História Amarrado ao Amor, Preso aos Amigos - Pode Me Machucar!

Acordei com a luz do sol em meu rosto. Porque a droga daquela janela não estava fechada? Levantei e fui para cozinha fazer café. Para minha surpresa Bruce estava lá dando uns amassos no Thor. Eu não queria atrapalha-los, mas não pretendia ficar assistindo os dois se beijarem.

-Então? –Falei arrastado chamando a atenção do casal. Assim que me viu Bruce abaixou a cabeça e apertou o braço de Thor.
-Nós já estamos saindo. –O loiro falou puxando Bruce pelo braço. Quando ambos passavam por mim eu segurei o braço de Bruce, fazendo com que o mesmo parasse e me olhasse.
-Eu quero falar com você. Pode ficar aqui? –Falei. Bruce apenas assentiu e se livrou de minha mão. Olhei para Thor e depois para a porta, dizendo que ele deveria sair, e assim ele fez.
-O que quer falar comigo? –Bruce falou.
-Eu queria dizer que eu não tinha a intenção de ser ignorante. –Falei soltando um suspiro. –Queria saber se você pode me desculpar.
-Você nunca tem intenção de nada ne Anthony? Mas sempre acaba fazendo a coisa errada! –Ele falou. –Você tem que pensar antes de falar! Rostos bonitos não fazem personalidade!
-Eu sei que não fazem! Sei que acabo falando as cosias sem pensar, mas não faço isso por mal! Não faço na intenção de machucas as pessoas! –Falei.
-Sabe Tony, eu não consigo entender porque o Steve está com você. Ele é uma pessoa tão boa, tão carinhosa, e você, bom você sabe como você é. –Ele disse e saiu, indo provavelmente para onde Thor estava.

Fiquei sozinho na cozinha, perdido nos meus pensamentos. Bruce tinha razão. Como alguém como Steve ficaria com alguém como eu? Eu ia acabar machucando Steve. Estava tão perdido nos meus sentimentos que nem senti quando uma lagrima solitária escorreu pelo meu rosto, nem percebi a presença de Steve. Só me toquei que ele estava lá quando senti são mão em meu rosto.

-O que acontece? Você está bem?
-Sim. Sim estou. Eu só estava pensando. –Falei passando a mão em meu rosto.
-E estava pensando em que? Era algo tão ruim ao ponto de te fazer chorar? –Ele falou segurando minha mão.
-Eu.... eu estava pensando no que Bruce me falou. Pensando na grande possibilidade que existe de eu machucar você. –Falei.
-O-o que? E-ele falou isso? –Ele falou enquanto me olhava com os olhos arregalados.
-Não com essas palavras. Mas foi isso que ele quis dizer, foi isso que ele quis me mostrar! –Afirmei.
-Mas isso não vai acontecer Tony! Não leve a sério o que ele falou! Você nunca vai me machucar! –Ele falou acariciando minhas mãos.
-E se acontecer Steve? E se eu te machucar? Eu sempre machuco as pessoas! Acho que é melhor nós...
-Não! Não e não! Se você me machucar eu não ligo. Pode partir meu coração, mil vezes se desejar. Sempre foi seu para machucar como quiser. –Ele falou com os olhos cheios de lagrimas. –Só não me abandona agora, por favor. –Ele finalizou. Vê-lo chorar partia meu coração.
-Eu não vou te abandonar! –Falei abraçando-o. –Eu prometo! Só pare de chorar, por favor.
-Obrigado! Eu amo você, Anthony!
-Eu também amo você, Steve! –Falei e o beijei em seguida.

***

Talvez eu tivesse perdido grande parte do meu dia apenas admirando Steve, apenas admirando sua paciência com todos que estavam lá. Ele era assim, sempre querendo agradar a todos.
Confesso que a boa vontade de Steve me incomodava as vezes, mas era sem dúvidas o que eu mais admirava nele. Entre tantas qualidades essa era a que mais se destacava.

-Seus desocupados, o que nós vamos fazer hoje? –Falei Natasha me tirando de meus pensamentos enquanto entrava na sala.
-Não sei o ruivinha, me diz você! –Falei.
-Eu topo qualquer coisa! –Falou Clint.
-Até uma suruba? –Perguntei.
-Tony, olha a boca! –Steve falou chamando minha atenção.
-Desculpa amor! –Falei. –Mas bom, nós podemos ir a uma pizzaria. Sei lá, tanto faz.
-Seria uma boa, tô com uma fome que nem sei explicar. –Clint falou.
-Ta bem então, nós vamos sair umas 19h. Da tempo de todo mundo se arrumar. –Falou Natasha. –Combinado?
-Combinado! –Falamos juntos.

Não demorou muito para ficarmos prontos, com exceção de Steve que sempre se atrasava. 

Quando nós saímos da casa já eram sete e vinte. Todos reclamaram do atraso no caminho, mas Steve não falou nada, só ficou escutando. Eu já estava ficando estressado com isso, ele sempre abaixava a cabeça. Amigos não deveriam agir assim. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas eles conhecem Steve a muito tempo, sabem como ele é uma boa pessoa. É ridículo que eles o tratem assim!

-Quer saber, vocês podem ir para pizzaria, eu e Steve vamos voltar! –Falei segurando o braço de Steve para que ele parasse de andar.
-O que? –Ele falou olhando para mim.
-Por que? –Natasha falou tentando puxar Steve.
-Porque nós vamos ter uma conversa! E precisamos ficar sozinhos. –Falei
-Sei, uma conversa! Ta bom. –Falou Clint.
-Não preciso das satisfação para você! –Falei virando de costas e puxando Steve para vir comigo. O mesmo me seguiu sem entender nada.
-Por que fez isso? –Ele falou olhando para mim.
-Porque eles estava te tratando mal e você não falava nada, e isso estava me incomodando. –Falei continuando a andar.
-Mas eu não me importo. –Ele falou fazendo com que eu parasse e olhasse para ele.
-Mas eu me importo, Steve. Não gosto que as pessoas te tratem mal! Não gosto de ver você engolir tudo que falam para você! -Falei segurando o rosto dele e depositando um beijo em sua testa. –Não gosto de ver você naquela situação.
-Obrigado por me proteger!
-Não estou fazendo nada além do meu dever! Agora vamos para casa, estou cansando de ter paciência para não xingar aquelas pessoas! –Falei

Nós seguimos andando para casa de praia em silêncio. Era um silêncio bom, um silêncio que confortava.

Quando chegamos tomamos um banho e fomos procurar algo para comer. Não encontramos nada além de biscoito e suco de uva, então nos alimentamos disso. Eu já estava quase dormindo no sofá da sala então fomos para o quarto.

-Hoje nós não fizemos nada. –Ele falou acariciando meu cabelo.
-Fizemos sim. Eu fiz pelo menos! –Falei.
-O que você fez Tony? Porque eu não te vi fazer nada.
-Eu fiquei olhando para você o dia todo. Fiquei o tempo todo pensando na sorte que tenho por te amar! –Falei olhando para ele, que abriu um enorme sorriso.
-Eu que tenho sorte por amar você, sorte de ter um baixinho para me defender. –Ele falou.
-Baixinho? Só vou aceitar para não estragar o momento fofo, Loirinho. –Falei.
-Loirinho? Gostei. –Ele falou rindo.
-Que bom, porque vou te chamar assim a partir de agora!
-Pode chamar, meu baixinho! –Ele falou depositando um beijo na minha testa.