual é sua teoria? —Se arrumou na cama, cruzando as pernas e trançando os cabelos ruivos sem perceber.

—Acho que alguém perto dele, ou mesmo ele, foi atacado por um chupa-cabras. Eu não sei. Ele esteve no Brasil, México e Brasil tem maior incidência de casos. Ele foi dar aulas de DCAT lá em Castello Bruxo, mas, com certeza, de falta de professores é que o colégio não sofre, pois quase toda a américa do sul estuda lá. —Imitando a ruiva, cruzou as pernas e arrumou um travesseiro sobre sua saia para que a calcinha não aparecesse. —Minha teoria é que ele foi estudar esses animais desconhecidos que ele citou na aula e, por ventura, acabou encontrando com um chupa-cabras e acabou por decidir estuda-los pra ajudar as vítimas.

—E, por isso, o grupo de pesquisa dele foi atacado e alguém morreu ou também foi infectado com a doença? —Gina completou o raciocínio.

—Isso —tirou alguns livros da mochila. —Eu encontrei alguns livros na biblioteca, mas não são muito esclarecedores. E tem esse, que conta num diário o primeiro ataque registrado de chupa-cabras. Só que eles não têm informações o suficiente. Abrem mais perguntas do que as sanam.

—E Draco Malfoy se voluntariou para te ajudar a pesquisar?

—Isso.

—Só pra ficar na sua presença? —Insinuou. As bochechas de Hermione tingiram-se levemente de rosa.

—Não é isso. Acho que ele também vai fazer uma pesquisa.

—Tá, mas ele se ofereceu ou você pediu sua ajuda? —Ginevra Weasley estava impaciente demais, seus olhos faiscavam e Hermione sabia o que aquilo significava.

—Se ofereceu —concordou. Havia acabado de injetar motivação em Gina e qualquer que fosse seu plano.

—Ele é bonito, né? Digo, o Malfoy... —Hermione, horrorizada com a insinuação, fixou seus olhos nos da amiga. Bem, não poderia dizer o contrário. —Acho que quase todas as meninas de Hogwarts já tiveram uma quedinha por ele. Você teve, não teve? Aposto que sim, porque, bem, o que ele tinha de intragável, tinha, e tem, de bonito, e os garotos maus são bem atraentes e sex... —não terminou, um travesseiro bateu contra o rosto da Weasley e levou ela a cair pra trás. Aconteceu bem rápido, Hermione agarrou o travesseiro que estava em seu colo e acertou Gina. —Ei!

—Você mereceu! Acabei de realmente conhecer esse novo Draco Malfoy e você insinua que estou apaixonada?

—Não fique ultrajada. Você tinha uma quedinha por ele, não tinha? —Vitoriosa, Gina viu o rosto. Sabia que para a melhor amiga não poderia mentir.

—Toda Hogwarts já teve uma quedinha por ele, e isso inclui você, ou acha que me esqueci de como você corou encarando ele no seu primeiro ano? —Provocou, vendo as bochechas de Gina corarem um pouco.

—Nem éramos amigas, como sabe disso? —Hermione riu.

—Eu chutei —foi a vez de Hermione levar um travesseiro no rosto. —Vou pro meu dormitório. Nos vemos amanhã, depois de você ir para Hogsmead? —A ruiva assentiu.

—Até amanhã, Mione. Sonhe com Draco Malfoy —brincou e recebeu de Hermione um típico olhar de repreensão. Adentrou o dormitório, pegou um pijama de flanela e caminhou para o chuveiro. Durante seu banho, enquanto a água quente abraçava seu corpo, pensou nos olhos azuis de Draco. Não só na beleza deles, mas como eram emblemáticos. Quais seriam os mistérios escondidos por baixo das íris cristalinas?

Cansada, se meteu no pijama e deitou-se. Seu último pensamento antes de apagar, foi em como seria interessante aquela pesquisa com Draco.

 

(...)

 

Olhar o lago negro acalmava Draco. Ver o lago calmo, as ondulações feitas por seus habitantes batendo contra as janelas faziam um barulho agradável. A luz verde se lançava sobre ele e isso, normalmente, unida aos barulhos do lago, o fariam dormir. Não conseguia, no entanto, concentrar-se o suficiente para isso; ou sequer manter os olhos fechados por muito tempo. Seus pensamentos estavam bagunçados. Não sabia o motivo, ou melhor, sabia, só não queria acreditar que realmente estava prestes a pedir ajuda de Hermione Granger para com uma maldição que ele sequer acreditava ou não.

