História Amnésia (Sob Edição) - Culpa

  Ela estava bem ali, em nossa frente. Ela havia voltado à vida...
  " Tudo... Vai ficar bem... "
  Eu queria que aquilo tivesse um fim. Que nenhum problema fosse até nós.
   — É tudo minha culpa.

  Eu permanecia atenta, aquela era a hora de eu dar os "meus" poderes para Gaster.
  O que Gaster queria, ao certo? Até agora eu me pergunto, como e quando ele havia feito aquilo comigo. – Eu suspirei – Queria tanto ter minhas memórias. Meus passados, minha antiga vida.
  E se meu "eu" do passado não queria isso? Talvez seja melhor para mim? Saber que todos me escondem algum segredo aqui, mas não querem me contar. Eu não quero ter que suportar isso.
  — Bem... É a hora.  — Disse Gaster. Dando um pequeno sorriso. — Eu quero ser finalmente corpóreo, mas infelizmente magia não vai me fazer ficar assim. Pelo menos irá me ajudar em muitas coisas.
  Arqueei as sombrancelhas. Aquele não era o Gaster que eu tinha visto pela primeira vez.
  Juntei minhas mãos entre o peito de Gaster. O que era meio difícil, pois como ele mesmo disse, ele não era corpóreo. Me pergunto como eu iria fazer aquilo, nunca vi um monstro que fosse assim. Parece um tipo de gosma na qual não se dá para tocar, apenas se movimenta.
  — E... Que tipo de coisas a magia vai te ajudar? Se não foi incômodo te perguntar. – Digo, logo me concentrando.
  — A matar o Sans.
  Soltei um pigarro, e antes que eu tirasse minha mão dali e desistisse de fazer aquilo, eu acabo a soltando, fazendo um enorme estrondo pelo lugar. Recuei um pouco, com a respiração pesada.
  — Você... O quê?! – Falei em quase um grito.
  — Eu quero me vingar do Sans. Por ter excluído minha existência desse mundo. Ele pagará... Por... Tudo... – Ele suspirou, abaixando o tom no final. – Enfim, obrigado, humana. Você fez o certo.
  Antes de eu falar algo, ele desaparece da minha vista. Eu só queria ajudar, e acabo fazendo isso...
  Eu não quero que Sans morra... Não... Foi ele quem cuidou de mim... A potência daquele poder era extremamente forte.
  Eu dou um soco na àrvore próxima, não me importando com a dor. Eu sentia raiva. Muita raiva. Raiva de tudo que estava acontecendo, de todos. De tudo que eles escondem, e que provavelmente já mentiram para mim diversas e diversas vezes.
  Não sei como eu convenceria Gaster à não fazer isso. Seu ódio deve ser muito mais que o meu.
  Estou com raiva de tantas coisas... E agora meu amigo vai morrer... Por minha culpa.
  Eu dou outro soco na àrvore, seguido por outro, sentindo o líquido vermelho e quente escorrer pelos meus punhos.
  Por que estou fazendo isso?
  Toquei em meu rosto com uma das mãos feridas, sentindo as lágrimas que desciam pelo meu rosto, logo as juntando com o sangue e manchando de vermelho.
  Suspirei pesadamente, e me retirei daquele lugar, indo até a casa de Papyrus e Sans. 
  Ao chegar lá, vou até a cozinha na qual encontro Papyrus  cozinhando um espaguete, usando um avental dizendo "Cara Legal". Ele olhou para mim sorrindo, mas logo se desfez ao olhar para o meu estado.
  — H-HUMANA?! O QUE ACONTECEU COM VOCÊ? — Perguntou ele, deixando o espaguete, vindo até mim e segurando em meus ombros. 
  —  Não foi nada, Pap.
  —  NÃO TEM COMO NÃO SER NADA, VOCÊ ESTÁ SANGRANDO, E SUAS MÃOS ESTÃO TODAS MACHUCADAS, COMO O SEU ROSTO ESTÁ MANCHADO!
  — Não precisa se preocupar, sério! Está tudo bem! Eu só vim dizer que eu vou procurar o Sans, okay?
  — Oh... Tudo bem... MAS VOCÊ VAI COMER MEU ESPAGUETE, NÃO É?
  — Claro. — Eu sorri.
  Então eu saí de lá correndo o mais rápido que eu pude. Não queria deixar o Papy preocupado, e acabasse me procurando por todos os cantos...

 [...]

