[ Daryl Dixon ]
Quando Amy me disse que estava grávida, sua irmã Andrea quase cortou meu pinto. Eu sei que não é boa forma de começar a falar, mas acredite, ela estava com um terçado gigante, correndo que nem louca atrás de mim pela prisão.
Nunca esquecerei daquele dia e nem de quando Amy me acordou de madrugada para me dizer que estava com vontade de comer sabão e também quando disse que queria abraçar uma desconhecida que segurava uma espada samurai, Michonne.
Amy, definitivamente, nunca foi tão sã.
Acreditava em fadas, unicórnios e amava pandas, mas tinha uma única coisa que encantava todo seu ser. Sereias.
Me lembro bem dela falando do encanto que são sereias e eu fazia questão de lembrá-la que elas seduziam homens para comê-los e a resposta foi:
"O que seria dos encantos sem seus desencantos?"
Naquele momento ela estava em uma posição digna de foto para emoldurar para a vida toda. Seus cabelos estavam um pouco laranja, seus olhos azuis brilhavam tanto que estavam cinza e seus lábios mais vermelhos que o normal. Acredito que foi por isso que Amy me chamou a atenção, não a beleza, mas a forma de ver o mundo ao redor. Mas também foi a única a desencantar o mundo ao ser mordida quando o governador colocou zumbis na prisão.
Lori, mulher de Rick, também teve o bebê no mesmo dia e Maggie salvou a da bebê, a bravinha Judith.
Era uma tríplice.
Dylan, o mais velho, filho de Maggie e Glenn; Judith, filha de Lori e Rick; e Amélie, minha filha e de Amy, a garota dos encantos.
Me lembro do dia em que Dylan veio correndo com Amélie nas costas e Judith correu da cozinha para carregar Amélie e dividir o peso da cópia fiel de Amy.
"Amigos até no fim" era o canto de guerra dos três mosqueteiros, e todos acreditavam que seria uma amizade duradoura. Mas não.
Cresceram e se tornaram como óleo e água e se pensa que estou me referindo aos três, está enganado. Judith preferia estar com Carol e Carl, sempre protegida de tudo; Amélie criava suas próprias aventuras.
Apenas Dylan continuou o menino, preocupado com as duas, corredor de aparência chinesa ou seja lá o quê o Glenn é. Mas puxou ao Glenn e ponto.
— Dixon, Rick está lhe chamando. — Amélie coloca sua mochila no chão e se senta ao meu lado.
— Você sabe que eu sou seu pai, né garota? — Levanto as sobrancelhas e ela revira os olhos.
— Isso não muda o fato do xerife querer falar com você. — Respondeu dobrando as pernas.
— Agora o poste mija no cachorro... tsc. Na minha época...
— "não era assim" — Completa tentando imitar minha voz.
— Isso mesmo. Ah, e melhore essa voz! Minha voz não é um gato atropelado. — Afirmo e me levanto, indo para o casarão de Rick. Ela gargalhou, me dando um tchauzinho suspeito de quem estava aprontando algo.
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