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História Ambitious Love - AL: Capítulo XI


Escrita por: whysmoldobrev

Capítulo 11 - AL: Capítulo XI


Fanfic / Fanfiction Ambitious Love - AL: Capítulo XI

 

Love, I have wounds
Only you can mend
You can mend
I guess that's love
I can't pretend
I can't pretend

— Can’t Pretend

 

Damon Salvatore P.O.V.

 

Stefan havia me aborrecido ao falar tanta tolice. Na verdade, havia me aborrecido por jogar a tão tenebrosa verdade na minha cara. Mesmo eu negando até o fim, aquilo não era novidade para mim, pois eu já imaginava que era disso que os sentimentos tratavam, não era burro afinal. Agir como um otário significava estar “apaixonado” e essa história que estava se formando podia até soar totalmente cafona e clichê, gostar logo daquela, a qual eu planejava causar mal. Não que eu sentisse prazer em ver sua tristeza, é claro que não, não me agradava ver mulher nenhuma derrubar uma lágrima sequer e não sabia o que faria se a visse chorar novamente, talvez não fosse me segurar dessa vez. Não escolho as pessoas que vou dar o golpe por motivos específicos e pessoais e sim pelos seus bens. E, infelizmente para Elena, isso é o que ela tinha de sobra.

Dirigi horas para então chegar ao meu destino e sair de lá sem ter a chave de como resolver a minha charada. Como continuar no caminho de colocar meu plano em prática tendo sentimentos pela vítima.

Entretanto, como ela poderia me importar tanto assim? A conheço há tão pouco tempo, foram apenas alguns encontros e um beijo, um beijo comum que não deveria me fazer sentir mais nada além de náusea por ter contato labial com um garota tão sem graça e desinteressante. O curioso é que ela passou a ser interessante pelo mesmo fato que era desinteressante ao meu ver. Eu sei, isso se tornou algo bem confuso. Sua simplicidade, sua humildade e diferença em tudo, como aparência e maneira de agir, poderia, antes, ser um total tédio, mas quando a conheci melhor vi que por trás disso havia muito mais para ser descoberto, e acertei em cheio. Ela era problemática, cheia de problemas, completamente quebrada, o que a transformava em alguém ainda mais difícil de conquistar. Fiquei intrigado ao ver que uma garota, a qual tinha tudo o que quer nas mãos, era tão infeliz. Cheguei a pensar que fosse apenas pura insatisfação por nunca nada estar bom, ou por ser gananciosa demais, mas quando ela mostrou tudo o que tinha para mostrar de si, logo descartei as duas opções e parti para a mais óbvio, que ela mesma me contou. Ela era vazia, não tinha amor como eu, o que nos fazia igual um ao outro. Recebia o amor verdadeiro do irmão, como eu. A diferença é que seus pais deviam amá-la, mas da maneira errada, diferente dos meus que não amaram e nunca amarão, nem da forma correta, nem da incorreta, simplesmente não sentem afeto algum. Eu era rejeitado e ela também. Eu era aceito por aquelas pessoas fúteis e ela por pessoas interesseiras. Éramos fudidos igualmente e talvez pudéssemos nos ajudar. Tínhamos feridas que apenas o outro pudesse curar.

Esses tipos de pensamentos não saiam de minha cabeça e aquela voz maldosa quase não tinha forças para tomar as decisões por mim agora. A razão disso? Provavelmente é por causa desse negócio que supostamente está acontecendo comigo. O amor. Isso era algo tão ridículo. Porque as pessoas iriam querer sentir algo que só nos traz dor? Tudo que experimentei dele até hoje, amar minha família, apenas me trouxe sofrimento e ressentimento, tornando de mim uma pessoa amargurada e sem esperanças para algo desse tipo outra vez.

Eu devia fugir disso enquanto pudesse, mesmo que tudo dissesse e indicasse para que eu fizesse ao contrário, me avisando que não daria certo e de que nada adiantaria, essa era minha única porta de emergência. Eu teria que arriscar. Teria que dar o meu máximo, provar a mim mesmo que nada era mais forte do que a minha própria ambição. Ir até Elena e seguir em frente como se nada houvesse acontecido. Botar meu esquema em ação, me aproximar ainda mais e namorar com a mesma, tendo a permissão de caminhar dentro de sua casa, chegando perto de sua família. E então eu tiraria tudo deles aos poucos, enquanto me passava pelo bonzinho que apenas estava ali para apoia-los.

