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História Amar é Preciso - Buone Vacanze


Escrita por: ArvoreDaVida

Notas do Autor


CIAO, RAGAZZI!
VOLTEI ♥
E não demorei tanto, demorei?
Bom, quero agradecer aos comentários maravilhosos que recebi no capítulo anterior. Vocês se superam sempre e deixam essa pseudo-escritora cada vez mais encantada.

E agora minha história tem uma leitora italianinha :3
Se estou toda boba com isso? Claro, né, gente? ♥ rs

Acho que é isso.
Espero que gostem do capítulo.

Capítulo 24 - Buone Vacanze


Fanfic / Fanfiction Amar é Preciso - Buone Vacanze

O restante do final de semana passou rapidamente e tudo foi maravilhoso. Na ensolarada manhã de domingo, Marina e eu passeamos pela praia, tomamos uma água de coco, curtimos cada instante. Ela não me falou sobre suas inseguranças e eu tampouco e isso permitiu, de certa forma, que nosso entrosamento melhorasse ainda mais. A cada minuto em sua companhia, Marina me falava de um gosto, um hobby e eu me encantava ainda mais, coisa que eu já julgava ser impossível.

Na viagem de volta, pedi o número de seu telefone, para que conversássemos quando a saudade batesse, mas fui surpreendida ao saber que ela não possuía um aparelho celular e que não pretendia comprar um tão cedo, afinal era uma coisa que ela acreditava ser desnecessária para si. Porém, após muita insistência de minha parte, ela disse que pensaria com carinho no assunto e que eu seria a primeira pessoa a saber caso ela comprasse.   

Chegamos em São Paulo por volta das duas da tarde. Minha mãe me recebeu no saguão do prédio e me bombardeou de perguntar. Queria saber se eu estava bem, se havia me alimentado, se, excluindo do temporal de sábado, algum imprevisto havia ocorrido. Sua preocupação excessiva até mesmo acalentou meu peito.

Além de acalentar-me o peito, minha mãe, na hora em que eu já me preparava para dormir, me surpreendeu ao dizer que não era mais necessário que acompanhasse Bianca em seu estúdio. Já estava fazendo as aulas de italiano e isso era o suficiente, pois meu tempo livre deveria ser dedicado aos meus estudos e bem-estar. Me espantei com sua atitude que para mim era extremamente repentina, mas não discuti, apenas agradeci.

Passadas pouco mais de três semanas desde o nosso final de semana no litoral, a minha relação com Marina parece ter se fortalecido. Nos segundo e terceiro sábado de estudos, fui a sua casa. Aquela casa que estava passando por uma pequena reforma e que eu já conhecia. Naqueles sábados, realmente estudamos, mas, além disso, também nos amamos. No quarto sábado, o foco foi o estudo, já que o fizemos numa biblioteca pública da cidade, a Biblioteca Mário de Andrade, porém, carícias, sempre que possível, eram trocadas. Já no colégio, apenas duas vezes nos encontramos e foi também na biblioteca. Queríamos nos encontrar mais vezes, mas o universo parecia conspirar contra, pois, além de Marina dar aulas durante a maioria das tardes, alguns funcionários da Secretaria de Educação estavam fazendo algumas inspeções, o que dificultava qualquer tentativa de encontros escondidos. Nem tudo são flores.

Aliás, como nem tudo são flores, certa vez, Marina e eu discutimos e o motivo tem um nome: Melissa. A professora Francisca propôs um trabalho que consistia em representar alguma cena romântica presente na sétima arte, mas havia um porém: A cena romântica deveria ser feita com uma pessoa do mesmo sexo. Sua proposta geral muitos protestos, tanto dos alunos, quanto da direção, mas Francisca estava decidida e não abriu mão da atividade. Eu, obviamente, não vi problema algum com o trabalho e quando Melissa sugeriu que o fizéssemos juntas, concordei. O problema surgiu quando, depois do horário de aula, Melissa e eu estávamos ensaiando no pátio e Marina apareceu justamente numa parte muito sugestiva em que Melissa e eu estávamos muito próximas. Ela passou por mim como um furação. Me ignorou durante todo o dia e somente consegui falar com ela na manhã seguinte, onde expliquei-lhe o que sucedera. Bufando, aceitou o que lhe dizia e me pediu apenas para não ficar tão próxima de Melissa, mas isso foi algo que não concordei e jamais concordaria. Melissa é uma grande amiga e não vou me afastar por causa de um ciúme bobo e sem fundamento.

