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História Amar é um crime pt 2 - CHANGE MY LIFE (Jimin) - I - Prisioner


Escrita por: paulavhope

Notas do Autor


bora começar mesmo?
Agora é a Chae mesmo ta, falous
boa leiturinha

Capítulo 2 - I - Prisioner


Fanfic / Fanfiction Amar é um crime pt 2 - CHANGE MY LIFE (Jimin) - I - Prisioner

Trinta e sete dias e meio. Novecentas horas, cinquenta e quatro mil minutos, três milhões, vinte e quatro mil segundos e contando.

Faz exatamente um mês e uma semana que estou presa nesse lugar. Faz exatamente um mês e uma semana que as vinte e seis letras do alfabeto têm sido inúteis para mim, úteis apenas em minha cabeça, conversando com algo que diria ser minha consciência. Faz exatamente um mês e uma semana que descobri o verdadeiro lado de minha irmã, vindo junto de um sentimento de orgulho e raiva, após saber que meu pai estava vivo aquele tempo todo, porém quando pude sentir esse gosto de ainda ter um pai, este foi morto em vingança contra mim. Faz exatamente um mês e uma semana que passo as vinte e quatro horas do dia pensando no que minha vida se tornou: um branco.

Branco, de não ter nada, nem ninguém para preencher o vazio dentro de mim. Branco, de me esquecer do que é conversar. Branco, de não ter cores dentro de mim. Branco, como a única cor do “quarto” onde estou. Às vezes assimilo o cômodo com um quarto de clínica para loucos.  A diferença é que o lugar onde durmo, que não sei se pode ser chamado de cama, é feito de barras de metal e um colchão de uns dez centímetros que permitem minhas costas sentir cada detalhe do material gelado em baixo do tecido. A diferença é que as únicas iluminações são as da luz, que não identifiquei ainda como solar ou artificial vinda de um lugar do outro lado do cômodo,  que entram através de pequenos furos na parede rachada, ou em duas vezes ao dia, quando o pequeno compartimento na porta se abre, depositando um prato de não-sei-o-que, que parece comida mastigada. Dá até a impressão de que sou um pássaro sendo alimentado pela mãe.

A diferença é que, diferentemente de um pássaro, não sou livre.

A única razão de eu perceber o tempo passando são os alarmes, de alto volume, que me trazem de volta para a realidade. Um às sete da manhã, quando a porta é aberta, liberando-me para tomar banho. As luzes do lado de fora são todas apagadas, deixando apenas pontos luminosos no chão para o caminho até o chuveiro que, como é de esperar, só sai água gelada. Perdi a conta de quantas vezes já me gripei aqui dentro. Acredito que as luzes apagadas sejam para impedir que eu veja possíveis rotas de fuga. Sei também que, independentemente de quantas portas a mais tenha naquele andar, eu sou a única “prisioneira”. Além disso, também sei que há alguém que fica na frente da porta, vigiando. Quando eu saio de dentro do cubo para o banho, sinto que há alguém me observando, apesar das luzes apagadas.

O segundo alarme é por volta da uma da tarde, quando a primeira gororoba entra pelo compartimento da porta. É a primeira vez no dia onde posso ver um foco maior de luz dentro do lugar, pois há uma pequena iluminação acionada, para que pelo menos enxergue o que estou comendo. Preferiria não enxergar aquilo, quem sabe meu estômago permitiria entrar uma porção maior.

O terceiro e último alarme é às 21h. A porta é novamente aberta, para o uso do banheiro, no mesmo esquema de luzes. Sim, só posso usar o banheiro uma vez, de noite, pois o chuveiro não fica no mesmo lugar que o local das necessidades. Assim que retorno para a cela, pode-se assim chamar, tenho 8 minutos para engolir a outra gororoba nojenta, e as luzes são todas apagadas.

