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História Amigo é pra todo mico - Código vermelho!


Escrita por: Miss_Sw

Notas do Autor


Olá, pessoal!

Voltei com mais uma fanfic “extra”, dessa vez a fim de participar do Desafio lançado pelo pessoal do DDC. Eu fui alocada no grupo com tema “Amizade” e tinha escrito inicialmente Imaginarius, porém percebi que ela não se encaixava nas regras do desafio. Por isso, quase desisti de participar e essa fanfic por pouco não saía, pois temi que não tivesse tempo suficiente. Mas felizmente, com a preciosa ajuda das amoras Vic e Fram, deu tudo certinho!
A inspiração pra ela veio de uma fanart (que surpresa *sqn*) e, embora não haja couples diretos, ainda espero que todos se divirtam lendo.

Deixei alguns links nas notas finais pra ilustrar melhor certos personagens mencionados pelo capítulo, então apreciem sem moderação e até lá! ;)

Capítulo 1 - Código vermelho!


 

 

“Amigo é coisa pra se guardar

Debaixo de sete palmos”

Lispector, Kyungsoo

 

Baekhyun já estava sem fôlego. Era sábado, dia do seu sagrado descanso, porém as circunstâncias - cruéis, diga-se de passagem - não lhe permitiram ter sossego. Não era todo dia que sua irmã mais nova completava quatro anos e, como o irmão bobo que era, faria qualquer coisa por ela.

Acontece que seus pais estiveram a semana toda fora, tinham viajado a negócios e, mesmo após vários esforços para mudar horários de reuniões, eles apenas conseguiriam chegar em casa no final da tarde. Dessa forma, tinha ficado a cargo de Baekhyun organizar a festa da pequenina Byun Yeri.

Para a sua sorte, aquela semana estava bem folgada na faculdade, então Baekhyun teve tempo suficiente para encomendar os comes e bebes, e também as lembrancinhas; comprar os refrigerantes e todos os aparatos para a decoração no tema escolhido pela garota: Sailor Moon.

Além de tudo isso, ele tivera uma ideia que julgara brilhante. Havia conversado com algumas meninas do curso de teatro da faculdade e elas concordaram em representar as personagens do anime em troca de um pagamento consideravelmente mais baixo do que algumas equipes profissionais de festas infantis que ele tinha consultado.

Na maior parte do tempo, é verdade o que dizem sobre universitários. Eles fazem quase tudo por dinheiro. Afinal, cópias não são assim tão baratas quando se calcula no fim do mês...

Enfim, tudo o que Baekhyun precisava era alugar as fantasias e passar o endereço para as garotas, que na hora marcada elas estariam lá. Mas era aí que morava o problema...

A festa estava marcada para começar às seis da tarde. Baekhyun tivera que correr para limpar a casa, decorar tudo com aquela parafernália multicolorida e ainda organizar a mesa com o bolo, os doces e os salgados.

Depois disso, ele tinha ido buscar Yeri na casa de sua vizinha, Kang Hanna, que gentilmente se dispusera a cuidar da menina enquanto ele ajeitava a casa. Então, deu banho na pequena e a vestiu com sua fantasia branca, amarela e rosa de Chibi Moon. Colocou nela os pequenos pares de botas cor-de-rosa e luvas brancas, e, para finalizar, prendeu o cabelo dela com falsas mechinhas rosadas.

Assim que terminou de arrumar a pequenina, ouviu seu celular tocando e o atendeu tão logo Yeri saiu em disparada para se olhar no espelho.

Byun Baekhyun? ― uma voz masculina indagou do outro lado da linha.

― Sim, sou eu... ― respondeu desconfiado. ― Quem fala?

Eu me chamo Jung YongHwa, sou irmão da Nari, do curso de teatro. Ela me pediu pra te avisar que infelizmente ela e as amigas não poderão ir na festa da sua irmã hoje-

― O quê? ― interrompeu o outro, afobado com a situação. ― Mas elas me garantiram que viriam, eu até já dei parte do pagamento!