Nossa amizade, aliás, era algo que também parecia se fortalecer. Melissa é uma menina encantadora e com o convício descobrimos muitos gostos em comum. Durante à tarde, pegamos o costume de sairmos juntas e andar pela cidade, ora com um destino certo, ora apenas para bater perna e conversarmos.

Babi era outra. Qualquer dúvida que eu possuía a respeito de sua amizade foi aos poucos sendo extinguida. Ela é louca, isso não posso negar, mas sua loucura é na verdade uma alegria contagiante e eu já não consigo me ver sem tê-la ao meu lado. Tal como Bianca, Babi é para mim como uma irmã.

 —  Quinta-feira! — Melissa diz batendo seguidamente em sua carteira escolar — Quase sexta-feira.

— Que animação toda é essa, Mel? — Como ela se senta ao meu lado, viro o corpo de modo que fico de frente para ela. De uns dias para cá, já havia reparado em como Melissa estava feliz, bem mais que o normal.

— Animação de quem vai falar foda-se pros estudos durante um final de semana inteiro e vai só curtir.

— Vai fazer o que? Olha, tem que ser algo muito bom pra você estar tão animada assim.

— Karaokê no bairro da Liberdade e depois uma balada. Só não te convido porque você já tem planos. — Tento lhe dar um tapa, mas ela desvia. Balanço a cabeça em sinal de reprovação e finjo estar com raiva. Obviamente ela se refere a Marina. Ainda não lhe contei nada sobre nós duas e com certeza não está nos meus planos contar. Quanto menos pessoas saberem disso, melhor.

— Mel, eu te amo, mas tem horas que você deveria ficar com a boquinha fechada. E balada? — Franzo o cenho — Desde quando você gosta de balada?

— Não é muito a minha praia, para falar a verdade, mas uma pessoa me convidou e eu não soube dizer não — Diz ficando levemente ruborescida.

— “...uma pessoa me convidou e eu não soube dizer não” —  Rio de seu modo envergonhado — Quem é essa pessoa? Está de namoradinho, Mel?

— Nossa, você é pior do que minha tia Geralda, viu? Cala a boca, Ana Clara.

— Ahhh, acho que alguém está apaixonada e não quer admitir.

— A única pessoa apaixonada aqui é você, embora você nunca vá admitir.

— Você não desiste, né?

— Voldemort — Não creio que ela voltou a chamar Marina desse jeito — me adorava antes de você chegar. Eu era uma das suas alunas preferidas. E agora? Me ignora, me trata com desdém... tudo isso porque pensa que gosto romanticamente de você.

— Não fala asneiras, Mel.     

— Você sabe que não são asneiras. E eu vou provar...

— Provar? — Franzo o cenho e espero que ela esteja disposta a me explicar o que pretende fazer.

— Repara.

Fico totalmente sem entender o que ela pretende, mas logo minha atenção é desviada à porta da sala de aula.

Marina é só sorrisos e papinho com a estagiária, Marcela. Elas dão bom dia para a turma e cada uma toma seu lugar. Alguns minutos depois, Marina começa a dar sua aula. Todos os alunos tomam nota do que é dito por ela, pois na semana seguinte haverá uma prova oral.

Após toda a explicação ser feita e os exercícios serem aplicados à turma, Marina se senta em seu lugar e, ora ou outra, nossos olhares acabam se encontrando, mas logo tratamos de desviar. Já não basta os comentários sobre mim e Francisca que ainda não cessaram, mais comentários não fará bem a ninguém.  

Pouco tempo após a estagiaria deixar a sala por pedido de Marina, provavelmente fora realizar alguma coisa para a professora, Melissa coloca sua cadeira ao lado da minha e me pede para explicar um dos exercícios.

