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História Amnesia - Capítulo Oito


Escrita por: horankillers e horansheart

Notas do Autor


novo casal, aproveitem a leitura! xx

Capítulo 9 - Capítulo Oito


close your eyes and i'll kiss you, tomorrow i'll miss you

 

POV Louis

Parei o carro bruscamente depois de ouvir aquela frase. Annie destravou a porta e saiu do carro, se apoiando em uma árvore. Ótimo, eu tinha perdido o controle com uma coisa terrivelmente estúpida. Mas ela também não ficou atrás, gritando comigo. Sai do carro e andei até ela, pensando se realmente eu tinha dito uma coisa real: que as coisas estavam sendo como com a Claire. Sacudi a cabeça, tentando me livrar desse nome. Annie, sem memória, é quase como uma criança. Eu não posso simplesmente largar ela por aí, ou sair assustando ela.

– Me desculpa, eu... – Comecei, mas ela esticou a mão, fazendo um sinal pra que eu parasse. Respirou fundo, mas não se virou pra mim.

– Tudo bem. Não tem problema – Ela disse, virando as costas e voltando pro carro. Passei a mão pelo rosto, decepcionado. Não era pra acontecer aquilo. Definitivamente, saiu tudo errado. Entrei no carro, onde a vi cabisbaixa.

– Se você quiser nós podemos voltar – Sugeri, e ela me olhou brava

– Você não me fez passar por tudo aquilo pra me botar outra vez no sótão. Não mesmo – Annie respondeu, sorrindo ironicamente e ligando o rádio. Dei partida no carro e voltei pra cidade, enquanto ela se distraía cantando. Não tive coragem de trocar uma palavra com ela até chegarmos, mas tudo estava confuso. Tudo bem, a mãe dela tinha morrido em um acidente de carro, provavelmente pela velocidade. E se eu não estou errado, ela estava junto, o que a deixou traumatizada desse jeito. Respirei fundo, tentando organizar aquilo, e estacionei o carro. Ela despertou quando eu desliguei o rádio, e, por incrível que pareça, me esperou pra abrir a porta. E foi o que eu fiz.

– Surpresa – Falei, forçando um sorriso. Ela retribuiu e olhou em volta. Era um parque meio antigo, não tão cheio como alguns outros daqui. Annie piscou, frustrada. Ótimo, parece que um piquenique aqui não foi uma boa ideia. Ela abriu a boca pra falar duas vezes, mas se calou. Andou mais alguns passos, como se tudo aquilo fosse demais pra ela

– Louis, eu... – Ela disse, e perdeu a força em uma das pernas, rapidamente se apoiando em um poste. Ela levou a mão a cabeça, e eu andei até ela, preocupado. Annie respirou fundo e sorriu mais uma vez, segurando minha mão.

– Tudo bem? – Perguntei, e ela assentiu. Caminhei até o carro e peguei a cesta, o que a fez sorrir.

– Piquenique? – Ela perguntou, rindo – Se você trouxe pão integral, juro que você não sai daqui vivo.

– Eu tenho cara de quem come pão integral, Sophie?

– Já falei pra você não me chamar de Sophie – Ela disse, apontando pra mim. Ri e passei o braço por cima de seu ombro, buscando um lugar onde pudéssemos estender a toalha. Annie acabou escolhendo um lugar mais alto, com a grama mais macia. Arrumei as coisas enquanto ela ria, sem acreditar que eu estava fazendo aquilo.

– Eu espero que você não esteja emburrada comigo, porque eu odeio fazer coisas em vão – Falei, e ela deu de ombros. Annie era uma pessoa incrivelmente educada e graciosa, mesmo em situações extremas. Tinha uma postura que daria inveja até a mais bonita das rainhas, e os movimentos de suas mãos eram tão sutis que pareciam como nuvens deslizando no céu.

– Não se recusa um belo chá ao ar livre – Ela disse, encarando o nada.

– Você é inteiramente britânica hein? Não deve ter sangue nas veias, e sim chá.

– Vá à merda, Louis. Sério – Ela disse, e eu ri. Sentamos, e ela que deu um jeito em tudo. Annie estendeu a toalha, tirou tudo da cesta e colocou lado a lado, de um jeito tão organizado que sobrou espaço pra deitarmos na toalha. Meia hora depois, estávamos encarando as nuvens e jogando balinhas de menta pro alto para pegá-las com a boca.

