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História Amigos De Bons Momentos - Eternamente


Escrita por: oMaroto

Notas do Autor


Galeraaaa ultimo capítulo! Esse capitulo é bem longo e poderia ser dividido em duas partes, mas isso seria muita maldade. Enfim, bora ler galera, espero que gostem tanto quanto eu. 😙

Capítulo 13 - Eternamente


Fanfic / Fanfiction Amigos De Bons Momentos - Eternamente


Harry acordou na manhã seguinte quando o sol já estava alto o suficiente no céu para fazer reflexo através do vidro da janela. Gina estava apoiada em seu ombro, suas pernas entrelaçadas às dele.
Ele ficou encarando-a por um tempo, pensando na noite anterior, em como fora incomum. Quase tão incomum como a forma como se encontravam naquele instante. Geralmente era Harry que a abraçava por trás e assim adormeciam e acordavam. Não se lembrava se houve alguma vez que ela lhe abraçara daquele jeito tão... íntimo.
Levantou-se da cama com aquele pensamento. Foi até a janela e fechou as cortinas para não acorda-la e saiu do quarto sem fazer barulho. Não tinha certeza se queria encara-la.
O fato é que mal haviam trocado olhares desde que disseram aquelas palavras na noite anterior. Harry se lembrava de ter dado um leve beijo nos lábios dela e de ter ouvido um “boa noite” e mais nada. O resto fora apenas silêncio.
Na cozinha, serviu-se de um copo de leite e foi para a sala, sentando-se no sofá e verificando o relógio de parede, percebendo já serem 11 da manhã. Logo ela acordaria. E o que fariam, então?
Apoiou o copo na mesa e as mãos sobre o rosto em um gesto de preocupação. Já estava na hora de admitir que as coisas estavam indo longe demais entre eles. Não fora difícil negar os sinais anteriores, mas dois “eu te amo” sob os lençóis, na calada da noite não podiam ser ignorados.
Ele ouvira dos lábios dela também, no mesmo momento que também dissera. Ficara tão apavorado que mal pôde respirar. De onde haviam surgido aquelas palavras que saíram tão involuntariamente de si? Não apenas involuntária, mas também sinceramente.
Amara Gina, jamais diria o contrário. A amara tanto que aquilo o fortalecera para derrotar Voldemort. E sabia que ela o amara da mesma forma. Mas já fazia muito tempo.
E quando ele voltou, não voltou para ela. Tivera medo. Medo de sentir, novamente, todas aquelas coisas, vive-las e depois perde-las como havia sido de todas as outras vezes. Tinha tanto medo de ter que se afastar dela novamente que resolvera estar próximo e distante ao mesmo tempo; assim não doeria tanto. Estava apavorado demais com a idéia do quanto ela surtia efeito sobre ele, daquele poder que ela tinha de deixar as coisas certas e confusas. Achava que não conseguiria suportar ficar sem ela de novo.

Acordou naquela cama já tão familiar e permaneceu de olhos fechados por alguns instantes. Temia o que veria se os abrisse. Correria o risco de denunciar-se desperta quando nem ao menos sabia como reagir àquele novo dia?
Após alguns minutos, abriu os olhos. Estava abraçada a um dos travesseiros de Harry, mas o garoto não estava no quarto; ela estava completamente sozinha. Onde ele teria ido? Preparando o café da manhã ou talvez tomando banho, esperando que ela invadisse o banheiro a qualquer instante.
Não, ele não estava fazendo nenhuma daquelas coisas. Não depois da última noite deles. Não, naquela manhã, ele devia estar tentando evita-la, assim como ela desejava fazer com ele.
Sentiu um nó dolorido formar-se em sua garganta. Porque tinha que ter dito aquilo? Porque, simplesmente, não conseguira conter as palavras que resolveram saltar de sua boca? Quando se dera conta, já havia dito.
Ele também dissera; também não conseguira conte-las. Aquele pensamento quase a fez sentir-se melhor. Ao menos, daquela vez, pelo menos no que se tratava de sentimentos, ela não estava sozinha com aquilo. Daquela vez, ele se encrencara junto com ela. Daquela única vez.
Essa era uma das razões pelas quais ela resolvera lidar com ele daquele jeito: Harry sempre preferiu enfrentar tudo sozinho, mesmo que os outros tentassem ajudar; no fim, era ele quem cuidava de si. Não costumava compartilhar as coisas de boa vontade. Ela entendia porque, respeitava e, até mesmo de uma forma estranha, quase admirava isso nele. Mas isso não queria dizer que ela concordasse. Ela nunca concordara e se era isso que ele queria dela, então ela manteria uma distância segura dele.
Riu de si mesma com aquele pensamento e levantou-se da cama num rompante. Aquela maldita cama que a lembrava constantemente que ela não conseguira se manter tão distante assim. E logo que ela havia se convencido que, mesmo próxima fisicamente, emocionalmente ela continuava longe, houve aquele maldito “eu te amo”. Aliás, aqueles malditos “eu te amo”.
Eles só podiam ser problemáticos. Aborrecida, entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Quanto mais tempo tivesse para esfriar a cabeça e evitar Harry Potter, melhor.

