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História Ambiguous Trap - Opção não é a palavra certa


Escrita por: jongined

Notas do Autor


Vocês acharam que eu não ia terminar essa fic, né? Mas ainda não chegamos lá.

Tenham uma boa leitura ^^

Capítulo 10 - Opção não é a palavra certa


Delegacias nunca foram o lugar favorito de Sehun. Nunca gostou de como o ambiente parecia sempre pesado e muito menos das conversas que ouvia pelos cantos, sempre procurava evitar trazer confusões até tal ponto, no entanto o último ocorrido merecia sim uma bela de uma denúncia.


– Em que posso ajudá-lo? – uma mulher de longos cabelos negros se aproximou, sem olhar diretamente para Sehun, parecia ocupada demais com alguns papéis.


– Eu gostaria de relatar um caso preocupante que ocorreu mais cedo com… um amigo. – gaguejou um pouco ao se lembrar de que era melhor não mencionar a relação verdadeiro entre os dois.


– Se dirija até a segunda sala à sua esquerda, naquele corredor – apontou –, creio que haverá alguém para atendê-lo.


Sehun agradeceu formalmente e seguiu até o local que lhe fora indicado. Bateu na porta e esperou alguns segundos até que ouvisse o sinal positivo para que pudesse adentrar a sala.

Dois homens pareciam ocupados demais focados em seus computadores, mas como já era desconfiado por Sehun, ambos estavam apenas jogando uma partida de buraco online, e era esse um dos motivos de Sehun odiar o serviço policial de Seul.


– Boa noite, será que posso interrompê-los? – perguntou, se sentando com os braços cruzados e uma expressão nada amigável.


– Claro meu jovem, só estávamos passando o tempo. – os dois voltaram sua atenção para Sehun – Em que podemos ser úteis?


Sehun segurou o riso, sabia que dificilmente seriam úteis de verdade.


– Meu amigo foi espancado hoje pela parte da manhã, fraturou três costelas e sofreu alguns ferimentos graves, quero saber o que podem fazer sobre isso? – explicou nervoso.


– Então senhor…


– Oh Sehun. – complementou.


– Senhor Oh. São informações muito vagas, precisamos de pelo menos um nome ou um retrato falado, talvez possamos assim iniciar um processo de busca.


– E que tal se eu oferecer dois nomes… quem sabe duas fotos? – perguntou, espalmando suas mãos na mesa.


– Bem, aí nós poderemos agir com mais facilidade. – disse com um sorrisinho. – Nos dê os nomes e relate o ocorrido com mais detalhes, precisamos fazer uma ficha.



Sehun passou boas horas dentro da sala, deu os mínimos detalhes para o homem e ainda relatou sobre o golpe dado por Luhan quando os dois ainda estavam juntos, comprometendo-o ainda mais. Já estava impaciente com a demora de um processo tão simples, queria voltar logo para o hospital e ficar ao lado de Jongin, que desde então ainda estava desacordado.


– Muito bem, isso é tudo. – ajeitou os papéis e entregou para seu companheiro, pedindo que o levasse rápido para um lugar que Sehun não compreendeu. – Entraremos em contato assim que descobrirmos algo.


– Eu quem agradeço. Tenha uma boa noite.


Fez seu caminho de volta pensando em quantas vezes mais teria que voltar até aquele lugar, e pediu para que encontrassem tudo o que precisassem de uma só vez. Além de que, esse nem era o maior problema de Sehun no momento, agora além de saber que Luhan não tem medo de sujar suas mãos, ele também estava desempregado e corria o risco de não poder ficar junto de Jongin, e esse sim era seu maior medo.

Estacionou no mesmo lugar de antes, e seguiu afoito até a recepção.


– Sou o responsável por Kim Jongin. – falou direto.


– Oh Sehun? O doutor está o aguardando no quarto do jovem Kim. – falou, lhe entregando os papéis – O senhor ainda não está de alta, por favor não fique saindo sem permissão.


Sehun respondeu com uma cara feia e um “obrigado” seco, nada fora do comum.


A única coisa que queria era ficar pertinho de seu Jongin, mas pela cara que o doutor tinha, ele provavelmente não conseguiria nem um terço do tempo desejado


– Vejo que demorou mais do que o esperado. – batia o pé no chão, enquanto fazia as anotações na prancheta de Jongin.


– Peço desculpas, mas foi necessário. Não poderia deixar uma atrocidade dessas passar em branco. – falou, caminhando até o lado do moreno, que continuava com seus olhos fechados.


