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História Amigas, Inimigas ou Meio-Irmãs? - Insônia


Escrita por: Eloloise

Capítulo 26 - Insônia


Pov's Marceline


Depois da Bonnie ter saído correndo da casa, comecei a respirar fundo, tentando me acalmar. Marshall me olhava chocado e pela careta que fazia, ele estava disposto a me matar.


-Marshall, eu vou atrás dela, depois você me explica o que aconteceu aqui.


-Certo. Eu vou resolver isso. Pode dizer para ela que a Marceline não tem poder para expulsar ninguém.  


Gumball saiu correndo. Marshall suspirou e olhou para mim, muito zangado.


-Você vai me explicar agora o que aconteceu aqui. E você não tem o direito de expulsar ninguém dessa casa, eu já te disse isso!


Dei de ombros, sem importar com a bronca.


-Eu a expulsei porque a gente acabou de terminar. Mas se ela quiser vir para ficar junto com você e o Gumball, eu não vou interferir.


Marshall passou as mãos pelo rosto, tentando controlar a raiva. Lentamente fui começando a me acalmar.


-Pelo amor de Deus, não comecem a brigar igual a aquela vez. Você lembra como terminou.


-Não vamos começar a brigar, porque acabou. Nós não estamos mais juntas.


Para provar o que eu estava falando, tirei minha aliança e a coloquei em cima do criado-mudo. Marshall estava me olhando, surpreso e confuso.


-Dá pra explicar o que aconteceu?


-Ontem a Bonnie recebeu uma montagem de mim beijando o Ash, e ela acreditou. Ela ficou brava mas não me falou nada, foi embora e dormiu no quarto de hóspedes, mas deixou o celular aqui. Acordei com o despertador dele, e quando eu desliguei, ele abriu no WhatsApp. Era essa conversa aqui.


Como eu já sabia que teria que explicar para o Marshall, tirei print da conversa e mandei o print e a foto para meu celular antes de Bonnibel entrar no quarto. Mostrei a foto e o print para ele.


-Você terminou com ela porque alguém te acusou de traição?


-Não. Eu terminei porque ela não confia em mim, de acreditar que eu a trairia, principalmente com o lixo do Ash. Eu não quero ter uma namorada que não confia em mim.


Marshall, que já sabia sobre Ash e Lady, me lembrou sobre eles. Eu tinha contado tudo que sabia para ele, já que eu podia estar correndo perigo.


-Marceline, você vai terminar com ela só por causa disso? Você não vê que assim Ash e Lady vão conseguir o que queriam?


Sentei na cama, ao lado dele. Minha raiva foi dando lugar a tristeza e a vontade de chorar. Senti um aperto no peito, mas segurei firme as lágrimas.


-Infelizmente eles conseguiram! O que eu posso fazer?


Marshall me olhou como se eu fosse idiota. Sem ele falar nada, percebi o que ele estava pensando.


-Você não está entendendo meu lado. Seria como acusar o Gumball de trair você com a Megan, algo absurdo nesse nível. Entende porque estou tão zangada?


Marshall suspirou, entendendo.


-Então você nunca mais vai perdoá-la, e acabou o namoro de vocês para sempre? Porque sei que ela está sofrendo e eu estou vendo sua cara de choro.


Suspirei, tentando me controlar, quando senti meu queixo tremendo.


-Não posso deixar para trás todos os meses que passamos juntas em alguns minutos, Marshall. É claro que eu vou sofrer, mas é melhor assim. E se é para sempre… eu não sei. Sempre é uma palavra muito forte. Mas agora eu não penso em voltar.


Marshall pegou Hambo, que estava entre nós, e o entregou para mim. Não consegui mais segurar as lágrimas. Abracei Hambo forte enquanto inúmeras lágrimas corriam pelo meu rosto. Marshall me puxou e me abraçou de lado.


-Odeio te ver chorando, filha. Pensa bem na sua decisão, eu acho que ainda dá tempo de voltar atrás.


Neguei com a cabeça, tentando parar de chorar para poder falar.


-Prefiro sofrer do que estar com alguém que não confia em mim.



Pov's Bonnibel


Não sei por quanto tempo eu fiquei chorando, mas só parei quando minha garganta começou a doer em um nível insuportável. Enxuguei as lágrimas e comecei a encarar o teto. Meu peito ainda estava apertado, mas minhas lágrimas já tinham secado. Ouvi uma batida na porta, e respondi com “entre” bem rouco. Gumball entrou no quarto com uma bandeja e com uma cara de dó.


