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História Ametista - Capitulo quatro.


Escrita por: eianasouza

Capítulo 4 - Capitulo quatro.


  Minha semana havia sido corrida.

  Todos os dias tinha gente entrando e saindo da minha casa. Sem tirar o fato de que agora eu tinha um segurança na porta do meu quarto. Como se alguém fosse atacar uma Seis.

  Hoje era domingo, o que significa que amanhã eu estaria indo para o palácio.

  Tudo começou no dia seguinte  ao anúncio das selecionadas quando uma mulher, já acompanhada do guarda, veio para tirar minhas medidas. No outro dia, uma esteticista veio para me “limpar”, a sessão de depilação fora a maior tortura pela qual eu já passei. Ela tratou da minha pele e me indicou alguns cremes para hidratação. Na segunda-feira, uma nutricionista veio para me dar algumas vitaminas. O restante da semana foi bastante calmo comparado com os outros dias. Até chegar hoje.

  Saí do meu quarto, com o cabelo desarrumado. O guarda segurou a vontade de rir.

  — Você pode rir, soldado Mark. Eu também riria. – Ele se recompôs assim que eu disse.

  — Sim, senhorita Osmont.

  — Olha, vamos ser companheiros por um bom tempo, a única coisa que pode fazer é me chamar de Ametista. – Ele me ignorou, como todas as outras vezes.

  Quando desci, mamãe pigarreou. Eu não entendi muito bem de início, mas quando vi que uma mulher, vestida com um blazer e uma saia social estava em nossa sala, entendi o que aquele pigarreio significava. Mas eu nem estava ligando de estar completamente desarrumada em frente aquela moça do governo.

  — Senhorita Osmont, venho para tratar de assuntos mais... Pessoais. – Ela olha para minha mãe, que entende o que ela quer dizer com aquilo.

  — Estarei na cozinha, preparando um chá.

  Vi minha mãe desaparecer e logo virei para a mulher, com o olhar curioso.

  — É algo grosseiro de se falar, mas desde que se tornou uma selecionada, você se tornou também propriedade de Illéa. – Okay, aquilo era novo. Eu não me via como propriedade de ninguém. – Precisa responder um questionário. – Eu assenti. – Item um. A senhorita é virgem? – Me demorei em responder, não por não ser, mas por ser uma pergunta indiscreta. – Me desculpe. É algo que precisamos saber.

  — Sim.

  — Item dois. A senhorita já namorou?

  — Não.

  — Item três. A senhorita se compromete a estar somente com Vossa Alteza real, príncipe Ewan durante sua estadia no palácio? – Antes que eu respondesse ela acrescentou algo. – Quero lembra-la que se não, poderá ser expulsa da Seleção.

  Então por que aquilo era uma pergunta mesmo?

  — Sim.

  — Por agora está bom, senhorita Osmont. Pode assinar aqui? – Ela me entregou o papel com as perguntas. Assinei meu nome.

  Minha mãe chegou com chá logo depois, tenho certeza que ela ouvia toda a conversa.

 

  Na segunda-feira eu acordei ansiosa. Fiquei sabendo, na noite passada, que dariam uma festa em minha homenagem, também tinha aquele negócio que eu ficaria por um tempo indeterminado longe da minha família. A Seleção poderia durar semanas, meses e até anos se o príncipe fosse indeciso. Naquela hora eu já surtava.

  Desci para tomar café. Desde que tinha sido selecionada, todos os dias a mesa estava farta, eu já estava começando a gostar desse negócio de Seleção.

  Tive que tomar café rápido, porque aparentemente já estava atrasada.

  Depois de tomar um banho vi uma roupa estendida sobre a minha cama. Um vestido preto social, com uma flor para que pudessem identificar minha província. Infelizmente, Summer é a província que tem a flor que mais contém pólen e eu sou alérgica.

  Quando disse isso a Margareth, a moça que me fez as perguntas pessoais ela saiu desesperada procurando uma cosmos de plástico. Foi engraçado vê-la exasperada, gritando no telefone com alguém para que se apressasse.