Estou com Nari no hospital. Ela e as amigas comeram em uma dessas barracas de rua, hoje a tarde, e todas tiveram intoxicação alimentar. Elas disseram que vão te devolver o dinheiro, mas realmente não vão poder ir ― YongHwa explicou com paciência. ― Foi mal, cara, eu preciso ir agora.

Baekhyun nem ao menos teve como retrucar, a ligação já tinha se encerrado. Olhou no relógio, sentindo-se agoniado ao ver que já eram cinco e meia. Não havia mais tempo para contratar uma equipe de atores de festa. Bagunçou o cabelo em sinal de frustração e mais ouviu do que propriamente viu quando Yeri irrompeu novamente pela porta do quarto, vindo em sua direção.

― Baekkie, Baekkie, Baekkie! ― agitou-se com toda a sua euforia infantil, buscando a atenção do irmão.

― O que foi, minha princesa Chibi? ― ele a pegou no colo, vendo a pequena sorrir satisfeita com o apelido.

― Quando a Sailor Moon vai chegar?

― Ah, bem... ― atrapalhou-se em responder. A mais nova estivera tão empolgada desde que ele tinha revelado que levaria as Sailors para a festa, que seria até cruel contradizer agora.

― Ela vai trazer a Marte, a Vênus, a Júpiter e a Mercúrio também, não vai? ― perguntou Yeri, marcando com os dedos a cada personagem de que se lembrava. ― Você prometeu! E eu falei pra Seulgi que elas vêm, então elas precisam vir, Baekkie!

― Oh, sim! É claro que elas vão vir também! Eu prometi, não foi? Logo elas vão chegar, é só esperar!

― Eeh! Baekkie é o melhor irmão do mundo! ― Yeri praticamente pulou em seu pescoço, abraçando-o tão forte quanto conseguiu, e então saiu correndo, dizendo qualquer coisa sobre treinar a transformação da Chibi Moon.

― Mas que droga! Seu burro! ― Baekhyun praguejou baixo enquanto puxava os próprios cabelos. ― Agora estou muito, muito ferrado!

Andou em círculos pelo quarto, na esperança de encontrar alguma solução para a enrascada em que se metera. Não havia como contratar mais ninguém tão em cima da hora. As empresas de festa sempre estipulavam que o contrato deveria ser feito com pelo menos um dia de antecedência, para que os atores pudessem se preparar bem. E ele também não tinha amigas a quem pudesse chamar, estava completamente na mão.

Ouviu novamente o toque característico do seu celular e, ainda tentando pensar alguma solução miraculosa, viu pelo identificador de chamadas que era uma ligação de Park Chanyeol, seu melhor amigo. E foi aí que uma ideia genial barra absurda inundou a sua mente.

Baekhyun podia até não ter amigas, mas amigos não lhe faltavam. E, sabe o que dizem: “amigo é pra todo mico”, certo?

Motivado pela esperança de um plano maluco, deslizou o dedo sobre a tela do aparelho, aceitando a chamada e mal tomando fôlego antes começar de falar.

― Código vermelho, Chanyeol! Preciso de ajuda, agora!

 

ミ☆彡

 

― Espera! Deixa eu ver se entendi direito! ― Oh Sehun se adiantou, tão logo Baekhyun terminou de explicar a situação para os amigos. ― Você quer que a gente use saias e perucas coloridas na festa de aniversário da sua irmãzinha de quatro anos?

― Anh... É ― Byun respondeu com cautela.

― Eu. Não. Acredito! ― Do Kyungsoo pontuou cada uma das palavras, querendo deixar clara a sua frustração, como se a sua expressão de repulsa já não o fizesse por si só. ― Não acredito que vocês me tiraram da minha Netflix, em plena minha folga pra... isso! ― concluiu, ziguezagueando o dedo ao apontar para as fantasias sobre a cama e para a tela do computador do amigo que transmitia um vídeo em que inocentes escolares se transformavam em guerreiras fantasiadas. ― Eu vou embora!