Levou um susto quando ouviu o barulho de uma porta batendo. Foi até o quarto e abriu a porta cuidadosamente. Suspirou aliviado quando ouviu o barulho do chuveiro. Certo, não seria agora; ainda tinha pelo menos vinte minutos antes de se encararem.
Talvez Gina tivesse facilitado sua vida de propósito. Talvez ela entrara no banho com a esperança que ele pudesse ter tempo de arranjar uma boa desculpa para não vê-la. Ele podia sair e deixar um bilhete. Sumir por uns dias, tirar uma folga do trabalho até que tudo fosse esquecido...
Bufou, cheio de raiva. Estava sendo um covarde. Um grande, estúpido e idiota covarde. Passou os dez minutos seguintes apenas pensando em mais e mais formas de fugir dali, intercalando isso com outras dezenas de xingamentos para aquela atitude infantil. Quando começara a pensar em formas de azarar a si mesmo foi interrompido por um crack seguido de um Rony espatifado em sua sala.
- Droga, ainda me desequilibro de vez em quando – disse o ruivo levantando-se do chão e limpando as vestes – e aí, cara?
- Rony! – exclamou harry apavorado – O que está fazendo aqui?
- Vim dar parabéns pelo caso, as pessoas só falam sobre isso. – disse Rony entregando a ele o jornal - Saiu na primeira página do Profeta Diário, veja!
Harry pegou o jornal e leu a notícia aos pedaços. Havia uma grande foto dele e de Gina na primeira página e outra de Susy e sua família, menor, a um canto.
- O grande Harry Potter continua a salvar vidas – leu ele em voz alta – Com sua colega Gina Weasley e o restante da equipe principal de aurores conseguiram desvendar um caso...
Ele terminou de ler a notícia indignado.
- Ela faz parecer que eu fiz tudo – disse Harry – Foi Gina quem quase se matou por esse caso.
- Ela não vai se importar com você levar o crédito – disse Rony – Não se preocupe.
- Mas não é justo – disse Harry.
- E quando é que esse jornal foi justo com você? – perguntou Rony – Pelo menos dessa vez mencionaram todos os nomes. Isso já é lucro.
Ele ia protestar, mas então lembrou-se de Gina em seu banheiro, provavelmente quase saindo e aparecendo na frente de Rony. Precisava tirar o amigo dali.
- Rony, se você só veio aqui para dar os parabéns...
- É claro que não – disse ele – Mamãe quer saber porque você ainda não apareceu. Ela quer dar um almoço de comemoração, mas você não confirmou a sua presença.
- E como eu faria isso se nem sabia desse almoço?
- Não recebeu a coruja hoje cedo?
- Não – disse Harry – Do que está falando?
- Errol – disse Rony – Deve ter se perdido, pra variar. Mamãe enviou hoje de manhã, quando recebeu o jornal. Como você não confirmou, mandou eu vir aqui pegar você para irmos.
- Ahn... ok – disse Harry – Eu vejo o que posso fazer... vai indo...
- Não posso, mamãe só vai me deixar entrar se você estiver junto – disse Rony – tem certeza que Errol não chegou? Talvez sua janela esteja trancada para corujas.
Harry viu o amigo ir em direção ao seu quarto e correu na frente, bloqueando a entrada.
- A janela está aberta, espere lá na sala – pediu Harry - Vou me aprontar.
Rony o encarou, desconfiado.
- Porque você está protegendo a porta desse jeito?
- Eu? – disse Harry fazendo cara de inocente e apoiando a mão na porta de forma relaxada – Não estou protegendo a porta. Porque faria isso?
- Não sei – disse Rony tentando passar por ele – Porque faria?
Eles ficaram naquele impasse por alguns minutos, quando Rony provou que ser quinze centímetros maior que Harry fazia alguma diferença e conseguiu abrir a porta, passando pela barreira feita pelo amigo.
Quando entraram, Harry suspirou aliviado por Gina ainda não estar ali.
- Quem está no chuveiro? – indagou Rony.
- Ninguém – mentiu Harry – Eu é que liguei. Já estava indo tomar banho quando você chegou.
Repentinamente, o barulho da ducha fechou e Harry viu o amigo dar um sorrisinho vitorioso.
- E o seu chuveiro costuma desligar sozinho? – perguntou Rony – Harry, me conta, é uma garota?
Harry já estava com vontade de amaldiçoar o colega quando respondeu.
- E, por acaso, eu pareço alguém que traz garotos para o banheiro?
- Claro que não, se acalma, cara. – disse ele – Se você não quer que eu veja, pode deixar que eu espero na sala, mas antes me diz quem é.
Mas Harry não precisou nem pensar em inventar um nome para responder àquela pergunta pois, naquele momento, Gina saiu pela porta do banheiro, enrolada na toalha de Harry.
Gina deu um pulo para trás, Rony arregalou os olhos e Harry pôs-se na frente dela. Talvez, se Rony visse pouca coisa, sua morte fosse menos dolorida.
- Gina? – balbuciou o ruivo.
- Rony! – exclamou ela apavorada – O que você está fazendo aqui?
- O que você está fazendo aqui? – perguntou ele ficando com as orelhas vermelhas – E desse jeito.
- Rony, tente ficar calmo – pediu Harry.
Aquilo não pareceu ajudar. Harry jurou ver fumacinhas começarem a sair do amigo.
- CALMA??? – disse Rony – Como assim “calma”?
- Não vai adiantar nada você fazer um escândalo – disse Gina ajeitando a toalha atrás de Harry.
- Mas o que está havendo aqui?! – exclamou Rony – Harry Potter, o que você fez com a minha irmã?
- Hey! – disse Gina – Não fale como se ele tivesse culpa de alguma coisa.
- Ah, me desculpe, pensei que eu tivesse lhe encontrado sem nada além de uma toalha sobre o corpo, saindo do banheiro do meu melhor amigo pela manhã. Claro, Harry é um pobre e puro inocente aqui.
- Quer parar de ser um idiota? – disse Gina – Daqui a pouco vou desistir de conversar e azarar você.
- Ah, certo – disse Rony – E em que parte aí dentro você colocou sua varinha?
- Ora, seu! – disse Gina ameaçando pular no pescoço do irmão.
De fato, somente não pulou porque Harry a segurou firmemente e pediu que ela se acalmasse.
- Parem vocês dois – disse Harry – Não estamos pensando aqui.
- E você parece que não tem pensado muito, não é? – disse Rony enraivecido – Grande melhor amigo que nada! Como você pôde, Harry?
- Rony, eu não fiz nenhum mal a sua irmã – disse Harry – Pare de ser tão superprotetor.
- Rony – disse Gina – Harry não faria nada que eu não quisesse.
Aquilo não pareceu ser algo bom a se dizer porque Rony passou de vermelho a púrpura em segundos.
- Então é assim, não é? – disse Rony – Então me diga, Gina, há alguma coisa nesse ramo que você não queira?
- HEY! – gritou Harry com raiva – Agora você passou dos limites, Rony!
- Não, Harry, eu mal comecei – disse ele – Quem passou dos limites foram vocês dois. Olhem em volta. 
- Já olhamos, Rony, e não há nada de errado – disse Gina – Você não tem nada a ver com isso. Você nunca entende nada.
- Ah, não? – perguntou ele – E quanto a vocês? Será que entendem? Será que sabem o que estão fazendo aqui? Essa coisa estranha que vocês tem desde sempre. E esse quarto, essa cama... céus, isso é nojento.
- Rony, para com isso – disse Gina com os olhos vermelhos.
- E olha só pra você – disse ele encarando Gina de cima abaixo, mesmo ela estando escondida pelo corpo de Harry; um olhar que qualquer um acharia ofensivo – Você está parecendo uma...
- RONY – avisou Harry com medo do que o amigo poderia dizer.
- Não, Harry, deixa ele terminar – disse Gina saindo de trás dele e colocando-se ao seu lado – Fala, Rony, fala o que eu estou parecendo.
- Rony, não... – pediu Harry.
Rony manteve-se em silêncio por alguns minutos, parecendo escolher as palavras.
- Fala – provocou Gina – Eu sei que você quer dizer isso desde Hogwarts, desde que eu comecei a sair com mais pessoas do que você!
- Você é uma va...
- Não! – exclamou Harry empunhando a varinha contra o amigo – Se terminar a frase eu juro que azaro você.
Rony encarou-o com indignação. Depois olhou para a irmã pela última vez antes de aparatar.
- Que vão para o maldito inferno.
E então desapareceu.
Harry fechou os olhos aliviado por alguns minutos e somente abriu quando Gina se afastou dele, sentando-se sobre a cama com as mãos sobre o rosto.
- Gina, eu lamento muito. – disse ele encostado na parede do quarto.
- É, eu também – disse ela – Não queria ter causado toda essa confusão.
- Você não fez nada sozinha – disse ele.
- É, mas ele é seu melhor amigo – disse ela – Não queria me meter nisso.
- Não tínhamos como prever.
Eles não disseram nada por algum tempo. O que diriam? A noite anterior já os deixara confusos e agora Rony aparecia. Estavam realmente perdidos.
- Talvez ele tenha razão – disse ele vendo Gina erguer a cabeça para encara-lo – Talvez tenhamos passado dos limites.
Gina pensou um pouco, antes de responder.
- É, parece que sim. – disse ela sentindo as palavras doerem ao saírem de sua garganta – Acho que andamos confundindo as coisas por aqui.
Confundir é pouco, pensou Harry. Era verdade, mas ele não sabia até que ponto não preferia continuar confundido.
- E o que vamos fazer? – perguntou ele.
Gina suspirou e balançou os ombros.
- Acho que é melhor definir as coisas. Está tudo...
- Bagunçado. – completou Harry.
- É – disse ela infeliz – Talvez seja melhor eu ser só a irmã mais nova do Rony... e você o melhor amigo dele.
- Eu nem mesmo sei quando isso mudou – disse Harry.
- É melhor não pensar... – disse Gina
E por mais alguns minutos eles não pensaram. Ficaram apenas ali, encarando o chão e as paredes ao redor, lembrando e tentando não lembrar.
- Então, acabou? – perguntou ele.
Gina sorriu.
- Não sei se há algo para acabar – respondeu ela – Mas eu acho que sim.
- Certo – disse ele sentindo um nó formar-se em sua garganta.
- Então... acho melhor eu ir. – disse ela relutante.
- É, ok... vou pegar suas roupas – disse Harry saindo do quarto – Já devem estar secas.