  — No dia do seu casamento deverá começar a se arrumar um dia antes. – Minha mãe entrou no quarto rindo.

 Ela andou até a cômoda e pegou a escova de cabelo que estava em cima dela. Começou a pentear meu cabelo loiro escuro, que eu havia puxado do meu pai, o prendeu em um penteado que eu não conseguiria fazer nem em mil tentativas.

  — Você está linda. –  Seus olhos marejaram enquanto ela tentava controlar sua voz de choro.

  — Eu logo vou estar em casa, mãe. – Ela tratou de fazer sua cara de brava.

  — Eu espero que não.

  — Ai, essa doeu.

  — Você entendeu, Metis. Tenho certeza que o príncipe Ewan se apaixonará por você.

  Como se eu acreditasse em tal sentimento. Claro, eu acredito no amor que eu tenho por Emerald ou Alex, amor fraternal, e até acredito no amor de minha mãe por meu pai, ou do rei pela rainha. Mas eu não acredito que esse sentimento caberia á mim.

  Margareth entrou correndo com a flor de plástico em mãos.

  — Espero que possa convencê-los. – Ela disse arrumando o broche em meu vestido.

  — Olha, eu não consigo ver a diferença. – Ela sorriu em agradecimento. – Vamos.

  Eu entrei na limusine que parecia maior que meu quarto, tanto por fora quanto por dentro. Ela tinha alguns petiscos e champanhe, não me atrevi a toca-los com medo de que eu fosse derrubar algo e sujar tudo com os meus desastres.

  Não entendi muito bem o porquê de irmos de carro já que a praça ficava ao lado da minha casa.

  A praça principal de algum jeito cabia todos os moradores da província, pelo menos aqueles que quiseram mostrar as caras.

  Margareth me deu um papel, ele continha um discurso. Aparentemente eu teria que falar aquilo no palco improvisado, em frente de todos.

  O prefeito já me esperava nas escadas do palco. Ele sorriu e beijou a minha mão quando saí do carro.

  — É uma honra ter você representando nossa província. – Ele falou enquanto me ajudava a subir as escadas, como se eu não soubesse.

  Mas você bem queria que fosse a herdeira dos Kingsley, pensei.

  Eu estava nervosa, mas ver o rosto desgostoso de Violet na multidão me fez criar coragem para proferir as palavras escritas no papel.

  — Eu espero dar orgulho a vocês. Todos que me conhecem – ninguém – sabem que sou muito destemida. Pretendo ser eu mesma. Assistam ao processo todas as sextas ás oito horas da noite, no Jornal Oficial.

  Aquilo era uma droga. Até parecia que eu estava realmente feliz em partir.

  Depois disso eu entrei no carro, indo em direção ao aeroporto.

 

  Eu esperava as outras garotas chegarem. Aparentemente eu havia sido a primeira. Eu partiria com mais três selecionadas e tudo que eu pedia é que elas fossem pelo menos legais.

  Duas de minhas companheiras de viagem chegaram juntas, elas já conversavam o que me deixou perplexa, como eu me intrometeria em seus assuntos? Não precisei fazê-lo, já que uma garota de olhos avermelhados, que reconheci como Amélia Smith, o fez.

  — Amélia Smith, Ottaro. – Ela se apresentou, me dando um abraço. Estranhei de início mas logo retribui.

  — Elizabeth Morgan, Dakota. – Elizabeth era morena, com a pele morena e os olhos puxados. Ela apenas estendeu sua mão para que eu a cumprimentasse.

  — Eu sou...

  — Todo mundo sabe quem você é. – Fui interrompida por Amélia. – A garota que o Philipe esqueceu.

  — Ah, claro. É sempre uma honra ser esquecida por Phlipe Blachard. – Ela riu do meu comentário.

  — Você é legal.