— Você não é burra e sabe muito bem resolver esses exercícios! — Digo cochichando. Cinicamente, Melissa enlaça seu braço ao meu e apoia a cabeça em meu ombro

— Eu sei que você me explicou isso quando fomos à sua casa...— Conta a mentira em alto e bom som. Olho na direção onde Marina está, mas não sei se quem ela está fuzilando sou eu, Melissa ou as duas. Por via das dúvidas, levanto o caderno cobrindo nossos rostos.

— Ficou louca? — Após a pergunta, ela recoloca o caderno sobre a mesa e enlaça nossas mãos. Nenhum dos alunos diz nada, mas alguns já nos olham meio espantados ou curiosos. É hoje mato alguém.

— Realmente não estou entendo, Clarinha. — Beija o dorso da minha mão. — Você sabe que somente quando você explica, as coisas ficam claras para mim.

— Você vai trazer problemas para nós duas. — Digo entre os dentes — Eu vou te matar, Melissa.

— Você acha que minhas explicações não estão claras, Melissa? — Olhamos em direção a voz e encontramos uma Marina em pé, de braços cruzados e totalmente nervosa — Se você tem dúvidas, fale comigo.

— Me desculpa, professora Marina, mas a Ana Clara explica tão bem e eu não queria atrapalhar a senhora.

— Melissa, não me irrita! — Anda em nossa direção e para apoiando uma das mãos sobre a mesa e inclinando o corpo — Para sua carteira, agora. — Diz pausadamente. De imediato, vejo Melissa gelar, mas não tira o sorriso cínico do rosto. Demoradamente, ela retorna ao seu lugar e eu acompanho o pequeno trajeto com o olhar. Olho para Marina quando ela me chama a atenção — Me espere fora da sala.

— Você quer que eu saia? Mas...

— É isso o que me espere fora da sala significa. 

Saio da sala de aula com uma vontade enorme de dar uns belos tapas em Melissa. Se eu soubesse que aquele simples “repara” que ela me disse culminaria nisso, teria com toda a certeza controlado a situação. Só que sou burra.

Espero por Marina no corredor e posso escutá-la brigando com a turma, enquanto isso, Marcela passa por mim e entra na sala. Dentro da bronca, Marina diz que, se alguém possui alguma dúvida, deve falar diretamente com ela. Solta um — Daqui a pouco nós conversaremos, Melissa — e sai da sala.

Seguimos em direção a coordenação, onde ela pega algumas chaves. Chaves já tão conhecidas por nós duas. Vamos para o outro andar e a porta da biblioteca é aberta e trancada novamente por Marina.

— Marina...

— O que eu te disse? Ah? — Começa a andar de um lado para o outro — A Melissa está interessada, mas você não percebe ou se faz de sonsa.

— Marina, você entendeu tudo errado. — Ela para em minha frente e me encara seriamente.

— Sim, entendi errado, claro. Porque eu entendi errado também quando ela te beijou lá na quadra de esportes, entendi errado quando vocês estavam ensaiando para o trabalho da Francisca. E, claro, agora eu também entendi errado. O problema sou eu.

— A Melissa desconfiava que estivéssemos juntas e quis tirar a prova. — Ela arregala os olhos ao ouvir isso —  Bom, ela conseguiu o que queria. Você e seu gênio, hein, Marina?

— Agora a culpa é minha? — Franze o cenho e cruza os braços — A amiga maluca é sua.

— Agora a Melissa é apenas minha amiga? — Realizo os mesmos jeitos que ela.

— Olha, sinceramente, não tenho mais idade pra essas coisas.  — Diz bufando — Sem contar que eu não gosto de discutir com você. Já passamos da época de ficar trocando as farpas, aliás. — Leva uma das mãos à testa e outra a cintura — Ela desconfia mesmo? Ela não pode saber de nada, Ana Clara. Ninguém pode saber de nada.

— Eu não vou confirmar nada, claro. Mas a Melissa não é burra. Sem contar que ela me disse um tempo atrás que nós duas damos muita bandeira — Ela franze o cenho — Sim, nós duas.

— Por que você não me falou nada?

— Não queria te preocupar, né, Marina?