Quando Rony entrou na Toca ouvindo as reclamações da mãe, apenas puxou Hermione para um dos quartos, deixando os pais e os irmãos bastante chocados.
- Rony, o que houve? – perguntou Hermione preocupada – E onde está o Harry?
- Ah, eu não quero pensar no Harry, nem no que ele anda fazendo com a minha irmã! – disse o ruivo furioso.
Hermione arregalou os olhos.
- Por Merlin, você descobriu!
Rony encarou-a, indignado.
- Você sabia? – perguntou ele – Sabia e não me disse nada?
- Descobri há algum tempo – disse ela – Mas como é que eu ia contar isso a você, hein?
- Contando! – disse ele – Você é minha namorada, é o mínimo que poderia fazer.
- O segredo não era meu, Rony – disse Hermione – Além do mais, eu não queria que você ficasse desse jeito.
- Eu poderia ter impedido bem antes – disse Rony.
- Como assim “impedido bem antes”? – perguntou Hermione – Ronald Weasley, o que é que você fez?
- Nada que eu não devesse – disse Rony – Eles mereciam ouvir cada palavra. Além do mais, tem que saber que estão fazendo a maior besteira...
- Besteira! – exclamou Hermione – Rony, você não entende nada mesmo.
- Entendo sim! – disse o ruivo – Entendo que esses dois não sabem o que estão fazendo, entendo que o Harry teve foi a maior falta de respeito e que a Gina não consegue parar quieta um minuto.
- Você não tem o direito de dizer essas coisas – falou Hermione – E realmente não entende coisa nenhuma. Eu também fiquei chocada no início, mas foi aí que percebi que é o melhor pra eles por enquanto.
- O melhor pra eles? – perguntou Rony – Hermione, eles nem tem nada sério. Em Hogwarts, mal tiveram tempo de ter alguma coisa e agora ficam fazendo essas... coisas...
- Ora, não fale como se você também não fizesse – disse Hermione – E pare de fazer parecer pecaminoso.
- É diferente – disse Rony – Nós dois estamos juntos há anos, confiamos um no outro, temos algo permanente e seguro.
- Harry e Gina também confiam um no outro – disse Hermione – Mas ainda estão apavorados demais com tudo que lhes aconteceu para admitirem o que está havendo entre eles.
- E o que está havendo além do que eu vi?
Hermione sorriu para o namorado parecendo ter pena e achar graça ao mesmo tempo.
- Eles estão apaixonados – disse Hermione.
Rony encarou-a com cara de quem não havia avaliado aquela possibilidade.
- Estão?
- Eu disse que você não havia entendido nada. – disse Hermione – Não percebe? Estão morrendo de medo pelo que sentem um pelo outro. Eu também ficaria se tivesse passado por tudo que eles passaram durante a guerra. Você não?
- Mas... mas... – balbuciou Rony – Mas ainda não justifica esse comportamento...
- É claro que justifica – disse Hermione – Eles não conseguem ficar juntos e tampouco separados. Parecem ter algo inconstante e sem envolvimento quando, na verdade, isso é a coisa mais certa que puderam encontrar depois de tudo. Eles tem sido mais constantes na vida um do outro do que qualquer outra coisa que já tenham vivido.
Rony pareceu acordar. Ainda não estava feliz por ter encontrado a irmã caçula no quarto do melhor amigo, mas talvez não fosse tão ruim assim, afinal.
- Você realmente virou uma especialista nessa coisa de sentimentos.
Hermione sorriu.
- Deixa que eles se entendam. – disse ela – E entenda o lado do Harry. Ele jamais faria algo para machucar a Gina. Só está um pouco atrapalhado.
- Harry sempre foi atrapalhado quando se trata dessas coisas.
- Humpf – fez Hermione – Olha só quem falando.

O único problema era que Harry e Gina não haviam se entendido desde então. Naquela manhã, ela pegou suas coisas e saiu do apartamento dele sem saber quando iria voltar. Harry a viu sair, pensando que talvez tivessem cometido um grande erro.
Os almoços na Toca, agora, estavam estranhos. Embora harry tivesse reatado a amizade com Rony e continuasse amando sua família como se fosse a dele, não havia mais tanta graça aparecer por lá se não podia ficar com Gina como antes. Nunca haviam contado nada para ninguém, mas era sempre bom poder trocar aqueles olhares cúmplices e rir de coisas que nem eram assim tão engraçadas.
Os dias foram passando e tudo voltara ao normal no Ministério. Gina voltara para sua equipe e mal tinha tempo agora que realmente fora promovida. Harry também estava cheio de trabalho e, quando perceberam, já havia passado um mês desde que haviam se separado. Um mês longo e sem cor. Fora numa quinta-feira ensolarada que Harry finalmente admitiu que havia mais ali do que ele poderia tentar controlar.
Estava indo entregar alguns relatórios ao chefe do setor quando viu Gina entrando em uma das salas de estratégia. Josh saiu rapidamente de onde estava e entrou na sala atrás dela. Harry não pode se conter e aproximou-se sem ser visto.
Não sabia se ela havia mudado alguma coisa ou não, mas a questão é que Gina parecia mais linda do que o normal, apesar da expressão cansada no rosto. Vestia uma blusa simples, preta e sem mangas e uma calça jeans bege. No pescoço, havia uma fina corrente dourada e Harry quase sorriu ao pensar que havia sido a que ele lhe dera de presente. Seu sorriso, entretanto, morreu no caminho quando ela se virou um pouco mais para cumprimentar Josh e um pingente em forma de rosa ficou à vista.
- Olá srta. Líder de Equipe – brincou Josh – Nunca mais apareceu para visitar a nós, pobres mortais. Ficou esnobe, é?
- Hey, Josh! – disse ela rindo e abraçando o garoto – Até parece, estou é atulhada de coisas para fazer, me desculpe.
- Tudo bem, eu soube que os desaparecimentos andam aumentando nos últimos tempos – disse ele – Se precisar de ajuda, já sabe.
- Agradeço – disse ela – Estamos investigando muitos casos mesmo. Há um grupo de seqüestradores bastante bom trabalhando. Andam boicotando os membros da equipe C.
- É, eu ouvi os boatos – disse ele – Você está bem?
- Estou – disse ela – Mas o pessoal do Ministério fica indo e voltando do meu apartamento toda a hora. Acham que pode haver uma pista por lá, já que atacaram minha casa há alguns meses.
Harry lembrou-se do dia em que haviam dormido na sala dela, num colchão de casal. Não achava que poderia ter sido mais divertido, mesmo sabendo que aquilo fora conseqüência de um dos boicotes dos seqüestradores. Sorriu lembrando-se deles fazendo guerra de travesseiros até tarde da noite, juntos, como se o resto não importasse.
- Bem, se eles importunarem muito, você pode se mudar para o meu apartamento. – disse Josh ao que Gina riu.
- Josh, você não presta – disse ela.
- Ora, só estou tentando ser gentil - disse ele.
- Certo, já fez sua gentileza do dia – disse ela – E agora?
- Agora vou cobrar algo que você está me devendo há um mês.
- Eu? – perguntou ela confusa – O que eu estou te devendo?
- Uma comemoração – disse ele – Eu disse que sairíamos para comemorar a vitória no caso Susy, mas nunca saímos, não é?
Gina sorriu.
- Eu nem... não me lembrava – disse ela com as bochechas um pouco vermelhas.
Harry sentiu algo estranho e amargo revirar-se em seu estômago. Desde quando ela ficava vermelha quando falava com Josh?
- Pois é, mas eu me lembro – disse ele – Está livre no sábado?
Diga que não, por favor, diga que não!, pediu Harry em pensamentos.
- Bem, eu... – começou ela sorrindo timidamente – Eu... acho que sim.
- Maravilha – disse Josh – Te pego às oito.
E com dando um beijo no rosto dela, saiu da sala passando por Harry sem nota-lo.

