História Amizade: O Maior Amor - Segunda Temporada - Cinco

Cinco

Renan estava nervoso no vestiário do estádio. Ele era o goleiro do time, tinha que proteger o gol da melhor forma que conseguisse. Não que ele fosse ruim de qualquer forma.

Não era o jogo que o estava deixando nervoso. Não queria entrar em campo e ver seu Bernardo com outro cara. Mas, no fim das contas, mereceu que o casamento acabasse. Abanou a cabeça dispersando os pensamentos quando foi chamado para puxar a fila de entrada no campo. 

Tentou não procurar pelo médico na arquibancada, mas não foi forte o suficiente. Viu seus amigos com um grande cartaz com letras vermelhas que formavam um “Vai Renan!”. Perto deles estava Bernardo com Paul. Trocaram um último olhar antes de Paul puxar um assunto desviando a atenção do pediatra.

Nathan olhou para o filho com um olhar não muito amigável quando este resolveu sentar próximo de Henrique. O olhar de Nathan só não era mais severo que o de Luke. Se dependesse deles, os garotos nem andariam mais juntos.

Yan tinha convencido o noivo a contar para os pais de Bryan sobre o ocorrido. Isso de forma calma, claro.

No fim, a conversa terminou com Luke gritando que eles estavam se comendo no sofá da sala. Nathan dizendo que a culpa era de Henrique. Luke discordando e afirmando que, com certeza, era ideia de Bryan.

Yan e Greg já tinham desistido e foram para uma lanchonete antes de a gritaria terminar.

Mas, apesar disso, o militar e o professor chegaram a um acordo. Seus filhos estavam proibidos de se namorarem. Não que eles tivessem consultado os adolescentes para tomar essa decisão.

Próximo a eles, Rafael e Bruno conversavam um assunto qualquer. Do lado deles, Victor e Felipe. E por último Samuel e Vicente.

Sam tentava puxar assunto com Vicente, mas este nem dava atenção. Não queria ter ido ao jogo, para início de conversa, preferia se encontrar com Thomas, mas estava de castigo por tempo indeterminado, segundo o irmão. 

Estava sendo levado para a escola por Greg, que só deixava o garoto em paz quando o via dentro de sala. Voltava com Luke. A pose militar do tio era de colocar medo em qualquer um. O garoto nem ousava contestar.

- Oi - Sam falou para Vicente. Não obteve uma resposta, mas insistiu - Não me falaram que você era mudo.

- Cala essa boca - Vicente falou irritado.

- Mudo você não é - Sam falou o óbvio - e educado também não.

Vicente olhou irritado para o novo integrante do grupo. O irmão de Victor não estava com ânimo para ter educação com ninguém.

Ficaram se encarando até que uma gritaria os tirasse do transe. O atacante do time de Renan quase tinha feito um gol. Vicente colocou os fones de ouvido e passou a ignorar o garoto ao seu lado. Sam, porém, continuou olhando de relance para o irmão de Victor.

“O garoto mais lindo que eu já vi” ele pensou suspirando. Se existisse amor a primeira vista, ele tinha acabado de sentir.

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- Obrigado, amor - Felipe disse baixo no ouvido do marido - eu te amo tanto.

Um sorriso de Rafael foi a resposta para isso. Juntos, se distrairam do jogo e ficaram vendo Sam assistir ao jogo cheio de atenção.

A partida terminou 2x0 para o time de Renan. Decidiram sair para comemorar. Foram a um bar. Só vigiariam para os adolescentes não beberem algo alcoólico.

A mesa iniciou uma conversa animada sobre o jogo. Destacaram os pontos bons e ajudaram o goleiro a perceber alguns erros seus e do time. Renan tentou não se importar com o braço de Paul em volta do ombro de Bernardo. Só tentou mesmo. Em algum momento, passou tempo demais olhando para Bernardo, fato que não passou desapercebido por Paul.

- Perdeu alguma uma coisa? - o médico perguntou baixo ao goleiro para não chamar atenção do resto dos amigos.

Apenas Bernardo notou a conversa (devo dizer briga?) que estava prestes a começar.

- Perdi sim - Renan falou disposto a brigar com ele se necessário - e você está agarrado nela agora mesmo.

Paul riu deboxado.

- Devia ter cuidado melhor, babaca - falou jogando a culpa de tudo em Renan. Não que ele estivesse errado. O próprio goleiro achava que o médico foi educado em chamá-lo de babaca depois do que fez com o ex.

Antes que a briga tomasse maiores proporções Bernardo interrompeu os dois com um olhar. Para Paul um olhar furioso. Para Renan um olhar apaixonado.

- Ei, Paul - Renan chamou alto dessa vez e disse para todos escutarem - aproveita enquanto ainda tem. Eu não vou desistir do Bê.

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Os adolescentes estavam na área externa do bar, cada um com uma lata de refrigerante.

Bryan e Henrique tinham fugido para o primeiro banheiro que encontraram. Henrique tinha o amigo sentado sobre seu colo enquanto trocavam um beijo quente e necessitado. Era típico de adolescentes explodindo hormônios. As mãos de Henrique estavam depositadas na bunda de Bryan por dentro da calça e puxa o amigo cada vez mais contra sua ereção.

- Bry, amor, namora comigo? - perguntou o indiano sentindo as abusadas mãos de seu novo namorado (ele considerou que que o gemido que Bryan deu contra seu pescoço um sim) passeando por debaixo de sua camisa.

Seus pais não precisavam saber. Seu amor adolescente era maior que uma proibição.

Lá fora, Sam não desistia da árdua missão de fazer Vicente falar com ele.

- Eu sou o Samuel, tenho 15 anos, mas faço 16 no próximo mês. Meus pais morreram quando eu tinha 4 anos e eu fui para um orfanato. - Sam não descansaria até fazer aquele lindo garoto falar com ele. Continuou a falar. Uma hora Vicente se cansaria de escutar e diria algo. Nem que fosse para mandá-lo calar a boca - Eu era filho único, mas sempre quis um irmãozinho Gosto de tocar guitarra. Nunca tive uma mas já fiz aulas na minha escola. Já te disse que estudo no colégio St.Jam…

- Você quer fazer o favor de calar essa boca? - Vicente quase gritou de raiva - eu não quero saber da sua vida! Que se foda o colégio, que se foda sua guitarra, que se foda você!

Vicente saiu dali andando rápido e com raiva. Sam só sabia suspirar.

- Até me xingando ele fica lindo!