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História Amizade: O Maior Amor - Segunda Temporada - Seis


Escrita por: ManuSolaceDiAngelo

Notas do Autor


Voltei! Espero que tenham gostado da surpresa de atualização dupla!

Sobre esse cap, sei que chorei!
Boa leitura!

Capítulo 7 - Seis



Seis

- Tá se sentindo melhor, meu amor? - Bernardo perguntou a uma das crianças do hospital.

Era um daqueles dias em que ele acordava disposto. Sara era uma das pacientes. Tinha oito anos e já enfrentava uma leucemia a mais de quatro anos. Era um milagre que ainda estivesse viva. Usava uma touca com orelhas de gatinho sobre sobre a cabeça careca. Mas ficava linda com a de cachorrinho, presente de Renan quando ainda era casado com Bernardo.  Ela tinha um sorriso bonito no rosto, um daqueles que faziam o dia do médico animar e o fazia se lembrar o porque de querer ser pediatra. Ela era tão pequena e tão forte. Ele já era adulto e precisava ser ainda mais forte por todos aqueles sorrisos faltando dentes.

- Tô sim, tio Bê! - a pequena disse animada - Já te contei que a Ana Estrela vai cortar os cabelos também?

E ela desandou a falar sobre sua boneca, a Ana. O médico escutava tudo com atenção. Concordou quando ela disse o quanto a boneca ficaria linda, sem cabelos igual a ela e que faria uma touquinha igual a dela para a amiguinha.

- E nós vamos ficar iguais! - ela encerrou o falatório.

- E vão ficar lindas! - o elogio veio da porta do quarto. Bernardo olhou para trás e quase se arrependeu de ter feito. Era Renan.

O médico suspirou antes de levantar e se despedir da garotinha com um beijo na testa. Saiu do quarto e foi seguido pelo goleiro.

- O que faz aqui? - indagou quando chegaram em seu consultório. Nem fechou a porta, foi Renan quem fez quando passou por ela.

Bernardo encostou na mesa e ficou esperando pela resposta. E se perdeu no sorriso de lado que o ex deu. Era impossível negar que não amava aquele ser em sua frente. Amava com todas as suas forças. Queria estar com ele. Só Deus sabia o quanto ele sentia falta de acordar abraçado a ele, ou de se atrasar para o trabalho por demorar para se despedir. Sentia falta do cheiro do perfume de Renan pela casa. Sentia falta do seu corpo colado ao dele.

- Bê, Pequenininho, eu quero você de volta. - Renan falou emotivo - dá outra chance pra nós dois?

Bernardo não respondeu. Preferiu se calar a jogar tudo o que estava sentindo no ar. Sofria pela falta do ex? Muito. Mas não haveria mais chances para eles. Quando se casou com Renan, prometeram se apoiar e realizar juntos os sonhos de cada um. Renan havia virado as costas na primeira oportunidade que teve.

- Quem ouve você falando assim com a Sara até acha que você gosta de crianças, que ia adorar ter filhos - o médico falou irônico. Olhou dentro dos olhos marejados de Renan e quase voltou atrás, mas retirou forças de onde nem havia mais e falou seco - não existe mais “nós”. Não existem mais chances.

- Eu quero, Bê! - falou beirando o desespero - eu quero ter filhos! Quantos você quiser! - algumas lágrimas ameaçavam escorrer pela face do jogador.

- Tarde demais, Renan - Bernardo falou inexpressivo. Só queria que o ex fosse embora. Não sabia quanto tempo mais podia aguentar-se forte.

Renan assentiu calado. Não respondeu o ex marido e saiu da sala. Não foi muito longe. Escorou-se na primeira parede que alcançou e deixou seu corpo escorregar até o chão, chorando baixo. Estava tão difícil para ele ficar sozinho. Ele queria ter força o suficiente para esquecer, mas não conseguia. Tantas vezes beijou outros caras tentando substituir o gosto de Bernardo em sua boca? Ficou em um choro mudo em sua casa fria por se sentir sozinho? Ou se embebedou para esquecer e tudo que conseguiu no fim foi uma ressaca e a lembrança de todos os momentos juntos?

Olhou para a aliança que a ainda tinha na mão e chorou ainda mais desesperado. 

Seus soluços foram escutados pela pequena Sara que passeava pelos corredores da ala pediátrica.

- Oi, tio Renan! - ela disse sorridente - eu vi você na televisão outro dia. Jogou muito muito muito muito bem! Então, porque você tá chorando?

Renan olhou para a garotinha e tentou sorrir. Só tentou porque tudo que fez foi uma careta. Mas, Sara estava determinada a fazer Renan sorrir.

- São coisas de adulto, amor - ele falou secando as lágrimas insistentes.