Quando o sábado chegou, Gina já estava praticamente arrependida ter ter aceitado o convite de Josh. Mas, afinal, porque deveria sair com ele? E porque não deveria? 
As palavras Harry Potter não paravam de martelar em sua cabeça, respondendo à todas as suas perguntas.
Foi quando Hermione aparatou na sala.
- Gina? - chamou ela indo em direção ao quarto - Gina, você está aí?
- Estou - respondeu a ruiva saindo do banheiro já arrumada - O que você está fazendo aqui?
- Vim ver como você está - disse ela - Gostei do vestido.
Gina sorriu. Era um bom vestido. Azul escuro, reto até o joelho com um decote quadrado na frente. Bastante bom para a ocasião.
- Obrigada - agradeceu ela - Mas estou de saída, desculpe.
- Eu sei, não se preocupe - disse Hermione.
- Como é que você sabe? - perguntou a ruiva terminando de prender parte dos cabelos em uma presilha dourada em forma de borboleta.
- Harry contou - disse ela simplesmente.
- E como é que Harry sabe? - perguntou Gina incomodada com o fato de ele saber que ela sairia com seu colega de equipe.
- Não sei, mas também não é surpresa. É comentário geral no setor de aurores. Rony me contou que é a última fofoca.
- Ele não deve estar muito satisfeito - disse Gina - O Rony, eu quero dizer.
- Bem, digamos que eu tive uma conversinha com ele sobre o que ele entende e o que ele não entende no relacionamento de você e do Harry.
- Eu e o Harry não temos um relacionamento - protestou Gina colocando os brincos.
- Claro que não - disse Hermione - Pelo menos não até que vocês admitam que gostariam de ter um.
- Nós não gostaríamos - disse ela - Prova está que acabamos aquela amizade que tínhamos.
- Ah, qual é, Gina! - disse Hermione - Aquilo estava bem longe de ser só amizade. No mínimo era um caso.
Gina riu.
- Rony mataria você se ouvisse isso.
- Rony não está aqui - disse Hermione mudando o tom para algo que parecia ser compreensão - Nem o Harry. Pode falar comigo se quiser. Você sabe... ser honesta... dizer o que sente. 
Aquilo pareceu desarmar Gina. Ela sentou-se na cama por uns instantes e, então, ficou olhando para fora da janela.
- As coisas ficaram... confusas - disse Gina lentamente - É difícil lidar com isso... sabe... depois de tudo que aconteceu.
- Eu sei - disse Hermione se aproximando da amiga - A história de vocês nunca foi fácil, não é?
Gina pareceu acordar e voltou a ficar distante, parecendo não querer falar mais sobre aquilo.
- Não vamos mais ter uma história, Hermione - avisou Gina - Eu vou sair com Josh hoje e Harry, provavelmente, também vai sair com outras garotas.
- Mas... Gina...
- Josh já vai aparecer. - disse a ruiva afastando-se para colocar os sapatos - Se não se importa, eu vou terminar de me arrumar.
- Você tem certeza disso? - perguntou Hermione.
- E porque não teria? - disse Gina ao mesmo tempo que a campainha tocou - Eu preciso ir.
Hermione observou Gina pegar a bolsa e sair do quarto apressadamente. Ouviu a voz de Josh vinda da sala e depois alguns rosos da ruiva. Em seguida, a porta bateu. 

Harry estava em seu quarto tentando terminar um relatório, mesmo que estivesse sem concentração nenhuma para o trabalho. Seu problema era o de sempre: Gina Weasley. 
Àquela hora, ela e Josh já teriam saído. O que será que estavam fazendo? Onde será que foram? Será que estavam se divertindo? Sua mente logo voou para um pesadelo terrível que havia tido no dia anterior, no qual Gina aparecia para ele, convidando-o para seu casamento com Josh, desejando que Harry fosse o padrinho. 
Certo, aquilo tudo era um grande besteira. Primeiro, porque Gina vivia dizendo que não queria se casar, apenas morar junto com alguém dali há muito anos. Assim como Harry, ela também desprezava qualquer comportamento que pudesse atrair a imprensa de fofocas. 
Em segundo lugar, ela só havia saído com Josh. Não queria dizer que eles fossem em frente com aquilo ou algo do tipo. De fato, talvez ela percebesse que ele não era tão incrível como metade do Ministério dizia que era, e voltasse para Harry, pensando em como poderia ficar bem mais feliz com ele. 
Atirou a papelada para o lado e levantou-se da cama, impaciente. Precisava tirar aquele bando de pensamentos da cabeça. Desde quando se importava tanto com os encontros de Gina? 
Desde Hogwarts, respondeu uma vozinha irritante em sua mente. Você nunca deixou de gostar dela.
E com aquela constatação, pegou uma garrafa de vinho e saiu de casa.

- E então eles encontraram o duende dentro do vaso sanitário – disse Josh rindo da própria história, sendo acompanhado por Gina.
Oh, ela precisava admitir: Josh era tão ou mais incrível do que diziam por aí. Era bonito, simpático, divertido, inteligente e sabia escolher um bom restaurante. Naquele momento, ela estava comendo o melhor doce de chocolate que já provara em toda a sua vida, ao mesmo tempo em que encarava o mousse de maracujá dele de forma gulosa.
- No que está pensando? – perguntou Josh, encarando-a, curioso.
- Sinceramente? – perguntou ela sorrindo, ao que ele confirmou com a cabeça – Em que gosto deve ter esse mousse que você tem aí.
- Bom – disse Josh de forma marota – É doce, cítrico e deixa aquele gosto azedinho na boca, sabe?
Gina riu. Ele sabia que ela estava doida para provar.
- E dizem que fica delicioso se você provar com chocolate – completou ele colocando uma colherada de mousse na boca.
- Jura? – disse ela entrando na brincadeira e comendo um pouco da própria sobremesa – Como será?
- Você quer provar? – ofereceu ele.
Gina sorriu, marota.
- Aham...
- Então...chega mais perto – disse ele em frente a ela, levantando-se levemente da cadeira quando ela fazia o mesmo.
Mas ao invés de dar a ela uma prova do doce, Josh beijou-a.
No início, ela se assustou. Mas, então, sorriu. Josh deveria ganhar um prêmio pela criatividade. Não que ela estivesse pensando nisso enquanto o beijava, é claro.
Quando se separaram e ela voltou a se sentar, ainda estava um pouco zonza. Encarou Josh por alguns segundo e sorriu, com a sensação de que havia feito algo muito... estranho.
- Então, eu tinha razão? – perguntou ele.
Mas porque seria estranho? Era perfeitamente normal... beijar alguém.
- Ahn... o que? Desculpe.. – disse ela parecendo finalmente sair de algum tipo de transe – Eu não... ahn... o que você disse?
Josh sorriu.
- A mistura... maracujá e chocolate. – explicou ele achando graça - É bom, não é?
- Ah... é... bem... diferente... – respondeu ela tentando entender as sensações estranhas que a acometiam.