— Mas se eu soubesse que a Melissa desconfiava, eu teria me controlado mais, teria tomado mais cuidado.  — Diz um pouco mais exaltada.

— “...não gosto de discutir com você. Já passamos da época de ficar trocando as farpas...”

— Ok, ok, desculpa. E não estamos trocando as farpas, estamos apenas tentando consertar as coisas.

— Sabe o que seria mais simples? Não consertar nada. Francisca é a única pessoa que saber sobre nós duas. Eu nunca vou confirmar nada a Melissa e nem a ninguém e imagino que você também não. Pronto.

No mesmo dia, tentei convencer Melissa de que não havia nada entre mim e Marina, mas a garota parecia irredutível. Bateu o pé dizendo que eu não confiava nela e apenas por isso não me abria. Obviamente não era isso. Confio em Melissa, mas uma coisa é ela saber que gosto de Marina e outra, totalmente diferente, é ela ter a confirmação de que estávamos e estamos envolvidas uma com outra. Prometi a Marina que não diria a ninguém e cumprirei com a minha palavra. Confio em Melissa sim, mas vai que isso começa a se espalhar? Eu arrumaria problemas? Claro. Mas os problemas que Marina enfrentaria seriam ainda maiores. No final das contas, pedi que Melissa apenas respeitasse a Marina e a mim e que não armasse encenações como aquela. Acabou cedendo, mas o clima entre nós duas não ficou dos melhores. Na sexta-feira praticamente não trocamos palavras. Durante o final de semana não me ligou ou mandou mensagens, como sempre fazia, embora eu quisesse agir do modo contrário, também fiz o mesmo que ela. Foi apenas na terça-feira seguinte que os ânimos entre nós duas pareciam terem se acalmado.

E as semanas foram se passando velozmente...

Eu praticamente não parava em casa. As tardes, durante a semana, eram sempre ocupadas com amigos do colégio, principalmente Melissa e Babi (essa apenas quando cabulava aula, o que acontecia com certa frequência). Os finais de semana normalmente estavam ocupados com Marina e/ou Francisca. As duas professoras se amavam e se amam muito, tiveram apenas um desentendimento no início do ano e, praticamente, por minha culpa. Agora, estavam novamente juntas como unha e carne. A frequência com que saímos juntas começou a crescer e muito. Às vezes era estranho porque a amizade delas era tão grande que eu até mesmo me sentia deslocada, mas logo Marina me puxava pelo braço e me colocava na conversa. Isso só não era mais estranho do que quando Francisca ficava falando o quanto Marina e eu éramos lindas juntas. Era bom ouvir isso, mas nem por isso menos estranho.

Com o tempo, mentir para os outros acabou não sendo tão difícil. Tranquilamente eu contava aos meus pais como havia sido determinada aula com Marina. Inventava assuntos que supostamente estudamos, filmes italianos que vimos... Dizia sobre o dialeto de uma determinada região da Itália e que Marina havia falado, mas em minha mente havia apenas as cenas em que eu tocava seu corpo e por ela era tocada...

Tudo estava perfeito. Mentira eram fáceis de contar. Situações era fáceis de omitir. E Marina e eu seguimos muito bem.

Nem mesmo George poderia atrapalhar essa perfeição. Às vezes, inevitavelmente, me encontrava com ele no prédio, seja nos corredores, saguão ou elevadores, e o que ele fazia eu só tinha a agradecer, me ignorava. Houve um momento em minha vida em que eu gostei dele, como um amigo, mas gostei. Hoje em dia o que sinto por ele é nada. Talvez até mesmo raiva pelo o que ele fez no dia do sarau e a tentativa de envenenar meus pais contra mim e Francisca. Bianca me contou que ele estava passando por tratamento psicológico, uma vez seus pais começaram a se preocupar com a mudança drástica no comportamento do filho. No fim das contas, ele fora diagnosticado com algum transtorno e segue o tratamento. De mim, Bianca esperava uma maior preocupação com o estado dele, mas recebeu a indiferença como resposta. O interessante nessa história é que em nenhum momento dona Antônia se pronunciou a respeito do genro “perfeito” estar com problemas a ponto de necessitar de tratamento. 