Era isso que eu faria.

 

[...]

 

— Sim? — Atendeu Caroline, a amiga loira de Elena com a qual morava. Me olhou dos pés à cabeça e pareceu me reconhecer de algum lugar ou, pelo menos, estava tentando lembrar, pois seu cenho estava franzido e ela mordia os lábios.

— Sou Damon. Estou procurando pela Elena, ela está? — Perguntei educadamente, olhando pela frestinha da porta, procurando algum sinal dela. Seu olhar não era muito bom, era repreendedor. — Sei que está um pouco tarde, mas... — Tentei me desculpar e me explicar, mas ela não deixou.

— Acho que você chegou um pouco tarde. Ela não está. — Lamentou a garota.

Isso me deixou desconfiado e talvez um pouco irritado. Com quem ela estava? Espero que com sua família, pois as únicas pessoas com quem eu sei que mantém relação e convívio são seus familiares, eu e Caroline. Nós dois estávamos aqui, então os únicos que restaram eram seus parentes, certo? Ela não poderia estar em outro lugar. Elena, a essa hora da noite, ou estava dormindo ou comigo fazendo algum programa, não era do tipo que saia para balada.

— Sabe pra onde foi? — Questionei receoso, esperando a resposta “casa de seus pais”.

— Ela não parecia bem quando decidiu sair para se divertir. Estranhei, mas não a impedi. — Esclareceu ela, causando uma desordem nos meus pensamentos.

— Como é? Saiu para se divertir? Com quem? Para onde? — As perguntas soaram de uma forma incrédula, como se ela fosse minha propriedade e não devesse sair com mais ninguém além de mim, o que não deixava de ser verdade.

— Você esperava o quê? Que enquanto você fazia sei lá o que durante cinco dias, sem nem dar explicações, ela fosse ficar sentada, esperando sua chegada? Elena não é desse tipo, espero que já saiba. — Tudo bem, que ela era diferente isso eu já tinha percebido, mas rebelde não. Desde quando saia para se divertir? Imagino o lugar “divertido” que deve ter ido. — De repente, naqueles surtos de humor repentinos que tem, quando sua escala de bipolaridade vai lá no alto, ela decidiu sair para uma boate, onde pudesse, palavras dela e não minhas, “soltar a franga”. — Enquanto ela falava, também apertava os lábios um no outro, contendo a risada, certamente pela cara que eu fazia. Devia ser hilária.

O que deu nela? Isso não era típico de sua personalidade. Entendo que deve ter ficado chateada com o meu sumiço, o mesmo que foi logo após nosso primeiro beijo, porém isso não justifica sua revolta e eventualmente irresponsabilidade a ponto de sair por aí para “soltar a franga”. Porque fez isso? Para depois eu ficar sabendo e ficar zangado, enciumado? Bom, espero que saiba que sua estratégia não funcionaria.

— Ao ver o seu evidente ciúmes e cara de otário no chão, imagino que gosta dela como eu desconfiava. — Ok, talvez estivesse funcionando um pouco. — Tentei convencê-la, mas como sempre, Elena é muito difícil de lidar e logo tornou tudo isso sua culpa. Disse que você estava fugindo, pois percebeu no que havia se metido. — Deus, ela não tinha jeito. Essa garota iria sempre se martirizar dessa forma? Achar que era defeituosa e que ninguém seria capaz de amá-la? Um completo absurdo. — Mas eu sei o verdadeiro motivo. Você se apavorou com o que sentiu com o beijo e fugiu. É o que todos fazem. — Fiquei de boca aberta com a dedução dela, mas logo tratei de fechar para não entrar moscas. — Dá tempo de consertar, vou lhe dar o endereço para você tirá-la daquele lugarzinho imundo. — Antes que eu pudesse agradecer, fiquei amedrontado da maneira que ela me olhava. — Cuide bem dela e não a decepcione. Se você acabar com ela do jeito que todos os outros fizerem, vou te caçar e arrancar isso que você chama de pinto no meio de suas pernas.

Sua ameaça não me fez rir ou ficar com medo, apenas as palavras “todos os outros” chamaram a minha atenção. Quantos antes de mim ela teve?

 

[...]

