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História Ambiguous Trap - Problemas de um adolescente inconsequente


Escrita por: jongined

Notas do Autor


Boa tarde!! Vim alegrar o fim de semana de vocês meus amados leitores <3

Façam uma boa leitura

Capítulo 2 - Problemas de um adolescente inconsequente


Jongin estava saturado.

Pela segunda vez naquela manhã presenciava mais uma das brigas sem fundamento de seus pais, e pela segunda vez teve vontade de ir lá e botar um basta em tudo aquilo, mas não podia, porque seu lado covarde não o permitiria.

Pratos, enfeites caros, qualquer coisa quebrável era arremessada contra as paredes cor de vinho da enorme “mansão”, como assim Jongin denominava.


Estava mais uma vez atrasado para a aula, aquilo já se tornou costumeiro na vida do garoto de 18 anos que cursava o último ano do colégio, ou melhor, deveria cursar.

Há dois anos, um grave problema financeiro atingiu a família de Jongin, o que consequentemente levou à rápida degradação do significado de família para o pobre garoto e todos naquela casa. Tudo se resolveu alguns meses depois, no entanto as desavenças continuaram.

Para Jongin o divórcio seria a maneira mais sensata de se resolver tudo e acabar com as divergências e brigas, mas para os dois aquilo afetaria e mancharia o nome de ambas as famílias, dando preferência então a levar um vida cheia de mentiras e desarmonia.

Fruto de tudo isso, Jongin que era dono de uma educação invejável e exímio estudante, se tornou hoje o que Sehun, seu professor de física, chamava de princípio de delinquente. Uma vez ou outra aparecia na escola e ao final do ano ficava por um triz de se tornar um repetente. Infelizmente tais notícias chegaram até seus pais e como punição Jongin perdeu o privilégio de sua tão amada mesada e desde então passou a trabalhar como dançarino de uma casa noturna aos fins de semana, ou sempre que podia, ou ainda sempre que precisava.



Jongin desejou não ter ido até a escola naquele dia, sabia que se atrasar para a única aula que ele sabia ter enormes problemas não lhe seria nada benéfico. Respirou fundo antes de abrir a porta e voltar a expressão neutra a sua face, entrando ignorando por completo a presença do professor, que lhe encarava de maneira nada agradável.

Sua vontade era apenas fugir de tudo que pudesse o restringir e julgar, queria ir embora daquela enorme cidade que só lhe trazia problemas e mais problemas.

Observou a folha que foi colocada sobre sua mesa e passou rápido os olhos pela mesma.


– Eu não preciso disso! - levantou-se e jogou a folha em direção a Sehun.


– Muito pelo contrário, suas médias foram as mais baixas entre os alunos. Você precisa e precisa fazer um excelente trabalho se quiser um bom futuro.


– E eu acho que você precisa de uma namorada para ver se melhora esse humor de corvo. - retrucou.


Era sempre assim, durante dois anos Sehun e Jongin viviam se alfinetando. Chegaram ao ponto em que Jongin já não se lembrava mais do porquê havia começado tudo aquilo, fazia mais por puro gosto, adorava ver como Sehun se irritava com facilidade.

Discutiam e brigavam e novamente se viam próximos demais para duas pessoas que mal se suportavam.


– Oh Sehun, fique sabendo que posso tornar sua vida um verdadeiro inferno.


– Que faça então, gosto de lugares quentes. - Sehun ousou.


Sehun ultrapassou todos os limites que a cabeça explosiva do Kim comportava, sabia que aquilo não passaria em branco.

Na segunda, durante o intervalo, foi até o carro do professor e lhe presenteou com uma bela pichação em seu vidro traseiro, na quarta decidiu ousar mais, foi até sua casa e com duas pedras pois abaixo as duas vidraças da entrada.

Jongin tinha seus contatos e sabia muito bem como fecharia sua doce vingança.


– Kyungsoo?


“Alô? Com quem falo?”


– Com quem acha? - brincou.


“Hey Jongin! Quanto tempo, a que devo o prazer dessa ligação?”


– Preciso de informações. - coçou a nuca - Sendo mais específico, preciso de informações sobre o professor Oh.


“O professor de física gato? Por acaso está interessado?” - perguntou sugestivo.


– Não Kyungsoo. - revirou os olhos - Não esse tipo de informação. Lembra do boato de que ele e o professor Luhan estavam saíndo?


“Não só saindo como eles também transaram na sala dos professores.”