No mais, meus pais, irmãos e amigos seguiam sem saber nada sobre mim e isso parecia o melhor. Estava e ainda está tudo perfeito.

Na verdade, apenas duas coisas podem atrapalhar essa perfeição: As férias de inverno e uma infeliz viagem que farei a Portugal.

Nas semanas passadas, Marina e eu, apesar não termos feito somente isso, já havíamos estudado o suficiente e consegui convencê-la a passarmos este sábado apenas nos curtindo. O último sábado que estaríamos juntas, já que pelos próximos trinta dias eu estarei em outro continente.

Cheguei em sua casa há cerca de trinta minutos e nesse meio tempo apenas ficamos na sala de estar trocando carícias e conversando.

— Essa é a primeira vez que realmente não quero ter férias. — Faço bico enquanto afundo o rosto nas suas pernas. Viro meu rosto e encaro o dela. Comigo deitada em suas pernas, Marina começa a mexer nos meus cabelos.

— Se eu tivesse uma professora ruiva e linda assim — aponta para o próprio corpo — também não ia querer férias.

— Convencida. — Bato em seu braço. — Quem vê falando assim, não pensa que você é toda bravinha em sala de aula.

— Pelo menos não sou mais uma megera em sala, né? — Rimos, mas logo ela fica um pouco mais séria. — Trinta dias passam rapidinho, Clarinha. — Dá um beijo na minha testa e volta a alisar meus cabelos.

— Não quando se está com a minha avó. — O desanimo toma conta de mim.

— Vai passar as férias com tua nonna?

— É — Digo ainda bastante desanimada — É a mãe da minha mãe. E ela não mora em outra cidade ou estado, ela mora em Portugal. Ama os netos e os quer lá sempre que possível. Ela e minha mãe fazem chantagem emocional, o que acaba convencendo a mim e meus irmãos. Eu gosto muito dela, só não gosto de ficar no meio daquele monte de portuga falando telemóvel, casa de banho, bicha e bica no lugar de celular, banheiro, fila e cafezinho. Além deles não falarem “estou andando, estou falando...” — Começo a imitar o sotaque português — “Ora pois! A m’nina está a preparar o almoço. Tu sabes se ela está a fazer bacalhau? ”

— O que é isso? — Ri da minha cara — Uma quase profissional das Letras que tem preconceito linguístico? Que coisa feia. — Balança a cabeça negativamente e finge reprovação, mas não consegue esconder o riso — Olha que termino com você, hein?

— É preconceito, né? — Confirma — Ahh, Marina, desculpa, mas passei dois anos lá quando era pequena e não entendia bulhufas do que os portugas falavam. Repeti a segunda série porque não entendia o que a professora falava. Percebe? E para piorar, tinha aula de inglês com outro professor e também não entendi nada. Hoje em dia eu entendo o que eles falavam, claro, mas aquele lugar não me traz boas lembranças.

  — Você é inacreditável! — Saio de seu colo e me sento também no sofá. — Eu estou há um tempão perguntando porque você repetiu de ano e você sempre se esquiva — Droga, agora ela pensa que sou uma estúpida — Você repetiu a segunda série porque não entendia o que os professores falavam? — Me perguntou que sua expressão incrédula. — Está explicado por que você não me contava.

— É, mas não me orgulho disso não, está bem? — Cruzo os braços um tanto irritada — Sem contar que eu sempre era zuada porque tinha sotaque vindo do brasileiro.

— Ohhh, minha menina, vem aqui! — Estende os braços, vou até ela e a abraço e enfio meu rosto em seu decote — Você ainda fica chateada com isso? — Murmuro que sim — E o que eu posso fazer para te ajudar?

— Não tocar mais nesse assunto porque eu me sinto muito estúpida.

— Tudo bem, não falo mais nisso. — Ela coloca as mãos dentro da minha camiseta — E o que mais eu posso fazer? — Essa última pergunta soa com tanta malícia que imediatamente sinto um desejo percorrer meu corpo inteiro.