 [POV Normal.]
  Gaster e Sans estavam frente à frente, no meio do nada... No meio da neve.
  — Entao, esta um dia lindo, mesmo nao podendo ver a luz do sol la fora, ne? — Disse Sans, com seu sorriso costumeiro. Gaster permaneceu quieto, o encarando friamente. — Nao? Ok.
  Gaster suspirou, logo começou :
  — Agora eu tenho meus poderes de volta, Sans. Não está com medo de tudo isso? Você sabe que eu sou várias vezes mais forte que você.
  — Heh, nao tem como eu estar com medo. Frisk ainda tem o poder de resetar. Ela pode mudar com tudo isso em um piscar de olhos. E, caso nao consiga, minha morte nao vai mudar em absolutamente nada.
  — Você é bem negativo, Sans.
  — Normalmente eu concordaria com voce. — Ele desviou o olhar, ainda sorrindo. — Nao que eu aceite minha morte, mas sabe como é.
  Gaster esticou seu braço para frente, logo aparecendo várias "mãos" em sua volta, junto de uma alma branca. Ele redirecionou sua mão à mesma, e sem a tocar, a levou até ele.
  — Lembra de quando eu e Frisk nos "fundimos"? Quando eu peguei sua alma, em uma linha do tempo alternativa. — Um sorriso psicótico apareceu aos poucos no rosto de Gaster. Sans pareceu ranger os dentes.
  — Voce foi longe demais. — Sans suspirou, ainda mantendo seu sorriso.
  — Quando eu finalmente existi em uma das linhas do tempo...  — Gaster o observou, e sorriu. — Quando você matou Frisk... Quando você matou todos.
  — Voce ta me provocando...? — Uma raiva tomou conta de Sans, quando Gaster o relembrou daqueles acontecimentos. Sinceramente, ele não queria ter lembrado daquilo agora; e nunca mais.
  — Talvez.
  — Entao que tal eu te lembrar de quando eu te fiz ser apagado desse mundo? — Seu sorriso aumentou. — Quando finalmente se tornou corpóreo, e sua vingança falhou. A Frisk ja ofereceu sua alma para mim te derrotar, e nao é que deu certo?
  — Nós dois temos passados trágicos. Mas você deve ter tido piores.
  — Hehe... Tem razao. — Seu olhar foi voltado para Gaster. — Alias, voce nao ia me matar? Va em frente.
    Sans sorriu em provocação, e Gaster atirou um Gaster Blaster em Sans, que logo revidou, atirando o mesmo. Porém, o de G era maior, fazendo o de Sans quebrar em pedaços e virar poeira.
  Sans então defendeu-se com ossos antes que o atingisse. O mesmo já sabia que provavelmente iria morrer. Ele tinha apenas 1 de HP, e não tinha como atingir Gaster.
  Gaster então atirou vários Gasters Blasters em direção de Sans, que teleportou na hora, ficando por cima de G! e atirando seu Gaster Blaster, sendo o dobro do tamanho que o seu original.
  G! defendeu-se com ossos, e em seguida um de seus ossos foram despercebidos em direção de Sans, passando de raspão, enquanto vários outros vinham. Ele teleportou atrás de Gaster, e tentou atingí-lo com um de seus ossos para ter certeza de que ele era realmente inatacável, mas sem sucesso. Gaster então virou-se rapidamente e prendeu seus braços com dois ossos de cor azul no chão. Foi algo tão rápido, que como ocorrido, Sans não conseguira revidar ou desviar. Gaster então subiu em cima de sans, frente a frente, tentando de algum jeito o prender para que não escape e acabasse com aquilo logo. Gaster pegou um osso de cor alaranjada e preparou-se para atacar.
  Sans esperava para que Gaster o atacasse, para que logo tirasse seu único HP.
  Mas não aconteceu. Apenas sentiu gotas frias caindo pelo seu rosto.
  Gaster estava chorando.
  As lágrimas caíam com mais densidade, molhando o rosto do menor. Sans o fitou, confuso.
  — Eu não consigo... — Gaster fez o osso em sua mão desaparecer. Suas lágrimas desciam sem que ele quisesse. — Eu simplesmente não... Consigo...
  — Como nao? Nao era o que voce mais queria fazer? — Disse Sans, desviando seu olhar. Seu sorriso desaparecia aos poucos.
  — Era, mas... Isso machuca mais em mim do que em você, Sans! Eu pensei que era simples, apenas te apagar desse mundo. Eu já pensei nisso muitas e muitas vezes, o ódio me consumia, mas agora... Eu não consigo matar você... Você é mais que um simples parceiro de laboratório, eu não sou seu chefe.
  — Nunca foi. — Seus olhos finalmente voltaram a encarar Gaster.
  — Eu senti sua falta, mas não conseguia pensar nisso em primeiro lugar. — Gaster sorriu. — Heh, isso é patético. Eu sou um tolo.
  — Voce nao acha que nao fiquei chateado...? — Sans suspirou pesadamente. — Olha, eu tentei concertar aquela maquina, mas nao conseguia. Eu acabei desistindo... Eu desisti de completamente tudo, como o sonho de voltar ao subsolo. Com voce longe, nada fazia sentido. — Gaster fechou os olhos. O sorriso dos dois não estavam mais em seus rostos. — Me... Desculpe...
  — Sans, eu não sabia disso... Eu quem deveria estar pedindo desculpas... Eu simplesmente achei que você não me queria mais por perto, e é dificil ter outros desejos, sentimentos e outras coisas nesse estado que estou. Me perdoe.
  Gaster tirou os dois ossos de Sans.
  Gaster tentou abraçá-lo, mas... Ele era incorpóreo.