-Oi, filha… trouxe água para você.


Bebi o copo inteiro de uma vez, o que aliviou a dor na minha garganta. Gumball se sentou ao meu lado na cama e esperou que eu me acalmasse um pouco antes de perguntar o que tinha acontecido. Expliquei com minha voz falhando e embargando em alguns momentos.


-...E foi isso. Eu fiz a maior merda da minha vida e a Marceline me chutou da vida dela.


Gumball estava me olhando com os olhos muito arregalados. Me joguei de costas na cama novamente.


-Marshall me pediu para dizer que a Marceline não tem poder para expulsar ninguém, então você pode ir lá na hora que quiser.


Dei um sorriso triste.


-De que adianta eu poder ir lá, se a minha namorada me odeia? Vou para fazer ela ter um ataque de raiva e me assassinar?


Gumball sorriu fraco, enquanto balançava a cabeça.


-Não seja exagerada, Bonnie. Marceline é explosiva, mas a raiva dela passa rápido. E vocês se amam! Daqui a alguns dias vocês já estarão juntas de novo.


Neguei com a cabeça, enquanto encarava o teto.


-Nunca vi ela com tanta raiva, pai. Dessa vez não vai ter volta.


Gumball me fez sentar de novo e me abraçou forte. Algumas lágrimas que eu não sabia que ainda tinha rolaram pelo meu rosto.

-Odeio te ver assim. O que eu posso fazer pra te fazer sentir melhor?


Suspirei, desanimada. Nada poderia me fazer se sentir melhor.


-Fazer a Marceline me perdoar.



No dia seguinte, na escola


Passei a maior parte da noite rolando na cama em vez de dormir, sentindo falta da Marceline. Só consegui dormir de madrugada, mas o despertador tocou minutos depois. Me arrumei dormindo e fui para a escola. Só percebi que ainda estava com o pijama, a camiseta que a Marceline tinha me dado quando me pediu em namoro, quando cheguei na escola, e Finn olhou para a camiseta com uma cara curiosa.


-Não sabia que você gostava dessa banda. Marceline me fez ouvir uma vez, mas eu não consigo gostar de rock.


-Eu não estou gostando da banda, vesti isso para ver se conseguia dormir, mas a saudade foi mais forte.


Finn ficou ainda mais confuso.


-O quê? Saudade do que?


Suspirei, desanimada, e contei tudo para todos de uma vez. Phoebe correu até mim imediatamente e me abraçou.


-Ah, Bonnie… você está tão abatida.


Finn se posicionou ao meu lado e deixou que eu deitasse a cabeça em seu ombro. Não hesitei e deitei, estava exausta.


-Eu não dormi nada. Não estou acostumada a dormir sozinha.


Jake me olhou com pena, mas com um pouco de curiosidade.


-E a Marceline?


Abri a boca para responder, mas a própria foi mais rápida, aparecendo atrás do Jake e quase matando ele de susto.


-Estou bem aqui. O que deseja saber?


O clima imediatamente pesou entre nós, ninguém sabendo o que fazer. Marceline fingiu que nada estava acontecendo e se sentou ao lado da Fionna, de frente para mim. Depois de passar alguns instantes mexendo no celular, Marceline ergueu o rosto e sorriu.


-Sei o que estão pensando, e não precisam fazer nada por nós. Eu não quero separar o grupo, então vamos fingir que nada aconteceu.


Os olhares se viraram para mim, querendo saber se eu concordava.


-Sim, ela tem razão. Não quero separar ninguém.


Marceline começou a falar sobre um assunto ameno, e depois de pouco tempo o clima melhorou. Infelizmente, não para mim. Eu ainda me sentia péssima. Distraída, fiquei olhando para os lados, até meu olhar encontrar a Marceline. Ela estava linda, usando uma calça jeans preta, com uma jaqueta preta de couro e uma camiseta branca. Já eu estava usando um casaco roxo (que eu tinha fechado até o pescoço quando percebi que ainda estava usando meu “pijama”), uma calça rosa e uma bota de cano curto também rosa, as primeiras roupas que tinha visto.


-Bonnie, você está bem?


Voltei para a terra quando Flame ficou balançando a mão na frente do meu rosto. Novamente todos os olhares se voltam para mim, até o da Marceline, mesmo que disfarçadamente. Senti meu rosto corando levemente.


