História Amiga Linda - Tsunade e Jiraya

“Então me aceite como eu sou,

Não me peça pra mudar

Essas manias que você já perdoou”

Havia se passado muito tempo desde que a vira pela última vez. Não negava que sentia falta daqueles tempos em que Tsunade arremessava o que tivesse nas mãos em si quando ele a chamava de “sem peitos” ou “tábua”. Sorriu. Não tinha como não rir na presença daquela exibida insuportável. Desde que a conheceu, nutriu em seu interior a esperança de que um dia, ela seria dele. Mas não foi. Dan entrou em seu caminho. Definitivamente. No fim das contas, o amor dessa mulher parecia tão amaldiçoado quanto aquele colar... Todos que ela amava, morriam. Mais cedo ou mais tarde. Consigo provavelmente não seria diferente. “Mas eu arriscaria minha vida pra tê-la, nem que fosse uma única vez”. Sorriu de canto. Era um pervertido incurável.

_Ero- senin – o loirinho o aguardava de braços cruzados e cara de poucos amigos na porta do quarto – O que estava fazendo, seu velho bêbado e tarado? – sempre mal-humorado, Naruto entrou no quarto.

_O que foi dessa vez, moleque? – dizia. Tinha seu rosto corado e um dos olhos estava meio aberto devido à grande quantidade de saquê que bebeu.

_ O que foi? – estava vermelho de raiva – ME TRANCOU PRA FORA DO QUARTO DE NOVO, SEU VELHO SAFADO! – mantinha os punhos cerrados em uma expressão que mesmo raivosa, lhe parecia cômica. Sacudia os braços e praguejava sem parar enquanto se trocava.

_Depois eu que sou o velho – revirou os olhos e se deitou. Ainda ouvia o loirinho reclamando dentro do banheiro.

_Mas onde eu fui amarrar minha mula, Kami-sama? Ainda quero saber por que Deus jogou esse velho tarado na minha vida! Só bebe, bebe, transa, bebe e bebe mais um pouco! Eu não vou aprender nada assim! – colocou seu pijaminha de sapo e foi se deitar.

_Você é sempre chato assim ou o problema é comigo? – disse o mais velho ao ver que Naruto se deitou.

_Eu sou chato? EU SOU CHATO? – apontou o dedo indicador para o nariz de Jiraya, que o mordeu com força – AAAAAAHHHHH! VAI ARRANCAR MEU DEDO! AIAIAIAI – beijava a ponta do dedo, que estava latejando – ISSO VAI TER TROCO! SEU VELHO SAFADO!

_Aguardo ansiosamente! Boa-noite, Uzumaki! – se cobriu e deu as costas para o outro sem qualquer cerimônia.

O dia amanheceu, precisava encontrar Tsunade para escolta-la até a Vila.

_Como se isso fosse necessário! – dizia a bela loira, com sua típica expressão de fúria estampada no rosto.

_Ordens lá de cima, Tsu-san! – Jiraya respondeu em tom brincalhão e recebeu um cascudo – AAAIIII! Será que você não perde essa mania de ser uma louca histérica? – esfregava o local em que foi atingido.

_E você não perde essa mania de ser um FOLGADO! Seu imenso! Sai de perto de mim!

_Ei, Shizune-san, qual é a desses dois? – Naruto cutucou a assistente de Tsunade, questionando em tom baixo – era uma proeza para si conseguir falar baixo, mas conhecendo a periculosidade daquela mulher, era o melhor a se fazer.

_Eles sempre foram assim, Naruto-kun – a morena sorriu, apertando seus olhinhos pretos – São amigos há tempos!

_Tá doido! Se eles ficarem mais um pouco juntos, eles vão se matar!

_Eles estão acostumados – voltou a sorrir de forma meiga.

Jiraya e Tsunade voltaram para Konoha trocando farpas durante todo o caminho. É, realmente sentia falta daquela brutalidade sensual. Ela era como um vinho. O tempo só lhe fez bem. Aqueles seios eram divinos. Suas curvas permaneciam perfeitas.

Após a posse da nova Hokage, ela foi para seu gabinete. Após enfrentar a molecagem de Konohamaru, que armou uma arapuca em sua porta, teve sossego para refletir no que acabara de assumir. Aquela responsabilidade que Nawaki e Dan tinham sede de tomarem para si. O sonho deles finalmente estava vivo em si. Se dedicaria com todas as forças para fazê-lo da melhor forma possível. Ouviu três batidas em sua porta.

_Mas já? – revirou os olhos e bateu o punho na mesa de madeira maciça – Ai, cacete! ENTRA! – berrou de forma estridente para quem esperava do lado de fora – O que quer?

_Calma, minha amiga! – Jiraya entrou, trazia consigo duas garrafas de saquê – Vim trazer algo pra você molhar o bico – depositou as garrafas sobre a mesa.

_Se TENTAR alguma coisa, qualquer coisa que seja, você morre HOJE! – deu mais dois socos na mesa, fazendo-o se retrair e levantar as mãos, simbolizando paz.

_Relaxa, só trouxe algo para se distrair antes de pegar no batente – serviu duas doses e empurrou um copo na direção dela, que estava realmente tentada a beber – É isso aí – levantou o copo e brindaram – Quem diria, hein! Nós dois juntos aqui, na sala do Hokage... Sem você jogar nada em mim! – gargalhou – Ou tentar me matar... Isso é novidade – voltou a rir.

_Você merecia, sua peste – fez um bico digno de uma chaleira – Sempre me incomodando, me perturbando, enchendo meu saco! Tinha mais era que apanhar mesmo!

_Mas uma das suas surras valeu a pena, Tsunade – sorriu malicioso – Aquela onde você quase me matou... Eu daria a minha vida para ver o que vi outra vez...

_Você está brincando com fogo -  franziu o cenho – Será que vou ter de apagar esse seu fogo pra sempre? – apertou o copo na mão e viu seu amigo fazer o trajeto para onde estava sentada. Ele se colocou atrás de sua cadeira e colou a boca em seu lóbulo.

_Não quero que apague meu fogo... Quero que queime comigo!

Continua