1. Spirit Fanfics >
  2. Amélie Dixon >
  3. Dia do THNKSBT

História Amélie Dixon - Dia do THNKSBT


Escrita por: lalimoonx

Capítulo 6 - Dia do THNKSBT




[ Amélie Dixon ]


Era lua cheia, dia do "THKSBT". Oh não, não é um dia para se sentar à mesa e jantar com a família. Bem, não exatamente.
Keneddy havia criado este dia para que todos os que vivem em Woolsey estivessem em paz. Há cada trinta dias, cada grupo recebe uma lista, nomeada de THNKSBT: "Obrigada, mas...(thanks, but)” e nela vinha a lista de agradecimentos e repreensões, a qual todos deram o nome de Black and White. As ordens de Woolsey eram simples para todos, embora com o tempo tenham ficado mais longas e rígidas, considerando até o banimento daquele que tiver seu nome mais vezes na lista e também no mural de afazeres, considerada por Rick, estúpida.

A sala da minha casa estava pouco iluminada, velas estavam espalhadas em pontos estratégicos, para que os outros presentes não tropeçassem nos móveis. Rick havia convocado todos os integrantes do grupo para cá para a leitura do LAR, que embora fosse entediante, era um ótimo pretexto para manter todos sempre juntos.

– É bom ter a família reunida. –Rick sorri,  levantando-se da cadeira. –Embora a maioria das nossas reuniões sejam... –Ele pega uma folha no bolso de sua jaqueta velha e a balança no ar. –Justificadas pela estúpida listagem do Kennedy.

Todos suspiram, revoltados — Exceto Judith, que revira os olhos com a ação dos outros. É eu devo ter sido a única a notar.

–Aquele palerma ruivo, filho da...
– Pra quê generalizar os ruivos, Dixon? –Abraham levanta as sobrancelhas e Rosita, sua mulher, ri baixo. Ela está sentada entre Daryl e Abraham no sofá de três lugares, à direita de Rick.
–Foi mal, Abraham. Esqueci que você também é pimentinha. – Daryl alfineta sorrindo e coloca mais suco em seu copo. Meio inútil, aliás, pois Rosita acaba bebendo o conteúdo assim que o papai se distrai na conversa. Rio baixo e chego perto de Dylan, entregando à ele as balinhas que peguei na nossa saída de Woolsey. Ele sorri em agradecimento.

–Me senti ofendida pela causa! –Judith fala, tentando tirar o foco da conversa para ela. Reviro os olhos. Sempre fôra assim. Desde pequena gostava de ter a atenção de todos para si, como ficar doente e ser paparicada por todos ou se machucar propositalmente para isso. Ridículo, na minha opinião.

–Ah, loirinha, a causa de vocês já é outra –Glenn brinca, abraçando sua esposa. –Vocês estão em maioria sempre! Olhe só você, Amélie e Beth! – Ele ri, levando boa parte dos presentes consigo menos, é claro, Judith e eu, e por algum motivo, Beth fica sem expressão.
–Andrea também... –Beth sussurra e todos se calam.

O fato é que Andrea, minha tia que nem me lembro bem como era, resolveu que ficaria sozinha. A justificativa que ela diziam –pelo que disseram– é  de que era melhor, mas a verdade é que quando ela decidiu ir, o grupo estava procurando um novo lugar e a comida estava sumindo com a mesma facilidade que encontravam zumbis à cada curva e assim, desde então, tia Andrea sumiu do mapa.

Beth e ela eram amigas pelo que a própria Beth me contava, viviam brigando, porém quando uma precisava da outra, elas se tornavam as melhores amigas do mundo.

Rick limpa a garganta.

