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História Amarrado ao Amor, Preso aos Amigos - Temporário?


Escrita por: Mel_Alice

Notas do Autor


Espero que gostem do que vão ler! :)
*Mel

Capítulo 24 - Temporário?



-Não sabia que você sabia dirigir. –Tony falou. Sua cabeça estava encostada na janela do carro, observando a chuva que caia na estrada.
-É porque eu ainda não tenho carteira. –Falei. –Então reze para ninguém parar a gente.
-Ninguém vai parar a gente, ainda mais com esse tempo. –Ele falou.
-Assim espero.

Então o silêncio tomou conta. Torturante. Como seria a mente de uma pessoa que tinha acabado de perder o irmão e agora recebera a notícia de que o pai está doente. Mesmo que recebesse todo amor do mundo, seria difícil superar isso, superar a sensação de ter aqueles que tanto ama mortos.

Era difícil me concentrar na estrada com as fungadas que Tony dava ao meu lado. Eu entendia o motivo, entendia a dor. Queria poder cessar isso, queria poder tirar dele essa dor, mas ele não permitia. Ele me afastava, mas eu mudaria isso.


-Por que parou? – Ele falou, sua voz estava fanha devido ao choro.
-Porque nós precisamos conversar! E não, não tem como adiar essa conversa! –Falei com um olhar sério, quase frio. - Desde que começamos com esse relacionamento você me esconde algo. Algo que te machuca, e muito. Tony, eu te amo, quero te entender, quero te ajudar a superar a dor, mas só vou poder fazer isso se você permitir.
-Acho que esse não é o melhor momento para falar sobre isso. –Ele falou, melhorando sua expressão de quem está arrasado.
-não Tony, muito pelo contrário. É um ótimo momento para falar disso!
-Eu não tenho nada a dizer. Então diga você! –Ele falou arqueando uma das sobrancelhas.
-Quer saber Tony, eu tenho sim, muitas coisas para dizer! Você não sabe como dói sentir que você não se importa. Sei que já mostrou muitas vezes se importar, mas e quando não mostra? E quando você trata as coisas com insignificância? Você não nota como dói né?
-Eu não estou te obrigando a aguentar nada, Steve. Você está aqui porque quer! Se acha que eu te trato tão mal deveria ir embora! –Ele falou sem ao menos se dar o trabalho de olhar para mim, e mais uma vez o quanto sou insignificante foi jogado na minha cara.
-Talvez eu vá, talvez eu vá embora, Anthony. Talvez assim seja melhor para nós dois. Você não vai precisar se dar o trabalho de fingir se importar, e eu não vou precisar fingir que não vejo que não sou importante para você.
-Que bom que percebeu que fazendo isso você vai estar me livrando de um trabalho enorme! Agora vamos, se você não percebeu meu pai está morrendo aos poucos, e eu não quero perder meu tempo com alguém que como você já notou, não tem importância. –Ele falou.

Aquilo me destruiu. Palavras podem causar diversos efeitos. Podem dar conforto, assim como podem tira-lo. Podem demostrar o amor, assim como podem mostrar o ódio. E foi isso que ele me mostrou, foi isso que ele fez eu sentir. Ódio. Eu não o odiava, mas odiava a mim. Eu estava me odiando por ama-lo, por ter permitido que ele me machucasse dessa forma.

“Pode partir meu coração, mil vezes se desejar. Sempre foi seu para machucar como quiser.”

Eu sei que eu permiti, mas não era para parti-lo de verdade. Não era para me quebrar em milhões de pedaços. Não era para nós termos terminado!


-Como você quiser, Tony! –Falei ligando o carro para finalmente podermos ir embora.

Foi uma longa viagem, uma viagem longa e silenciosa. O barulho da estrada era o único anestésico para tamanha tortura.  Era a única distração para a pouca vontade de viver que ainda me restava.

 

Finalmente chagamos, finalmente poderia ficar longe dele, ficar longe da pessoa que conseguiu me destruir em poucos segundos, finalmente ficaria longe da pessoa que eu mais amava e que mais me machucava. Finalmente ficaria longe de Tony.


