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História Among the Shadows - Capítulo 11- Só que ai aconteceu


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey people,
como vocês estão? Espero que gostem.

Capítulo 11 - Capítulo 11- Só que ai aconteceu


POV Allyra

Desvio os olhos atordoada, me sentindo quente com o olhar fixo de Daryl Dixon. Me perco em seus olhos azuis, como se me afogasse naquele oceano revolto.  Ele se aproxima em um piscar de olhos, me agarra pela cintura e gira me prensando contra a parede. Perco o ar, e solto um arfar tentando recupera-lo, ao mesmo tempo em que ele se inclina e toma meus lábios com os seus. 

Passo meus braços por seu pescoço e puxo seu cabelo levemente, descendo um pouco e arranhando sua nuca. Ele grunhe, e desce os  beijos para meu pescoço, roçando os lábios em minha pele e sugando. Gemo baixo, e procuro uma brecha em sua camisa.

As coisas perdem o sentindo quando ele é arrancado bruscamente de mim. Pisco perdida e  olho ao redor, para ver ele sendo obrigado a se ajoelhar.  Ele me olha nos olhos, e eu começo a tremer. Um golpe certeiro e ele está contra o chão, sangue por todo lado.

Grito, cheia de ódio, dor, angustia.  Tento me mover, mas braços me impedem. Me contorço, e ouço a voz dele ao longe, e então abro os olhos encontrando-o sobre mim, os olhos azuis transbordando preocupação.

-Allyra?- me chama preocupado, e sinto um alivio passar por mim ao me dar conta de que foi só um pesadelo.

-Daryl- sussurro de volta, ainda perdida, desfocada.

Tento me focar, buscando controlar minhas reações, mas só me sinto falhar.

-Está tudo bem? Foi só um pesadelo, Little Monster- ele me surpreende, passando a mão pelo meu rosto e tirando as lágrimas que eu nem tinha notado que tinham descido.

Não sei bem o que mais me deixa atordoada, se é o fato de ter sonhado com algo assim, ou se é o quanto a “morte” dele me atingiu.

-Eu...Me desculpe- peço desviando os olhos.- Por, você sabe, te atrapalhar durante o sono.

-Não tem problema nenhum.- responde, seu sotaque saindo mais pesado do que o normal.

Desvencilho-me de seus braços e me sento, soltando a respiração pela boca, tentando controlar a raiva e a tristeza que me dominam. Ele se senta ao meu lado e meus olhos são puxados em sua direção por alguma força.

Ele me encara de volta, intenso, convicto e até mesmo preocupado. Sinto meu corpo formigar, e me obrigo a olhar para outro lugar. É como se tudo o que bloqueei desde Alexandria voltasse para mim bruscamente, então me levanto e começo a andar de um lado para outro.

Lembranças se misturam com as cenas do sonho, me lembro dele, do misto de sentimentos quanto ao que se tornou e o que já foi. Me lembro de tudo. Não sei o que pode ter desencadeado tudo isso mas não sei como evitar, nem mesmo quero. Deixo-me enfrentar as lembranças que me vem a cabeça.

-Ei- Daryl me segura pelo braço e me vira para encara-lo.

Meus olhos variam de seus olhos para sua boca, as cenas boas do sonho me atingindo em cheio, me afetando. Descubro que preciso sair, tomar um ar, para clarear meu pensamentos.

-Vou tomar um ar.- aviso saindo de seu aperto e começando a me mover em direção a porta que lacramos mais cedo.

-Mas não vai mesmo – diz daquele jeito rude de sempre, me puxando de volta, soltando em seguida quando vê minha careta por ser o braço machucado.

-Nem  vem Dixon, você não manda em mim-  rebato irritada e ele balança a cabeça em negação.

-Lambertini , não sabemos o quão perigoso está lá fora. Podem ter Wolfes escondidos lá  e nesse escuro não vamos poder notar com clareza. Pense direito.

Ignoro o que diz e volto a me mover em direção a porta, mas sou barrada novamente.

-Eu preciso esvaziar minha cabeça, porra- rosno irritada, passando a mão pelo meu rosto.

Ele me agarra pela cintura e me aproxima de si, olha dentro dos meus olhos, está tão perto que sinto sua respiração em meu rosto. Fico dividida entre puxa-lo para um beijo que sei que vai ser intenso, ou empurra-lo para longe.

-Precisa mesmo esvaziar sua cabeça?- pergunta, a voz saindo rouca, forte. -  Então precisa parar de pensar?

-Porra Daryl , preciso- concordo irritada, franzindo as sobrancelhas e colocando a mão em seu peito com a intenção de empurra-lo.

-Então pare de pensar com isso- rosna e então seus lábios estão sobre os meus.

Ele é exigente, agarra minha nuca com uma das mãos ao mesmo tempo que me puxa para mais perto pela cintura.  Guia o beijo, pede passagem com a língua e eu prontamente permito. Reajo exigindo tudo dele também, arranhando sua nuca e puxando seu cabelo.

Ele nos gira, me prensando contra uma mesa qualquer que eu nem me lembrava que estava ali. Se afasta um pouco, me encara nos olhos e dá um certo arfar.

-Achei que isso não fosse mais acontecer- digo fazendo um um sinal para nós dois e arqueando a sobrancelha.

Ele inclina a cabeça, uma expressão sacana tomando conta de seu rosto, misturada com desgosto.

-Eu também- resmunga, e isso só faz com que eu sorria. – Só que ai aconteceu.