Toc, toc, toc..
Era meia-noite quando Hermione abriu os olhos e viu Rony dormindo ao seu lado.
Toc, toc, toc..
- Rony? – chamou ela, mas o ruivo nada disse – Rony, acorde!
- Estou doente, não vou para transfiguração, Hermione. – murmurou ele entre os travesseiros.
Hermione lançou a ele um de seus olhares inconformados e sacudiu-o novamente.
Toc, toc, toc..
- Rony, acorde, anda! – disse ela.
- O que foi, Mione? – perguntou Rony mal humorado.
- Você não ouviu isso? – perguntou ela.
- Isso o que? – perguntou o ruivo sentando-se na cama e esfregando os olhos.
Toc, toc, toc..
- Isso! – disse Hermione – Tem alguém na porta
Eles levantaram-se da cama ao mesmo tempo e foram até a entrada, Rony ainda tentando encontrar a manga da camiseta para vestir.
- Quem será a essa hora? – perguntou ele ao mesmo tempo que ela abria a porta.
- Por Merlin! Harry! – disse Hermione.
Ele estava ali na porta, com uma garrafa de firewisky nas mãos. Seus olhos estavam fundos, seus cabelos mais desgrenhados do que o normal e ele tinha uma expressão de quem não tivera uma boa noite. Rony e Hermione o puxaram para dentro e o colocaram sobre o sofá. Ele não parecia nada bem.
- Oh, Harry, o que é que houve com você? – perguntou Hermione.
- Rony – disse Harry apertando as mãos do amigo – Rony, me desculpe, eu não queria que você visse.
- Harry, o que...? – começou Rony confuso.
- Não conseguíamos evitar... há um ano... eu não sei... era sempre assim, mas era bom...
- Ele está delirando – explicou Hermione ao namorado – Bebeu demais.
- Eu estava com medo... – lamentou-se Harry – E havia Voldemort e depois acabou e eu ainda estava com medo e...
- Harry, está tudo bem – disse Hermione tentando acalma-lo - Rony, vá pegar algum remédio para ele. Qualquer coisa para curar essa bebedeira. 
Rony saiu correndo pegar a caixa de medicamentos e um pouco de água, ainda ouvindo os murmúrios do melhor amigo. Ele nunca havia feito nada parecido com aquilo antes.
- Ah, Harry, onde é que você estava com a cabeça? – perguntou Hermione.
- Gina... – murmurou ele.
Rony estava retornando da cozinha e parou no meio do caminho, encarando o amigo, perplexo.
- Oh... – disse Hermione penalizada; então pegou a poção que Rony trouxe e entregou a Harry - Tome, beba isso, vai se sentir melhor.
Harry pegou a poção e bebeu de um gole só, assim que conseguiu localizar a própria boca. Segundos depois, os efeitos da bebida começaram a amenizar.

Há alguma coisa errada, pensou ela enquanto sentia os lábios dele correrem por seu pescoço. Há alguma coisa muito errada.
Mas não havia nada de errado ali, havia? Ela era uma jovem disponível e ele era um jovem disponível e não havia mal algum em ficarem se amassando no sofá dele.
A não ser o fato de que ele não é ele, murmurou uma voz em sua mente.
Josh tomou seu lábios mais uma vez e ela correspondeu. Céus, ele beijava muito bem. Não poderia haver nada errado com alguém que beijava daquele jeito.
- Você não faz idéia... – disse Josh entre os lábios dela – ...de há quanto tempo... – continuou, suspirando - ...eu queria fazer isso.
Gina sorriu para ele. Porque não conseguia sentir? Talvez precisasse de um pouco mais e então sentiria, certo? Encarou Josh nos olhos; olhos castanhos e não verdes.
- Então continue fazendo – disse ela tentando expulsar o único pensamento que lhe invadia a mente.
Não é ele.
Não foi preciso pedir duas vezes. Josh voltou a beijar sua nuca e mordiscar sua orelha enquanto apertava fortemente sua cintura com uma das mãos e, com a outra, já traçava um caminho até suas pernas.
Ela só podia ter algum tipo de problema. Não podia ser normal. Desde quanto não conseguia se concentrar naquilo? Sentindo quase raiva de si mesma, puxou-o para mais um beijo, começando a abrir os botões da camisa dele de forma violenta. Ah! Mas ela iria se concentrar, mesmo que tivesse que se obrigar a isso.
Desista, repetiu sua consciência, não é a mesma coisa.
Josh abriu um sorriso com a atitude dela e sentiu-se autorizado a começar a abrir seu vestido, puxando o zíper da parte de trás para baixo, lentamente.
Gina sentiu um arrepio passar por seu corpo ao sentir as mãos dele correrem por suas costas nuas. Por Merlin, o que estava fazendo? E porque sentia aquela sensação de estar traindo alguém? Sentia-se incomodada com os lábios dele em si, com as mãos dele em seu corpo. Não estava certo, simplesmente não estava. Suspirou resignada quando finalmente entendeu.
Ele não é Harry Potter.

- Como se sente? – indagou Hermione passando a mão em sua testa para verificar se ele não estava com febre.
Harry, Rony e Hermione estavam sentados no sofá da casa de Rony, apenas se encarando. Harry estava encolhido a um canto do sofá, decidindo de que forma seria melhor acabar com sua vida de uma vez por todas.
- Claro, deixa eu ver – começou ele, sarcástico – Invadi a casa do meu melhor amigo, completamente bêbado, no meio da noite e nem me lembro do que estava falando. Não poderia estar melhor.
Hermione riu.
- Pode invadir a casa do Rony quando quiser – disse ela vendo o namorado encara-la como se ela fosse de outro planeta. – Estamos aqui para ajudar, você sabe.
- E se quer saber do que estava falando – disse Rony mal humorado – Era da minha irmã.
Harry pareceu mais chateado ainda com a intervenção do ruivo.
- Obrigado, Rony, agora me sinto melhor.
- Ora, não fique tão azedo – disse Hermione - Se você não tivesse tão apavorado com o que se formou entre vocês dois, talvez tivesse resolvido isso bem antes.
- Vai chutar cachorro morto, Hermione? – perguntou Rony, surpreendendo a Harry – Harry está com dor de cotovelo.
- Por causa da sua irmã – disse Harry estranhando o comportamento do amigo – Não deveria estar querendo me bater ao invés de estar me defendendo?
- Eu não penso em você com minha irmã quando falamos sobre isso – disse Rony – Imagino você e a Cho Chang.
Os três se encararam e riram. Riram não, gargalharam. Talvez nem tudo fosse tão ruim, afinal. Quando pararam, Rony encarou Harry com um olhar estranho e perguntou.
- Obrigada pela ajuda – disse Harry.
- Pode contar com a gente, Harry – disse Hermione. – E essa coisa toda com a Gina, bem...
- O que vai fazer a respeito? – perguntou Rony, direto.
Harry encarou o amigo. O que poderia fazer? Ela já saíra com Josh, deviam estar juntos agora, fazendo... Suspirou profundamente e levantou do sofá, indo em direção à porta.
- Eu ainda não sei... – disse ele – Preciso ficar sozinho, pensar.
E com isso, abriu a porta do apartamento e foi embora.