O rapaz tentou sair, porém Chanyeol o impediu ao se postar em frente à porta do quarto.

― Sai da minha frente, Chanyeol. Eu definitivamente não vou fazer isso! Não vou, mesmo! ― Kyungsoo ditou exasperado, contudo o rapaz mais alto permanecia inflexível.

― Você não entendeu? É um código vermelho, ele precisa da gente! ― justificou Chanyeol.

― Exatamente! Um código vermelho! ― Sehun voltou a se pronunciar. ― Algo pra usarmos quando, sei lá, um de nós estiver no meio de uma transa com uma garota gostosa no quarto dos pais dela e, de repente, os velhos chegarem em casa bem na hora. Isso sim é um código vermelho, e não essa coisa de cosplay pervertido de festa infantil. Isso vai ser traumático tanto pra nós, quanto pras crianças!

― Concordo totalmente! Isso é ridículo ― Kim Jongdae apoiou, balançando a cabeça e dando de ombros.

― Caras, por favor! Eu não tenho mais a quem recorrer! ― Baekhyun apelou, começando a cogitar se deveria se ajoelhar. ― Eu prometi pra Yeri. Não posso decepcioná-la! Por favor, me ajudem! ― completou, lançando a cada um dos amigos seu melhor olhar digno de piedade.

― Além disso, ― Chanyeol emendou ― acho que devem se lembrar do que o Baek já fez por vocês, né? Como da vez em que ele fingiu um ataque epiléptico pra que o professor não flagrasse o Jongdae colando. Ou quando ele começou a sapatear no meio de um corredor lotado, só pra que o zelador não pegasse Jongin e Kyungsoo dentro do armário-

― Tudo bem, Chanyeol! Já entendemos que você está ansioso pra usar uma mini saia ― Kyungsoo o interrompeu, suspirando frustrado. Lançou um olhar significativo para Sehun e Jongdae, que apenas deram de ombros, derrotados. Todos sabiam que o amigo estava coberto de razão. ― Okay, vamos fazer isso. Mas nada de fotos, ou eu caio fora! E se o Jongin ficar sabendo disso, eu juro que mato vocês depois de torturá-los com requintes de crueldade!

― Certo, certo! Sem fotos! ― Baekhyun o apaziguou com um pequeno sorriso.  ― Muito obrigado, caras! Vocês salvaram minha pele!

― ‘Tá! Agora diz logo o que a gente tem que fazer, antes que eu me arrependa e vá embora de uma vez ― Kyungsoo impôs com impaciência.

― Bem, nós só precisamos vestir essas fantasias e representar um pouquinho pra distrair as crianças até a hora de cortar o bolo.

― E quando vai ser isso? ― Jongdae questionou com uma das sobrancelhas erguidas.

― Quando os meus pais chegarem. Aí vocês vão poder ir pra casa, eu prometo!

― E por “representar”, você quer dizer exatamente o quê? ― Sehun quis saber, desconfiando de que a vergonha seria ainda maior do que tinha imaginado.

― Talvez devêssemos dizer alguma fala famosa das personagens, sei lá. Algo que as crianças soubessem reconhecer ― Chanyeol sugeriu.

― Sim, pode ser isso ― Baekhyun confirmou. ― Além de brincar um pouco com elas e não deixar que elas destruam a casa até que meus pais cheguem.

― Você só está se esquecendo de um pequeno detalhe ― Jongdae observou, chamando a atenção de todos para si. ― Crianças não são idiotas, e a sua irmã conhece as nossas caras, especialmente a sua. Ela vai saber que não somos essas garotas com pernas de palito do anime.

― Droga! Você tem razão! ― Baekhyun bufou frustrado.

― As fantasias não vêm com máscaras ou qualquer coisa assim? ― Chanyeol indagou, já abrindo a embalagem de um dos conjuntos de peças para procurar.

