Rukia alongou bem os braços para tirar a maldita preguiça dos ossos, aulas de história sempre a deixa com sono,e parecia que o professor de química havia faltado o que significava apenas uma coisa: sair cedo da escola, pelo menos nisso seu dia estava sendo lugrativo, ela teria meia hora livre e assim poderia ir pegar uma encomenda,Rukia estava empolgada(mesmo não aparentando), esperaria até o final de semana para ir buscar mais parecia que Kami decidiu de outra forma.
Nos últimos dias Rukia estava muito alegre, a data da apresentação estava chegando e ela já estava quase conseguindo ficar satisfeita com seus ensaios em casa, o musical seria bem curto, três minutos no máximo,mais seriam três minutos de dança e música para fazer os espectadores chorarem,era isso que a morena esperava, não só por ela,mais também por seus colegas que se esforçaram muito para conseguir uma boa nota, e ainda havia o critico, sim um crítico, ele confirmou presença a dois dias atrás o que só deixou todos ainda mais nervosos, fazer teatro era uma forma de substituir o componente curricular de artes, todos que estavam no teatro da escola não precisavam ir a aulas de artes e nem fazer prova, mais não era esse o único motivo para alguns alunos estarem lá, a maioria realmente queria seguir com aquilo, Rukia era uma dessas pessoas e o bendito crítico era seu passaporte para os grandes e famosos teatros,se ele gostasse do que via então eles teriam uma chance. E ainda havia O Sr.Mistério (ela só o chamava assim),a morena o convidaria para ir a apresentação assim que o visse na quadra,queria muito que ele estivesse presente.
-Bom,turma.-O professor de história fechou o livro.-Estudem para as provas do bimestre. Estão liberados!
-Até amanhã Rukia!-Momo se despedio da garota.
-Até Hina!-Rukia acenou.
***
Rukia batia o pé rapidamente contra a madeira da arquibancada, isso que dava chegar cedo, esperar, era só o que podia fazer enquanto esperava o moreno chegar,o tédio a deixou irritada, e frio só piorou as coisas, mais todo se foi quando Rukia viu o moreno subir as escadas em sua direção.
-Yo.-Rukia o saldou com um sorriso no rosto.
O moreno apenas acenou com a cabeça sentando ao lado da baixinha.
-Tenho uma coisa pra você!-Rukia o mostrou uma caixinha azul.
O homem a fitou pegando a caixa com cautela.
-Pode abrir.-Rukia afirmou.
Ele abriu a caixa e lá havia um colar com um pingente em forma de retângulo, o moreno o tirou da caixa segurando em frente a seu rosto, tanto a corrente como o pingente eram praticados e o pingente estava preso pela parte pequena do retângulo.
-Olha.-Rukia pegou a corrente,abriu o pingente revelando que ele se abria em três,lá havia três fotos,uma de Rukia no centro, outra de miiu a direita e outra de miiuthu a esquerda.-Pra você sempre estar com a gente.
Rukia colocou a corrente no pescoço do maior que a encarou por alguns minutos sem qualquer reação.
-Eu tenho um igual.-Rukia quebrou o gelo monstranso a ele um colar dourado no mesmo estilo que p dele, a morena abriu o pingente.-Você e meus filhos.
O moreno ergueu as sombrancelhas e apontou para sua foto no compartimento do meio.
-Isso?-Rukia sorriu.-Tirei quando você estava brincando com os bebês.
Rukia levantou para descer as escadas com o moreno sempre a olhando.
-Até amanhã!-a morena acenou quando se afastava da quadra.
****
A bela fechou a porta de casa sem si dar conta dos presentes na sala tomando um susto ao escutar a voz de seu irmão.
-Acho que me deve uma explicação.-Byakuya soou mais frio que o normal.
-Nii-sama... Que susto.-Rukia pos as mãos no peito sentindo seu coração bater acelerado.
-Não vou falar novamente!-Byakuya estreitou os olhos para a morena.-Você me deve uma explicação!
-Explicação?-Rukia não entendeu onde seu irmão queria chegar.
-Não se fassa de boba Rukia!-Byakuya foi ríspido.-Me diga por que havia dois animais em seu quarto?
Rukia congelou na hora, ele sabia sobre os filhotes.
-Eu... ía falar com você sobre isso... mais esqueci...-Rukia engolio em seco.
-Esqueceu?-Byakuya não mudou sua expressão.-Você sabe muito bem que a saúde da sua irmã é frágil,traz dois animais da rua para casa e depois esquece de me dizer?
-Nii-sama, eu juro que não queria fazer mal a Hisana.-Rukia entendeu o que seu irmão insinuou.-Eles estam no frio, eu apenas os pequei e deixei no meu quarto,exatamente para não afetar a saúde de Hisana!
-Byakuya?-Hisana apareceu de traz do maior, Rukia não a tinha visto até aquele momento.-Ela esta falando a verdade!
-.......-Byakuya não falou nada.
-O que fez com eles?-Rukia perguntou temendo a resposta.
-Os mandei para um abrigo de animais!-O moreno disse sem qualquer emoção.
-O que?-Rukia balbucinou.-Não. Você não fez isso!
-É verdade Rukia...-Hisana tentou se aproximar da garota mais Rukia a empurrou.
-SAÍA DE PERTO DE MIM!-Rukia berrou.
-Olha o tom.-Byakuya a advertiu.
-O que foi que eu fiz pra merecer isso?-Rukia perguntou sentindo seus olhos marejarem.-Ser abandonada,violentada, regeitada e agora isso...
Os outros dois assistiam os grandes e intrigantes olhos roxos deramarem lágrimas molhando o rosto alvo da jovem.
-Rukia...-Hisana sentiu seu coração quebrar com as palavras tristes da irmã.
-Não seja ridícula.-Byakuya pareceu nem se importar com o lamento da mais nova.-Eram apenas animais!
Rukia levantou seu rosto para eles fazendo o maior a encarar diretamente e a outra dar dois passos para trás.
-É, acho que tem razão!-Rukia reconheceu aquela voz fria que saia de sua própria garganta mais que não era de fato sua.-Eram apenas animais!
Dito isso Rukia lhes deu as costas subindo as escadas sem olhar para tras,Rukia trancou a porta com a chave e se jogou na cama ficando de lado, a janela de seu quarto estava aberta, a luz da lua iluminava cada gota que saia daqueles olhos que até horas atrás brilhavam de felicidade e que agora estavam negros de... de o que mesmo? Bom talvez isso não importe, afinal ela era vazia, era oca,seu interior agora era como um buraco negro, tudo que entra nele se desintegra,lenta e dolorosamente.
A melhor coisa a se fazer naquele momento era dormir.
E foi isso que a morena fez,fechou seus olhos e deixou que a lua velace seu sono.
Ela sim tinha sorte, sempre lá no céu, longe e perto ao mesmo tempo, somente observando o mundo ficar mais doente a cada dia.
Existe uma denominação para descrever nossa existência nesse mundo: Doença.
É isso que nós seres-humanos somos ,um vírus que causa doença,e a terra é quem esta doente.
E no final só ha duas alternativas.
Ou o hospedeiro mata o vírus.
Ou o vírus mata o hospedeiro.
O engraçado nisso tudo é que nas duas opções o vírus... morre.
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