  Ficamos conversando sobre os lugares de Ottaro que ela gostava, ela os descrevia tão bem que eu me sentia neles. Elizabeth não era de conversar, ela só assentia e concordava em algumas coisas. Em pouco tempo a outra selecionada chegou. Katherine Povla, de Yukon. Aparentemente ela também era legal, mas não falou mais do que apenas um “oi” e dormiu a viagem toda de avião.

  Já eu fiquei a maior parte do tempo em pânico e segurando a mão de Amélia.

  Quando o avião estava sem nenhuma turbulência ou estabelecido elas riam de mim.

  Demorou cerca de duas horas para chegarmos em Angeles.

  Enquanto estávamos no carro, em direção ao palácio, pude ver que Angeles era mais bonita do que eu me lembrava, e tudo parecia ainda maior.

  Havia um tapete enorme e em seus dois lados uma grade com guardas, impedindo as pessoas de se aproximarem de nós.

  — Droga, eu não consigo. – Disse Katherine, a primeira vez que a ouvia falando uma frase completa. – Parece que minha barriga vai explodir.

  — Quanto você quer isso? – Amélia a perguntou.

  — Venho treinando minha vida toda para isso. – Katherine aparentemente era uma Dois, se comportava e se vestia como uma.

  — Então abre essa porta e saí logo desse carro.

  Katherine fez o que Amélia lhe mandou. Não percebi que tinha mesma sensação de Katherine até a porta do carro abrir e eu poder ouvir os berros das pessoas. A maioria delas segurando placas. Surpreendentemente vi algumas com o meu nome.

  Vi que tinha alguns fotógrafos, aquilo provavelmente estaria em todas as revistas amanhã. Estava na hora de colocar meu plano “ficar nessa droga de lugar e aguentar o príncipe mimado até ter dinheiro o suficiente para sair”.

  Coloquei meu melhor sorriso no rosto, enquanto caminhava pelo tapete. Eu fui a última das meninas, então tive mais tempo para que eu não caísse daqueles sapatos de salto alto.

  Uma menininha segurava uma placa com meu nome e ela tentava a todo custo passar pelas grades. Eu sorri de verdade ao vê-la, com certeza Eme faria algo do tipo. Fui até ela, que parou de se debater de um guarda quando me viu, o mesmo a colocou no chão.

  — Não deveria ficar por aí, fugindo de guardas, eles podem ser muito fortes. – Ela riu.

  — Eu só queria que você assinasse isso. – Ela encurtou o pescoço, envergonhada. Estranhei de primeira, mas continuei sorrindo.

  — Claro.

  Peguei sua placa, que não passava de um papel enorme com o meu nome e alguns arco-íris desenhados. Assinei meu nome ali. Lhe dei um abraço e me apressei para levantar, já havia ficado tempo o suficiente.

  Uma mulher chamada Lily me esperava e me olhava brava.

  — Desculpa. – Eu não estava realmente culpada, só estava sendo educada.

  O palácio era ainda mais lindo por dentro. Todos os detalhes pareciam ter sido feitos a mão e o chão era tão encerado que tive medo de escorregar. Não vimos muito além da entrada, já que fomos levadas á um lugar que parecia um salão de beleza.

  — Aqui é o Salão das mulheres e onde passarão a maior parte de seu tempo. Agora vocês vão se arrumar para tirar uma foto para a revista mais importante de Illéa. – A tal de Lily falou.

  Fui encaminhada para uma das cabines, onde tinha um cabeleireiro.  

  — O que vamos fazer com seu cabelo, querida? – Ele perguntou passando a mãos nas pontas do meu cabelo. – Vamos começar com uma hidratação, certo? – Todas suas frases terminavam com perguntas? Isso é contagioso?

  Ele lavou meu cabelo, até que eu poderia me acostumar com isso, alguém mexendo em minhas madeixas. Eu estava quase dormindo, até ele começar a seca-lo e fazer o penteado. Ele não o prendeu, apenas o cacheou nas pontas.

  Pensei que teria um descanso, mas logo veio alguém me maquiar e fazer minhas unhas.