― Não tinha máscaras incluídas no pacote, Nari falou que ela e as amigas iriam usar maquiagem parecida com as persona- Espera! Eu tive uma ideia!

 

ミ☆彡

 

― Byun Baekhyun, eu acho melhor você desmarcar todos os compromissos da sua agenda, porque agora é oficial: eu vou te matar! ― Kyungsoo proclamou, ainda olhando horrorizado para o seu reflexo no espelho.

Já havia passado das seis horas e Baekhyun aproveitara que a senhora Kang viera trazer Seulgi para explicar a ela toda a sua trágica situação. Deu graças aos céus pela mulher ser gentil e se compadecer, oferecendo-se para recepcionar os convidados enquanto ele e os amigos terminavam de se arrumar.

E, ao contrário do que poderia imaginar, Hanna não o julgou. Ela apenas o parabenizou pela sua atitude por Yeri e destacou, ainda, que era uma grande prova de amizade que seus amigos o ajudassem com aquilo.

“Valorize seus amigos, eles devem te amar muito”, ela dissera.

Kyungsoo, no entanto, não parecia concordar com a mais velha, pois estava, nesse momento, se segurando para não apertar o pescoço de Baekhyun.

Ele tinha ficado com a fantasia de Sailor Mercúrio e reclamava o tempo todo da peruca curta azul, dizendo que lhe causava coceira, ou alegava que a saia da mesma cor era curta demais. E ainda havia aquele monte de pó que Baekhyun aplicara em seu rosto.

― Calma, Soo, não vai demorar muito. Logo os meus pais chegam e a gente se livra disso. Além do mais, pelo menos as suas botas são azuis e discretas ― Baekhyun falou com uma careta, mostrando o par rosa shocking que completava a sua fantasia.

― Não reclama, D.O! Sua roupa é a menos colorida ― Jongdae se pronunciou enquanto calçava a bota ajustável verde de Sailor Júpiter. ― Olha o tamanho desse laço rosa!

― Kyungsoo só está de pirraça porque, ao contrário da minha, a fantasia dele não lhe caiu bem ― Chanyeol comentou, agitando um pequeno bastão vermelho com o símbolo de Marte na direção do amigo. ― A minha peruca também é muito mais bonita ― completou, fazendo pose e sacudindo teatralmente as longas madeixas negras.

― Deixa de ser ridículo, Chanyeol. Se vestir uma mini saia colorida e sacudir um bastão de plástico sempre foi o seu sonho, isso é um problema seu. Não quer dizer que todos tenhamos que ficar felizes em usar essas roupas ridículas ― Kyungsoo replicou com acidez, voltando-se mais uma vez para o dono da casa. ― Aliás, Baekhyun, estou seriamente reconsiderando a sua morte. Só porque sou seu amigo, eu vou fazê-lo meu escravo pelo resto da vida. É bem mais produtivo e vantajoso pra mim, claro.

― Nossa, eu fico realmente muito grato pela sua consideração em não me matar, mas agora está na hora de descermos. ― Baekhyun determinou enquanto entregava para cada um dos amigos um pequeno rojão de confetes nas cores de suas fantasias. ― Todos prontos? Sabem o que dizer?

― Claro que sim, olha só ― Sehun ergueu o braço de forma dramática. ― “Pra proteger o mundo da devastação-” ― começou, sendo interrompido pela risada escandalosa do Kim.

― Anime errado, idiota! ― Jongdae caçoou.

― É, tanto faz, vamos logo acabar com isso, que essa peruca ‘tá pinicando meus braços ― Sehun respondeu incomodado, terminando de calçar a luva branca.

― É hora do show, meninas-

― Cala a boca, Chanyeol! ― Kyungsoo interrompeu o maior, dando-lhe um tapa no braço assim que Baekhyun abriu a porta do quarto ― Ou você vai, literalmente, se tornar uma menina!

― Parem com isso, por favor, as crianças podem ouvir ― Baekhyun pediu, já descendo as escadas. ― Vamos lá.