– Como já sabe, Jongin fraturou três de suas costelas direitas, além de ter sofrido um forte impacto na cabeça. – se posicionou ao lado de Sehun – Preciso que fique aqui por uma semana, não quero que haja complicações na calcificação dessas costelas, infelizmente é um processo lento e delicado.


– Entendo, acho que meus planos podem esperar um pouco mais. – deu um sorriso triste.


– A propósito, o outro acompanhante foi até o café, pediu para que eu lhe avisasse.


– Obrigado, vou ver se o encontro por aí. – já estava saindo quando foi interrompido pelo doutor mais uma vez.


– Última coisa! Passe na recepção, deixarei sua alta lá.


Sehun assentiu e saiu à procura de Kyungsoo, não demorando muito até encontrá-lo sentado em uma mesa, sozinho, apreciando seu café.


– Sehun! – se levantou – Como foi na delegacia?


– Disseram que iriam começar a busca logo e assim que fizessem novas descobertas entrariam em contato. – se sentou com o queixo apoiado entre os braços.


– Espero que descubram logo, Jongin não merecia nada disso. – disse, mexendo seu café.


– Tem razão, tudo isso é por minha culpa. Se Jongin estivesse sozinho nada disso estaria acontecendo, ele não teria sido expulso e continuaria vivendo sua vida normalmente.


– Não diga uma coisa dessa Sehun, pense em como Jongin melhorou desde que vocês estão juntos. Sabe quanto tempo fazia desde que vi um sorriso tão verdadeiro em seu rosto? – perguntou – Você foi, com certeza, a melhor coisa que aconteceu com ele.


– Não sei não, desde que estamos juntos eu sempre sentia como se algo de ruim fosse acontecer a qualquer momento, e olha agora onde estamos. – passou a mão pelos cabelos. – Além de tudo isso, preciso procurar outro emprego, outra escola para Jongin e outro lugar para morar.


– Está pensando em se mudar? – perguntou confuso.


– Não acho seguro continuar vivendo no mesmo lugar, não quero expor Jongin ao perigo de maneira alguma.


Os dois ficaram em silêncio por minutos intermináveis, pareciam pensar num plano perfeito para sair de todo aquele redemoinho de confusão.


– Tem um prédio no bairro onde eu moro, sei que alugam diversos apartamentos por lá. Se não me engano a construção é bem recente. – Kyungsoo falava, com uma das mãos sustentando seu queixo.


– Já é um começo.


Pesquisaram pelos apartamentos do bairro até encontraram o mencionado por Kyungsoo, era de fato um edifício recém-construído e de custo razoável, mais barato que o seu, e ainda teria opção por optar entre um apartamento compacto ou os mais espaçosos na cobertura.


– Vou tentar checar ainda essa semana. Jongin ficará por aqui até a próxima segunda, tenho que resolver tudo até lá. – afirmou decidido.


– Bom, eu preciso voltar logo pra casa. – se levantou – Me avise assim que o Jongin acordar.


– Ok. Te mandarei uma mensagem. – disse, seguindo o menor até a saída do hospital.



Sehun passou a noite deitado ao lado de Jongin, velando seu sono como se fosse seu próprio protetor, acariciava as bochechas do moreno vez ou outra deixando beijos na região. Sehun só queria que seu moreno acordasse logo, queria que aqueles hematomas sumissem e que ele não precisasse mais encarar todos os ferimentos sentindo a culpa pesar cada vez que olhasse para o rosto de Jongin, pois nos cantos mais profundos de sua mente, Sehun se culpava inteiramente pelo que aconteceu. Luhan precisava encontrar uma maneira de atingi-lo, e nada melhor do que fazer Jongin pagar por algo que nem sequer cabia a ele.


– Eu sou um imbecil. – murmurou.


Já era tarde da madrugada quando os pensamentos sombrios deixaram a cabeça de Sehun, mas nem por isso o maior conseguiu dormir, queria estar muito bem acordado assim que Jongin abrisse seus olhos. Queria ser a primeira coisa que ele veria, e passar o máximo de energias positivas e amor que ele conseguisse.

O tempo passou bem devagar, mas Junmyeon foi sua companhia fiel até o sol raiar. Não queria envolver o amigo em seus problemas pessoais, porém assim que ele soube que Sehun tinha sido demitido fez questão de oferecer todo apoio e ajuda que precisasse, porque era esse tipo de amigo que ele era. Para o professor, Junmyeon era o irmão mais velho que ele sempre quis ter – não desmerecendo o seu, de maneira alguma –, era protetor e sempre se dispunha a fazer qualquer coisa que Sehun precisasse, a qualquer momento e em qualquer situação.