– É disso que eu estou falando! - exclamou - Se lembra de quando Luhan foi expulso e todos aceitamos a desculpa de que ele teria que voltar para a China?


“É claro, mas até hoje acho que foi porque alguns alunos, como nós dois, descobrimos sobre o relacionamento deles”


– Eu tenho certeza que foi por isso, mas por acaso você não saberia de algo mais?


“Infelizmente não." - fez bico.


– Tudo bem, muito obrigado mesmo assim.


“Disponha.”


– Até mais.


Jongin estava prestes a esquentar as coisas.


No dia seguinte, já estava na escola antes mesmo dos portões abrirem, e logo que se abriram, pois seu plano final em prática. Foi até a sala onde Sehun daria sua primeira aula e escreveu, escreveu coisas que ele julgava serem pessoais demais para serem lidas por outras pessoas. E esperou pelo corredor a chegada da grande estrela, e sorriu cínico ao ver sua face tranquila caminhando sem preocupações pelo extenso corredor fantasma.


– Espero que goste da surpresa. - riu malicioso.


Seguiu calmo atrás do homem, mantendo seu brilhante sorriso vitorioso no rosto.

Primeiro parou para admirar o desespero de Sehun, depois passou a rodea-lo tentando assustá-lo um pouco mais.


– Luhan realmente era um ótimo professor, ensinava química como ninguém, uma pena ele ter sido demitido por sua causa. Mas me responda uma coisa Sehun, quero sinceridade. - se aproximou para que pudesse sussurrar a última frase - Como era foder aquela bunda deliciosa?


Um dos grandes defeitos de Jongin era sempre cantar vitória antes da hora e como sempre baixar sua guarda. Não teve tempo de raciocinar, apenas procurou o lugar mais próximo para que pudesse se apoiar e recuperar-se do soco que lhe foi deferido.


– Sabe o quão encrencado está agora? - Sehun o imprensou contra a parede.


– E você, sabe o quão encrencado está por ter agredido fisicamente um aluno?


Sangue agora escorria pelo seu nariz e um profundo corte na boca foi ganho, mas isso não o impossibilitou de sorrir, sorriso esse que se intensificou ainda mais ao ver o desespero do professor ao apagar todo o quadro e sair furioso da sala, o que significava: voltar para casa duas aulas mais cedo.


O resto do dia foi como sempre, agitado e barulhento, com mais uma briga de seus pais. No entanto, Jongin estava com certa sorte, o que não era usual se tratando dele, e os dois foram convidados para um grande evento de apresentação na Austrália e eles decidiram então tirar umas férias.


Jongin não poderia estar mais feliz.



– Jongin?


– Diga. - respondeu soprando a fumaça para o alto.


– Por acaso a falta do professor Sehun teve algo a ver com a sua ligação ontem? - arqueou uma sobrancelha.


– Talvez… - tentou esconder a ruga de seu sorriso de canto.


– Sabe que essa rixa que há entre vocês dois é bem estranha, digo, não tem porquê se odiarem tanto. - botou as mãos sob o queixo pensativo - Pelo contrário, leva a entender que vocês têm uma paixão reprimida um pelo outro.


– Soo não confunda as coisas, mas pra dizer a verdade eu não me lembro bem como chegamos a esse ponto. - repousou o cigarro no cinzeiro - Acho que foi durante o primeiro ano, deve ter me flagrado fazendo coisas que não devia dentro da escola, vai saber.


Kyungsoo semicerrou os olhos.


– Vou fingir que acredito Kim Jongin. - jogou o travesseiro em cima do mesmo - Vai trabalhar hoje?


– Infelizmente não posso me dar ao luxo de faltar e você sabe disso.


– E você sabe o que eu penso sobre você trabalhar naquele lugar, tem tantas outras coisas pra se fazer. - começou a listá-las em seus dedos.


– E você sabe que eu preciso desse dinheiro pra me livrar dos empecilhos que eu chamo de pai e mãe, além de que, dançar é a única coisa que eu faço bem. - levantou-se indo até seu armário.


– Que horas você começa? - indagou enquanto arrumava sua mochila.


– Às nove já tenho que estar trabalhando.


– Ok, então eu já vou indo. - foi até o moreno e se despediu com um abraço - Te vejo amanhã?


– Claro, até amanhã Soo!