–Vamos para a listagem. –Ele abre o papel e suspira. –Os primeiros da lista são: Judith, Dylan, Sasha, Glenn, Maggie, Michonne e Beth. Tendo ótimos comportamentos e ajudado bastante, Kennedy agradece a ajuda. –Rick revira os olhos enquanto lê. – Os que estão proibidos de ir até o prédio dos armamentos são Daryl, Abraham e Tyresse. –Ele levanta as sobrancelhas e ri, divertido.
–Aquele idiota acha mesmo que vai me manter longe dos armamentos? – Abraham  fala. Ele e Rosita  trocam um high-five.
–Exatamente. –Tyresse balança a cabeça em afirmativo e ri.
–Tudo bem, agora nós vamos pros que estão na lista negra. –Rick retorna a falar e vira o papel. – Em primeiríssimo lugar temos... Amélie. – Todos os presentes olham para mim, enquanto bebo meu suco tranquilamente no fundo da sala. – Por suas idas ilegais nos muros, sua falta de respeito com o superior, no caso Kennedy, e também pela surra que deu no irmão do Todo Poderoso. –Rick ri alto, lembrando-se do que acontecera no mês passado, quando me viu dar uma boa surra no irmão mais novo de Kennedy pelo fato dele ter tentado apalpar os meus seios.
–Eu ia acabar com a cara de porquinho dele. –Falo entredentes, sentindo a raiva retornar ao me lembrar de que além de apalpar meus seios o retardado ficou se esfregando na minha bunda. Sinto ânsia de vômito. –E se o Kennedy acha mesmo que eu vou pedir desculpas, lhe darei uma cadeira de presente.
–Essa é minha garota. Dixon-sualizante! – Daryl sorri orgulhoso e levanta  seu copo para mim, faço o mesmo, só que rindo ao perceber que Rosita atacou outra vez. Ele percebe e lança um olhar de desaprovação para Rosita, que sorri abertamente em resposta.
–Nossa –Michonne corrige e lança uma piscadinha para mim.
– Certo. Amélie, aqui está escrito que você será possivelmente puni...
–O QUÊ?! QUE QUELE CUZÃO SEJA! MINHA FILHA NÃO! – Daryl se levanta para a saída da casa, mas Glenn e Abraham se apressam para detê-lo.
– Aqui diz que vai ser uma punição leve. –Rick continua, calmo. – Amanhã eu irei conversar com ele, Daryl.
– Eu irei com você. Ele não vai punir a minha patetinha. –Um vinco surge entre as sobrancelhas de Michonne, preocupada com a situação.
–Eu também. –Rosita se dispõe levantando-se do sofá e roubando o meu copo, dando uma golada mesmo com os meus xingamento de desaprovação.
– Acho melhor que vá apenas o progenitor e o Rick, que é o líder do grupo, para que não tenha confusão. –Abraham fala enquanto tira o copo das mãos de Rosita e me devolve. Mordo os lábios para evitar rir.  –Eu sei que a gravidez dá sede, mas se controle! Já é o terceiro copo que você rouba e olha que eu nem contei com o meu.

Rosita o encara indignada e isso é o suficiente para fazer todos rirem.

–Pra sua informação, se o seu filho nascer com cara de laranja ou copo, a culpa será sua, Abraham. –Ela cruza os braços.

A briga dos dois dura tanto que Abraham se despede e carrega Rosita que chora enquanto dá tapas nos ombros de Abraham dizendo-lhe que o bebê vai nascer com a cara de laranja.
Ele, entretanto, continua sério ao levá-la para "prédio de moradia",   onde cada apartamento é dividido por dois casais que estão prestes à ter um filho.

Na casa, minutos depois, conseguiram controlar as risadas e retomaram o assunto, porém, interrompo.

–Não será necessário nada disso. Hoje o próprio Kennedy me deu essa notícia da proibição e da punição. –Deixo o copo que ainda carregava na mesa no centro da mesa e lanço uma rápida e discreta olhada para Carol.– Ele quer que eu varra as ruas de Woolsey. Apenas isso. –Dei nos ombros e levantei o dedo indicador  para evitar que alguém falasse. –Mas isso não é o importante. Notei que ele estava nervoso com algo e achei suspeito.
–O que é, na vida, que você não acha suspeito? –Carol desdenhou, cruzando as pernas. Ignoro-a e retorno a conversa.
– Ele estava com respingos vermelhos na blusa.
– Podia ser tinta... – Judith comenta, se ajeitando  ao lado de Carol, um tanto incomodada.– Isso não é grande coisa.
– Realmente, Amélie... Não é lá grande coisa. –Michonne comenta, deitando sua cabeça no ombro de Rick.
–Claro que não, mas depois do susto que o Carl me deu hoje, eu fiquei neurótica –Reviro os olhos e cruzo os braços.
–Hey, que culpa eu tenho? Meu pai é quem gritou! – Carl pergunta, desencosta  da porta na contra ponta da sala. –Quem te assustou mesmo foi o Dylan. Ficou toda preocupada com ele banhado de sangue. –Ele ri e aponta pra Dylan, que comia algumas balas que dei a ele.
–Ela me deixou sozinho com sete zumbis, Carl. Nem vem. –Responde ele cruzando os braços.
–Não coloque a culpa em mim, Dylan! Eu fiquei nervosa!
–Claro, eu sei o por quê, Amélie. –Isso fôra o bastante para que eu encolhesse os ombros, me calar e olhá-lo com certa repreensão, ele por outro lado, apenas sorri de escanteio.
–E qual o motivo? – Carl e Daryl perguntam sem entender.
–Nenhum. –Me apresso para responder e retomo a postura séria. – Enfim, segui o Kennedy e descobri uma coisa... –Respiro fundo, sentindo minha carne tremer de nervoso. –Uma coisa que apenas Rick, Glenn e meu pai podem saber no momento.
–Estamos em família, Mel.
–É um assunto que prefiro falar apenas com vocês três, tio coreano... –Tento soar menos nervosa, mas isso acaba motivando uma preocupação nos demais.
–Alguém se incomoda? –Rick pergunta e todos os outros negam, levantam-se e saem da casa.
–O que o babacão fez com você, pequena? –A preocupação de pai o deixam aflito e completamente nervoso, sinto no olhar de Daryl.
–Comigo nada... –Me sento na mesinha de centro e os três se sentam no sofá para ficar de frente para mim.
–Amélie...
–Kennedy está criando os pais no porão da casa dele... –Solto de uma vez e eles suspiram de alíviados.