Os beijos dele continuavam. Não parecia perceber o estado de desconforto dela. Gina não podia culpa-lo; dera todos os sinais que ele precisava e ela própria gostaria de corresponder às carícias dele, mas já não era possível.
Era queria Harry.
- Josh – chamou ela entre os lábios dele. – Josh, espera, não...
- O que foi? – suspirou ele olhando dentro dos olhos dela – O que houve?
Ela mordeu o lábio inferior em nervosismo e tentou sentar-se no sofá em uma posição mais digna.
- Eu não posso... – disse ela colocando as mãos sobre o rosto e depois sobre a testa, até levar os cabelos para trás, em sinal de nervosismo – Me desculpe, eu não posso.
Gina puxou as pernas para mais perto do corpo e abraçou os joelhos, parecendo realmente mal. Josh apenas a encarava, preocupado. Então, sorriu para ela e deu um leve suspiro.
- Está tudo bem – disse ele.
- Não, não está – disse ela – Josh, eu realmente queria, de verdade... você foi ótimo, a noite foi ótima, estava tudo incrível, mas eu não consigo, eu simplesmente...
- Gina – interrompeu ele acariciando o rosto dela de forma carinhosa – Já disse que tudo bem. Eu entendo.
- Entende? – perguntou ela infeliz – Como, se nem eu mesma entendo?
Ele sorriu. Um sorriso realmente sincero.
- É por causa do Potter, não é?
Gina arregalou os olhos.
- Harry... – disse ela – Mas como...?
Josh apenas balançou os ombros, como se aquela fosse uma equação muito simples de se compreender.
- Talvez vocês achem que ninguém percebe e talvez não percebam mesmo – disse Josh – Mas eu estava reparando em você.
Gina corou levemente e sorriu de forma tímida.
- Esse tempo todo em que você esteve com a minha equipe – continuou Josh – Eu reparei. Eu olhava você, estava querendo você, mas havia o Harry e eu não tinha muita certeza sobre o que havia entre vocês.
- O que quer dizer? – perguntou ela confusa.
- Ah, qual é, Gina? – exclamou ele – Chegavam juntos pela manhã, mesmo quando atrasados e não moram nem perto pra isso. Se fosse apenas uma vez eu entenderia como coincidência, mas foram muitas.
Gina o encarou surpresa. Ela e Harry haviam dado muita bandeira nos últimos tempos. Era de se admirar que ninguém tivesse percebido tanto quanto Josh.
- E eu notei alguns olhares também. – disse ele – Parecia certo que tinham alguma coisa. Eu sabia que haviam namorado em Hogwarts, então juntei as peças. Embora ninguém soubesse o que havia acontecido com o romance de vocês na época da morte de Dumbledore, eu presumi que houvesse restado algo, afinal.
- Eu não sei o que restou – disse Gina ajeitando o vestido semi-aberto.
- Mas sabe que restou – disse ele – E foi por isso que eu demorei pra chamar você pra sair. Queria ter certeza que você e Harry não tinham nada antes. Não queria atrapalhar, entende?
- Muito legal da sua parte – disse ela.
Josh riu.
- E aí, de repente, vocês pararam de dar aqueles sinais estranhos ou eu comecei a ignorar, não sei bem. – disse ele – Nós dois nos aproximamos e eu achei que poderia tentar alguma coisa e aqui estamos.
- Eu queria que pudéssemos continuar, acredite – disse ela.
- Eu sei que sim – disse Josh – Mas há coisas que não há como controlar, certo?
- Você parece entender mais disso do que eu – disse ela.
- Acho que você está é com medo de entender. – disse ele – O que há entre você e Harry, afinal?
Gina riu, chateada.
- Bem que eu queria saber – disse ela – Mas não vou ficar aqui falando disso com você; já estraguei bastante sua noite pra ficar choramingando no seu colo.
- Você só pode estar brincando – disse ele alegre – Tive um ótimo jantar, uma ótima sobremesa e beijei a garota mais bonita do Ministério da Magia. Como pode dizer que estragou a minha noite?
- Josh... – começou ela embaraçada
- Escute – disse ele tocando a mão dela carinhosamente – Vocês dois sempre foram perfeitos um para o outro, tenho a impressão que vão resolver isso logo, basta ter coragem.
Gina apenas sorriu. Não conseguiria dizer mais nada a ele. Então abaixou a cabeça por alguns instantes, pensativa. Passaram-se alguns minutos durante os quais Josh abotoou a camisa e ela fechou o vestido e arrumou os cabelos. Então, Gina levantou-se para calçar os sapatos e pegar a bolsa.
- Acho que é melhor eu ir – disse ela.
- Vai aparatar ou prefere ir de flu? – perguntou ele
- Vou andando – respondeu ela ao que ele a encarou surpreso – Preciso pensar.
- Tem certeza? – perguntou ele
- Sim – disse ela indo até a porta, sendo acompanhada por ele.
Josh abriu a porta e o vento entrou pela janela, obrigando-a a vestir o casaco.
- Obrigada por tudo – disse ela – Você é ótimo.
- Não, você é que é – disse ele – Harry tem muita sorte.
Gina apenas sorriu.
- Até mais – despediu-se ela.
- Hey – disse Josh sorrindo – Me procure se as coisas não derem certo com o Potter.
Gina riu e aproximou-se dele novamente. Então, ficou na pontinha dos pés e lhe deu um leve beijo nos lábios. Em seguida, deu as costas e saiu para a noite ventosa de Londres, sem imaginar que, há poucos metros dali, um jovem de olhos verdes via toda a cena. 

Acordou na manhã de segunda-feira sem a mínima vontade de levantar. Qual seria a perspectiva? Chegar ao ministério, ser entrevistado pela enésima vez sobre como destruir Voldemort poderia ajudar em sua bem sucedida carreira de auror, fazer dúzias de relatórios, enviar mais outras dúzias e terminar o dia com mais uma pilha de papéias para assinar. Um´dia ruim para uma semana que prometia ser péssima. 
Levantou-se da cama e foi até o banheiro. Um banho certamente o acordaria. Mas para que mesmo ele queria acordar?
Sua vida era boa, ele tinha que admitir. Adorava ser trabalho, mesmo que as vezes se resumisse em assinais papéis; na maior parte do tempo era excelente, com muitos casos para resolver. Além disso, vivia bem, seus amigos continuavam seus melhores amigos e ele sobrevivera bem mais do que quelaquer um - e até ele mesmo - poderia imaginar. 
Mas porque tudo parecia tão sem graça? Porque tudo que ele queria era voltar para a cama e continuar sentindo pena de si mesmo?
A noite de sábado não parava de passar por sua cabeça. Ele havia ido até a casa de Josh só para checar se havia gente em casa; talvez o encontro tivesse diso um fracasso, afinal. E depois iria na casa de Gina, conversar. Tinha que dizer a ela de uma vez por todas, se explicar ou apenas...vê-la. 
Mas então ela o viu saindo da casa dele, beijando os lábios do garoto e indo embora tarde da noite. Certamente o encontro havia sido um sucesso e eles continuariam a se ver e a ficar juntos como provavelmente haviam feito. 
Mudou a temperatura da água de quente para fria. Que parasse de pensar neles, em como Josh tinha sorte de ter estado com Gina, em como ela havia sido dele da mesma forma que já havia sido de Harry tantas vezes. Que parasse de pensar nela de uma vez por todas! 
Saiu do chuveiro e começou a se vestir. A perspectiva de encarar o colega naquele dia o desanimou ainda mais. De fato, já estava começando a pensar na hipótese de recomendar a tranferência de Josh para outra equipe quando finalmente percebeu o quanto estava sendo estúpido. Josh não tinha culpa de Harry ter sido um completo imbecil com Gina desde que... bem, desde que começara a ser um imbecil com ela. 
A culpa era toda sua, afinal. Ela lhe havia escapado por entre os dedos e ele ficara ali, apenas assistindo, com medo demais para agarrá-la novamente.

