História Amarrado ao Amor, Preso aos Amigos - Fica Bem!

Já era normal para mim acordar nos braços de Steve. Era bom acordar e sentir um coração bater. Um coração que não está dentro do seu corpo, mas de qualquer forma pertence a você.

Ver seus cabelos bagunçados, seu rosto marcado. Céus, era a, melhor visão do mundo! Ficar ali admirando-o, amando-o, desejando-o, tudo isso enquanto ele dormia. Por que não vivi isso antes?

Estava tão distraído vendo Steve dormi que quase não notei seu celular vibrando sobre o criado-mudo. Pensei em acorda-lo, mas passei meus olhos pelo aparelho que não para de vibrar. “Fernanda”. Olhei mais uma vez, não queria acreditar naquilo, mas não tinha como negar. Era minha mãe, minha mãe estava ligando para Steve. Será que ela já tinha ligado outras vezes? Será que eles conversavam? Não pensei duas vezes, peguei o celular e atendi.

-Alô? Steve? –Minha mãe falava do outro lado.
-Sim! O que quer? –Falei seco, torcendo para que ela não reconhecesse minha voz.
-O Anthony está bem? Você não falou para ele, falou? –Ela perguntou.
-Ele está bem sim. Mas o que eu falaria para ele?
-Como assim? Eu te falei ontem Steve. –Ela falou, e ouvi um barulho alto vindo da cozinha. –Meu Deus! Steve preciso desligar. Cuida do Tony para mim. Tchau! –Ela disse finalizando a ligação.

Não podia acreditar nisso. Steve estava conversando com minha, e ele não havia me falado. E além disso, ele escondia algo de mim. Como ele pode fazer isso? Depois de tudo que aconteceu comigo, depois de tudo que aconteceu com a gente. Minha vontade é pegar minhas coisas e ir embora, mas antes preciso saber o que aconteceu!

Pov Steve

Acordei com a cama vazia. Era estranho acordar sem ter Tony me observando. Levantei da cama e fui até o banheiro. O vidro ainda estava embaçado, então Tony levantou a pouco tempo.

Fui até a cozinha, sabia que ele não estivesse por lá, algo ruim teria acontecido.

-Vocês viram o Tony? –Perguntei, chamando a atenção de todos.
-Ele passou por aqui tem pouco tempo, não falou com ninguém. Parecia estar chateado com alguma coisa. –Bruce falou. –Ele foi lá para fora.
-Obrigado, Bruce.

Fui para fora, passando meus olhos pelo lugar. Várias crianças brincando, algumas pessoas na água, mas apenas uma me chamava a atenção. Alguém sentado em uma das enormes pedras, olhando para o horizonte. Caminhei até ele. Tendo certeza de que ele não percebera minha aproximação, o abracei, sentindo a humidade em seu pescoço. Ele olhou para mim assustado, seus olhos vermelhos, o rosto molhado.

-O que aconteceu? –Perguntei afoito.
-N-nada. N-não aconteceu nada. –Ele falou passando a mão em seus olhos.
-Como não, Tony? Você está chorando! Você chora por nada?
-Não, mas agora não importa! –Ele falou, voltando a olhar para o mar.
-Claro que importa! Como pode dizer para mim que algo que te machuca não importa? Você... você importa para mim! –Falei, sentando-me ao lado dele.
-Você está me machucando, Steve! É isso que me machuca, é você! Eu estou tentando dar o meu melhor! Estou tentando ser bom o suficiente para você. Estou me esforçando, juro, mas e você? Como diz que eu sou importante com tanta facilidade se esconde as coisas de mim? É tão fácil assim mentir? –Ele falou voltando a chorar.
-Mentir para você? Eu não menti par você! E você é importante para mim, não diga bobagens! –Falei com os olhos marejados.
-A quanto tempo você tem conversado com minha mãe, Steve? –Ele falou. –A quanto tempo você esconde algo de mim, algo que ela te falou?
-E-eu... não tem muito tempo, Tony. Ela me ligou porque estava preocupada com você. Por isso me ligou. –Falei.
-E o que ela te contou ontem? Você pode me falar, ou vai esconder isso também? –Ele falou.
-Tony. Ela pediu para que eu não falasse. Ela me fez prometer.
-O-obriagado Steve. Obrigado por me fazer perder tempo confiando em você, confiando em alguém que não confia em mim. –Ele falou, já se levantando para ir embora, mas foi impedido por mim.
-Espera, e-eu, eu te falo! –Falei fechando os olhos. –Ela falou que seu pai está doente. Que ele tem, câncer.
-O-o que? Meu pai? Você tem certeza Steve? –Ele falou chorando.
-Sim. Infelizmente eu tenho certeza. –Falei abraçando-o.
-Eu preciso ir para casa. Steve, eu preciso ir embora! Me leva para casa por favor. –Ele falou apertando minha cintura.
-Calma. Nós podemos ir, mas você precisa ficar calmo. –Falei apertando-o com mais força.
-Eu não posso perde-lo. Eu preciso que ele fique bem.
-E eu preciso que você fique bem! –Falei segurando em seu rosto, fazendo com que ele olhasse para mim. –nós vamos para casa. Vamos comer e ir. Então fique tranquilo, tá?
-Tá.
-Promete? Você promete que vai ficar tranquilo.
-Prometo, Steve. Eu prometo!