Era ridículo. Uma coisa era a maldição, ou seja-lá-o-que, que Voldemort jogou no cargo de DCAT depois de lhe ser negado o tão desejado cargo, outra era uma menina de 17 anos brincando de assustar alguém. Draco era racional o suficiente para não acreditar em uma maldição sem sequer uma vítima desta aparecer. Até que a maldição vitime alguém, não colocaria fé nenhuma nela.

Tal conclusão deveria fazê-lo se acalmar e dormir, porém, de quase nada serviu para acalmar o jovem Malfoy. Havia uma voz lamentosa no fundo de sua cabeça que indicava que as coisas não estavam bem, e esta voz lhe sussurrava persistentemente que deveria se preocupar muito com as palavras de Daphne.

Lembrou-se que deveria escrever uma carta para a mãe e decidiu que o faria na manhã seguinte. Pensar na mãe lhe deu, ao mesmo tempo, uma boa sensação e um cruel aperto no peito. Porém, não foi Narcisa Malfoy o último pensamento de Draco antes que ele finalmente dormisse, e sim os olhos de Hermione, sagazes, afiados, que, sem dúvida alguma, leram nos olhos dele e nas entrelinhas da situação, que Malfoy algo lhe escondia. A perspicácia dela, ao mesmo passo que era uma grande qualidade, era um defeito. Era inteligente demais para seu próprio bem, ás vezes.

(...)

 

Narcisa Malfoy estava bem. Insistia em dizer isso para a irmã e qualquer um que lhe perguntasse. Ela estava bem, ponto. Sim, estava doentiamente pálida; sim, seus cabelos perderam o brilho natural, seus olhos estavam tão opacos quanto, estavam fundos e ressaltados pelas olheiras escuras. Talvez tivesse emagrecido alguns quilos, mas não havia perdido peso o suficiente para se alarmar. O medi-bruxo da família, no entanto, estava ali lhe submetendo a vários testes. E como uma criança com sua mãe num consultório, Narcisa não conseguia dizer nada pois quem falava era Andrômeda. Estava ciente que sua irmã mais velha a estava tratando como se tratasse de seu neto, Teddy. Andrômeda também estava a par de seu tratamento para com a irmã e, claramente, se divertia em dizer ao bruxo o que ela sentia.

—Bom, a Sra. Malfoy tem razão —ele declarou após os exames terminarem. —Aparentemente, não há nada de errado com ela. —O sorriso vitorioso de Narcisa crescia ao mesmo passo que a face desapontada de Andrômeda surgia. —Porém, ela está doente.

—Por favor, você pode explicar? —Ambas estavam confusas. Como era possível ambas estarem certas e erradas ao mesmo tempo?

Suspirando, o medi-bruxo guardou a varinha, tirou os óculos tartaruga dos olhos verdes e passou a mão pelas mexas brancas de seus cabelos ralos. —Há algo de errado, mas não posso dizer que é que está errado. Ela parece com anemia, mas o exame não deu isso. Você disse que ela está com insônia, mas o corpo não responde a isso. O fato mais alarmante que você disse é que mesmo se alimentando bem, Narcisa emagrece muito. Há, claramente, uma desordem, mas não sei se é o fato da senhora estar entrando na menopausa ou se é alguma doença que ainda não pode ser identificada. O único sintoma que ela tem e jamais vi em uma paciente que entrasse na menopausa, foi cuspir sangue. As alterações de humor, os suores noturnos, dores nas articulações, pele seca, queda de cabelo, unhas fracas, cansaço e memória fraca, são sintomas da menopausa.

—Ela não sente muito calor, pelo contrário, e ainda menstrua. Senhor, tem certeza de que os exames nada disseram?

—Sim, absoluta —sim, agora, Narcisa estava preocupada e Andrômeda estava ainda mais que antes. Trocando olhares aturdidos, as irmãs sentiram um estranho arrepio cruzar suas espinhas. —Com suas licenças, senhoras, mas tenho que voltar ao St. Mungus. —Retirou de sua valise três vidros médios de poções. —Uma para dor, uma para você se fortalecer e essa para o sono. —Apontou, respectivamente, para a poção roxa, vinho e verde. —Um gole de cada a cada 6 horas e, logo, você vai se sentir melhor.