Bem às sete da manhã, ele já estava levando um copo de café americano para o amigo, junto de toda sua força e positividade. Sehun lhe contara tudo, desde os inconvenientes passados com o garoto problema até a parte em que ele se tornou sua maior paixão.


– Isso parece uma novela, Sehun. O que pretende dizer aos pais dele? – perguntou enquanto acariciava os cabelos escuros que escorriam por seu ombro.


– Eu vou levá-lo em casa assim que possível e ter uma conversa sobre tudo, inclusive com o tratamento que eles dão ao próprio filho. – explicou, se aconchegando mais próximo de Junmyeon. – Faz muito tempo que Jongin saiu de casa, e os pais nem sequer ligaram ou abriram um pedido de busca. Não acho que seja saudável pra ele continuar vivendo assim.


– Provavelmente serão notificados pela escola sobre a expulsão. Talvez aí se dêem conta de tudo que aconteceu.


– Jongin me falou que eles estão sempre viajando, e sempre que estão juntos em casa a sala parece um campo de guerra. – suspirou, olhando o moreno que permanecia desacordado. – Eles também não parecem gostar muito dele… Não consigo aceitar isso de forma alguma.


– Vai ficar tudo bem, vocês vão conseguir passar por tudo isso juntos. – pegou na mão de Sehun, fazendo um carinho ali com o polegar.


– Espero que sim Junmyeon… espero que sim.


Enquanto estavam distraídos conversando sobre possíveis escolas para Sehun procurar um novo emprego, Jongin se remexia com dificuldade na cama. Sentia a dor aguda nas costelas fraturadas, que ficavam ainda mais intensas à medida que puxava o ar para dentro de seus pulmões.


– Se… hun… – murmurou, procurando o maior com seus olhos.


– Jongin! – levantou afobado, indo até a cama. – Meu amor, você está bem? Sente alguma dor? – deslizou os dedos por seu rosto.


– Minha cintura dói. – respondeu, passando a mão pelo local.


– Vou chamar o doutor. Junmyeon, fique aqui com ele. – pediu, saindo correndo do quarto.


Em meio aos corredores, Sehun ligou para Kyungsoo, avisando com felicidade que o moreno estava finalmente acordado e parecia bem.

Não precisou se esforçar muito para encontrar o médico que o tinha atendido, e no caminho de volta pediu para que fosse cuidadoso com as palavras, às vezes Jongin podia ser muito emotivo.

Após fazer o mesmo discurso de antes sobre as fraturas e os cuidados, ele pediu para que ele não se esforçasse tanto, mesmo quando já estivesse de alta. Teria de fazer mais uma semana de repouso, porém está poderia ser em casa.



– Eu não sei como pude deixar isso acontecer. – lamentava, pedindo imensas desculpas a Sehun e Kyungsoo por deixá-los tão preocupados.


– A culpa não foi sua Jongin, nós sabemos disso. – Kyungsoo falava calmo, enquanto retirava a carne de frango ainda grudada no osso, levando então até a boca de Jongin. – Além do mais, você não fez nada, aqueles dois que são uns babacas.


– Você os viu? - indagou com a boca cheia de frango.


– Na verdade não, mas sabemos que foram Luhan e o namorado dele, que a propósito é filho do diretor da escola. – resumiu, observando a expressão surpresa tomar a face do moreno.


– Tinha que ter dedo daquele velho nisso. – estalou a língua.


– Na verdade, Yifan quem meteu o diretor nessa confusão, e Luhan não perdeu a chance de te incluir em tudo isso. – Sehun falava encarando os próprios pés.


Estava nervoso, pois já caminhavam para o terceiro dia desde que fez a denúncia e nada da polícia ligar. Estava indignado com a lentidão e incompetência por parte deles ao ponto de querer sair e pegar os dois culpados com as próprias mãos.


Os dias seguiram todos iguais. Pela parte da manhã, Sehun saía para tentar encontrar alguma nova escola disposta a contratar um funcionário bem na reta final do período letivo, e também uma nova escola para que Jongin pudesse terminar seus estudos. Na hora do almoço ele ia para ficar com Jongin, e a tarde fazia as mudanças para seu novo apartamento. Por sua sorte, o prédio indicado por Kyungsoo era perfeito, tanto em moradia quanto pelo custo, e Sehun não perdeu tempo em arrematar logo o último apartamento da cobertura. Fez questão de escolher aquele pois sempre quis ter um espaço de lazer para desfrutar, e agora ele teria uma bela área semi arborizada é confortável para dividir com Jongin, além de proporcionar um maior espaço para que o moreno pudesse praticar seu hobby.