Esgueiraram-se até o piso inferior sem serem percebidos, já que as crianças faziam barulho suficiente para encobrir o som dos seus passos, e espiaram nervosos pela abertura da porta.

― Ei, Baek, você não falou que todas essas mães estariam aqui ― Chanyeol murmurou preocupado, parecendo envergonhado pela primeira vez, ainda se mantendo fora das vistas dos convidados.

― Deixa de ser idiota, Chanyeol! ― foi a vez de Jongdae sussurrar, não queria chamar a atenção das crianças antes de entrarem na sala. ― Por acaso você pensou que os pirralhos viriam pra festa por conta própria?

― Sim ― o maior respondeu nervoso, recebendo olhares atravessados dos amigos. ― Quer dizer, não. Ah, sei lá, eu só não tinha parado pra pensar que vamos pagar esse micão não só na frente de crianças, e sim de adultos também.

― Isso porque você é retardado e porque estava tão louco pra se travestir, que sequer analisou a situação ― o Do disparou.

― Pelo amor de Deus, parem! ― Baekhyun fez um esforço enorme para manter a voz baixa. Os amigos o estavam ajudando, porém estava também lhe dando nos nervos. ― Vocês concordaram em fazer isso comigo, então vamos fazer isso e pronto!

― Okay, Sailor Moon! ― Kyungsoo resmungou. ― Só me façam um enorme favor e me lembrem de não ser amigo de vocês na próxima vida.

― Muito bem, é agora! ― respirando fundo, Baekhyun ajeitou a postura e adentrou a sala, seguido pelos amigos amuados. ― Boa noite, crianças! É aqui que mora a princesa Chibi Moon?

Sehun conseguiu prender o riso ao ouvir Baekhyun falar com voz fina, todavia Jongdae não teve o mesmo autocontrole e soltou uma risada baixa, calando-se logo que sentiu o cotovelo de Kyungsoo em suas costelas.

Cerca de trinta pares de olhos se voltaram para a porta, os adultos com ar de riso e as crianças com empolgação. Vozes infantis preencheram o ambiente com um eufórico “sim”, e a pequena Yeri disparou em direção ao irmão.

Sailor Moon! Você chegou! Eu sabia que você vinha, meu irmão Baekkie me disse. Olha, Seulgi, eu te falei que ela ia trazer a Marte, a Mercúrio, a Júpiter e a Vênus também, não disse? ― a Byun mais nova esbanjava energia ao disparar as palavras praticamente sem pausa, apontando para cada uma das personagens enquanto falava.

Logo todas as crianças os cercaram e os encheram de perguntas, aparentemente não notando que eles eram apenas caras normais - ou nem tanto - vestindo as roupas das Sailors. O ânimo foi geral e Chanyeol já até havia se esquecido da presença dos adultos, contagiado pela alegria dos pequenos.

Baekhyun estava mais do que satisfeito em ver sua irmã tão feliz e as outras crianças envolvidas naquela brincadeira. Sehun e Jongdae também pareciam se divertir, fazendo graça para os que estavam perto deles.

O único que estava obviamente desconfortável era Kyungsoo, e, ao ver um dos meninos puxar a saia azul que o amigo usava, Baekhyun soube que deveria intervir antes que um desastre acontecesse.

― Atenção, crianças! ― falou alto e bateu palmas para chamar a atenção de todos. ― Agora sentem-se todos, pois está na hora da transformação das Sailors!

Enquanto os pequeninos se agitaram novamente, buscando um local para se sentarem no chão, os rapazes fantasiados se reuniram em um canto da sala. Ficaram alinhados, Baekhyun ao centro com Sehun e Kyungsoo à sua esquerda e Chanyeol e Jongdae à sua direita.

Assim que verificaram estar tudo certo, ficaram de costas, prontos para se virarem um de cada vez, começando por Sehun, que levantou a mão direita e foi girando lentamente sobre o próprio eixo.