– Então, Grace – Falei, enquanto ela derrubava mais uma balinha no meio da testa e ria – Não se lembrou de mais nada?

– Fora a parte do acidente e as vertigens na entrada do parque, não – Ela respondeu, se virando pra mim. Dava pra ver a alegria nos olhos dela, então suponho que ela já tenha esquecido tudo de uma hora atrás. Annie é uma pessoa ótima, principalmente por não guardar ressentimentos. Abaixei os olhos, e senti ela segurar minha mão.

– Talvez eu precise passar mais tempo com você, te tirar do sótão um pouco e...

– Chega, Louis – Ela disse, sorrindo – Assim está ótimo.

– Eu passo tanto tempo fora e esqueço que tem você. Presa naquele lugar.

– Eu não fico exatamente presa. Tenho a Caroline. E os outros meninos. Até tomei chá com o Zayn outro dia.

– Você é única, Grace – Respondi, rindo. Olhei pro relógio, que já marcava 5:30pm. Bufei, irritado com o compromisso que eu tinha mais a tarde com aquele desgraçado. Respirei fundo e me levantei, em seguida ajudando Annie a se levantar.

– Vai passar a noite em casa hoje? Poderíamos assistir um filme. – Annie sugeriu, e eu quase fugi do compromisso pra assistir o filme com ela.

– Sim, mas vou estar terrivelmente ocupado. Um dos... clientes... vem me visitar – Gaguejei, e ela só arqueou as sobrancelhas.

– Tudo bem – Annie disse, terminando de recolher as coisas. Andamos até o carro sem trocar mais nenhuma palavra – Os outros vão sair?

– Não sei – Respondi, mas na verdade eles ficariam comigo o tempo todo. Queria que nada disso estivesse acontecendo, queria poder ficar com ela o tempo todo – Preciso que você fique no seu quarto hoje a noite, tudo bem?

– Ótimo – Annie disse, sorrindo – Mas leve um bule de chá, por favor.

 

POV Annie

Terminei de tomar banho, e coloquei um moletom e uma calça de pijama, já que a noite vinha e as baixas temperaturas vinham junto. Quando cheguei no quarto, reparei que Louis tinha deixado não só um bule de chá como eu tinha pedido, mas também montanhas de alfajores e donuts, suco de uva e algumas balinhas de menta. Ri da preocupação absurda dele, peguei um dos bolinhos e me sentei na cama, acolhendo o notebook em meu colo. Coloquei uma música qualquer que já estava no notebook, não dando muita importância. Comecei a procurar mais coisas, qualquer tipo de resquício de memória que a internet poderia trazer. Olhei pro relógio, que marcava 7:22pm. Uma música tocava abafada, acredito eu que seja de alguns dos vizinhos. A noite caia aos poucos, as estrelas vinham tímidas, e eu parei para observar por um pequeno instante.

 

Flashback on.

– Papai – Uma garota de mais ou menos quatro anos perguntava. Tinha cabelos longos e castanhos, os olhos indescritivelmente claros. Estava deitada no chão de uma sacada, ao lado de um homem. O homem, provavelmente seu pai, era alto mesmo deitado. Tinha cabelos e olhos bem escuros. Olhava pra garotinha com um olhar reconfortante – De onde é que vem as estrelas? Como elas ficam flutuando?

– Annie, querida – O homem disse, pacientemente – Elas flutuam pela gravidade. E todas elas vem do céu. Lindas, não são?

– O que é gravidade?

– Acho que já chega de observar por hoje, não? Vamos dormir. Sua mãe está esperando.

– Mas o que é gravidade? – A garota teimou. O pai dela passou a mão pelo rosto, frustrado com tantas perguntas.

– Gravidade é a coisa que faz as estrelas, os planetas e tudo mais flutuarem. Agora, pra cama.

Flashback off.

 

Respirei fundo depois dessa súbita lembrança. Estrelas, gravidade. Meu pai, com aquela paciência absurda dele. Não acreditava que fosse simplesmente possível que minha vida tivesse tomado uma reviravolta absurda com a morte da minha mãe. Caminhei até a mesinha, onde tomei uma boa xícara de chá, tentando organizar tudo mais. Procurei nas gavetas até achar um bloquinho e uma caneta, e comecei a anotar.

