Sehun riu baixinho por coisa nenhuma, tirando de Kyungsoo um sorriso minúsculo ao dar-se conta do estado do mais novo ao lado da sua cama, em pé, com suas bochechas ruborizadas pelos goles de álcool que devia ter tomado com o pessoal da universidade, os lábios naquele tom rosado de quem os mordia vez ou outra e o suéter vermelho meio amarrotado, pedindo para ser tirado logo, libertando assim a pele nua que se encontrava desesperada por ar fresco. Kyungsoo se ajeitou na cama, dando espaço ao corpo desconcertante de Sehun sobre o mesmo travesseiro, e riu da dificuldade alheia em tirar as meias e deixar os pés para fora da coberta muito pequena ao seu tamanho.
– Quanto você bebeu? – questionou sério, esquadrinhando o rosto de Sehun sob a luz fraca do abajur.
– O suficiente.
– Suficiente para quê? – Kyungsoo perguntou divertido, sentindo os dedos atrevidos de Sehun invadindo seu espaço pessoal e deslizando para dentro da camisa do seu pijama.
– Para mandar Chanyeol se danar.
Kyungsoo riu, pensando que no dia seguinte teria de consolar quase um metro e noventa de ressaca por ter sido profundamente magoado por Sehun, mas era algo no qual já estava bem habituado a lidar entre aqueles dois.
– Algo mais que queira me contar?
Sehun suspirou, soltando o leve hálito de álcool e bala de hortelã. Seus dedos se retesaram próximos ao umbigo de Kyungsoo e ali ficaram pelo tempo que levou para pensar a respeito. Os olhos escuros subiram devagar pelo pescoço de Kyungsoo, tomando um caminho demorado e tortuoso por seus lábios, terminando bem nos olhos alheios que o fitavam à espera de uma resposta. Suspirou de novo, sem escolha.
– Eu disse pra todo mundo que eu não só seu amigo coisa nenhuma – confessou sem um pingo de vergonha, penetrando com seus olhos regados de tentação o rosto do mais velho. – Afinal, sou um grande amigo da sua boca também.
Kyungsoo deixou um riso escapar, este que foi abafado pelos lábios desesperados de Sehun para matar a saudade que borbulhava no peito carente em ficar longe daquele quartinho quente longe do mundo, saudade daquela cama, daquele corpo que o recebia com carinho no meio das noites ou em qualquer momento que buscasse afeto; saudade daquele par de olhos silenciosos que pareciam gritar um milhão de coisas assim que assistiam Sehun jogar as roupas no chão de forma afobada e, tão mais importante, saudade daquela boca que, para a surpresa de muitos, Sehun era um grande e velho amigo dela, do tipo que cabia num para sempre, quem sabe.
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