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História Amigas, Inimigas ou Meio-Irmãs? - Discussão


Escrita por: Eloloise

Capítulo 14 - Discussão


Pov's Marceline

Gumball e Marshall se entreolharam, sem entender nada. Bonnie e eu ainda estávamos paradas na porta, tentando fazer a melhor cara de zangada possível.

-Fazer o quê? Do que vocês estão falando, e porque estão tão bravas?

Eu, que não tinha falado nada até aquela hora, explodi, gritando.

-Vocês vão cancelar o casamento! Nós ouvimos!

Para nos deixar ainda mais zangadas e confusas, os dois começaram a rir muito.

-Sentem as duas. Vamos explicar o que está acontecendo.

Bonnie e eu nos sentamos a contragosto. Marshall e Gumball ainda sorriam.

-Nós não cancelamos o casamento. Jamais faríamos isso. Cancelamos a cerimônia na igreja, porque iria ficar muito caro e seria muito trabalhoso. Na verdade, nós íamos contar para vocês as mudanças quando vocês chegassem, mas...

Bonnie interrompeu, um pouco impaciente.

-Espera, mudanças? O que mais vocês vão fazer?

Marshall olhou para o Gumball e ele começou a falar.

-Sei que o Marshall prometeu para você que íamos esperar um ano, mas a gente não consegue mais aguentar. A gente estava planejando se casar em julho. O que vocês acham?

Eu, aliviada por o casamento não ter acabado, dei de ombros.

-Por mim, tudo bem.

Gumball olhou para Bonnie, nervoso.

-E você, filha?

Ela sorriu e ele imediatamente relaxou.

-Por mim, tudo ótimo. Confesso que também estou ansiosa para o casamento.

Os dois sorriram, aliviados. Eu, orgulhosa, segurei mão da Bonnie por baixo da mesa, onde os dois não podiam ver.

-Marcy, agora temos um problema para resolver com você.

Fiquei muito tensa e soltei a mão da Bonnie.

-O quê foi? Não faz esse suspense, pai.

Marshall suspirou antes de falar.

-Nós pensamos em, em vez de simplesmente se casar no civil aqui, fazermos um casamento na praia, no Havaí.

Senti minha cabeça girar. Acho que fiquei pálida, porquê Bonnie me olhou muito assustada.

-Quanto tempo de viagem?

Marshall suspirou de novo. Bonnie estava olhando para mim, curiosa e confusa.

-Quinze horas de avião.

Minha cabeça rodou de novo, tão rápido dessa vez que eu cheguei a perder o equilíbrio e escorreguei da cadeira. Bonnie me segurou pelo braço, assustada.

-Marcy, o que está acontecendo? Porque você está tão assustada?

Marshall respondeu por mim.

-A Marceline tem muito medo de altura, Bonnie. Muito mesmo.

Gumball me deu um copo de água. Eu bebi e comecei a me acalmar.

-Tenho medo de avião, não de altura. Pai... Eu não sei se aguento! Não quero que vocês mudem o casamento por causa de mim, mas eu não sei...

Marshall se levantou e me abraçou por trás.

-Não quero que você faça nada que você não queira. Se você não conseguir, não tem problema, de verdade.

Gumball concordou com a cabeça.

-Eu... Vou tentar. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar.

Marshall sorriu e me beijou na testa, me parabenizando pela coragem. Bonnie, ainda curiosa, se virou para mim.

-O quê aconteceu para você ter tanto medo?

Bebi o resto da água e respirei fundo antes de falar. Só as lembranças daquele dia eram capazes de me causar calafrios horríveis.

-Meus avós, pais do Marshall, moravam do outro lado de Ooo. Nós, nas férias, sempre íamos visitá-los de avião. Uma vez, compramos uma passagem para um vôo noturno e estava chovendo muito. No meio do vôo, um raio atingiu o avião e deu um apagão. As luzes voltaram rápido, mas o avião começou a cair.

Parei para respirar, nervosa. Marshall também estava tenso, mas bem menos que eu.

-Na hora que ele começou a descer, eu vi minha vida passando diante dos meus olhos. Eu desmaiei por alguns segundos, quando acordei estava com uma daquelas máscaras de oxigênio no rosto. Passei o resto do vôo chorando e passando muito mal. Desde aquele dia, eu nunca mais entrei em um avião.

Eu estava tão assustada que estava sentindo vontade de chorar. Bonnie me olhou com um pena, talvez com vontade de me abraçar.

-Nossa... E isso foi há quanto tempo?

-Foi há uns oito anos... Sei que até pode parecer besteira, mas para mim foi um trauma muito grande. Eu achei que ia morrer!

Bonnie segurou minha mão.

-Não, não é besteira. Você passou por uma experiência de quase morte.

Saímos do escritório, já que Gumball e Marshall começaram a discutir coisas que não nos interessavam.

-Vou pegar minhas coisas para ir embora. Preciso de um banho.

Subi as escadas com a Bonnie atrás de mim, me encarando sem falar nada. Eu tentava ignorar, mas não estava conseguindo.

-Bom, até mais. Acho que te vejo à noite.

