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História Ametista - Capitulo três


Escrita por: eianasouza

Capítulo 3 - Capitulo três


  Eu sempre reclamei da minha vida. Como os dias se estendiam longos, e como a minha semana parecia não acabar. A semana seguinte á entrega do formulário, passou voando.

  Talvez seja o fato de Emerald ter pego um resfriado, então não pude ir a escola para cuidar dela. Passei a semana toda brincando, fazendo chá e canja e fofocando com Eme.

  Na segunda-feira, como a enfermeira prescreveu, fui caminhar com Eme pela província. Summer não é uma província muito grande, mas tinha pontos turísticos que fazia tempo que eu não visitava. Fomos á praça, que recentemente havia sido preenchida por brinquedos e bancos.

  Enquanto via minha irmã brincar no balanço eu lia um livro, sentada em um dos bancos de madeira. Alternava meu olhar de Eme para o livro chamado “Almas perdidas”. Aquele era o único livro do autor Belmont Smith que eu gostava, mas também era meu favorito. Eu já devia tê-lo lido umas seis vezes.

  Em um mundo sem castas, talvez eu fosse escritora, não uma de sucesso, por Deus. Eu gosto de escrever, mas sou completamente desastrada e me atrapalho com as palavras enquanto escrevo. Nunca mostraria nenhum de meus poemas para ninguém. 

  A verdade é que eu não saberia o que fazer, mas eu gostaria apenas de ter a liberdade de escolher.

  Um homem sentou ao meu lado. Ele vestia apenas roupas pretas e cinzas. Talvez um Sete. Ele fedia a álcool e excremento. Se algum dia alguém me perguntasse qual o pior cheiro que já sentira eu falaria aquele.

  Ele não ficou por muito tempo, talvez quisesse apenas parar para descansar. Antes de voltar ao seu trabalho. Depois de se levantar, deixou um papel ao meu lado, aonde sentava anteriormente.

  Robert Swingle, Meredith Swingle, Lola Swingle.

  Escrito com uma caligrafia garranchada estavam nomes: Robert Swingle, Meredith Swingle e Lola Swingle. Eu nunca havia ouvido sobre esses nomes. Por um motivo desconhecido eu guardei o papel em uma página qualquer do livro.

  Depois disso não demorou muito para que eu e Eme voltássemos para casa.

  Terça-feira e quarta-feira passaram mais rápido. Enquanto eu não estava brincando ou cozinhando, eu estava cansada, então ficava deitada no sofá, ocasionalmente cochilando. Apenas quando Eme dormia também , porque estava com medo de deixa-la sozinha.

  Quinta-feira minha mãe tirou uma folga para ficar com Emerald e eu passei o dia procurando por emprego. Tinha certeza que não seria selecionada e diferente do que minha mãe achava, eu não precisava esperar o “sorteio” para procurar por algo para nos sustentar.

  Andei por praticamente toda província, e ninguém queria o trabalho de uma Seis que não havia terminado o ensino médio e que ainda só poderia trabalhar aos domingos.

  Ao voltar para casa, estava exausta. Apenas tomei um banho e fui dormir.

  Hoje, sexta-feira, não foi muito diferente de terça ou quarta, tirando o fato que agora, às oito horas da noite, estávamos eu, mamãe e Eme reunidas no sofá para assistir ao Jornal Oficial, hoje Illeá toda saberia quem havia sido selecionada.

  — Boa noite, povo de Illéa. Hoje é um dia mais do que especial. – Blachard começou. Ele deu as notícias oficiais, como acontecia em todos os programas.

  Depois uma mulher, companheira de Blachard, Eleanor, que falava sobre fofocas, fez uma critica a vestimenta de uma atriz em alguma premiação.

  Depois de quase meia hora de programa, começaram a falar da Seleção.

  — Como está se sentido, Vossa Alteza? – O príncipe Ewan estava de pé, ao lado do apresentador.

  Dessa vez pude ver mais seu nervosismo. Ele estava com um terno azul, igual ao do seu pai, mas não tinha as mesmas medalhas, era apenas um terno azul, feito sob medida, já que se encaixava perfeitamente em seu corpo, o deixava mais real, mais bonito.

  — Estou ansioso. Não é sempre que se tem trinta e cinco garotas morando com você. – Eu poderia estar enganada, mas senti uma pitada de malícia em sua voz. – Além do mais, uma delas podendo ser sua futura esposa.

  — No programa passado, Vossa Alteza disse que escolheria algumas garotas. Você poderia nos contar quais foram depois de anunciarmos todas as selecionadas? – Príncipe Ewan mantinha o sorriso, pensando em todas  as frases que falaria á seguir.