Kyungsoo e Jongin criaram um laço de amizade impossível de se desatar, se conheceram no início do ensino médio quando Jongin teve seus problemas e começou a entrar em sua fase rebelde. Kyungsoo foi quem serviu de maior apoio para que ele não desmoronasse por completo, foi sua pilastra durante muito tempo. Somente ele conhecia Jongin de verdade, sabia que por dentro aquele Jongin de antigamente ainda estava ali e algum dia ele voltaria para tomar seu lugar.


Jongin saiu mais cedo aquele dia para que não voltasse a ter problemas com atraso mais uma vez, assim que chegou a casa noturna já estava devidamente trajado e pronto para atirar em alguns corações carentes e solitários, e enfeitiça-los com toda sua maestria na dança. Completando o conjunto Jongin finalizava com sua máscara, enchendo de curiosidade todos os olhos que eram direcionados a si enquanto executava seu número principal.

Atendia ali com o pseudônimo de Kai, achara um nome legal e de acordo com Kyungsoo combinava bem com o moreno.


– Kai, venha até aqui.


Jongin ficou um pouco nervoso ao ouvir a voz de seu chefe lhe chamando, isso raramente acontecia.


– Sim senhor. - perguntou levantando sua máscara.


– Você tem que cuidar melhor da sua área, atrair à todos. Olhe para aquele homem sentado em meio as cortinas, parece abatido e nada contente. - apontou para um certo alguém que jazia perdido em meio a toda aquela gente.


– Desculpe senhor, vou tentar alegrá-lo um pouco. - sorriu de canto ao chefe que assentiu, indo em direção a porta de saída.


Jongin voltou sua máscara e foi andando sensualmente até o homem apontado por seu chefe. Em meio a todo aquele breu e cortinas ele mal conseguia identificar se era mesmo um homem sentado ali. Aproximou-se sorrateiro até que captasse sua atenção.


– O chefe não gosta de ver clientes insatisfeitos por aqui… - se pronunciou delineando seus dedos sobre as coxas à sua frente.


– Só estava à procura de um lugar mais calmo para organizar meus pensamentos. - ergueu a cabeça observando cada movimento feito por Jongin.


Percebendo isso começou a provocá-lo, tomou nota e sentou-se em seu colo sem muitas cerimônias. Trocou algumas palavras com o homem pálido a medida que tentava seduzi-lo, sabia que teria de recompensar a notificação de seu chefe de alguma forma.

Trilhava beijos por seu torso enquanto sentia a ereção alheia se formando abaixo de si.


– Assim fica difícil manter a conversa. - disse o homem.


– E você quer ter uma conversa? - indagou parando o que fazia.


Sentiu as mãos quentes subirem até sua nuca e depois os lábios finos tocarem o seus, e logo em seguida sua língua almejava por mais espaço.

Se separaram apenas quando a necessidade de ar se fez presente.


– Briga recente? - perguntou apontando para a boca do moreno, encarando-a com certa curiosidade.


– Apenas um desentendimento pacífico, nada importante. - passou a mão pelo local.


– Seus lábios são cheios, me dá vontade de beijá-los até que eles se esvaiam por inteiro. - começou a beijar seu pescoço - Que cor tem seus olhos?


Jongin não aguentou, gargalhou exibindo todos os dentes.


– Seria mais simples pedir logo para tirar a máscara, não acha? - puxou seus cabelos para trás - É o primeiro que me pede tal coisa.


– E isso é bom ou…? - indagou.


– Mostra que você tem interesse, mesmo que eu prefira me manter desconhecido. - ajeitou-se em seu colo - Mas não acha  muito egoísta de sua parte só eu dar as caras aqui?


– É justo. - Jongin se arrepiou com o toque repentino dos dedos do oposto em sua máscara - Feche os olhos.


Jongin riu, mas o fez mesmo assim.

Percebeu uma maior iluminação mesmo com os olhos fechados e logo sentiu as mãos grandes chegarem rapidamente até o laço de sua máscara o soltando sem muitas dificuldades, e a máscara começou a escorregar de sua face, revelando sua identidade.


– Abra-os!


O toque das duas mãos em sua coxa fez com que seus olhos se abrissem, porém fez também com que o sorriso de ambos murchasse.

Jongin saiu o mais rápido que pôde do colo alheio vestindo de imediato sua máscara torcendo para que não fosse reconhecido.


“Maldito seja, maldito seja…” praguejava baixinho.


– Jongin?


Sua espinha inteira tremeu e suas mãos gelaram ao ouvir a voz de Sehun pronunciando seu nome tão ambiguamente.


Notas Finais


Me digam o que estão achando ^^

Beijos e até a próxima!


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