-Você vai pegar suas coisas agora ou depois? –Cuspi as palavras.
-Depois, agora vou ficar com minha família. –Ele falou abrindo a porta do carro. –Tchau! –Quase não pude ouvir sua voz, ele fechou a porta com tanta força que o som que saiu de sua boca foi quase inaudível.
-Tchau. –Falei, finalmente depois de uma enorme luta para aceitar que aquelas palavras não significavam apenas distância física.

Era difícil segurar as lagrimas, eu me envergonhava delas, mesmo que ninguém pudesse vê-las. Eu sentia vergonha por estar chorando por ele.


Flashback On

Estávamos no sofá. A cabeça de Tony estava deitada em uma de minhas pernas. Eu estava acariciando seus cabelos, brincando com cada fio. Podia sentir que ele estava confortável, pois era assim que eu me sentia.


-Qual é seu maior medo? –Ele perguntou olhando em meus olhos.
-Eu tenho muito medo de montanha-russa. Eu sei que é estranho, mas pensa comigo. E se quando ela dá uma daquelas voltas eu cair? –Falei arrancando um sorriso do moreno. –Eu tenho muito medo de morrer desse jeito.
-Não acredito que esse é o seu maior medo! Que infantil!
-Não é infantil nada, palhaço! Mas e você? Qual é seu maior medo? –Falei arqueando as sobrancelhas.
-Perder você, esse é meu maior medo. Ter que levar uma vida sem você. Vai ser difícil viver sem alguém que tem a maior parte do meu coração. –Ele falou colocando uma de suas mãos em meu rosto, acariciando o mesmo.


Flashback Off

 

Sai do elevador quase me arrastando, se não fossem aquelas paredes com certeza eu estaria jogado no chão.
Foi difícil achar a chave para abrir a porta. Meus olhos doíam, meu corpo também. Era difícil controlar isso, era difícil me ver sem o amor daquele idiota!

Eu nunca fui o tipo de pessoa que se deixa ser levado por tal coisa. Nunca fui alguém que se entrega a dor, que se entrega a tristeza, mas hoje seria diferente, hoje meus sentimentos estavam diferentes.

Segui para meu quarto, me jogando na cama. Minha cara estava no travesseiro, o maldito travesseiro de Tony. Ele carregava seu cheiro, um cheiro que nunca pensei que fosse capaz de me trazer tanta infelicidade.
Como doía, como doía querer tê-lo presente, como queria poder abraça-lo e dizer para que esquecêssemos o que tinha acontecido. Esquecer tudo que havíamos dito, era isso que eu precisava. Precisava esquece-lo, nem que só por um momento.

Levantei e fui até a cozinha, peguei uma garrafa de vodka e fui até o banheiro. Minha mãe sempre guardava todos os remédios lá. Nunca entendi o porquê, mas não precisava entender agora. Peguei uma cartela de calmante e fui para o quarto.

Um, dois, três.... nove. Nove comprimidos, foi isso que eu peguei. Por que não peguei mais? Porque não tinha. Porque não tinha mais nenhum comprimido naquela cartela!

Coloquei todos na boca, acompanhados de uma golada na garrafa de vodka. Apenas um gole, precisava apenas daquilo para me livrar dos problemas, para tirar Tony da minha cabeça. Era tudo que eu precisava, mas não era o suficiente.

Continuei a tomar a bebida. A garrafa já se encontrava na metade. Teria continuado, mas não tinha forças para levantar as mãos, não tinha força para sustentar a maldita garrafa.

Meu corpo foi relaxando, finalmente estava me acalmando. Talvez não estivesse fazendo da maneira certa, mas estava fazendo da maneira mais rápida.

Eu sabia onde isso poderia me levar, mas fiz mesmo assim. Precisava me livrar da dor. Precisava me livrar da insignificância que minha vida trazia para aquele que eu amava. Precisava esquecer, fosse temporariamente ou para sempre, precisava esquecer o que Tony tinha me causado. 


Notas Finais


GENTE FOI ISSO
Eu sinceramente não sei o que falar pra vocês.
Espero de coração que tenham gostado!
Beijão e até o próximo capítulo!


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