História Amizade peculiar - ''Orelhas de gato''

POV Rafael
  A professora escreveu no quadro: "Trabalho em grupo". Já sei que vou sobrar, pois nunca fui do tipo ''social'', sou realmente tímido e reservado, quando tem trabalho em grupo já sei até que vou ficar sobrando, e então as pessoas são obrigadas a me por no grupo delas. Eu não gosto disso, não quero que me coloquem por pena e obrigação! Quero fazer amigos, mas é complicado para "pessoas do meu tipo"!
  Não sou apenas eu que sobro, tem outra menina também, ela está sempre usando um daqueles goros que cobre até as orelhas, tem um jeito de andar estranho, há boatos que ela está possuída (isso é ridículo), há quem diga que ela não tem orelhas e que por isso usa goro o tempo inteiro (mas ela escuta perfeitamente), e que ela tem uma calda de gato felpuda (eu já ví, mas deve ser um acessório, não pode ser real). De qualquer forma, já me vejo pronto para falar com ela.
  O sinal toca, termino de anotar as coisas para ir embora, todos já haviam saído, com exessão da garota e eu. Ela já estava indo embora, quando eu, finalmente, digo
  -Boa tarde, Lavignia
  Ela para e me olha com expressões vazias
  -Boa tarde, Rafael...
  Faz-se um silêncio, até que ela dá de ombros e se retira. Depois de um tempo eu começo a procurá-la, lá está ela, sentada na arquibancada do ginásio desenhando alguma coisa. Silenciosamente, me aproximo dela me sentando ao seu lado
  -Olá! -disse
  -Oi Rafael.
  -Você...Bom...Já tem um grupo para o trabalho de inglês?
  -Por que alguém faria trabalho comigo? -responde guardando o desenho - eu sou estranha aos olhos deles...
-É verdade já ouví alguns boatos sobre você...e cá entre nós não são nada gentis...
  -Típico, boatos não são gentis...
  -Porque você não tira esse goro? -pergunto
   Ela dá um grande suspiro, parece pensativa.
  -Por causa disso...-ela tira o gorro e eu vejo orelhas de gato em sua cabeça.
  As orelhas não eram no lugar normal, eram no topo de sua cabeça e se fundiam com seu longos e loiros cabelos cacheados, eu olhei boquiaberto aquelas orelhas.
  -Posso tocar? -Pergunto
  Ela respira fundo e responde:
  -Vá em frente...
  Eu bagunço o cabelo dela passando a mão em suas orelhas, eram peludinhas e fofas, vontade de apertar.
  -Que fofo! -Exclamei
  -O-Obrigada.
  -Você escuta com elas?
  -Que pergunta, é claro que sim!
  -Nossa, já parou para pensar como funciona o sistema em seu crânio?
  -Deve ser bem bugado! -Ela fala rindo
  -E a cauda?
  -A cauda é boato.-ela põe o gorro.
  -Ah, claro...Ei, topa fazer dupla comigo?
  -Tá, pode ser...
  -Ah, a gente se vê então!