História Amaldiçoado -《Jikook》 - Parte 34 - Data Marcada

A ganância humana é infinita e eles repetem os mesmos erros;

[...]

Nós jogamos os dados do destino e não permitimos nem mesmo um erro;

Isso mesmo, fique rico ou morra, vamos sobreviver e deixar rolar;

Ninguém, ninguém sabe.

Jackpot - Block B

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cifra:(subs feminino)3. Explicação de uma escrita enigmática, ou secreta. Chave.

O príncipe havia chegado até o castelo com o maior sorriso dos reinos, se lembrava de todos e qualquer detalhes da sua visita para Jungkook. Quando finalmente havia terminado seu curativo e Taehyung havia trazido uma pena branca que sentiu penicar nas suas costas, aquilo foi simplesmente a melhor notícia para Jimin, em toda sua vida, nunca havia se sentido assim. Não sabia se pulava de alegria ou simplesmente caía risonho em sua cama.

Encontrou na entrada com o velho, que já estava de saída na mesma hora, manteve sua palavra e realmente deixou seu pai ocupado, afinal, deveria agradecer. Mesmo que tivesse feito isso quando o fazendeiro já estivesse a dar as costas e ultrapassar a porta.

Quando finalmente o corpo corcunda e de cabelo branco se afastou, o príncipe suspirou e enfiou sorridente sua mão no bolso da capa, tirando de lá, delicadamente a pena branca, Taehyung havia dado pra ele mostrando como estava alegre e então, quando saía da casa de madeira, Jungkook e ele estavam conversando baixinho, o mais novo segurou sua mão e cutucou a pena no bolso do príncipe.

"Isso é também um presente meu, ouviu, Jiminie?"

Jungkook, mesmo depois desses sufocantes dois meses ainda mantinha sua pureza no olhar, isso impressionava Jimin, que sentia vontade de ficar ali, naqueles braços puros sempre que se sentisse mal, e bem também.

"É pra você se lembrar de mim sempre que estivermos longe, okay? Essa pena branca sou eu"

Jimin sorriu com aquela frase e abraçou Jungkook forte, sentindo o sorriso do outro se derreter em seu pescoço. Claro que ele queria beijar Jungkook, claro que ele queria sentir o gosto doce que tinha certeza que possuíam os lábios dele, gosto que tanto almejava sentir nas noites frias, claro que desejava acabar com a maldição. Mas e se não funcionasse? Oras, por mais que a poção mostrasse que os dois eram almas gêmeas, Jungkook poderia ainda estar indeciso e não sentir a mesma coisa, principalmente agora, depois desses dois meses separados. E além do mais era arriscado, já era perigoso esta visita, imagine se alguém os pegasse se beijando?

O príncipe também tinha medo, se o beijo não funcionasse? Como ficaria o reino, a maldição? Como ficaria a relação dos dois?

O príncipe tinha medo de quebrar seu coração.

Mesmo assim, Jimin permitiu-se deixar nos braços de Jungkook, aqueles que sempre imaginou serem mais fortes que os dele, e ser mais baixo que o outro também tinha se tornado um detalhe único e sem troca tanto para Jimin quanto para Jungkook.

- Até mais, Jungkook.

Jimin sorriu depois do abraço demorado e tocou o rosto do mais novo, se virando e indo até o cavalo amarrado, subiu no animal depois de desfazer o nó da corda e tomou em mãos as rédeas. Deixava Jimin triste não poder chamar a pessoa que gostava de nomes considerados carinhosos, porque a sociedade e seu pai não gostava, então, tudo o que Jimin tinha eram suas próprias cenas de contos de fadas em sua cabeça, imaginava como seria se pudesse amar Jungkook como todo mundo.

"Até mais, meu bem"

O príncipe voltava da porta, dando de costas para a visão longínqua do velho no horizonte e assim que percebeu um papel jogado no chão, o fazendeiro tinha deixado cair, ele se lembrava que o velho carregava aquele papel na mão minutos antes.

Foi até ele e se agachou o agarrando, percebendo que se tratava de um pergaminho, era enrolado por uma fita de couro marrom é o papel já se encontrava amarelo pela idade. O que seria aquilo?

Desamarrou a fita de couro e enquanto subia as escadas para seu quarto, ele lia, se tratava de uma espécie de poesia, cordel, Jimin nunca fora bom com esse tipo de coisa.

Quando Jimin terminou, tinha vontade de rasgar o pergaminho, passou novamente os olhos pelo cordel antigo e soltou um grunhido de ira enquanto sentia seu peito esquentar, assim como seu rosto.

Jimin nunca havia sentido tanta raiva na vida.

Ele soltou um pequeno grito e apertou o papel no bolso, pisando forte, sua cabeça trabalhava em mil possibilidades de como acabar com a vida de seu pai, mas tinha se controlar, não era como ele. A respiração pesada se tornava parte do ódio

Os passos rápidos e cheios de ira ecoavam pelos corredores, fazendo os funcionários se entre olharem. Jimin gritou, fazendo as paredes se estremeceram, chamou por seu pai.