— Não sei. — Me finjo de inocente — Considerando que você tocou em uma ferida minha, o que você acha que pode fazer? — Ainda abraçada a ela, distribuo beijos na parte dos seus seios que não estão cobertos por causa do decote.

— Eu tenho uma leve ideia.

— É?

— Uhum! — Segurando-me pelos ombros, Marina me afasta e se levanta rapidamente — Espera cinco minutos e depois vá até o quarto.

— Sério que você vai em fazer esperar? — Faço uma voz manhosa.

— Tenho uma surpresinha. — Dá uma piscada e vai em direção ao seu quarto.

Meu sexo chega a pulsar só de imaginar o que pode ser essa surpresinha. Fico me controlando por esses cinco minutinhos que parecem demorar uma eternidade para passar. Mas quando olho o relógio na parede e os minutos finalmente se findaram, ando rapidamente pelo corredor e paro em frente a porta. Respiro fundo e empurro a porta. O que vejo tira-me o ar por alguns segundos.

Marina está de costas e usa um robe de seda vermelho e uma cinta-liga da mesma cor.

— Gostou? — Pergunta ao perceber a minha presença no cômodo.

— Que raio de pergunta é essa? — Vira de frente e usa as mãos para afastar um pouco o robe e com isso sua barriga e sutiã da mesma tonalidade da outra peça ficam expostas — Você vive falando que eu vou acabar com a sua sanidade, mas você ainda vai fazer a mesma coisa comigo.

— Então estamos em sintonia. — Dá uma piscada — Como vamos ficar longe durante um mês inteirinho, pensei em algo especial para fecharmos o semestre em chave de outro. Era para eu estar vestida assim quando você chegasse, mas hoje, milagrosamente, você chegou no horário marcado. — Anda lentamente até mim e coloca minhas mãos em sua cintura. — A senhorita não tem noção de como um simples toque seu me deixa totalmente molhada. — Pega uma das minhas mãos e coloca dentro da sua calcinha. Toco em seu sexo e meus dedos ficam umidificados. Marina respira pesadamente quando massageio sua entrega — Ah, menina, você ainda me leva à loucura.

Tiro minha mão da sua lingerie e deixo as duas segurando sua cintura. Aproximo ainda mais nossos corpos e contorno seus lábios coma ponta da língua para longo em seguida beijá-la apaixonadamente. Enquanto nos beijamos, vamos em direção a cama e lá caímos, eu por cima dela. Ela retira o próprio robe e, rapidamente, retiro minha camiseta e Marina me ajuda a retirar o short.

— Ah, adoro quando você não usa sutiã. — Sorri enquanto inverte nossas posições na cama e passa a beijar meus seios. Depois, seus dedos brincam com um deles e a língua brinca com o outro. Após um certo tempo, ela se afasta e aperta os meus seios para depois tocar toda a parte de cima do meu corpo. — Você não tem ideia de como vou sentir sua falta.

— Também vou sentir a sua. — A puxo pelo ombro e a beijo e, mais uma vez, nossas posições são invertidas. Me sento sobre ela, de modo que nossos sexos cobertos se toquem — Agora me deixa te aproveitar um pouco. — Aperto seus seios por cima do sutiã e logo levo minhas mãos ao seu feixe — Você fica tão linda de vermelho, mas sei que é ainda mais linda sem nada. — Abro o feixe e, com sua ajuda, o retiro para em seguida jogá-lo longe.

Beijo o seio esquerdo e aperto o outro. Uma vontade de deixar marcas pelo seu corpo toma conta de mim. Penso em fazer em pedir sua permissão, mas isso não me parece muito justo.

— Será que só hoje eu posso te deixar algumas marquinhas? — Ela morde o lábio enquanto parece pensar um pouco.

— Só hoje — Faz uma voz cheia de malícia — mas pega leve comigo.

— Tudo o que a senhora quiser, professora. — Sorrio e logo levo minha boca a um dos seios e os sugo com força. Faço alternâncias entre um e outro e já ouço Marina gemer baixinho. Em seguida, desço pela sua barriga distribuindo beijos, mordidas e alguns chupões.