 

Ao seguir o endereço que consegui, me apavorei com o lugar em que ela se encontrava, era uma das piores boates de quinta que havia ali no bairro. Claramente eu já havia estado ali e conhecia como a palma da mão, não me importava de mais uma vez estar no meio daquelas pessoas, mas me importava com o fato de Elena estar no meio daquelas pessoas. Como ela poderia ser tão baixa e medíocre para vir até aqui? Não poderia se igualar a mim, não nessa parte, era vergonhoso.

Não demorou muito para eu achá-la, a maioria das pessoas formavam uma roda em volta do pole dance, esperando por alguma atração principal, e para minha decepção e raiva, ela era Elena. Ela estava com uma saia vermelha minúscula, uma blusinha preta acima do umbigo, um salto agulha e uma maquiagem forte e borrada, quase irreconhecível. Os cabelos caíam em cachos bem feitos e eu não poderia negar que aquela era a imagem do paraíso, ou melhor, do inferno. Era o pecado em pessoa. Senti uma pontada na virilha ao vê-la descer e rebolar naqueles pequenos e indecentes pedaços de pano, mas não era hora para isso. Eu teria que tirá-la dali, tirá-la das vistas famintas de homens nojentos que a secavam de longe e outros até mesmo perto demais. Ela estava prestes a fazer um strip-tease, o que fez com que todos a incentivassem a continuar, quando eu me enfiei no meio da multidão e a puxei pelas pernas, colocando-a sobre meu ombro.

— Hey, seu estraga prazeres, é o nosso show! — Gritavam sem parar na minha direção, mas eu apenas continuava andando.

— Largue a menina, deixe ela fazer o que quiser! — Berrou um homem próximo de mim fedendo a álcool.

— A gostosa tem o direito de fazer o que quiser, inclusive de tirar a roupa, ponha ela aqui de volta e deixe nós nos divertir! — Esse foi a gota d’agua. Qual é, eu não tinha sangue de barata!

Larguei Elena, apenas por dois segundos no chão, e soquei a cara do idiota que a chamou de gostosa. Onde ele estava com a cabeça?

— Calem a porra da boca, seus velhos porcos! — Falei alto, xingando todos os tarados que pediam por mais.

Peguei Elena de novo, colocando a mesma na posição de antes, aguentando sua birra igual uma criança mimada. Ela batia os pés e socava minhas costas, enquanto eu tentava abaixar sua saia para que sua calcinha não aparecesse.

— Me coloca no chão, me larga! — Ela se debatia fazendo birra. Me controlei para não bater nela, lhe dar umas boas palmadas para aprender a lição, afinal, estava por um triz de explodir. Minha paciência estava no limite com toda aquela patética e sem vergonha exibição.

Quando percebi, ela estava vomitando, colocando para fora tudo de ruim nas minhas pernas e sapatos. Talvez não tivesse sido uma boa ideia colocá-la de cabeça para baixo no meu ombro. A coloquei no chão e segurei seu cabelo para trás. Por alguma razão, eu não conseguia sentir nojo da cena, tudo que eu queria era ajudá-la. Eu não deveria me importar, devia deixá-la se acabar na noite e amanhecer na cama de um velho sujo daqueles, mas não podia, simplesmente não conseguia vê-la nesse estado deplorável. Tinha que acudi-la e não deixar que ninguém a tocasse. Só de imaginar o sangue fervia em minhas veias e uma enorme vontade de bater em alguma coisa vinha à tona. Ela era tão boa e rara, sentia que devia protegê-la, não permitindo que caísse em mãos erradas. Não que as minhas fossem muito melhores, mas eu também não era um monstro.

Entrei no carro com ela, torcendo que ela não vomitasse na estofaria novinha de Klaus. Nesse momento ela via estrelinhas, fedia a bebida e estava suada, com os olhos pretos pela maquiagem e o batom fora do lugar, mas seu rosto... Ele continuava com a forma angelical, tão sem defeitos que parecia ser feito de porcelana. Elena brincava com o vidro do carro, abrindo e fechando o mesmo, dando gargalhadas de alguma coisa que achava engraçada naquilo. Ficava hilária bêbada, isso já era notável. Se virou para mim, subitamente, e disse:

— Você é tão bonito. — Sua voz estava embolada e não pude deixar de rir com seu delírio. Ela se inclinou, colando os lábios no meu pescoço e puxando levemente meus cabelos. Aquilo me desconcertou, quase tirou a minha atenção do volante. — Sempre quis falar o quanto acho você bonito. Esses olhos de príncipe encantado... Hum... — Segurei o riso mais uma vez, tentando não dar risada alta e não fazê-la se sentir humilhada. Senti suas mãos passando pelo meu rosto de uma maneira estranha. — Oh Meu Deus, sua pele é tão macia. Pode dar ela pra mim? Quero sempre tocar nela. — Com isso eu tive que zombar dela, a situação era embaraçosa e cômica. — Está rindo de mim? — Fez um beicinho fofo.