  — Uma garota. – Ele corrigiu o apresentador. – Sinto muito em informa-lo, Philipe, mas isso é segredo de estado. – Ele piscou para Philipe Blachard, arrancando risadas da plateia, inclusive de Eme e minha mãe.

  E lá estava ele, novamente, parecendo amigável e sociável. Parecia que era legal com todos e que ser seu amigo era fácil.

  — Oh, você me pegou nessa. – Blachard ri sem graça. – Para não fazer com que todas as damas de Illéa morram de ataque cardíaco, e também porque o rei tem mais o que fazer... – Outra onda de risadas – Vamos anunciar as trinta e cinco garotas que podem roubar o coração do nosso príncipe. A foto da selecionada irá aparecer do lado direito de sua tela, e do outro lado poderemos ver a reação do príncipe Ewan. Os nomes serão chamados por ordem alfabética.

  O layout da televisão mudou. Antes dava para ver Blachard e o príncipe com a família real de fundo. Agora do lado esquerdo estava apenas o príncipe e do direito, o logo do Jornal Oficial que logo seria preenchido pelas fotos das selecionadas.

  — Aalysha Bartmol, Quatro, Paloma. – Eu não sabia se olhava para a reação do príncipe ou para a foto da menina, de algum jeito consegui olhar para os dois. Ele manteve seu sorriso enquanto a foto da garota loira de olhos azuis passou. – Annabeth Williams, Dois, Belcourt – Essa também era loira, mas seus olhos eram tão negros que quase se camuflavam ao seu delineador, príncipe Ewan continuou com o mesmo sorriso. Quando o próximo nome foi chamado me convenci de que ele não demonstraria nenhuma reação drástica em nenhuma das candidatas e então desisti de olhar para ele. – Amélia Smith, Três, Ottaro. – Amélia tinha a beleza mais diferente que já vira, ela era branca com traços delicados, parecia uma boneca com os olhos castanhos avermelhados e os cabelos negros. Parecia com a personagem do meu livro favorito.

  Mamãe e Emerald olhavam concentradas para a televisão. Não era possível que tivesse mais alguém com a letra “A” e a esperança delas parecia se esvair aos poucos. Assim que o apresentador passou para a letra “B” mamãe me olhou desapontada.

  — Por um momento achei que conseguiria, estava tão perto. – Eu a abracei. Ela sabia a oportunidade que teria se tivesse entrado na Seleção e só queria meu bem. Mas mesmo assim, eu estava feliz, não que eu esperasse entrar, mas estava feliz por não ter acontecido.

  — Provavelmente foi aquela Violet que roubou seu lugar. Você é bem mais bonita que ela. – Eme fez bico e cruzou os braços, encostando, finalmente, suas costas no sofá.

  Agora eu precisava achar um emprego. Talvez se pedisse para os Kingsley com jeitinho eles me contratavam novamente.

  Demoraram uns vinte minutos para falar os nomes de todas as garotas. Minha mãe e Emerald falavam mal de todas. Poderia dizer que elas estavam em negação, era até engraçado ver.

  — Então, todas as damas que foram listadas aqui, se preparem, porque a partir de amanhã a vida de vocês vai começar a mudar. – Blachard disse. Ouve uma demora na produção, então o rosto do príncipe permaneceu por mais alguns segundos em destaque.

  Pude ver ele franzindo as sobrancelhas e logo depois tomou a palavra do apresentador.

  — Está faltando uma. – Ele disse, o que chamou a atenção te todos. O coração de toda a população deve ter se enchido de esperança quando ele disse aquilo. – Quero dizer, são trinta e cinco províncias, foram citadas apenas trinta e quatro.

  Blachard estava confuso e teve que chamar a mulher das fofocas para lhe ajudar a conferir a lista. O Jornal Oficial foi para o comercial, demorou menos de dois minutos para que a bagunça fosse resolvida e o programa voltasse ao ar.

  — Quero começar pedindo desculpas. – Ele disse. Não estava mais com o cartão de informações em sua mão. – Parece que a vida de mais uma jovem vai mudar esta noite.

  Emerald abraçou uma almofada e fechou os olhos, começando a sussurrar algumas palavras, tinha quase certeza que ela estava rezando.

  — Ametista Osmont, Seis, Summer. – Ok, isso foi inesperado.

  Eu provavelmente estava boquiaberta. Minha foto estava ali, na pequena televisão da minha casa, na minha sala. Aquilo era tão impossível que eu poderia acreditar nas histórias de terror que minha mãe costumava me contar antes de dormir.

  Não tive tempo para ver a reação do príncipe, da minha mãe ou de Eme, porque depois que minha foto apareceu tudo pareceu passar muito rápido. 



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