Minha mãe morreu. Fui viver com minha tia, uma das pessoas mais desagradáveis do planeta. Fui pra Manchester com meu pai, que gostava de observar estrelas comigo. E tinha um garoto chamado Brandon. Brandon Castelucci. Que tinha me levado no estádio do Manchester, que era capitão do time da escola. E eu era a cheerleader. Bati o lápis no papel, impaciente. Todas essas memórias e eu nem sabia quantos anos eu tinha. Lembrei do número que Brandon tinha me passado, e resolvi mandar uma mensagem pra ele.

''Não querendo ser uma pessoa inconveniente, e eu sei que já pedi demais, mas poderia, por favor, me dizer quantos anos eu tenho? xx Annie''

Joguei o celular na cama, e comecei a vasculhar algumas fotos que tinham naquele celular. O meu, incompetentemente, tinha ficado em casa no dia do acidente. Tinha pouquíssima coisa, mas uma foto em especial me chamou a atenção: Louis e uma garota loira, em uma mesa de lanchonete estilo Paris. Ele estava fazendo uma careta e tinha um bocado de recheio de bolo nas bochechas. A outra garota ria ao lado dele. Fiquei encarando aquela imagem fixamente, até que o celular vibrou e me tirou do transe. Abri as mensagens.

''Boa noite pra você também. 17, e seu aniversário é dia 4 de novembro. Que horas vamos amanha?''

''Muito obrigada e boa noite, senhor delicadeza. Caroline disse que as 11am estava ótimo.''

''Ok. Te vejo amanha.''

E acabou ai.

Encostei no travesseiro, fechei o notebook e pensei no que tinha acabado de ler. 4 de novembro, ora, não estava assim tão longe. Estávamos no fim de setembro, em pouco mais de um mês eu teria 18. Isso é realmente bom. Mas eu não me sentia com 17 anos. Na verdade, não me sentia com idade alguma. Me sentia livre de qualquer tipo de responsabilidade. Sei que ainda tinha muito a cumprir, na verdade. Talvez eu não tivesse terminado meus estudos ainda. Talvez meu pai estivesse me procurando como um louco. São tantos talvez que eles me deixam doida atrás de uma resposta que eu sei que eu não vou achar.

Montei uma pequena estrutura com as pessoas de quem eu me lembrava, e tudo que eu sabia sobre elas. Resultou em alguns nomes, mas com significados vazios. Eram apenas nomes que vagavam na minha mente, já que não tinha mais memória alguma pra se recordar. Era realmente difícil aceitar que, talvez, nunca as recuperasse. Que poderia nunca mais me lembrar de alguém que tenha sido importante. Quando as pessoas se afastam e esquecem de você intencionalmente, elas devem ser muito estúpidas. É horrível esquecer alguém e ficar com aquele vazio lhe pesando.

Levantei pra pegar água, e adivinha? O Louis esqueceu da água. 70% do corpo humano é composto de H2O, e o menino esqueceu de trazer esse líquido essencial. Bufei, brava, e quebrei a regra de ficar no quarto essa noite. Uma escada levava direto à cozinha, então foi por lá que eu desci. Ele não podia estar negociando na cozinha, certo? Peguei aquela direção e segui sem hesitar, com passos lentos. Vi a luz da cozinha acesa, então desci um pouquinho mais rápido. Corri para a geladeira, mas antes de abrir a porta da mesma, percebi que havia mais alguém ali. Me virei bruscamente, e a cena que eu vi me deixou extremamente mais confusa do que já estava. Não que eu já não tivesse suspeitas, mas era algo que deixaria qualquer um perplexo e boquiaberto. Uma cena que eu esperava ver, mas não estava completamente preparada. Encarei os dois, quase sem reação.

Caroline e Niall estavam se beijando. Sim, se beijando intensamente, sugando as línguas um do outro, as mãos passeavam loucamente pelo corpo. Ela estava sentada em cima do balcão, e ele estava entre suas pernas, em pé em sua frente. Pisquei duas vezes, não acreditando naquilo, até que a fala me voltou.

– Ah. Meu. Deus – Falei.


Notas Finais


shippam? não shippam? comentem xx


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