Pera... Como?!

–Ele os alimenta com os aqueles que estão na lista negra e aqueles que são despachados para a ala de isolamento da tenda! –digo, indignada – Nós nunca somos expulsos, somos oferecidos aos zumbis!
–Amélie, isso pode ser um engano e...
–Não é um engano. Eu vou ser expulsa daqui à trinta dias! A TARA VIU! –Me exalto, cortando Rick.
–Amélie... A Tara não é mais confiável. –Rick tenta argumentar.
–A Tara...
–É uma mulher sem caráter e bom senso, sem contar que, por ter feito o que ela fez, fui muito bonzinho em deixá-la viva pra contar história. –Um vinco surge entre as sobrancelhas de Rick enquanto fala.

Não me atrevi a rebater, pois se o fizesse, estaria sendo crucificada no lugar de Tara, sem contar que quebraria o pacto entre nós duas.

–Ahh, se isso tivesse acontecido comigo... Não ia restar nem a carcaça da alma dessa filha da mãe! –Com os punhos cerrados, Daryl esmurra o chão.
–Ok, gente. Por favor, se concentrem na parte dos zumbis –Glenn pede, dando batidinhas no ombro de Daryl.
–uhum. Amélie –As mãos de Rick seguram um dos meus ombros desnudos e meencara de forma passiva. –não podemos acusar alguém com suposições e usar a presença de quem não confiamos para argumentar. Você sabe bem que as coisas nunca funcionaram assim na nossa família.
–Escute-o, ele tem razão –Glenn balança a cabeça afirmando com as palavras de Daryl.
–Eu sei, Rick. –Sinto a raiva por nenhum deles ter acreditado em mim. –Eu não sou estúpida.
–Amélie!
–Tudo bem, Daryl. –Rick trata de acalmá-lo.
–Eu já sabia que vocês iriam começar com essa palhaçada de me tratar  infantilmente –Com raiva,  empurro as mãos de Rick do meu ombro. – mas não custava tentar, né?
–Tudo bem, está no seu direito, afinal, já tem dezoito –Rick toma uma pose mais séria. –Quais são as provas?

Da bota estilo combate, tiro um papel dobrado e me levanto, desdobrando-o e o esticando na mesa.

–Não é apenas o fato de que ele alimenta a carcaça dos pais, é também o fato de que a porcaria dos muros estão por um tris, os suprimentos estão sendo insuficientes para todos e é por isso que muitos estão sumindo dessas missões recentes!

A lista estava clara com os nomes que Kennedy acreditava ser ótimos aliados, muitos grupos estavam totalmente riscados e numerados com os dias que ocorreriam as próximas missões ou seja, eu tinha razão. E estava programada para ser banida, assim como Sasha, Maggie, Beth, Carl e até Rosita nos meses seguintes.

–Kennedy está... Fazendo a limpeza da casa. –Glenn sussurra, chocado.
–Na próxima, acreditem em mim.
– Não dava pra acreditar quando colocou uma pessoa mentirosa como a Tara no meio. – Rick diz ríspido.
–Não me importa. Apenas acreditem em mim na próxima. –Peço, saindo da sala e em seguida, da casa.





Notas Finais


Comentários e críticas construtivas são sempre bem vindas!


Até o próximo capitulo!♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...