Quando eu estava saindo do quarto, Bonnie me agarrou pelo braço e me deu um beijo.

-Tchau. Vou na sua casa depois.

Eu saí do quarto sorrindo, com uma sensação boa no peito, mas logo perdi o sorriso. Tudo estava bem demais. Alguma coisa me dizia que aquilo não ia ficar bom por muito tempo.

Dois meses depois...

Bonnie e eu continuamos com a amizade colorida, mas alguma coisa não estava igual. Nós estávamos discutindo muito, principalmente por coisas bobas.

-Não, Marceline!

Suspirei, frustrada. Bonnie e eu estávamos discutindo no meu quarto. Estávamos discutindo tanto ultimamente que eu nem sabia qual era o motivo dessa discussão. Até Gumball e Marshall perceberam que estávamos brigando sem parar, tentando nos deixar separadas.

-Eu... Ah, pelo amor de Deus, atende esse maldito celular. Estou ficando louca!

Me joguei na cama enquanto Bonnie saía do quarto para atender o celular que estava tocando insistentemente por dez minutos. Tentei me acalmar, mas fiquei mais nervosa quando ouvi ela gritar.

-Como você conseguiu esse número? Me deixe em paz, Megan! Não, você não é minha mãe!

Saí do quarto, a encarando com curiosidade. Bonnie me olhou pedindo socorro.

-Não, eu... 'Tá!

Bonnie ficou calada por um longo tempo, escutando. Logo depois ela deu uma risada sarcástica, com raiva.

-Você é louca?! Acha que vou viajar meio mundo para perder meu recesso com você?! Nunca! E nunca mais me ligue, Megan!

Bonnie desligou o celular e o apertou com tanta força que ele estalou. O tomei da mão dela e tentei acalma-la.

-Calma. Quebrar seu celular não vai te ajudar em nada.

Bonnie estava com tanta raiva que lágrimas corriam por seu rosto. A abracei com cuidado e ela deitou a cabeça no meu pescoço.

-Respira, Bonnie. Respira fundo.

Ficamos alguns minutos assim, até ela se acalmar. Sem eu perguntar, ela começou a me explicar o que estava acontecendo.

-A Megan me ligou, disse pra eu ir, durante o recesso da semana que vem, para a casa dela em Londres. Segundo ela, é para a gente se dar melhor. Ela disse pra eu passar a semana do recesso lá, e se eu gostar eu ir morar com ela!

Bonnie, ainda nervosa, começou a chorar de novo. Eu a abracei mais forte.

-Calma! Você não vai, certo?

Bonnie me olhou com ódio por trás das lágrimas.

-Óbvio que não, Marceline! Que ideia é essa?!

Fiquei tentada a responder com grosseria e começar outra discussão, mas me contive a tempo.

-Vem pro meu quarto, vamos ver um filme, alguma coisa. Depois a gente compra um chip novo e troca seu número. Não pense mais nessa mulher.

Bonnie deu um sorriso fraco, se acalmando.

-Podemos ver Orange is the New Black?

Revirei os olhos e ri.

-Pela quinta vez? Tudo bem, vamos.

Em pouco tempo Bonnie dormiu no meu peito.

"Porque a gente está brigando tanto? Eu gosto tanto da Bonnie e também sei que ela gosta de mim. Isso não está certo!"

Em pouco tempo, acabei dormindo também. Tive sonhos perturbados com a Bonnie e a mãe dela.

Pov's Marshall

Saí do trabalho um pouco mais cedo e fui direto para casa.

"Vou fazer uma maratona de Netflix com o Gumball... Ah, droga, ele não chegou ainda. Bom, acho que vou dormir um pouco então."

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, mas parei quando vi o quarto da Marceline com a porta entreaberta. Abri a porta e dei um enorme sorriso.

"Awn, que fofo as duas dormindo juntas! Não sei quem elas acham que enganam fingindo que não são um casal."

Fechei a porta com cuidado e fui para o meu quarto.

"Uma pena elas estarem brigando tanto. Espera, se elas não estão se dando bem agora, também não vão se dar bem quando Gumball e eu casarmos? Ok, isso é muito preocupante. Não podemos viver juntos nesse clima horroroso de brigas."

Deitei na cama mas o sono que eu sentia desapareceu. Estava assustado e preocupado.

"Teremos que resolver isso juntos, os quatro. Provavelmente vou matar as suas de vergonha, mas vai ser necessário!"

Pov's Marceline

No dia seguinte...

Apesar de Bonnie e eu termos feito as pazes depois da ligação da mãe dela, ela quis ir para casa e dormir sozinha. Infelizmente, nós voltamos a brigar no dia seguinte, logo de manhã. Fui de carona com o motorista dela, e nós discutimos durante todo o caminho.

-Não vou discutir com você, estamos quase chegando na escola. Para a gente não discutir mais, acho melhor nós nos afastarmos durante as aulas.

Concordei, não queria dar show na escola. Desci do carro e fui direto para a sala, zangada. Bonnie chegou um pouco depois, acompanhada da Fionna, Cake e da Flame. Finn e Jake já tinham chegado.