— Você está impagável, Elena. — Sorri, deixando de lado o ódio que eu sentia dela por cometer um erro desses, sair como uma delinquente, uma adolescente qualquer, tal coisa que eu sabia que ela não era, de jeito nenhum.

— E você com ciúmes. Está com ciúmes de mim com o pole dance.

— Você não está dizendo coisa com coisa, Elena, vou te levar para casa e cuidar de você. — Prometi, desviando, por um momento, meus olhos da estrada até ela, notando que a mesma estava apagada, de uma minuto para o outro.

Amanhã teria uma ressaca e tanto.

 

[...]

 

Estávamos eu e Caroline colocando Elena debaixo do chuveiro, dando a ela uma ducha fria, o que a ajudaria considerando a bebedeira. A loira havia tirado suas roupas, menos as partes intimas e era exatamente por isso que eu estava pasmo, parado no mesmo lugar sem mexer um músculo. Sabia que ela não era feia de corpo, podia imaginar, mas isso era demais. O corpo dela era maravilhoso, na medida certa, a barriga lisinha, os seios médios, ao que parecia pelo sutiã que cobria, as pernas, apesar de compridas, torneadas...

— Damon, concentre-se, deixe para babar por ela em outro momento! — Caroline alertava.

Resolvi dar ouvidos a ela e tirar minha concentração do corpo, mesmo isso não resolvendo o problema todo, tirando a imagem gravada de cada detalhe que agora estava impregnada na minha cabeça. Logo depois de me retirar para a amiga vesti-la, voltei e terminei o serviço, liberando Caroline, tirando sua maquiagem, com todo o cuidado, com o removedor que a mesma me mostrou dentro do armário do banheiro. Fui cuidadoso já que sentia como se ela fosse quebrar a qualquer instante, ainda mais agora com o rosto natural sem nenhum reboco.

Ao colocá-la na cama, quase não podia dizer que ela havia acabado de tomar um porre. Parecia normal, incrivelmente vulnerável e graciosa. A camisola branca em contraste com sua pele morena realçava sua provável maciez. Os cabelos, molhados, estavam soltos no travesseiro. O rosto estava tranquilo e sereno, limpo ao contrário de minutos atrás.

Ela era linda, encantadora, um tanto frágil e admirável.

— Fica comigo. — Ouvi ela sussurrar baixinho. Não sabia se ela realmente estava consciente e queria que eu ficasse a noite ao seu lado ou era apenas um delírio. 

— Descanse. — Murmurei, mesmo sabendo que ela já não estava mais acordada.

Eu, novamente, a observava como um otário. Deitei ao seu lado na cama, acabei não resistindo, e ali velei seu sono profundo. Por algum motivo, analisar seu rosto e decorar cada pedacinho me fazia um bem danado. Me peguei suspirando e logo em seguida tocando sua face.

Será que Stefan estava certo? Eu poderia contestar e me opor diante disso o quanto eu quisesse, mas sempre acabaria abaixando a guarda. Eu vinha para cá com a decisão tomada e bastou uma ação dela entrar em jogo para que minhas ideais escorressem pelo ralo. Foi só envolvê-la no meio de tudo que o meu mundo parou. Fui atrás e alcancei a mesma, não gostando nada de vê-la se insinuar para outros, não importa qual fora seu motivo. Talvez eu não pudesse mais fingir.

Senti seus braços me envolverem e dentro daquele abraço me senti protegido e amado, surpreendente satisfeito, tão satisfeito que tomei ar e soltei em seguida, aliviado por estar ali, tão perto dela. Adormeci nos braços daquela garota. Aquela garota que me tirava do sério ultimamente, que embaralhava minha cabeça e me fazia duvidar de todas as minhas crenças, ir contra todos os meus conceitos.

Adormeci com a imagem de um anjo.

 

 


Notas Finais


Já que vocês comentaram e me deixaram feliz, postei rapidinho!
Elena bêbada e Damon morrendo de ciúmes, com raiva pela atitude dela... Cuidando do seu estado... Ihhhh tem alguém morrendo de amores <33


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