  Depois de passar duas horas eu estava finalmente pronta. Uma mulher me empurrou para o vestiário, com um vestido azul claro. Foi tudo uma correria.

  Eu me vesti e logo fui empurrada para um sofá, onde tinha uma câmera filmando e Eleanor, a mulher da fofoca.

  — Pode falar seu nome, casta e província, por favor. – Ela pediu.

  — Ametista Osmont, Seis, Summer.

  — O que você está achando do palácio até agora? – Não entendia o porquê de ela estar anotando algo em um papel se a câmera filmava todo o processo.

   Tirando o fato de ter sido completamente transformada, ótimo — Tem sido uma experiência incrível, por agora. – Sorri falsamente.

  — O que você pretende fazer para conquistar o coração do príncipe?

  Nada. Eu não pretendo fazer nada para conquistar o coração do príncipe. — Apenas ser eu mesma. Não acho que ele possa ser apaixonar por mim enquanto estou fingindo ser outra pessoa. – Nem enquanto sou eu mesma.

   — Agora para terminar, você poderia dizer por que acha que merece virar princesa?

  Ok, aquelas perguntas já estavam me irritando.

  — Não acho que eu mereça.

  — Você pode exemplificar isso? – Respirei fundo.

  — Na verdade eu acho que ninguém aqui merece, não verdadeiramente. Metade de nós procura por amor e a outra metade a coroa, mas todas nós procuramos melhorar de vida. Não porque merecemos, simplesmente porque queremos ou precisamos.

  Ela estava curiosa, a cada palavra que saía de minha boca ela semicerrava mais os olhos castanhos claros.

  Ela me liberou da entrevista, o que eu agradeci mentalmente. Não queria ser rude e levantar dali, mas ela não tinha mais perguntas, então logo não tinha motivos para me manter ali.

    Antes de ser encaminhada para o meu quarto, tive que esperar o resto das selecionadas terminar as entrevista e logo fomos reunidas numa sala vazia.

  A sala se parecia muito com a entrada. Ela não tinha nada além de janelas gigantes com cortinas vermelhas maiores ainda.

  — Antes de irem para os seus aposentos, onde almoçarão e jantarão hoje, quero passar algumas regras essenciais enquanto estiverem aqui. – A mesma mulher, Lily, falava. – É extremamente proibido o terceiro andar para todas vocês. Vocês não podem entrar nele ao não ser que sejam convidadas por alguns dos membros da família real. – Ela tinha uma pose durona. Mesmo com a roupa social, e com um tipo de comunicador preso ao seu ouvido, ela se mantinha autoritária, me lembrando de um general. – Todos os dias vocês terão aula e quando não forem requisitadas pelo príncipe poderão estar nos jardins, na biblioteca ou no Salão das mulheres. – Ela deu uma pausa, para ver se todas estavam a entendendo. – Todos os dias as refeições serão compartilhadas com a família real, no Salão de Jantar real. Então nem pensem em se atrasar. Todas as sextas-feiras vocês farão aparição no Jornal Oficial.

  A parte de que todas as sextas Illéa toda estaria me assistindo me deixava nervosa, eu já começava a surtar, pensando em todas as cagadas que eu poderia fazer em rede nacional.

  — Ah... Vocês não podem negar nada que o príncipe pedir á vocês. Devem disposição ao próximo rei e futuro marido de uma de vocês.

  Aquilo havia sido a coisa mais ridícula que eu já tinha ouvido desde que havia sido selecionada. Eu precisava estar somente com o príncipe durante a minha estadia aqui, ok. Ele poderia controlar quanto tempo aquilo tudo iria durar, ok. Mas dizer que se ele quisesse algo a mais, algo como beijo ou além de beijos, eu deveria lhe dar só porque seria meu próximo rei?

  — Esses guardas levarão as senhoritas para seus aposentos.

  Essa foi a última coisa que ela disse antes que todas começássemos a seguir os guardas.  



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