História Amigas, Inimigas ou Meio-Irmãs? - Sr. e Sr. Abadeer Bubblegum

Pov's Marceline

Era isso. Depois de muita luta, aulas de reforço da Bonnie, muitas provas, trabalhos e algumas colas, que eu não me orgulho de ter feito, finalmente as férias tinham chegado. E depois de mais um pouco de luta para eu manter a calma no avião, finalmente estava no Havaí, em uma incrível praia de areia branca e mar azul. Suspirei quando senti uma brisa fresca no rosto.

-Marcy, eu não vou conseguir! Eu estou explodindo de nervoso, nem consigo dar o nó na gravata, como vou me casar? Casar! O que eu estava pensando? É claro que não consigo fazer isso, casar!

Marshall apareceu atrás de mim na tenda, completamente surtado. Suspirei novamente,agora um suspiro cansado, fechei as cortinas da tenda e me virei para ele.

-Primeiro, se acalma! Você está suando horrores, vai morrer desidratado assim. Segundo, vem aqui que eu arrumo para você. Aposto que o Gumball não está surtando assim.

Ouvi a voz da Bonnie, que estava do outro lado da tenda, ajudando ao Gumball. Estávamos separados por um “cômodo” e duas cortinas. Eu conseguia ver a silhueta dos dois, Bonnie também o ajudando a arrumar a gravata.

-Ah, ele está sim!

Dei uma gargalhada. Marshall deu um sorriso sem graça.

-Tudo bem agora, Marshall? Já está melhor?

Um tremor forte passou sacudiu seu corpo inteiro.

-Não, eu estou nervoso!

Fiz ele se sentar em um sofá que havia ali, e me abaixei um pouco para olhá-lo nos olhos.

-Você ama o Gumball, certo?

Marshall concordou com a cabeça.

-Então porque está com tanto medo? Vocês estão juntos há quase seis anos, já passaram por um monte de coisas e nada abalou a relação de vocês! Porque assinar um papel e usar aliança muda isso? Relaxa, Marshall. É só um anel, já que vocês se casaram no civil antes da gente viajar.

Marshall finalmente relaxou um pouco.

-Você sempre sabe o que dizer para me acalmar, é incrível.

Sorri, um pouco envergonhada. A cerimonialista colocou a cabeça dentro do “cômodo” onde nós estávamos e a avisou que o casamento já ia começar. Gumball e Marshall optaram por fazer uma cerimônia “semi-tradicional”, onde só eles iam entrar, sem padrinhos e madrinhas. Bonnie e eu íamos entrar com eles.

-Está pronto para ser o Sr. Abadeer Bubblegum?

Marshall deu um sorriso nervoso.

-Sim. Eu estou.

Saímos do cômodo, indo para o corredor da tenda. Eu conseguia ver as silhuetas dos convidados, sentados em duas fileiras de cadeiras na areia. A música começou a tocar. Fiquei com frio na barriga, como se eu fosse casar. Bonnie apareceu no corredor também. Sorri para ela.

-Você também está com frio na barriga? Parece que sou eu que vai casar.

Bonnie sorriu.

-Sim! Saí aqui só para tentar me acalmar.

Ouvi Gumball gritando de dentro do cômodo.

-Eu sabia que não era só eu que estava nervoso! Você ouviu isso, Marshall?

Marshall riu alto.

-Eu também sabia, Gumball! Marceline me enganou com aquela história de que era só um anel.

A cerimonialista abriu a cortina para fora da tenda. Todos os convidados sorriram ao nos ver, todos de pé. No final do corredor formado pelas cadeiras, estava uma pequena tenda ocupada por um juiz de paz, que ia realizar o casamento. Sorri especialmente para Finn e Jake, que estavam fazendo graça para me fazer rir, para me acalmar. Marshall insistiu para que eles viessem, e eles ficaram responsáveis pela transmissão ao vivo para as pessoas que não puderam ir. Finalmente, Marshall e eu atravessamos o corredor, até a tenda. Abracei Marshall forte, antes de deixá-lo se posicionar ao lado do juiz.

-Estou muito feliz por você, pai. Você e o Gumball serão o melhor casal que esse mundo já viu!

Marshall sorriu, emocionado, e decidiu brincar comigo.

-Obrigado, filha. Digo o mesmo sobre você e a Bonnie.

Fiquei imediatamente com as bochechas vermelhas. Sentei no meu lugar, na primeira fileira, ao lado de Finn e Jake, que sorriram ao me ver com o rosto vermelho.

-Não falem nada, ok? Já estou envergonhada o suficiente.