Despediu-se das irmãs e saiu. —Ele não sabe o que você tem.

—Pode ser a menopausa, eu estou na idade.

—Não, não é, e sei que você sabe disso —a voz de Andrômeda era repreendedora. —O que você deve fazer, Narcisa, é procurar outros medi-bruxos, ou médicos trouxas, como já lhe disse!

—Não vou procurar outros para que estes digam o mesmo —teimosia Black, era isso que a mais velha enxergava nos olhos cinzentos da irmã, a velha e nem sempre boa teimosia dos Black, que era quase uma herança de família. Andrômeda Tonks enxergava essa mesma teimosia em seus olhos quando olhava-se no espelho e estava prestes a desafiar a família, saindo com seu falecido marido na época que ainda eram namoradinhos de colégio. A mesma teimosia e inaptidão para seguir regras que alguns sonserinos tanto tinham dentro de si.

—É teimosa demais! —Grunhiu, sentando-se ao lado da irmã no canapê musgo.

—Disse Andrômeda, a mais teimosa da família depois de Sirius Black.

—Oh, por favor... Sirius que seguiu meu exemplo de teimosia —brincou.

—Os alunos, inevitavelmente, tendem a superar seus mestres —Narcisa sorriu para a irmã. —Agora, acho que devo tomar minhas poções e dormir, não?

—Sim, deve —como fazia com o pequeno Teddy, Andrômeda deu as poções para a irmã, ajudou-a se trocar e colocou a Sra. Malfoy na cama, coberta até o peito. Depois, deu-lhe um beijo na testa e desejou uma boa-noite.

—Você e Teddy ficarão comigo, na mansão, por quanto tempo? —Sorriu, na porta, ao ouvir a pergunta da irmã. Voltou a ver a jovem menina que conversava e contava tudo a Andrômeda. Virando-se para ela, declarou:

—O tempo que for preciso.

 

(...)

 

Não era uma manhã propícia para um passeio ao vilarejo. Não havia sol e sim uma névoa densa que, todos em Hogwarts, sabiam que não era um arauto do sol. Era uma névoa tão fria quanto a causada pelos dementadores, e levantar naquela manhã foi difícil até para Hermione Granger. Olhando pelas janelas do salão comunal, viu não só a floresta como quase todo o jardim de Hogwarts lambido por uma densa neblina assustadora. Desceu apressada para o café, tão rápido que as alças da mochila escorregavam por seus ombros. Sentou-se na mesa da grifinória e devorou tão rápido que deixaria Rony surpreso.

Após isso, se levantou e rumou para a biblioteca igualmente rápido. Queria terminar todas as suas tarefas para a semana seguinte antes de continuar sua pesquisa sobre chupa-cabras. Sua intenção era revirar a biblioteca atrás de mais livros que falassem sobre tais criaturas.

Já a manhã de Draco começou um pouco mais tarde. Depois de escrever para a mãe, andou até o Salão Principal para seu café. Comeu calmamente, despediu-se dos amigos que iam ao vilarejo, depois foi ao corujal entregar para Hades, sua coruja, a carta, depois de um agrado, observar ela voando em direção a nevoa fria e ser menos que uma mancha negra naquela imensidão branca. Fez tudo com tanta calma e lentidão, aparentando tanta calma e serenidade e, pela primeira vez, realmente sentia aquela calmaria toda. Estava sereno, calmo como o lago negro. Caminhou para a biblioteca e viu poucos alunos do primeiro e segundo ano e todos observavam Draco Malfoy de soslaio. Ah, os malditos olhares de todos eles. Bem, não era como se já não tivesse acostumado ou ligasse, Malfoy ignorava todos os olhares, até os das novas admiradoras.

Quando Pansy lhe contou que era um dos mais bonitos pra lista das meninas dos três primeiros anos, riu muito e quase não acreditou. Harry Potter liderava a lista porque, obviamente, a notoriedade de um herói de guerra e, segundo a Parkinson, a beleza do Potter eram estonteantes. Revirou os olhos e nem fez questão de ouvir que o charme de garoto mal que ele possuía não perdia tanto.

