História Amante do frio e da neve - O frio e a neve

Eu sempre fui muito negligente, já meus pais, eles eram totalmente o contrário, sempre me dizendo o que fazer.

 Sempre que eu queria brincar na neve eles me impediam, diziam que era perigoso demais; que eu podia me machucar.

Sempre que eu queria sair no frio eles faziam o mesmo, diziam que ia me fazer mal; que eu iria ficar muito doente se saísse num tempo daqueles.

Sempre me mandaram ficar longe de você, diziam que você era má companhia; que era encrenca e que eu iria acabar me metendo em problemas se andasse com você.

Bom, talvez além de negligente eu fosse teimoso e rebelde, afinal, nunca obedeci nenhuma das ordens de meus pais e nem de qualquer outra pessoa; sempre fiz tudo do jeito que eu bem entendia. Inúmeras vezes foram assim, como quando eles disseram que eu iria me machucar se saísse para brincar na neve. Eu saí, caí, e me machuquei. A noite meu machucado ardia; ardia a ponto de eu não aguentar e começar a chorar, minha mãe me deu um belo sermão, afinal, eu a tinha desobedecido.

Em outra semana eu resolvi sair a noite para brincar, estava muito frio, minha mãe me avisou sobre isso e me mandou por um agasalho para me proteger da ventania quase congelante, mas mais uma vez eu não a ouvi, eu somente saí com as roupas que estava usando a tarde, não me importava com o frio que me congelava e chegava a quase queimar nem com nada ao meu redor. Noites seguintes eu fiquei doente, estava terrivelmente gripado e fiquei dias na cama, novamente aquele sermão apareceu, eu não estava surpreso, ela havia me avisado novamente.

Na terceira vez, essa qual eu resolvi desobedecer os meus pais mais uma vez, nós nos conhecemos, Yoongi. Eu estava correndo pelas ruas da cidade onde eu morava e avistei um garoto sentado no banco da praça ali perto. Eu olhei para ele, mas a duvida não saía de minha mente “Hey, o que você faz aqui a uma hora dessas, por que não está em casa?” Perguntei. “Eu não tenho para onde ir, eu pertenço a essa praça, ela é a minha casa” Me respondeu com um sorriso no rosto. Nesse momento estendi a mão e perguntei se você queria vir morar comigo, mas você protestou, e protestou muito. Eu como o bom teimoso que sou, agarrei a sua mão e te puxei “Não adianta recusar, eu já me decidi, você não vai conseguir me fazer mudar de ideia” Disse olhando o seu rosto, rosto de quem havia percebido que protestar era inútil.

Como o tempo e várias brigas com a minha mãe foram se passando, eu fui me apegando mais a você; fui me apegando mais a esse garoto desconhecido no qual eu tinha trazido para casa, mesmo eu não sabendo absolutamente nada sobre ele.

Eu não estava mais simplesmente apegado a você, talvez... talvez eu esteja apaixonado por você, isso parecia tão errado aos olhos dos outros e talvez até aos seus, mas aos meus nunca foi, na verdade, foi extremamente certo, eu sentia, você sentia, o que isso tinha de errado? Ambos não sabiam lidar com esse sentimento.

Eu sei muito bem o quanto você tentou controlar tudo isso, suprimir esses sentimentos dentro de você, mas talvez eu nunca tenha deixado. Sei o quanto você queria que tudo isso desse certo, sei de todas essas coisas, mas talvez eu tenha impedido que isso acontecesse.

Meus pais podiam estar certos, podiam ter acertado em dizer que você me traria problemas, que eu não devia ter me metido com você, mas eu não te culpo de nada. Você dizia que era a neve; o frio, mas você tem culpa por eu amar os dois? Amar essa pessoa que segundo meus pais, iria acabar com a minha vida? Não, você não tem culpa.

Yoongi, eu sou tão teimoso quanto a vontade de escutar uma música que é a sua favorita, assim como o objetivo dessa vontade é te fazer escutar a tal música,  o meu é sempre estar com você.