- Coisas de adulto são muito chatas! - falou a garota fazendo uma careta fofa e prolongando o “u” de “muito” - Eu não tenho cabelos sabia? - ela falou ainda alegre - mas eu não me importo, porque eu sou diferente de todo mundo, eu sou a princesa mais linda de todas. Foi o tio Bê quem disse.

- Você é. - Renan secou o rosto vermelho e abraçou os ombros pequenos da garota. - o Bê é o melhor médico do mundo, eu que não soube cuidar dele. - lamentou sentindo os olhos marejados novamente.

- Ele dá injeção e nem dói - ela falou sorrindo. E Sara falou mais, sobre um monte de assuntos que distrairam Renan por um tempo. No fim da manhã quando quando a menina precisou almoçar, ele também se foi.

- Te amo, Bê - falou para si mesmo - e é eu vou fazer a gente dar certo de novo.

****

O dia não estava bom para eles. Começou pela manhã quando Bruno teve que sair mais cedo de casa e Vicente tomou café com o irmão. Ele podia não estar bem com o cunhado, mas tê-lo na mesa era melhor que enfrentar o olhar decepcionado do irmão mais velho.

- Agora que o Bruno não tá aqui, podemos conversar direito - Victor falou sem olhar para o irmão - Que merda tá acontecendo com você? - ele não escondeu a raiva. Não que ele gostasse de se sentir assim com Vicente. Só estava cansado daquele comportamento estranho que ele nunca demonstrou.

Não houve resposta. Nem haveria. O que Vicente responderia, afinal? “Ah, meu namorado mais velho, que está insistindo para transar comigo. E ele está me fazendo matar aulas também. E eu estou brigando com o Bruno porque ele fica roubando sua atenção de mim!”

Ele deveria usar ironia. E dizer uma resposta mal educada para a pergunta e fugir daquela conversa. Era o óbvio a se fazer. Mas ele era tão cabeça dura quanto o irmão.

- Agora é esse o seu conceito de viver a própria vida? - o adolescente falou sem cortar o contato visual - ninguém impediu você de ficar com o Bruno quando você saiu de casa e me largou lá cheio de dúvidas. - Vicente gritou para o irmão - onde você estava quando eu precisei de alguém para me dizer o que fazer? VOCÊ NÃO ESTAVA LÁ!

- E você queria que eu trocasse a minha felicidade para viver em um lugar onde só me criticavam? - Victor tentou manter o tom de voz baixo, mas o tom rouco não mostrava nenhuma calma. - não me culpa pelos seus erros. Não sou eu que está ferrando com o meu futuro. Não sou eu quem está destruindo a alegria de alguém que só me quer ver bem - disse se referindo a Bruno.

- Foda-se o Bruno! - Vicente gritou outra vez - eu não me importo se ele está mal. O problema é todo de vocês. Fiquem aí se resolvendo e me esqueçam como sempre fazem.

Victor olhou incrédulo para o mais novo. Ele e Bruno faziam tudo e um pouco mais para fazer Vicente se sentir melhor. Victor sabia como era viver com seus pais e ser criticado o tempo todo. Ele sabia melhor que ninguém como foi se sentir como um pedaço de nada quando foi expulso de casa por assumir o namoro com Bruno. Vicente o podia acusar de muitas coisas, mas não daquilo. Victor entendia melhor que ninguém o que Vicente sentia.

- CALA A BOCA! - Victor gritou possesso de uma raiva que nunca havia sentido por ninguém. Nem quando brigou com seu pai havia se sentido assim - você não tem o mínimo direito de dizer isso. Se tá afim de voltar para a casa dos nossos pais, fica a vontade! A porta da rua está a disposição! - gritou apontando a porta de casa. Vicente estava assustado pela reação do mais velho, mas não abalou sua expressão furiosa - só não acha que vai ter para onde voltar quando eles te expulsarem de lá de novo!

A essa altura da discussão, Victor já tinha se levantado e estava encarando o irmão a balcão poucos centímetros do rosto dele.

- E saiba também, garoto, que se tem alguém a quem você deveria agradecer é o Bruno. Foi ele quem me convenceu a te chamar para morar aqui. Foi ele! Você não pode dizer que ele não não se importa. NO MOMENTO ELE É O ÚNICO QUE ESTÁ SE IMPORTANDO AQUI! PORQUE EU DESISTO DE VOCÊ!  - Victor apontou um dedo no rosto raivoso de Vicente - Você não tem noção do que eu fiz por ele e não sabe o tamanho do meu amor por ele. - o mais velho não sabia quando começou a chorar. Só sentiu as lágrimas escorrendo pelo rosto. Não tinha mais forças para gritar com Vicente - só vai embora. VAI!

Saiu do cômodo deixando o irmão mais novo para trás. Não estava mais se importando se ele iria para a escola ou não. Vicente queria viver a própria vida? Que vivesse! Ele não ia mais se intrometer.

****


Notas Finais


Oi, again! Gostaram, amores! Espero que sim!

Até o próximo?


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