Finn e Jake sorriram ainda mais. Decidi prestar atenção ao começo do “corredor” quando Gumball e Bonnie apareceram ali. Bonnie, nervosa, sorriu para mim. Ela estava linda, usando um vestido leve de verão, todo de renda de um rosa bem claro. Eu estava usando um vestido parecido, só que vermelho claro. Gumball estava usando um terno rosa escuro, e como o Marshall, estava descalço. Marshall usava um terno preto clássico, com uma gravata vermelha bem chamativa. Disse “você está linda” para a Bonnie sem emitir nenhum som, o que ela retribuiu com “você está mais” igualmente silencioso. Bonnie “entregou” Gumball para o juíz com um abraço apertado e um beijo na bochecha. Quando ela finalmente se sentou ao meu lado, dei um grande sorriso e apertei sua mão.

-Senhoras e senhores, queiram se assentar. Estamos aqui hoje, reunidos para celebrar a união desses dois homens, que…

Como em todo casamento que eu ia, acabei me distraindo com as palavras do juiz de paz. Bonnie, apesar de tentar parecer que estava atenta, também estava completamente distraída.

-Estou tão feliz pelos dois…

Sorri com o comentário dela, nem parecia ser a garota homofóbica de alguns meses atrás. Bonnie pareceu pensar a mesma coisa que eu.

-Se me dissessem que eu estaria aqui, explodindo de felicidade, há alguns meses atrás, eu iria rir na cara da pessoa. Tenho vergonha desse meu passado homofóbico.

Bonnie olhou para a aliança que estava em seu dedo. Um sorriso tímido passou por seu rosto. A beijei na bochecha.

-Lembra que eu disse que o passado não importa mais? O que importa é sua alegria agora, não o seu surto de alguns meses atrás. Estou orgulhosa de você, deixar um preconceito enraizado para trás não é nada fácil.

Bonnie sorriu e apontou para Gumball e Marshall de mãos dadas, os dois quase chorando com as palavras do juiz.

-Como eu posso achar errado esse amor? É impossível, só se eu fosse psicopata. E também o nosso! Eu não poderia ignorar o amor que sinto por você por muito tempo.

Acabei rindo. Finn e Jake, do nosso lado, sorriram.

-A gente shippa muito vocês. Sabíamos que vocês iam acabar juntas desde quando a Bonnie voltou pro Reino Doce.

Bonnie riu.

-Que mentira, Jake! Mas também shippo muito você e a Cake. Ah, e ela também.

Jake ficou vermelho até as orelhas. Bonnie, Finn e eu gargalhamos. Levei um olhar feio do meu pai por rir alto demais e me virei para frente. O juiz tinha terminado de falar. Gumball e Marshall estavam ainda mais nervosos.

-Agora, os votos e as alianças do casal.

Marshall foi primeiro. Tirando um papel amassado do bolso com as mãos trêmulas, ele se preparou para falar.

-Gumball, mesmo fazendo seis anos, eu ainda lembro da primeira vez que eu te vi. Te conheci naquela sala empoeirada do diretor, eu morrendo de vergonha, você furioso, nós dois ali porque a Marceline e a Bonnibel resolveram brigar no meio do pátio da escola.

Marshall olhou para Bonnie e eu, sorrindo.

-Sim, por incrível que pareça, nós dois só estamos aqui hoje porque vocês duas tiveram uma briga feia!

Todos nós rimos. Marshall voltou a olhar para o Gumball, os dois rindo com os olhos cheios de lágrimas.

-Lembro de olhar para você e pensar “Porque ele tem o cabelo rosa?”, mas em pouco tempo você deixou de ser o homem furioso de cabelo colorido para Gumball, meu amigo que sempre estava lá para me ajudar quando eu precisava, que sempre me fazia rir quando eu estava para baixo, que sempre me fazia me sentir melhor quando eu estava mal. E, apesar de ter passado tanto tempo, de você ter se mudado, das nossas filhas terem começado a se odiar, e de todas as outras coisas que nós já passamos, isso nunca mudou.

Marshall parou para respirar e se acalmar. Gumball enxugou​ algumas lágrimas. Bonnie já estava chorando, apesar de estar tentando segurar.

-Eu te amo, Gumball Bubblegum. Amo você, cada detalhe em você, e amo o que você faz comigo. Amo como você me mudou para melhor, como você melhorou minha vida, como você me amou com todos os meus defeitos. Amo cada segundo que passei e passo com você. O meu desejo é que​ venham muitos segundos, minutos, dias, meses e anos para passarmos juntos, mas mesmo assim, sinto que nenhuma medida de tempo com você seria suficiente. Então, em vez de minutos e segundos, o meu desejo é que fiquemos para sempre, sem medidas de segundos ou anos, porque a eternidade do nosso amor é como a infinidade do universo.

Marshall e Gumball deram um selinho, ambos emocionados. Gumball tirou um papel do bolso, tremendo muito.