- Kwan!

Invadiu o quarto do rei, não se importando nas consequências que isso traria. O estrondo que o ato fez tratou de assustar Chul que estava na janela, a roupa típica de rei tremeu e ele olhou abismado para o filho.

- Mas o que pensa que está fazendo?

- Que merda é essa?! - Ergueu o pergaminho em suas mãos, estava com tanta raiva que seus olhos chegavam a lacrimejar.

O rei olhou para o papel apavorado, contraindo o corpo e indo na direção do príncipe.

- Onde achou isso?! Quem te deu este pergaminho?!

- Não interessa! Me diga, você estava me culpando todo o tempo com essa maldição quando na verdade você foi o culpado?!

As mãos de Jimin empurraram o peito do pai fazendo o mais velho recuar desajeitado alguns passos.

- Você traiu a mamãe e nem teve a coragem de assumir?! Você é um canalha, Kwan! E me ousa chamar de pecador quando você é o verdadeiro pecador aqui? Você merece morrer...

Gritou de volta, Jimin estava irado, tinha vontade de quebrar os móveis daquele quarto. Kwan sorriu de canto, mas com pavor nos olhos.

- Então me mate, eu sei que você não é homem o bastante. Aliás, nem homem mais você é digno de ser chamado, por gostar daquele ser imprestável.

O príncipe agarrou a gola das vestimentas do rei, lembrando-se daquele dia do café da manhã, onde seu pai havia feito a mesma coisa com ele.

- Você não merece mais nenhuma palavra da minha parte. E eu não te matarei...

Encarou os olhos do pai.

- Não sou como você, que além de matar um bebê, condenou um reino inteiro a morte.

Largou a gola de Kwan e recuou respirando fundo, de peito estufado. O príncipe já não tinha medo do rei.

- Mas me diga, quando será o Festival das Espadas?

Franziu o cenho, com o olhar gélido e malicioso para Kwan. Que também raciocinou o que Jimim queria dizer e retomou sua postura, sorrindo cínico. Ajeitou as golas de sua roupa e encarou fixamente o filho que respirava fundo, tentando se controlar.

- O Festival das Espadas, acho que podemos marca-lo para este final de semana... O que acha?

Tal festival se tratava de algo que deveria ser comemorado anualmente, mas provavelmente pelos esquecimentos de Kwan causados pela sua concentração no seu própria nariz, o festival era apenas realizado de cinco em cinco anos.

Neste, a cidade era decorada com balões vermelhos e as pessoas se trajavam alegres e a decoração possuía flores alaranjadas e avermelhadas, já que eram as duas cores do festival. Mas o ponto alto da festa era outro, em certo ponto do festival, num palco alto, onde a cidade inteira assistia, a tradição era que o rei e o herdeiro lutassem tradicionalmente com katana e hanbok.

- Você perdeu da última vez... - Kwan balançou a cabeça, dizendo calmamente, com um tom de estremecer qualquer um, mas não Jimin, não mais.

- Eu tinha 14 anos... 

Jimin encarou o pai uma última vez, podia ter perdido a luta do festival mas a luta verbal daquele momento ele havia levado a vitória, encarando friamente Kwan enquanto atravessava a porta com a postura ereta de um homem com raiva, o olhar sério agora se matinha a frente, ele estava pronto pra derrotar seu pai de uma vez por todas.

Enquanto o rei se mantinha com as engrenagens funcionando na cabeça, pensando no festival e também em como Jimin havia encontrado o pergaminho, o príncipe caminhava até seu quarto, precisava dormir, mas achava que tinha muitas coisas na cabeça, precisava se acalmar. Ainda estava com raiva de seu pai, ódio. 

Como ele poderia ter traído sua mãe, ainda mais com Maharet? (Mulher no qual ele já tinha retirado sua própria maldição, teve pena dela, realmente, nenhuma mulher merecia um homem como Kwan. Entendia os motivos da feiticeira) E em seguida, escondeu aquilo de todos e por anos culpou Jimin, fazendo pressão em suas costas quando se livrara de seus próprios? Aquilo fazia as mãos do príncipe se fecharem de fúria. Seu pai havia condenado o reino todo por ser um completo canalha, que nem mesmo assumiu seus erros.

Decidiu então, dormir pensando no seu encontro de hoje com Jungkook, no momento, era a única coisa que o fazia se acalmar, mesmo com a ira persistindo, voltou até o abraço de despedida quando saíra da cabana de madeira.

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Hoseok voltava com um saco de pombos para o palácio, já estava tarde, talvez passado da meia noite, ele não sabia, perdeu a noção das horas enquanto caçava. Os pombos pareciam ser os únicos animais que não haviam fugido do reino, mesmo não sendo uma completa ceia, serviam para ele não perder seu trabalho e evitava que Kwan quisesse cortar sua cabeça.