Havia pelo menos trinta pastas sobre sua mesa naquela manhã; uma manhã que ela não sabia se gostava ou não.
- Bom dia - disse uma voz à porta e ela teve que levantar para ver por cima das pastas.
Era Josh. Gina não sabia como encará-lo desde a noite de sábado. O garoto, entretanto, não parecia ter se afetado.
- Olá - disse ela sorrindo - Como vai?
- Ah, sem nada pra fazer - disse ele - Não existem crimes esta manhã. E você?
Gina riu.
- Na mesma - disse ela balançando os ombros - Me perguntando se ser líder de equipe serve mais para desvendar casos e lutar contra comensais ou para assinar papéis.
Foi a vez de Josh rir.
- Harry se pergunta a mesma coisa toda a segunda-feira pela manhã - disse ele ao que ela abaixou a cabeça - Vai falar com ele?
- Eu ainda não sei - respondeu ela atrás das pastas, desejando não ter aquela conversa - Vou me entreter com estes relatórios primeiro.
Josh sorriu para ela e se aproximou de sua mesa, bejando seu rosto.
- Boa sorte
E então saiu dali, deixando-a sozinha com seus pensamentos e esbarrando com Harry na porta.
- Hey, Harry! - disse ele - Bom dia.
Harry não disse nada. Naquele momento o animal em seu peito rugiu raivoso, desejando esganar o colega. A movimentação na porta de sua sala fez Gina tirar a atenção de um relatório e ver os garotos à sua frente, parecendo inquietos. 
- Harry! - exclamou ela - Ahn.. oi!
Harry desviou os olhos de Josh e encarou Gina. Ela parecia cansada mas, mesmo assim, bonita. Sua calça preta moldava suas pernas e a blusa vermelha lhe dava uma visão que, certamente, não deveria ser admirada somente por detrás de uma mesa empoeirada. Os cabelos ruivos estavam soltos e caiam livremente por lugares que Harry desejou poder tocar, até se lembrar que, agora, Josh também os conhecia. 
- Então, ahn... acho que vou indo - disse Josh retirando-se dali com um sorriso malicioso nos lábios.
Harry e Gina ficaram se encarando por alguns segundos em silêncio. Ele não queria ficar com raiva dela, mas não conseguia pensar me nada muito bom para dizer, então reolveu que era melhor ir embora.
- Bom, eu... também tenho que ir - disse ele sem se mover.
- Harry, eu... - começou ela, mas também não tinha muita certeza do que dizer. - O que você viu agora a pouco aqui... o Josh, ahn...
- Não precisa dizer nada - disse ele - Não me deve satisfações.
- Mas...
- Deixa - disse ele - Ah...e... encontrei o seu casaco. Foi para a lavanderia com as minhas coisas, mas vão entregar hoje.
Gina parecia perdida.
- Oh - disse ela - Bem, eu posso pegar na sua casa se você não se importar.
Ele não tinha muita certeza se a queria na casa dele novamente. Queria, era certo, mas agora que a vira com Josh as coisas mudaram.
- Bom - começou ele limpando a gargante - O problema é que talvez eu não esteja em casa hoje, sabe.
Que besteira era aquela? É claro que ele estaria em casa, porque estava mentindo para ela?
- Não vai estar? - perguntou ela, curiosa.
- É, bem - disse ele, perdendo o controle da própria língua -, talvez eu tenha um encontro ou algo assim.
A verdade é que ele não queria que ela pensasse que ele não continuara levando a vida exatamente como ela o fizera. talvez fosse até bom ver a reação dela depois daquilo, mas quando os olhos de Gina perderam aquele brilho e ela mostrou uma expressão desapontada, ele achou que fizera uma grande besteira. 
- Certo - disse ela infeliz - Espero que dê tudo certo no seu encontro, então.
- Obrigado - disse ele desejando azarar a si mesmo. - Vou indo.
Ele saiu da sala dela e foi para a sua, pensando em como podia ser tão retardado. Queria poder dizer que não tinha encontro algum, que também não queria que ela tivesse, mas simplesmente não pôde.
No final do dia, entretanto, depois de ter que refazer matade dos relatórios e perder a concentração em um treinamento nível D, para iniciantes, e estuporar o olho de um estagiário, Harry achou que tinha que começar a demonstrar um pouco mais de coragem do que havia expressando desde que se envolvera com Gina e passou na sala dela antes de ir embora. 
Ela ainda estava lá, guando algumas pastas em um armário e derrubou tudo no chão quando o viu.
- Você me assustou - disse ela abaixando-se para organizar a bagunça e se perguntando porque começara a agir com criança perto dele novamente.
- Me desculpe - disse ele ajudando-a a recolher os materiais, suas mãos tocando nas dela de leve, sem querer, causando-lher arrepios.
- Tudo bem - disse ela levantando-se do chão e voltando a guardar tudo no lugar - Precisa de alguma coisa?
- Na verdade - começou ele - Estava pensando se você não quer ir lá em casa agora, sabe... pegar seu casaco.
- Mas e o seu encontro? - perguntou ela.
- Não era nada - disse Harry - Foi só uma confusão... esqueça, ok?
Gina o encarou estranhamente e então sorriu.
- Está bem - disse ela - Eu já terminei aqui mesmo, podemos ir quando quiser.
- Eu estou pronto - disse Harry sorrindo e a acompanhando para fora da sala.

