História Amélie Dixon - ( Gleen - Complicada )

[ Glenn Rhee ]

- Vou ajudar a Carol, amor. -Maggie amarra os cabelos em um rabo de cavalo e me beija.

- Que horas vocês vão ser liberadas hoje? -Pergunto alongando os braços.

- Ken ordenou que fossemos liberadas a meia noite. -Ela dá nos ombros. - Desde que colocaram essas divisões, Ken está querendo nos sobrecarregar com nada naquela droga de tenda. -Comenta, referindo-se à uma grande tenda erguida no meio de Woolsey, para ajudar as pessoas doentes por gripe, tosse, febre. Chegava a ser suspeito, mas todos nós estávamos "limpos", é claro que ainda estávamos com o vírus e assim ficaríamos por não ter mais quem procurasse a cura.

Maggie deposita um beijo carinhoso na minha testa.

-Nos vemos depois, meu amor -Diz e me deixa sozinho no quarto.
Me levanto para ver pela janela Maggie descer as escadas e virar a esquina, mas acabo olhando para o casarão de Rick, onde vejo Dylan sentado em um dos degraus olhando para a estátua de pedra de um anjo e para as casas. Ou não.
Ele olhava para a loirinha Dixon, que andava tranquilamente para a escola improvisada de Woolsey e depois para a loirinha Grimes, correndo para a mesma rua que Maggie entrou.

Oh, meu filho, ainda perdido na escolha?

Balanço a cabeça e visto a primeira camisa que vejo, mas dou uma conferida pra ver se não vesti alguma camisa de Maggie, como aconteceu semana passada, com uma blusa de babadinhos cor de rosa.

Rick e Daryl não perdoaram a minha falta de atenção, pensando bem, ninguém em Woolsey esqueceu e provavelmente não irão esquecer tão cedo.

Desço as escadas, chamo Dylan e sigo até o prédio dos oficiais, já que agora sou encarregado de ajudá-los em alguns treinamentos, com meu filho no meu encalço.

- Falei com o tio Rick... -Começa com certo receio, acreditando que eu desejasse trancafia-lo dentro deste círculo com muros fortes e altos, separados da realidade que nos cerca. -Ele disse que... Eu posso aparecer lá amanhã...
-Dylan, -Paro virando para meu filho e seguro em seu ombro. - Maggie é quem pediu que Rick te mantivesse longe dos portões e você já deveria saber disto -Sorrio. - Por que acha que eu iria pedir mais de você do que dos outros? Eu nunca pedi que ficasse no treinamento de obstáculos por horas à fio simplesmente para vê-lo correr ou pedi que os comandantes fizessem suas provas mais complicadas que os outros para esfregar na cara dos outros que meu filho é o melhor. -Balanço seu ombro. - Por mim você já estaria enfrentando tudo lá fora e mostrando pra sua mãe que você não é uma criança de nove anos. -Dylan sorri, totalmente perplexo com minhas palavras.
-Obrigada, pai. -Agradece, me abraça e voltamos à caminhar para o prédio.
-Sua mãe vai me matar. -Comento e nós dois rimos.
-Me lembre de pegar calmante na enfermaria -Pede ainda rindo.
-Mais um pretexto para ver a Grimes? -Levanto as sobrancelhas e subo as escadas.
- Não exatamente. -Responde. - Queria entender o por quê...
- Pensei que soubesse -Abro a porta do dormitório.
- Claro que não. -Ele resmunga.
-Garotas são complicadas. -Comento sussurrante, lembrando-me de quando conheci Maggie. -Muito, muito complicadas...
-Vou lembrar disso. -Sussurra e fica à minha frente com os pés na linha amarela no meio do quarto.

Ando até as cortinas e arranco-as, revelando o sol intenso para aquele bando de moleques preguiçosos.

- ACORDEM SEUS PREGUIÇOSOS!!! -Grito, fazendo uma parte cobrir os rostos, outra xingar e outros cair da cama; depois de alguns poucos minutos, todos estão com os pés em cima da linha, com o peito estufado e os braços para trás.

Eu odeio o Ken por querer tudo como um quartel.

Balanço a cabeça, tentando voltar minha atenção para os garotos e suspiro alto.

Preferia estar entregando pizza pros zumbis.

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Deixo que meu corpo se relaxe no banho de água fria. Principalmente porque não temos água quente e mesmo se tivéssemos, não iria funcionar como antes.
Me lembro que Maggie irá chegar em algumas horas e preparo um jantar(nota para a vida: Sasha é quem vai fazer) para TENTAR (sim, com ênfase mesmo) entrar em um acordo benéfico para nós dois, porque vejam bem, se ela não concordar, Dylan irá mesmo assim; e sabe quem vai ter que aguentar minha querida mulher reclamar dia e noite e ser crucificado caso algo aconteça com Dylan? Sim, eu mesmo. 

Pareço um pai desnaturado, mas entenda, é o que o Rick diz sempre: "Os muros nos protegem, mais não nos alimenta". 

Por isso, desde pequeno Dylan sabe pensar e correr rápido e agora não venha me chamar de pai coruja, porque eu sou mesmo! Mas não posso sair falando isso aos quatro cantos, afinal ele é um adolescente, e adolescentes tem vergonha e eu não quero meu filho com cara de tomate por aí.

-Glenn, eu che... -Maggie me olha desconfiada após analisar a mesa. -O que tem pra me falar, Rhee?
-Não vai se sentar? -Tento sorrir, mas com certeza saiu pra uma careta. -Pedi pra Sasha dar uma força na comida e...
-Diga. -Maggie se senta e coloca ambas as mãos na mesa.

Senhor.

-Amor... -Limpo a garganta.- DeixeiDylansaircomogrupodebuscadeWoolseyeeuteamodemais! -Paro pra respirar e agradeço mentalmente aos meus pulmões.
-Você... O QUÊ!?? -Fecho os olhos e começo a fazer todas as orações que conheço, arrisco até em inventar umas.
Mas sinto algo reconfortante ao lembrar que todas as nossas brigas terminam na cama e madrugada afora.

Eu simplesmente amo mulheres complicadas. 

Opa! 

Ainda bem que Maggie não lê pensamentos, se não estaria dormindo com os zumbis hoje.

-GLENN, EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ, INFELIZ!! 

Contenho o sorriso bobo de admirar minha mulher e assinto, concordando com as palavras que parei de ouvir para contemplá-la.

Eu amo a minha mulher complicada!

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