Pois bem, no começo eu preferiria morrer a passar mais um dia naquela rotina. Pensei várias vezes em enfrentar o perigo e fugir quando saio da cela, porém seria pior. Depois de alguns dias foi que eu me acostumei com aquilo, preferindo ficar ali do que ter que enfrentar minha “família” novamente, se é que devo chamar assim. Além do mais, vez ou outra tento ouvir o homem que vigia a porta soltar alguma palavra. Não sei o motivo, mas as únicas palavras que escuto demoram a vir, e não são para mim. São pequenas e baixas  conversas com alguém do lado de fora, posso dizer que seja uma autoridade maior que o rapaz na porta. Apesar de tudo, não desistiria de ouvir alguma palavra dele direcionada a mim, e desafiá-lo, de repente, pareceu ser divertido.

~~

7h, avisou o primeiro alarme do trigésimo oitavo dia de aprisionamento. Hesitei em sair daquela placa de metal com tecido em cima, pois acreditei estar gripada novamente, e entrar de novo naquela água congelante não iria ajudar. Acabei cedendo à vontade de, pelo menos, não ficar doente por algo pior como falta de higiene , e levantei.

Que comece outro dia, pensei, suspirando ao encarar de pé a escuridão vindo da porta aberta.

São dez minutos de “liberdade”, desde o momento em que a porta é aberta. Já perdi dois minutos lutando contra meus pensamentos, portanto deveria ser rápida. Dei alguns passos para fora do quarto e posso jurar ter ouvido uma respiração, que não era minha. Minha teoria de que havia alguém do lado de fora, e não vozes em minha cabeça, havia sido comprovada. Parei por alguns segundos, virando pra trás, inutilmente, pois a escuridão não me permitia enxergar nada. Suspirei e continuei meu caminho até o chuveiro. Não havia luz lá dentro também, nem toalha. Tirei minha roupa, que por sinal era a mesma desde quando entrei aqui, e a apoiei em algum lugar não identificado, que sempre usei como apoio e, estremecendo de frio, fiz a água começar a cair. Lavei meu corpo com algo que parecia ser um final de sabonete que havia ali, rapidamente, e desliguei o chuveiro. A única coisa que eu podia trocar era a roupa íntima da parte de baixo, que eu deveria ter sorte para secar até o dia seguinte. Tinha uma a mais, apenas, mas era melhor que usar a mesma sempre. Coloquei minha roupa sobre o corpo molhado e voltei rapidamente ao cômodo, pois a porta estava começando a se fechar. Prefiro nem imaginar o que aconteceria se eu não voltasse a tempo.

Depois de alguns minutos, encolhida na “cama” devido ao frio que parecia estar pior que todos os outros dias, o compartimento da porta se abriu, surpreendentemente. Imaginei que o alarme poderia ter dado problema e que as 13h havia chegado mais rápido do que imaginei, porém ao ver a silhueta do que entrou, nada mais fez sentido. Aproximei-me do objeto não identificado e o toquei, um pouco hesitante. Era uma... coberta? Desde quando se importam com o frio que passo?

- Mas o que é isso? – perguntei, automático e inutilmente, logo me tocando de que ninguém iria responder.

Aceitei o tecido, por mais suspeito que fosse, e fui me encolher novamente num canto, só que agora tremendo um pouco menos.

- Ahn... obrigada? – decidi tentar.

Uns três minutos se passaram e minha impaciência de repente me atingiu, cansada de ser ignorada. Levantei-me e fiquei de frente com a porta. Bati três vezes, com um pouco de violência.

- Qual é, eu sei que você está aí. Não precisa me tratar como se fosse invisív...  - minha voz sumiu no mesmo instante em que fui interrompida.

- O inverno chegou, é melhor usar isso se não quiser ficar pior. Aliás, seria melhor se não tentasse mais falar comigo.

Oh... aquela voz.

Encolhi-me novamente no canto, porém um pouco abalada, não de forma triste, mas surpresa por finalmente ouvir uma voz falando comigo. Ele pareceu sério ao falar para eu deixar de tentar falar com ele, como se fosse perigoso.

Mas agora, acima de tudo, não desistiria tão cedo de ouvir aquela voz intensa novamente.


Notas Finais


agora sim começouuuuuu
e aí, oq acharam?
deixem a opiniao ai, considero pacas
tchaus, amo vcs


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