-Ihhh... Que climão é esse, Marceline? A Bonnie sentou lá na frente e você 'tá aqui bufando de raiva. O que foi, vocês terminaram?

Me segurei para não bater no Jake. Para não me irritar ainda mais, eu o ignorei.

-Ah, elas terminaram mesmo! Elas estavam brigando para caramba semana passada. Jake, como que é aquela música?

-Qual, Finn?

Finn sorriu, olhando para mim, e começou a cantar para me provocar.

-Quando fica junto tem briga, quando se separa, saudade!

Jake gargalhou. Fionna, Cake e Flame estavam sentadas na frente, com a Bonnie, mas também riram porque o Finn estava gritando.

-Finn, cala a boca. Não aconteceu nada. A Bonnie só quis sentar lá na frente. E. Nós. Não. Somos. Um. Casal!

Finn me ignorou e continuou cantando, dessa vez com o Jake. Eles chegaram a pesquisar a letra na internet para cantar a música inteira. Depois de vinte minutos aguentando aquilo, eu perdi a paciência.

-Se vocês cantarem essa merda de novo, eu vou matar os dois. Vou enforcar vocês e jogar o corpo dos dois em um rio.

Bonnie me olhou lá da frente com um olhar indecifrável. Fiquei confusa com o olhar, mas aliviada por Finn e Jake terem ficado calados.

-Obrigada.

Bonnie e eu passamos a manhã toda afastadas, ela com Fionna, Cake e Flame e eu com Finn e Jake, eles me provocando sem parar. Na hora de ir embora, o motorista da Bonnie estava nos esperando na porta. Fomos todo o caminho em silêncio. Quando ele estacionou na garagem dela, Bonnie resolveu falar.

-Eu preciso ir na sua casa pegar umas coisas que eu deixei lá. É rápido.

Senti um arrepio na espinha. A briga foi realmente séria.

-Ok, vamos.

Entramos em casa em silêncio, com um climão entre nós. Meu quarto estava uma zona, com roupas minhas e da Bonnie espalhadas por todos os lados. Realmente estávamos passando muito tempo juntas, dormindo uma na casa da outra, apesar das brigas. A Bonnie querer ir embora confirmava minhas suspeitas que as nossas brigas estavam ficando sérias.

-Bonnie... Não vai embora, por favor. Nós vamos morar juntas, nós vamos ser uma família. Você não pode se afastar de mim, eu vou sentir sua falta.

Bonnie, zangada, revirou os olhos.

-Não se afastar de você, só estou pegando minhas coisas. Olha a zona que a gente deixou seu quarto.

Em uma atitude desesperada, me sentei na cama e segurei a mochila dela, onde estavam as roupas.

-Não minta para mim, Bonnie. A gente já brigou feio várias vezes e você nunca quis ir embora. Por favor, não vai... A gente pode tentar parar de brigar!

Bonnie me olhou com desprezo.

-Eu vou ser sincera com você, Marceline. Não aguento mais essas brigas! Estou estressada, cansada. Preciso de um pouco de paz. Não vou me afastar de você, até porque eu sei que não conseguiria.

Bonnie parou para respirar e arrancou a mochila das minhas mãos. Ela estava agitada, como se escondesse alguma coisa.

-Bonnie, está tudo bem? Você está muito nervosa.

Bonnie voltou ao estado zangado, com a mochila nas costas.

-Eu... Mudei de ideia. Vou passar o recesso da semana que vem com a Me... Com a minha mãe.

Se eu já não estivesse sentada, teria caído.

-O quê?! Bonnie, você deu uma crise de choro ontem por causa disso! Como você pode ter mudado de ideia de um dia para o outro?

Bonnie ficou insegura e agitada por alguns instantes, depois voltou a ficar zangada.

-Não vou morar com ela, só quero ficar sozinha por alguns dias. Preciso esfriar a cabeça das nossas brigas. E, além do mais, é Londres! Vai ser incrível conhecer Londres.

Bonnie parecia estar falando um texto decorado.

-Eu vou viajar amanhã, mas volto na semana que vem, Marcy. Não se preocupe.

Me levantei e a abracei. Bonnie me abraçou apertado por um longo tempo e bem apertado. Achei estranho, mas ela me soltou e saiu do quarto antes que eu pudesse falar alguma coisa.

-Tchau, Marcy. Eu volto.

-Tchau, Bonnie.

Bonnie saiu da minha vista e eu me sentei no chão. Eu me sentia péssima.

-Deus... Porque estou me sentindo tão mal? Ela só vai ficar longe uma semana.

Olhei ao redor do quarto.

-'Tá tudo tão vazio... Minha casa, meu quarto, meu coração...

Tentei parar de fazer drama e me levantar do chão, mas só consegui ficar pior ao me jogar na minha cama. Um ursinho, que a Bonnie tinha me dado, estava ali.

-Hambo, tem alguma coisa errada. A Bonnie não iria ir embora assim. Não depois de ter dado aquele surto ontem. Tem alguma coisa errada e eu vou descobrir o que é.

Abracei Hambo forte, sentindo o cheiro de chiclete do cabelo da Bonnie ali.

-Eu vou descobrir, Hambo. Eu vou.

Continua...



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