Retiro a cinta-liga ao mesmo tempo em que distribuo beijos em cada uma de suas pernas. Quando finalmente a retiro, subo beijando novamente as suas pernas e o interior de suas coxas. Sinto seu corpo estremecer quando minha respiração quente bate contra sua calcinha molhada.

— Vai ficar aí sem fazer nada? — Pergunta com certa irritação que me faz rir. Dou uma rápida lambida na peça e ela estremece novamente — Claaaara! — Diz quase suplicando.

— Você é muito apressada! — Tento me controlar, mas vê-la assim pedindo desse jeito é inevitável negar. — Vou querer essa calcinha como recordação. — Retiro a peça com certa rapidez e meu próprio sexo se umidifica ao ver o de Marina. Salivo, mas logo levo meus lábios a ele e aprecio o seu gosto. Chupo o clitóris, dou leves mordidas e Marina se contorce toda. Coloco dois dedos dentro dela, mas não paro de chupar. Os seus gemidos vão ficando cada vez mais altos. Adoro essa sensação. Marina sempre faz o possível para conter os gemidos, mas com o tempo ela se entrega completamente e permite que seus sons preencham o cômodo. E os sons ficam ainda mais altos quando coloco três dedos e os movimento rapidamente dentro dela.

— HUMM... AHHHH... — Meus dedos se movimentam com mais dificuldade. O gozo chega. Marina arqueia as costas e grita — CLAAA...RA.

Uma coisa que aprendi nesse pouco tempo em que estamos juntas: Dar prazer é muito melhor do que receber.

Subo pelo seu corpo distribuindo beijos e termino dando-lhe um beijo que acaba com o fôlego que ela estava retomando. Após alguns poucos minutos, Marina olha para mim maliciosamente.

— Minha vez de brincar! — Sorri enquanto inverte nossas posições e logo se levanta da cama, prende o cabelo com uma xuxa e fica em pé me encarando. A olho sem entender — Se senta na beirada da cama e tira isso.

Sem qualquer questionamento, me sento onde ela mandou e retiro a minha calcinha. Marina fica de joelhos em minha frente e aperta as minhas coxas ao mesmo tempo em que seus lábios beijam meu pescoço, ombros, seios, abdômen e vão descendo ainda mais. Quando chega ao meu sexo, abre as minhas pernas o máximo que consegue, envolve minha cintura com os braços e leva a boca ao local desejado. Sua boca, língua, dentes e ainda somadas as unhas em minhas costas me levam praticamente ao delírio.

Aperto os olhos pressentindo a onda de prazer que virá, mas Marina para o que estava fazer e rapidamente me empurra contra a cama, de modo que fico deitada, e, ainda agachada, coloca minhas pernas sobre seus ombros. Volta a atenção ao meu sexo, mas dessa vez chupa o meu clítoris e coloca dois dedos dentro de mim, fazendo rápidos movimentos de vai-e-vem. Não demora até que meu corpo estremeça em função do orgasmo. Gemo alto, grito alto. Gememos alto, gritamos alto. Tanto eu, quanto Marina chegamos ao ápice. Ao me fazer sentir prazer, o corpo de Marina reage proporcionando o mesmo a ela.

Após alguns segundos, ainda ofegantes, nos ajeitamos na cama. Ficamos deitadas de lado, uma olhando a outra.

— "Se eu me apaixonar... Vê se não vai debochar... Da minha confusão" — Diz pausadamente enquanto faz um afago em meu rosto.  Como resposta, apenas me aproximo e selo nossos lábios — Gostou da festinha de despedida? — Pergunta meio sem graça. Confirmo e ela afunda o rosto em meu pescoço — Tenho outra surpresa.

— Melhor do que essa? — A abraço com força como que para impedi-la de se afastar.

— Depende. Eu comprei um celular e agora não te largo mais.


Notas Finais


Okay, ainda não teve sofrimento, eu sei, mas aguardem o próximo capítulo porque a felicidade de Mariana (Marina+Ana♥) não será tão longa e próspera quanto as duas esperam. D:

A música que a Marina recita se chama Pra Você Eu Digo Sim, da Rita Lee. É uma versão da música If I Fell, The Beatles. ♥

É isso.
Beijo ♥


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