-Ah, desculpa. Acho que dormi de olho aberto. Estou realmente com muito sono.


Fomos para a sala de aula quando o sinal tocou. Quando Marceline e eu nos sentamos separadas, Ash e Lady sorriram descaradamente. Senti todo o sono indo embora e sendo substituído pelo ódio. Lady sorriu ainda mais quando viu meu estado e se levantou, vindo até nós. Finn e Jake, que eram os únicos que estavam conversando, pararam de falar na hora que sentem o clima ficando tenso.


-Parece que Ash e eu conseguimos o que queríamos, não é, Bonnibel? Nunca mais nos subestime. Garanto que em uma semana que vem sua ex-namoradinha vai estar beijando Ash loucamente. “Lésbicas” sempre são assim, nunca estão satisfeitas até encontrar um homem.


Marceline tremeu inteira, com raiva, e se preparando para dar um soco na cara da Lady, porém eu fui mais rápida. Empurrei Lady para trás, a imprensando contra a parede, segurando a gola da sua blusa do uniforme.


-Você que não deveria me subestimar, Lady. Eu sou mais forte que você imagina. Realmente, você conseguiu me enganar, mas isso só me fez ficar mais forte. Eu conheço seus truques, sua cobra. E você nunca mais vai conseguir me enganar.


Lady recebeu um forte puxão de cabelo, quase a fazendo gritar. Marceline apareceu ao meu lado, falando com os dentes cerrados de ódio.


-Eu prefiro morrer do que voltar com o Ash, sua homofóbica do caralho! Eu não preciso de homem nenhum para ficar satisfeita, e muito menos do Ash, que eu nem considero como ser humano.


Dei um “tranco” na Lady quando Marceline a soltou, a fazendo bater a cabeça na parede.


-É melhor você desistir do seu planinho de vingança, Lady. Porque você nunca vai conseguir me derrotar. Sabe porque? Porque cobras como você são naturalmente pisadas por pessoas com caráter como nós. E se for para pisar, eu piso direto na cabeça!


A soltei de uma vez, a fazendo perder o equilíbrio. Lady saiu cambaleando, um pouco assustada, mas parou ao lado da mesa do Jake, que estava abraçado a Cake.


-Você é o próximo, Jake. Vai voltar para mim rastejando!


Jake, irado, se levantou e puxou Lady pela blusa até seus rostos estarem praticamente colados.


-Prefiro morrer sozinho do que beijar uma cobra como você. É melhor seguir o conselho da Bonnie, Lady, porque nesse seu joguinho, sempre alguém sai machucado. E dessa vez, quem vai sair não vai ser eu.


Lady saiu da sala rápido, envergonhada. Ash imediatamente foi atrás dela. Desabei na cadeira, tentando me acalmar. Finn sorriu para mim.


-Que pisão, Bonnie!


Acabei rindo, sentindo um pouco de alívio. Fionna parabenizou Marceline.


-Se eu fosse ela, não voltava mais aqui. Vocês três foram demais!


Então, finalmente comecei a me sentir um pouco melhor e mais animada. Comecei a rir e a conversar com os outros.


“Talvez eu não vou morrer de ficar longe dela… mas nem de longe é o ideal.”


A professora entrou na sala, me fazendo afastar de meus pensamentos. Porém, voltei para eles quando comecei a copiar o conteúdo do quadro. Suspirei, chateada.


“Ah, Marcy… será que um dia você vai me perdoar?”



Pov's Marceline


Lá estava eu, olhando disfarçadamente para Bonnie em vez de copiar. Eu conseguia ver o quanto ela estava mal. Eu queria acabar com isso, mas infelizmente meu orgulho não deixava. Eu também estava acabada, não tinha dormido um segundo sequer a noite, e tinha certeza que estava ficando doente. Deitei a cabeça nos meus braços, em cima da mesa, sentindo o sono me dominar.


“Glob, se arrependimento matasse…”


Passei a noite pensando que tinha exagerado, que Bonnie e eu não precisávamos terminar, porém também tinha consciência que não podia voltar atrás. Tinha certeza que apesar de estar chateada, Bonnie estava furiosa. Senti um mal estar passando pelo meu corpo. Eu definitivamente estava ficando doente, provavelmente uma gripe forte. Pedi para sair e ir até o banheiro, para tentar aliviar a dor no corpo que eu sentia.