Dentro da biblioteca, se pôs a procurar Hermione. Encontrou-a atrás de uma muralha de livros. —Certo, agora eu sei que quando eu precisar encontrar Hermione Granger na biblioteca, tenho que procurar por uma pilha de livros. —A voz do garoto deu um susto pequeno em Hermione, que borrou a anotação de runas que fazia. Encarou Malfoy e disse:

—Que susto, garoto. —Após o resmungo, ele afastou os livros e sentou-se ao lado dela. A grifinória sacou a varinha e limpou a mancha de tinta do pergaminho. —Draco, enquanto eu termino essas notas, você pode ler o primeiro relato sobre chupa-cabras? —Perguntou, apontando o livro com o queixo. Malfoy assentiu e pegou-o.

Todavia, antes de começar a ler, fitou o rosto concentrado de Hermione. Ela escrevia rápido, quase tão rápido quanto penas de repetição rápida, e quando uma mecha teimosa de cabelo caia em seus olhos, a mão esquerda tirava-a da frente sem que ela precisasse parar. Começou a ler donde Hermione parou:

“31 de abril de 1809, Barra Mansa. Segunda semana aqui, Dolores, e já temo pelo pior.

Houve outra morte. Horrenda, sanguinolenta e, dessa vez, não foi de ataque animal. Não sei porque iniciei esse diário narrando a você, querida, essas atrocidades, mas continuo-o porque talvez enlouqueça se não falar.

A mata da cidade cobra boa parte das terras, há trilhas que dão para cachoeiras e enormes fazendas com gado, estamos na fazenda de um bruxo nascido-trouxa e foi na fazenda dele que encontramos um corpo humano totalmente desviscerado. A causa mortis não foi ataque animal. Graças à ajuda dele, Heitor, conseguimos analisar o corpo sem que trouxas locais atrapalhassem.

Nessas horas, ao anoitecer, a cidade fica bastante sombria. Principalmente esse lado, onde só há florestas e casas espaçadas. As ruas mau-iluminadas deste lado da cidade são banhadas somente pelas luzes tremeluzentes de lampiões a óleo. O período o inverno está se aproximando e, sem dúvida alguma, qualquer coisa que atacar se aproveitará disso. Anoitecerá mais cedo e as noites serão mais longas.

As antigas suposições de ser um lobisomem caíram por terra, pois noite passada, dia do mais recente ataque, não era lua cheia. Vampiro também foi descartado. Seja lá qual fera seja, tenho o temor que não tenhamos noção do que possa ser, pois nenhuma criatura ataca, mata ou se alimenta como esta. Temo que nenhum de nós, Daniel, Gabriel e eu, saia vivo dessa empreitada.

                Quando compartilhei com meus companheiros meus temores, eles riram e, educadamente, disseram-me: “Lucas, você está um tanto paranoico. Gabriel chegou a dizer que, muito provável é, que seja um animago enlouquecido ou qualquer fera já catalogada. Meus temores não diminuíram com as brincadeiras deles, onde diziam que a possibilidade de uma nova fera era improvável, quase nula. Para mim, acima de zero, mesmo que pouco, é suficiente para que aconteça.”

               

—Draco? —Hermione o chamou assim que ele encerrou a leitura do segundo relato dele. Agora tinham um primeiro nome: Lucas, e um nome para a equipe. Ergue o rosto para Hermione. —Você está bem? Ficou muito sério de repente.

—Estou, sim. Só que esse diário... ele é...

—Agonizante? —Tentou a grifa. Malfoy assentiu. —Sim, sei, senti isso quando li o primeiro relato. Infelizmente, as informações a frente devem ser complementares as informações dadas nesse diário, o que o torna indispensável.

—Bem, Hermione, queria que você me esclarecesse uma coisa, sim? —A moça assentiu. —Acredita em maldições como aquela que estava no cargo de professor de Defesa Contra Artes das Trevas?

—Eu não sei bem —murmurou. —Ela, tecnicamente, teve muitas vítimas, mas não sei dizer se realmente teve correlação entre o fato de tantos professores serem afastados do cargo e o fato de Tom Riddle ter o amaldiçoado graças a negativa de Dumbledore em lhe dar o cargo.

—O que, acha que ela foi apenas uma coincidência?

—Não sei dizer, Draco. Mas por quê?

—Não é nada, só curiosidade —sussurrou, notando que aquela desculpa não havia sido engolida. —Espero que não ligue deu ter pedido a minha mãe que procurasse na biblioteca dos Malfoy um livro sobre chupa-cabras e, se não o encontrassem, comprasse um.