Quando chegaram no apartamento dele, Gina não disse nada, apenas olhou em volta para ver se encontrava logo o que queria e fosse embora. Não estava muito a vontade com aquele clima entre eles.
- Deve estar no meu quarto, eu vou pegar - disse Harry.
Ela não sabia se queria ir junto com ele ou não, mas sabia que não estava nem um pouco afim de ficar sozinha na sala, com as lembranças deles dois juntos sobre o sofá. Com aquele pensamento, resolveu ir até o quarto dele. 
- Encontrou? - perguntou ela.
- Aqui está - disse Harry pegando o sobretudo preto em um dos cabides da lavanderia - Todo seu.
Gina sorriu.
- Ah, eu estava realmente sentindo falta dele. - disse ela - Queria ter usado sábado, mas...
E então ela parou ao ver a expressão contrangida dele.
- Poderá usar em outros encontros que tiver com josh - disse Harry desanimado... Aposto que ele vai achar você muito bonita com ele.
Gina sorriu de canto, parecendo entender.
- Bem, acho que não será possível, já que não vamos mais sair juntos.
Harry encarou-a, confuso.
- Não vão? - perguntou ele.
- Não - disse Gina sorrindo serenamente.
- Mas... mas no sábado... e hoje de manhã - continuou ele embasbacado.
- Hoje, ele apenas me deu um beijo de bom dia. Josh vive fazendo isso com as garotas, você sabe como ele é. - explicou Gina - E não houve nada no sábado.
Os olhos de Harry brilharam, esperançados e ele parecia realmente perplexo.
- Não houve? - perguntou Harry.
Gina sorriu levemente.
- Não.
- Porque não? - indagou ele, desejando ouvir dela o que já pensava saber.
Gina abaixou os olhos por alguns momentos e pareceu mais cansada do que antes. Então voltou a encarar os olhos verdes dele, perdendo-se neles.
- Porque não era você.
Ele ficou encarando-a, sem palavras. Não esperava aquele tipo de declaração dela naquele momento; não esperava em momento algum para falar a verdade.
- Eu nem sei quantos antes não eram você - continuou ela com a voz firme – Miguel não era, Dino não era, Mike não era e Josh também não e se houverem próximos, não serão.
Harry riu e aproximou-se mais ela.
- Você está começando a rimar. – disse ele.
Ela riu, nervosa.
- Harry...
- Eu achei que houvesse algo entre vocês – disse ele – A vi saindo da casa do Josh no sábado. Vi quanto você o beijou.
- Você viu? – perguntou ela estranhando – Mas... como?
- Eu fui até lá – admitiu ele – Sei que não devia, mas eu queria saber se... também pensei em ir para a sua casa depois, mas aí...
- Foi um beijo de despedida – disse ela – Josh foi muito compreensivo quando eu disse a ele que não conseguiria fazer... bem... nada. Acho que ele entende algumas coisas bem mais do que eu.
- E o que você não entende?
- Isso! – disse ela afastando-se – Nós... essa coisa que temos... que tivemos... eu não entendo o que eu sinto, nem o que você sente.
Ela finalizou, sentando-se na dama dele, parecendo desorientada. Como ele podia sentir tanta coisa só de vê-la, ali, parada?
- Eu estava com medo – disse ele fazendo-a encara-lo, curiosa – É engraçado como você pode ser considerado o bruxo mais corajoso do mundo mágico e estar morrendo de medo ao mesmo tempo.
“Quando terminei com você, no funeral de Dumbledore estava com medo de te perder. Enquanto corria atrás de horcruxes estava com medo de nunca mais ver você. E quando voltei, tive medo de ficar com você de novo.”
- Porque? – perguntou ela.
- Porque eu senti coisas por você que não imaginava que existissem – disse ele – Coisas que me assustaram. E se algo mais acontecesse? E se a gente não conseguisse ficar junto? O que aconteceria com a gente? Com o que eu sentia?
- Eu não sei, Harry – disse ela – Não há como sabermos, nunca conseguimos ter alguma coisa de verdade depois que você voltou. Eu também estava com medo, passei por muita coisa até ficar com você. Não foi fácil pra mim também.
“Não foi fácil saber notícias suas pela ordem. Não foi fácil deixar você ir e não te seguir como eu gostaria de ter feito. Mas você queria que eu ficasse longe do campo de batalha...”
- Mas você não ficou, não é? – discutiu ele – Você fez trabalhos para a Ordem, você descobriu onde estava o quinto horcrux, você...
- E o que você queria que eu fizesse? – perguntou ela, indignada – Queria que eu ficasse em casa tricotando com a mamãe enquanto você se matava mundo à fora?
- Seria mais seguro! – disse ele.
- Seria covardia! – disse ela calando-o.
Não era assim que esperavam ter aquela conversa, mas pelo menos estavam sendo eles mesmo e colocando as coisa s em dia.
- Como você pôde esperar só isso de mim, Harry? – indagou ela com a voz embargada – Como pôde esperar que eu apenas ficasse quietinha como uma boneca de porcelana, esperando você voltar?
- Eu estava apavorado – disse ele - Não queria te perder.
Gina o encarou, com os olhos lacrimosos.
- No final, fui eu que perdi você – disse ela – Você não voltou pra mim Harry. Você sobreviveu, mas não voltou. Foi bom eu não ter ficado esperando.
- Achei que você tinha entendido...
- Eu entendi – disse ela – Entendi suas razões, respeitei sua opinião, não te segui e não permiti que Voldemort soubesse qualquer coisa sobre nós, mas não pude ficar parada só olhando. Eu tinha que fazer alguma coisa também.
Harry sentou-se ao lado dela, mais calmo. Gina também parecia mais tranqüila, embora ainda tivesse algumas lágrimas nos olhos, que ela se recusava a deixar cair.
- O mais engraçado – disse ele –, é que eu amei ainda mais você por isso.
Ele tocou a mão dela com a sua, fazendo Gina olhar dentro de seus olhos.
- Me senti um egoísta quando pensei em você no dia em que recebemos a localização do último horcrux, o dia em que Lupin contou tudo que você estava fazendo pela Ordem. – disse Harry – Mas não pude deixar de pensar... você foi incrível fazendo todas aquelas coisas, mesmo eu desejando que você não se arriscasse. Você continuou e isso me fez perceber que eu não podia fazer nada além de ... além de amar você.
- Harry... – começou ela.
- E foi por sua causa que eu venci Voldemort – disse ele – Por causa do que eu sentia por você, algo que ele nunca havia sentido antes.
- O que?
- Eu ia te contar, mas não pude – disse ele – Quando eu voltei, eu queria te contar, de verdade. Mas aí... eu não sei, acho que não consegui lidar com tudo de uma vez. Me desculpe.
- Você precisa parar de exigir tanto de você mesmo – disse Gina sorrindo – Além do mais, eu também me perdi no meio do caminho.
- Acho que somos dois perdidos – disse ele rindo, acompanhado por ela.
Mas então, Gina pressionou mais a mão dele e ficou séria.
- Eu continuo apaixonada por você. – disse ela, segura – Eu não queria admitir, acho que não soa muito bem na boca de uma garota, mas acho que você deveria saber. Isso que tivemos, depois que você voltou... em parte foi porque eu não queria mais sentir o que eu sentia já que você não demonstrava nada e, em parte, porque foi um jeito de não me afastar de você completamente.
Harry sorriu para ela. Finalmente as coisas estavam se ajeitando.
- Que bom que não estou sozinho nessa. – comentou ele, aproximando-se dela.
Gina sorriu. Finalmente aquele sorriso que o deixava sem rumo.
- Você...
- Eu te amo – disse ele.
Ela não precisava ouvir mais nada, nem ele precisava dizer. No minuto seguinte os lábios já estavam se beijando, os corpos já estavam se tocando e as almas já estavam se amando.
Empurraram algumas coisas para fora da cama para que pudessem se acomodar sobre ela. harry puxou a blusa de Gina para cima, ouvindo-a suspirar ao sentir as mãos dele em suas costas nuas.
- Você não faz idéia – disse Harry – de quantas horas do meu dia eu passei querendo fazer isso.
Gina sorriu e mordeu o lábio inferior marotamente. Então, abriu o botão da calça dele e empurrou-a para baixo.
- Eu digo o mesmo.
Tomando os lábios dela novamente, Harry ajudou-a a tirar a calça preta e tocou as pernas da garota, achando que enlouqueceria antes mesmo de fazer o que iriam fazer.
Ela puxou a camiseta dele para cima, atirando-a a um canto do quarto e arranhando as costas dele com as unhas.
- Eu não sei como consegui não dizer que te amava antes e tantas outras vezes – disse ele beijando o pescoço dela e depois os ombros – Não sei como pude fugir disso por tanto tempo.
- Algumas coisas nós mantivemos – brincou ela puxando a última peça de roupa dele para baixo ao mesmo tempo que ele fazia o mesmo com a sua.
Harry riu e a beijou novamente, sentindo seu corpo unir-se ao dela mais e mais. E quando eles sussurraram as palavras que haviam dito na outra noite, estas foram ouvidas e sentidas sem medo, pois eles não queriam mais fugir.
Mais tarde, quando ela abriu os olhos, sonolenta, ele fazia carinho em seus cabelos, admirando-a.
- Pra sempre, certo?
Gina sorriu, antes de responder.
- Eternamente.

 


Notas Finais


Então, foi isso. Gostaria de enfatizar novamente que a fic não é de minha autoria e gostaria de agradecer imensamente à autora. Pra mim essa é a melhor fanfic de Harry e Gina já feita, já perdi as contas de quantas vezes a li, foi realmente um prazer trazer essa história para vocês, realmente só agradeço o apoio de todos, obrigado, vocês são os melhores. ❤❤


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