― “Pelo poder estelar de Vênus... Transformação!” ― puxou a cordinha do rojão, fazendo chover sobre si mesmo confetes dourados. ― “Protegerei este mundo com a ajuda do amor e da beleza!”

Gritinhos eufóricos foram ouvidos por toda a sala e a empolgação era evidente nos rostinhos infantis. Era a vez de Kyungsoo e, por mais que achasse aquilo tudo muito ridículo e vergonhoso e reclamasse o tempo todo, sabia que o amigo merecia o seu esforço.

― “Pelo poder estelar de Mercúrio... Transformação!” ― empenhou-se para dizer a sua fala corretamente, liberando a chuva de confetes azuis. ― “Deterei o poder do silêncio maligno com o poder da água cristalina!”

Chanyeol foi o próximo e seu enorme sorriso deixava claro que estava adorando tudo aquilo.

― “Pelo poder estelar de Marte... Transformação!” ― o pequeno rojão estourou em um movimento espalhafatoso e logo confetes vermelhos caíam sobre si. ― “Castigarei, em nome de Marte, todos aqueles que maltratarem os corações puros!”

Jongdae não ficou muito atrás e, entrando de cabeça na brincadeira, balançou os braços no ar enquanto se virava.

― “Pelo poder estelar de Júpiter... Transformação!” ― confetes verdes voaram e o Kim fez uma pose como se estivesse preparado para a batalha. ― “Jamais permitirei que os maus prejudiquem as pessoas boas!”

Por fim, era a vez de Baekhyun, que deu tudo de si para imitar os movimentos que vira tantas vezes sua irmãzinha assistir.

― “Pelo poder cósmico lunar... Transformação!” ― girou duas vezes enquanto os confetes prateados caíam sobre si, movendo os braços teatralmente para dar mais efeito à sua performance. ― “Castigaremos os vilões em nome da Lua!”

Agora era o som de aplausos - tanto adultos, quando infantis - que preenchia o ambiente e, só então, Baekhyun notou que seus pais o observavam da entrada, a mãe com um grande sorriso e o pai com um olhar meio confuso, meio divertido, o que o deixou obviamente constrangido.

No fim das contas, porém, o que importava mesmo era que Yeri estava mais do que satisfeita ao correr para os pais dizendo que aquela era a noite mais feliz de sua vida.

 

ミ☆彡

 

Embora Baekhyun tivesse precisado dar algumas explicações aos pais naquela noite, tudo havia corrido bem e sem maiores incidentes. O restante do fim de semana se passou tranquilamente e na segunda-feira, após devolver as fantasias na loja, ele ficara até mais animado ainda ao se lembrar de que seria restituído do que pagara a Nari e suas amigas.

Seria uma segunda normal, assim como qualquer outra. Baekhyun iria para a universidade, assistiria a suas aulas e, ao final da tarde, talvez saísse com os amigos para beber um pouco e descontrair.

E o roteiro comum estava indo bem até a hora do intervalo. Mais especificamente, até o momento em que Sehun resolveu dar uma olhada no que havia de novo pelo Facebook e acabou se deparando com uma publicação viral, datada do último sábado, com uma legenda emocionada para um vídeo que já havia ultrapassado a marca de um milhão de visualizações.

― Oh. Meu. Deus! ― o rapaz pronunciou ainda com o olhar vidrado na tela do celular. ― Caras, vocês não vão acreditar nisso!

Atraídos pela curiosidade, imediatamente Baekhyun, Chanyeol e Jongdae se aproximaram dele, almejando ver o que tanto o havia impressionado. O Kim se adiantou e começou a ler o conteúdo da postagem.

Hoje eu levei minha filha de quatro anos à festa de aniversário de uma amiguinha da escola. Ela estava bastante animada, tinha passado o dia todo falando sobre as tais super-heroínas que a amiga tinha garantido que estariam na festa. Ao chegarmos lá, eu fui informada pela mãe de uma outra garota que os pais da aniversariante estavam chegando de viagem naquela noite e que, por causa disso, o irmão mais velho foi quem teve que organizar tudo.