Estava muito empolgado e sempre levava fotos do espaço para que Jongin pudesse acompanhar tudinho, inclusive opinar na parte de decoração. Mesmo em sua situação, Jongin parecia feliz e ansioso para a mudança, a parte sobre a cobertura o deixou instigado a voltar a se dedicar a arte da dança.


...


Num piscar de olhos a segunda-feira estava de volta, e os dois seguiam para seu novo lar. Jongin teve que levar uma lista de remédios e advertências que deveria ter cuidado ao seguir, apesar de estar se sentindo melhor ainda sentia dores específicas e que sempre o incomodavam na hora de dormir. Seu rosto já estava bem melhor, mas mesmo assim ele insistia em sair de boné e máscara, não queria aqueles olhares julgadores caindo sobre si toda vez que precisasse ir até o supermercado.


– É aqui! – Sehun exclamou, parando o carro em frente ao prédio e apontando para o último andar.


– Eu não acredito! A casa do Soo fica bem ali na outra rua. – pulou de felicidade, parando assim que sentiu a dor puxar em suas costelas.


– O que eu disse sobre os movimentos, Kim Jongin? – disse, tirando algumas bolsas de dentro do carro.


– Desculpe.


– Vamos logo! Quero te mostrar uma surpresa. – disse, ajudando Jongin a chegar até o elevador. – Tenho certeza que você vai adorar.


Jongin abriu aquele sorriso que Sehun estava morrendo de saudades, aquele que sempre fazia seu coração acelerar como se fosse saltar de seu peito a qualquer segundo, aquele pelo qual ele se apaixonou.

O apartamento era bem espaçoso, tinha dois quartos, dois banheiros, uma sala grande e uma cozinha embutida. Mas a melhor parte de todas era a cobertura, e era lá que estava a surpresa que Sehun comentou mais cedo.


– Feche seus olhos. – pediu, cobrindo-os com as duas mãos e guiando o moreno até o local.


– Pra que tanto suspense? Sabe que sou ansioso. – perguntou animado.


– Ok. – parou, se afastando de Jongin. – Agora! Pode abrir.


Jongin abriu os olhos encantado. Era uma rede enorme, daquelas que você vê nos filmes tropicais com mulheres seminuas dançando a hula. Tinha o corpo de madeira e uma estampa floral e aconchegante, mesmo não combinando com o ambiente urbano, era caseira e remetia Jongin a bons sentimentos, era acolhedora, quase bucólica.


– Sehun eu adorei! – caminhou rápido para que pudesse ser o primeiro a deitar. – É tão boa.


– Que bom que gostou. – sorriu, deitando ao lado de Jongin. – Sempre quis ter uma dessas de novo, porém não tinha muito espaço no antigo apartamento.


– Que bom que nós mudamos então. – virou-se para Sehun, admirando o homem que era, e era todinho seu.


Sehun beijou-lhe a testa, e Jongin os seus lábios. Estava com saudade de receber aquele carinho gostoso que só ele sabia fazer, dos né então, estava sedento.

Passou uma de suas pernas por cima das de Sehun, movimentando-as e causando um arrepio no mesmo. Beijou mais intenso, segurando seus cabelos procurando por um maior contato com o outro corpo.


– Ei, ei! – sussurrou em meio as risadinhas. – Vamos com calma, você acabou de sair do hospital. – deu um selinho estalado  em seus lábios – Também não queremos causar uma má primeira impressão aos nossos novos vizinhos, certo?


– Palhaço. – socou fraco seu peito. – Eu só estava com saudades de nós. – fez um bico emburrado.


– Você é tão fofo que às vezes tenho vontade de te foder só pra saber se você continua fofo desse jeito.


– Sehun! – gritou.


– Eu estava só brincando. – puxou o moreno para mais perto de si. – Amanhã precisamos fazer uma coisa muito importante. – mudou repentinamente seu tom.


– E o que é? – perguntou confuso.


– Temos que conversar com seus pais… – olhou sério.


Jongin tinha duas certezas na vida:

A primeira era que ele queria passar todo o resto de sua vida ao lado de Sehun;

A segunda era que se tinha alguém que ele não queria encontrar – muito menos conversar – depois de fugir de casa, ser expulso da escola, e se envolver com um professor sete anos mais velho, eram seus pais.


Notas Finais


Capítulo curtinho porque estou guardando o melhor para o final.
Peço que esperem ansiosos pelo desfecho inédito dessa fic e não desistam de mim ❤

Beijos e até a próxima!


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