-Marshall… eu nem sei começar a falar de como eu amo você, de como minha vida melhorou desde que eu te conheci, de como você me faz incrivelmente bem. E eu estar aqui, me casando com você, parece um sonho.

Gumball parou um pouco para respirar, tentando não chorar.

-Desde que eu te conheci, minha vida parada de biólogo deu um giro de 180° graus. Sei que somos o oposto um do outro, mas isso me completa. Você é tudo que faltava em mim, Marshall. Amo cada detalhe em você, seu jeito de sorrir, de falar, amo até seus defeitos, porque eles são o que te faz ser perfeito para mim. Você é tão especial para mim que viver sem você não é uma opção. Eu te amo, Marshall Lee. Cada vez que eu olho para você, eu tenho certeza, não tem como fugir: eu nasci pra te amar. Eu te amei desde aquele primeiro momento, na sala do diretor, e eu vou te amar até meu último suspiro. Agora, te dou meu coração e a promessa de que andarei com você, de mãos e coração atados, aonde quer que a nossa jornada nos leve. E ficaremos juntos, para sempre.

Os dois se abraçaram e se beijaram de novo. Todos os convidados estavam emocionados, inclusive Bonnie, Finn, Jake e eu. O juiz sorriu.

-Agora a troca de alianças. Gumball, você aceita Marshall Lee Abadeer como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

Gumball deu um grande sorriso emocionado antes de responder.

-Sim, eu aceito.

Marshall tirou a aliança do bolso. Era um anel grande, de ouro puro com detalhes em preto. Ele colocou o anel no dedo trêmulo do Gumball e beijou a aliança. O juiz se virou para Marshall.

-Marshall, você aceita Gumball Bubblegum como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

Marshall também estava muito emocionado e demorou alguns instantes para conseguir falar.

-Sim, eu aceito!

Gumball colocou a aliança no dedo do Marshall. Era um anel idêntico ao dele, mas com detalhes cor de rosa.

-Pelos poderes concedidos a mim pela nação de Ooo, eu vós declaro esposo e esposo! Podem se beijar.

Os dois deram um beijo apaixonado, sob uma salva de palmas de todos. Eu estava explodindo de felicidade. Quando eles se separaram, o juiz sorriu.

-Recebam agora, o mais novo casal de Ooo e do Havaí! Sr. e Sr. Abadeer Bubblegum!

Uma nova salva de palmas, agora ainda mais animada. Os dois saíram de debaixo da tenda, de mãos dadas erguidas, rindo e chorando ao mesmo tempo. Bonnie se levantou e correu até eles, abraçando os dois ao mesmo tempo, chorando tanto quanto eles. Me aproximei também, um pouco mais devagar do que a Bonnie.

-Eu disse que era só um anel, não disse?

Marshall riu e me puxou para o abraço.

-Somos o mais novo casal de Ooo, mas também somos a mais nova família de Ooo.

Bonnie e eu sorrimos, concordando com as palavras do Gumball. Sorrindo para os convidados e para o fotógrafo do casamento, voltamos para a tenda, agora todos juntos no cômodo que estava nos separando quando Gumball e Marshall estavam se arrumando. O cômodo tinha um sofá grande e algumas mesinhas com lanches. Me joguei no sofá com um mini sanduíche na mão.

-Bonnie, somos oficialmente meio irmãs agora. Como você se sente?

Bonnie riu.

-Ter pessoas incríveis como você e o Marshall na minha família é uma honra, então me sinto muito bem.

Acabei ficando vermelha. Bonnie riu e me abraçou, roubando uma mordida do meu sanduíche em seguida. Olhei para Gumball e Marshall, os dois se olhando em silêncio, emocionados e sorrindo. Bonnie acompanhou meu olhar.

-Marshall, eu nem lembrava que era capaz de sentir tanta felicidade. Estar aqui, oficialmente casado com você... é um sonho se tornando realidade e a realidade se tornando um sonho.

Marshall sorriu.

-Eu prometo te fazer feliz assim até o fim dos nossos dias, Gumball. Eu te amo tanto, que nada menos que isso seria aceitável.

Gumball sorriu e o beijou. Enxuguei minhas próprias lágrimas antes de falar.

-Ah, caramba, pai. Quer me fazer chorar mesmo?

Marshall riu.

-Venham aqui, vocês duas.

Bonnie e eu nos aproximamos. Marshall e Gumball nos abraçaram, ficando os quatro “embolados” no sofá.

-Nós somos uma família agora, e nada será capaz de nos separar. Nada!

Concordei com a cabeça, ainda um pouco emocionada. Estávamos juntos, em uma praia maravilhosa e éramos oficialmente uma família.

E isso é tudo o que importa.

Continua…