—Não, foi uma iniciativa interessante —sorriu abertamente para ele. —Obrigada.

—Eu falei que iria lhe ajudar, não?

—Falou, sim. —Passou a língua pelos lábios e depois disse: —E você, precisa de ajuda em alguma matéria ou com algum dever?

—Não —o antigo relógio de pulso de Hermione chamou a atenção do garoto. A mão estendida mostrava somente a corrente do relógio, dava-se para ler o Sangue-Ruim em letras garrafais no braço dela. Notando a atenção dada a cicatriz, Hermione encolheu o braço e olhou para o relógio. As lembranças de Draco sobre a noite da tortura de Hermione no salão de sua casa, vieram em uma enxurrada só.

—Acho que devíamos ir para o almoço e deixarmos a pesquisa para quando sua mãe lhe responder a carta, o que acha? —Ele assentiu.

—Ela deve responder hoje à tarde —levantou-se e a ajudou com os livros pesados. —Primeiro, torre da grifinória e depois almoço? —Assentiu. —Primeiro, vamos guardar os livros da Princesa Grifinória e, depois, vamos almoçar.

—Princesa Grifinória? —Perguntou, rindo.

—É como alguns te chamam. A propósito, se MacVoy e Gardener vierem atrás de você, não dê bola aos dois —avisou a garota num não costumas tom sério. —Na verdade, duvide de alguns dos garotos que vão vir atrás de você, boa parte são idiotas. Tirando eu, é claro, você está cercada de caras idiotas. —Ela riu com a presunção dele de tirar seu nome da lista de idiotas, mas deixar os nomes de seus amigos e dos amigos dela na lista.

—Posso saber o motivo?

—Tem um grupo aqui na escola que fez algumas apostas sobre quem, até o fim do ano letivo, vai sair com você, namorar você, blá-blá-blá.

—O quê? —Hermione não sabia se ria ou se irritava. Bom, riria, porque nenhum menino que tenha se aproximado dela com essa intenção iria conseguir dela mais que meias palavras. —E você não está nessa, né?

—Não. Até porque, ninguém apostaria em mim. Não com o nosso histórico. Aliás, isso é meio ridículo da parte deles —fez careta. —Tudo bem que minha fama não é exatamente a coisa mais bonita do mundo, nem de longe é boa, mas se aproximar de uma garota e começar um relacionamento só por uma aposta é uma coisa meio ridícula.

—Oh, meu Draquinho está crescendo, virando homenzinho! —Brincou puxando as bochechas dela. Ficou tranquila com aquela informação. —É um clichê trouxa isso, sabe? Do cara que faz uma aposta envolvendo uma garota e depois se apaixona por ela e ela por ele, ela descobre a aposta, duvida dos sentimentos dele, e no fim, ele diz que a ama e ela também, ficam juntos para toda a vida. Ah, claro, não antes de terem briguinhas bobas por causa de ex-namoradas ou coisas do gênero.

 —Obrigado pelo esclarecimento, milady —brincou com Hermione. —É por isso que disse que alguns romances estão degradando o gênero, esses dias? —Ele afinou a voz para imitar a dela, supostamente.

—Sim —Hermione colocou uma mexa castanha atrás da orelha e depois continuou: —Gosto de romance “água com açúcar” —fez aspas com os dedos —, mas tem momentos em que eles exageram tanto que os livros são quase cópias umas das outras. Histórias e enredos, até mesmo personagens, tão clichês que você chega a confundir títulos. Aliás, os títulos dos livros são sempre parecidos. É tão... clichê!

—Alguns clichês são bons —deu de ombros. —Quero dizer, não sou um especialista, mas alguns clichês são legais.

—Quando bem escritos, sim —sorriu de lado. —Bom, obrigada —pegou os livros das mãos de Draco e sorriu para ele. —Até daqui a pouco, Draco —murmurou, sorrindo. Virando-se para a Mulher Gorda, a viu com um olhar decididamente estranho. —Alvorada —ela girou e permitiu a entrada dela. Subiu as escadas tão rápido quanto desceu naquele dia. Saiu do lugar tão rápido quanto, e no corredor, estava Draco. Sorriu para ele e ele sorriu de volta. 


Notas Finais


Mamãe ama vocês. Beijos! <3


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