P.O.V João:
A Lari estava cansada mesmo, dormiu no meu colo. Era muito bom ficar assim com ela, mas eu estava muito apertado para ir ao banheiro. Levantei devagar para não acorda-la, e fui andando pela casa.
Tava difícil achar um simples banheiro, por um milagre de jesus achei um por acaso. Sai dele e o Gilberto me esperava na porta.
- Ai que susto. -dei um pulo. -Aconteceu alguma coisa? -perguntei.
- Eu só queria conversar com você sobre a minha filha. -respondeu.
- Claro, o que é?
- Melhor não falar aqui, vamos até meu escritório.
Para ir para ao escritório do sogrão a coisa é séria. Não me surpreende da Lari ter falado que o pai dela é um cara totalmente ocupado, era papéis e coisas de trabalho por todo lado.
- Pode sentar. -Gilberto falou, apontando para a cadeira.
Sentei, suava frio. Ele parecia que ia contar algo muito importante, isso que me preocupava.
- Suponho que a Larissa já tenha te contado que perdeu a mãe, tudo aconteceu num acidente:
FLASHBACK ON:
Eu, minha esposa (Silvana) e a Larissa (que tinha 5 ano) morávamos no interior. Não era uma casa luxuosa mais era aconchegante.
Não éramos ricos na época, e frequentemente ficava cheio de dívidas. Em uma dessas me meti com uns caras da pesada, eles me deram um prazo para devolver todo o dinheiro. Não consegui pagar a tempo, tacaram fogo na minha casa como uma forma de cobrança.
Estava trabalhando na hora do ocorrido. Só restava as duas na casa, salvaram o que puderam. Era muita fumaça e fogo, na hora de sair a Larissa esqueceu de pegar o ursinho que a mãe lhe deu. Saiu correndo atrás dele, quando conseguiu pega-lo não tinha mais para onde correr. As portas, paredes, todas cobertas pelas chamas.
Silvana percebeu que não havia mais saída, conseguiu jogar a Larissa pela janela a salvando.
FLASHBACK OFF:
- Dês de então ela se culpa pela morte da mãe. - Gilberto deixou uma lágrima cair. - E não acabou por ai, depois disso, entrou em depressão pela ausência da mãe e porque não tinha muito tempo para lhe dar atenção.
Por essa eu não esperava, a Lari nunca tinha me contado isso. Agora entendo porque ela é assim, quase nunca me deixava perguntar sobre seu passado.
- Ela nunca me contou isso. -disse impressionado.
- Ela nunca fala isso com ninguém. Então, sugiro que cuide bem dela, porque se você a fazer sofrer considere-se um homem morto.
P.O.V Lari:
Tinha pego no sono, dormi sem terminar de ver o filme. Me virei para o lado, procurando pelo João. "Ué, onde será que ele foi?" me perguntei.
Andei a casa inteira e nada, fui no escritório (o único lugar que restava) procura-lo.
- Pai, o João está ai? -perguntei entrando.
Dei de cara com ele, pareciam ter tido um papo sério.
- Oi princesa! Estou aqui. -João respondeu.
- Interrompi alguma coisa?
- Não, eu só estava conversando algumas coisas com ele. Eu vou ter que sair, vou deixar os empregados a seu dispor. Eu vou estar lá, mais eu vou estar ai com vocês. -Meu pai falou, e se despediu.
- O que vocês conversavam? -perguntei curiosa, esperando meu pai sair.
- Nada demais.
- Se não fosse nada demais me contaria.
- Papo de homem pra homem.
- Chato.
Sentamos no jardim da casa para aproveitar o resto do dia. Fico só imaginando quando tivermos a nossa família, vai ser perfeito.
- Uma flor, para uma flor. - colheu uma para mim.
- É linda.
- Sabe, não tem mais como eu viver sem você. -disse.
- Eu é que não consigo. Só de pensar que por causa daquela oxigenada quase acabou com tudo. - fiquei com raiva só de falar.
- Ela não conseguiu e nem vai conseguir. -segurou meu rosto. -Porque o nosso amor é mais forte que tudo. -ele me beijou.
- O que acha de uma pequena vingancinha? Pra ela aprender que não é fácil destruir jolari! -sugeri.
- Só se for agora.
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