O problema foi que as atrizes contratadas para interpretarem as super-heroínas cancelaram de última hora e, pra não decepcionar a irmãzinha, o rapaz teve a ideia de chamar os amigos pra vestirem as fantasias e animarem a festa. Muito além da alegria que os rapazes proporcionaram aos convidados naquela noite, eles me deixaram muito emocionada. Tanto pelo irmão mais velho, que se despiu da vergonha e dos tabus impostos pela sociedade apenas pra levar um sorriso ao rosto de sua irmã; como também pelos amigos dele, que demonstraram, melhor do que se usassem qualquer palavra, que a amizade verdadeira simplesmente não tem preço.”

 

Ainda chocado, Jongdae deu play no vídeo e eles assistiram incrédulos à sua performance de transformação deles usando os trajes de Sailors. Eles estavam tão nervosos, no momento da apresentação, que sequer haviam percebido que estavam sendo filmados.

― Cara... ― Chanyeol começou, parecendo ainda estar processando aquela informação. ― A gente ‘tá famoso...

― O quê? ― Sehun indagou, descrente da falta de noção na fala do amigo. ― Nós não estamos famosos. O nosso micão é que está!

― Mas a mulher falou bem da gente ― o Park emendou. ― Só faltou nos chamar de “os heróis da festinha infantil”.

― Olha, não é sempre que eu digo isso, mas eu concordo com o Chanyeol. Com a ressalva de que ela, na verdade, nos chamou de heroínas ― Jongdae comentou, dando de ombros ao receber olhares de estranheza dos amigos.

― Oh, merda! ― Baekhyun falou após finalmente despertar do transe em que parecia estar. ― Kyungsoo deixou claro que não queria registros daquela noite ― disparou preocupado, explicando seu temor diante das expressões interrogativas dos outros.

― Mas não fomos nós que filmamos ― Chanyeol se defendeu. ― E, além disso, lembro dele ter falado sobre não querer fotos, não falou nada sobre vídeo.

― Pelo amor de Deus, Chanyeol, é inútil argumentar semântica com Kyungsoo. Ele vai querer me matar ― Baekhyun lançou exasperado. Ele, mais do que ninguém, sabia que usar jogos de palavras para tentar driblar o Do era o mesmo que jogar lenha nas chamas de sua raiva.

― Ah, relaxa aí, é só a gente fingir que não sabe de nada, assim como poucos minutos atrás, e nunca mais tocarmos no assunto. Simples assim! ― Chanyeol rebateu, convicto da genialidade de sua ideia. ― Ele mal usa o Facebook, quais as chances dele acabar vendo isso?

― Pela expressão furiosa dele, eu diria que as chances são bem altas ― Jongdae observou e os amigos seguiram a direção do seu olhar, vendo Kyungsoo se aproximar a passos pesados. Era quase possível ver raios saindo de seus olhos, alvejando o Byun.

― Fodeu! É melhor você correr, Baekhyun ― Chanyeol constatou, dando um leve tapinha no ombro do amigo.

― É, vai lá! A gente fica aqui e tenta convencer ele a não te matar hoje ou... ― Sehun tentou pensar em algo mais consistente, todavia a fúria do amigo menor parecia aumentar a cada passo que dava. ― A gente tenta.

E então Baekhyun correu para as a montanhas.


Notas Finais


Personagens que os meninos representaram: http://i.imgur.com/SyWZH1e.jpg
Personagem da Yeri: http://zip.net/bns5Gq
_______________________
E aí, pessoal, o que acharam?

Não vou me deter muito, pois a internet não está muito colaborativa comigo hj. Lembrem-se de que a minha pessoinha não morde e que suas opiniões são muito importantes para mim, então não precisam ser tímidos, okay? ^_^

Pra quem tiver curiosidade de ler Imaginarius: http://socialspir.it/5392036

Beijinhos e até a próxima! ;)


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