Depois de deixar o saco na cozinha e contar algumas piadas com Jin e Namjoon, o caçador deixou sua capa em seu quarto e começou a caminhar pelo jardim do palácio, não era um lugar que tinha frequentado muito mas parecia um local muito bom para pensar.

Pensar em Yoongi, já faziam alguns meses desde o que tinha acontecido naquela sala, que ele tinha descoberto o segredo da fada, e depois do beijo... Os dois continuaram a se falar e trocar farpas, mas sentia que Yoongi tinha 'esquecido' daquele fato, como se nunca tivesse acontecido.

E Hoseok começava a acreditar naquilo.

As margaridas e outras flores que Hoseok não lembrava os nomes preenchiam o jardim enquanto seus dedos deslizavam pelas pétalas adormecidas naquela noite. Virou sua cabeça para o chafariz quando sentiu novamente aquele efeito tóxico e fantasioso da voz de Yoongi. Franziu o cenho ao não ver ninguém.

Deus alguns passos perdidos ainda procurando a silhueta do seu amigo, e acabou por encontrar dois pares de asas brilhantes azuis paradas calmas, vindas das costas de Yoongi que estava de costas, sentado no banco atrás do chafariz, balançava suas pernas e parecia estar lendo um livro. Hoseok se aproximou sigilosamente enquanto tentava descobrir o conteúdo do livro e torcia para não se hipnotizar mais uma vez naquelas asas.

- Está perdido? - Perguntou o outro sem nem mesmo olhar para trás ou tirar seus olhos do livro.

- Ah? Não, eu estava apenas caminhando. Posso me sentar? - Apontou para o banco.

- Fique à vontade - A fada foi um tanto para o lado, abrindo espaço para o caçador se sentar

- O que está fazendo? - Ergueu uma sobrancelha

- Treinando encantamentos - Respondeu sorrindo e mostrando a página aberta para Hoseok.

- Mas e o quarto das fadas? 

- Eu gosto mais do jardim, me sinto mais livre, e esta hora é boa, porque ninguém virá me encher meu saco e nem ver minhas asas.

Hoseok franziu o cenho e esboçou um sorriso amarelo.

- Eu quero todas as suas regras - Levou a mão até a nuca, sem saber o que dizer.

- É o que parece. Mas eu não me importo, afinal, você me ajudou a ve-las também.

Hoseok olhou para as asas fixamente pela primeira vez naquele momento, ele ainda conseguia se hipnotizar por tão belas que conseguiam ser.

- Você realmente gosta delas... - Yoongi levou novamente a atenção para as páginas, e o caçador teve a leve impressão do rosto da fada estar avermelhado.

- Elas são bonitas, não posso evitar - Levantou os ombros, irônico como sempre - Ah escute, falando sobre isso, precisamos conversar.

Yoongi fechou seu livro e o colocou sobre seu colo, levantou o olhar de cor castanho escuro para o caçador e esperou sua fala com compreensão.

- Conversar? Okay, diga.

- Sobre aquele dia que eu descobri sobre suas asas... Depois daquilo você pareceu tratar como se nada daquilo tivesse acontecido, nem mesmo o...

- O beijo? - Yoongi desviou seu olhar para a grama, tomando coragem, depois o levantou para o rosto do caçador novamente.

- É - Hoseok mexia em seus dedos, por não saber o que fazer.

- Eu tratei como segredo porque eu ainda estou tentando me preparar para mostrar minhas asas para os outros, estou louco para ser uma fada ' normal', acredite, Hoseok.

- Ah, entendo... Claro. - Hoseok sorriu, aliviado por Yoongi não ter realmente desprezado aquele momento deles, sorriu consigo mesmo.

- E sobre o beijo, eu realmente não sabia se você queria outro - Yoongi piscou os olhos e abaixou a cabeça.

Hoseok se surpreendeu com o que seu amigo tinha dito, ele realmente não havia esquecido do beijo, e o mesmo não havia sido um completo engano da parte dele.

- Eu quero.

Confirmou baixinho, mexendo a cabeça sorrindo desajeitado, pousou sua mão sobre a de Yoongi e relaxou os ombros.

- Mas se você quiser esperar, mesmo que qualquer abraço, tudo bem.

Yoongi piscou seus olhos varias vezes antes de sorrir largamente, então suspirou confirmando com sua cabeça, apertou a mão do caçador e pousou sua cabeça no ombro do mesmo, fechando os olhos, deixando suas asas descansarem também.

Hoseok se sentiu extremamente alegre, e completo, como se estivesse ansioso, observou o céu e as estrelas que iluminavam a noite.

- Suga, posso te contar algo?

- Fale.

Tocou a cabeça da fada e sorriu gentil.

- Você foi a minha melhor caça.