“Se eu não melhorar, vou pedir para ir embora. Estou péssima!”


Entrei no banheiro e me escorei na pia, tentando aliviar o mal estar. Levei o rosto com bastante água, e lentamente fui melhorando. Enquanto enxugava o rosto, ouvi alguém saindo de uma das cabines. Era Bonnie. Depois de lavar as mãos e lavar o rosto, ela se virou para mim. Só então percebi que estava a encarando desde que ela saiu da cabine.


-Para de me olhar assim!


Levei um susto. Bonnie realmente estava furiosa.


-O quê? Assim como?


-Com raiva, com desprezo!


Cheguei a dar um passo para trás, de tão surpresa. Bonnie ficou triste, quase chorando.


-Eu já pedi desculpas, eu realmente sinto muito! Não devia ter te acusado de traição. Eu sei que estou errada, mas eu não aguento! Você me olhar assim dói, Marcy. Sério. Fica com raiva, grita comigo, faz o que quiser, mas não me olha assim.


Gaguejei um pouco antes de conseguir responder. Bonnie estava olhando com um pouco de raiva, preparada para brigar.


-Eu… não estou te olhando com raiva, só… acabei te encarando sem perceber. Desculpa. Eu não dormi direito, acho que estou cochilando sentada. Eu sinto muito por ter feito você se sentir assim.


Bonnie me olhou surpresa, suas defesas se desarmando. Eu queria continuar falando, queria pedir desculpas por ter terminado, mas eu não conseguia. Eu queria abraçar e a fazer se sentir melhor, mas eu não podia. Então abaixei minha cabeça e suspirei.


-Tudo bem… desculpe por ter gritado.


Murmurei “tudo bem” e Bonnie saiu do banheiro. Soquei a parede, furiosa.


“Porque eu não consigo fazer nada certo? Porque não consigo pedir desculpas? Bonnie está sofrendo, eu também estou, e é tudo culpa minha.”


Senti o mal estar voltando para o meu corpo. Suspirei e fui para a enfermaria. Eu precisava ir para casa.



Gumball foi me buscar, depois do Marshall ter permitido sair. Ele estava me olhando com tanta preocupação que eu me sentia incomodada.


-Seu pai está trabalhando, ele até viria, mas está com muita coisa atrasada lá. Mas ele disse que viria te ver na hora do almoço. Eu vou cuidar de você até lá, estou de folga hoje.


Neguei com a cabeça, enquanto tentava aliviar o mal estar me mexendo no banco, tentando achar uma posição confortável.


-Não precisa ficar cuidando de mim, só preciso dormir um pouco.


Gumball sorriu e me olhou como se eu fosse idiota. Então, me lembrei que ele era super protetor com a Bonnie por causa da saúde dela. Lamentei mentalmente por isso. Gumball iria ficar de olho em mim o dia inteiro.


-Olha, Gumball, sei que você é preocupado com saúde e tal, mas eu estou bem. É só gripe, só preciso de descanso.


Foi como falar com uma parede. Gumball estacionou o carro dele na minha garagem e descemos.


-Um banho morno pode aliviar o mal estar. Vou fazer um chá para você enquanto isso. Mais tarde você pode tomar sopa e…


Deixei Gumball falando sozinho, já que aquela lista parecia não ter fim. Depois de tomar um banho rápido, me enfiei embaixo de uma coberta grossa e esperei ele entrar.


-Trouxe chá de erva doce. Não sei se você gosta, mas…


Me desliguei quando lembrei de sábado. Tudo tinha acontecido justamente porque eu saí do quarto para fazer uma xícara de chá de erva doce. Suspirei, sentindo muita tristeza e peguei o chá. Estava bem mais doce do que eu costumava tomar, o que a Bonnie fazia para mim, já que ela sabia que eu não gostava de chá doce.


-A Bonnie fazia isso para você, né? Lembro de vocês tomando.


Dei um sorriso triste.


-Minha saudade está tão aparente assim?


Gumball deu um sorriso de pena. Bebi o chá e me deitei na cama.


-Tenha um bom descanso. Se precisar de alguma coisa, é só me chamar.


Concordei com a cabeça e abracei Hambo, sentindo o cheiro de chiclete dele. Meus olhos se encheram de lágrimas, que eu segurei bravamente.


-Ah, se arrependimento e saudades matassem…



Continua...



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