Puxo-o pelo colete antes que ele possa dizer qualquer outra coisa e roubo um beijo, que logo se intensifica. Empurro-o e troco de posição, prensando-o contra a mesa e sorrio entre o beijo. Ele desce uma das mãos para minha bunda e me puxa para mais perto.

O beijo se interrompe, e ele desce para meu pescoço. Arranho seus braços.

-E então, esvaziou sua cabeça?- pergunta contra minha pele, puxando meu cabelo levemente, expondo meu pescoço para ele.

-O que?- pergunto perdida e ele ri.

Afasto-me e olho para ele surpresa. Adoro o som, não posso negar.

-Gostei disso.- digo e ele levanta as sobrancelhas- A risada. Deveria fazer isso mais vezes.

Ele dá de ombros, e desvia o olhar. Parece quase desconcertado e isso me diverte. Ele nota, e me aperta mais contra ele, entre irritado e cheio de desejo. É quase um abraço, e acho isso mesmo muito louco, para alguém como Daryl Dixon.

Depois de mais alguns beijos, ele me afasta gentilmente para logo depois me puxar pela mão em direção ao amontoado de sacos de dormir. Se enrola em mim, como da ultima vez,  mas não fico exatamente satisfeita e rolo.

Deito em seu peito, e ele me acomoda em seus braços. Sinto como se todos os pesadelos estivessem longe, absurdamente longe.

-Talvez eu seja mesmo uma cordeirinha- digo contra seu peito e ele levanta meu queixo para me encarar.

-Só porque eu quero te comer?- pergunta divertido e olho para ele chocada.

-Daryl Dixon acabou de admitir isso? Alguém me dá uma câmera. – digo rindo, ao mesmo tempo em que tento controlar o que isso causa em mim.

-Não me respondeu.- acusa e sorrio de lado.

-Porque chorei como uma menininha por causa de um pesadelo.

-Demonstrar que sente não te faz mais fraca, Allyra. Ainda acho que é a mulher mais forte que já conheci.

Não consigo evitar o sorriso. Nem quero. Me deixo adormecer em seus braços.

(...)

Acordo com o caçador tentando se desvencilhar de meus braços sem me acordar. É cuidadoso e sutil,  e acho que se eu não estivesse tão em cima dele talvez não acordasse mesmo. Fico mais um pouco jogada no chão, curtindo minha preguiça, mas não aguento ficar parada e me levanto.

Ele me olha acusador e solta um resmungo, mas não diz nada. Arrumamos um café da manhã improvisado e depois disso ajudo-o a desobstruir a saída. Damos uma analisada no terreno, encontrando inúmeros vestígios dos Wolfes, e depois rumamos em direção a Alexandria.

Como é de praxe, não sei lidar muito bem com os beijos que aconteceram durante a noite, então só continuo sendo a mesma de sempre. De certa forma, ele também faz o mesmo.

O caminho de volta é tranquilo, e encontramos a moto sem nenhum problema. Quando estou novamente em sua garupa, razoavelmente entediada e um tanto quanto afim de provocar, eu começo a deixar minhas mãos passearem por seu peito, minhas unhas roçando contra sua camisa e consequentemente sua pele. Sinto mais do que ouço alguns rosnados.

Ele para a moto bruscamente, se afastando levemente de mim,  e por um momento acho que vai brigar comigo, dizer que não me quer ou qualquer uma dessas babaquices, mas ele se limita a sair da moto, se virar em minha direção e me puxar contra ele.

Beija meu pescoço, enquanto uma das mãos aperta minha cintura por baixo da blusa.

-Quer me deixar louco, Little Monster?- pergunta roucamente e sinto toda a minha pele se arrepiar.

-Queria testar se realmente não iria acontecer de novo- debocho e ele se afasta para me encarar.

-Achei que o fato de eu ter te beijado ontem deixasse claro que vai acontecer.- diz tão sério que fico meio atordoada.

-Bem, o que fez você mudar de ideia?- pergunto arqueando a sobrancelha.

-Descobrir que eu não quero que pare de acontecer? Que eu odeio a possibilidade de algo ruim acontecer com você?- as respostas saem em tom de pergunta, e  noto que na verdade ele também não sabe ainda.

Gosto disso, porque mostra que não sou a única confusa quanto a isso. Puxo-o para um beijo. Como sempre, um walker acaba com o momento, e então voltamos ao nosso caminho para casa.

Próximos a Alexandria noto Carl do lado de fora. Franzo a testa quanto a isso, mas resolvo não comentar nada com Daryl.  Entramos na comunidade, encontrando um Rick ansioso a nossa espera.

Desço da moto amarrando meus cabelos em um rabo de cavalo alto enquanto penso sobre o que fazer quanto a Carl. Tenho uma leva ideia sobre o porque de ele ter saído, e não quero ser a fofoqueira que conta para seu pai.

-Ei, tenho certeza de que o Dixon pode te contar tudo sobre isso-digo interrompendo Rick por um momento- Preciso de um banho.

-Claro, claro- concorda Rick me lançando um sorriso leve que retribuo sem nem notar. Ali sim vejo um líder de verdade.

- Até mais, queridos- digo com um tom de voz divertido, mandando um beijo para ambos pelo ar e dando uma piscadinha para Daryl, que rola os olhos entediado.

Cumprimento Sasha e Rosita e depois  me encaminho para casa. Ou assim parece. Mudo de direção assim que saio do campo de visão deles e vou para o muro, procuro uma brecha e escalo. Não é a coisa mais difícil do mundo, e chego a achar fácil.

Salto no outro lado e começo a procurar por um rastro. Não é difícil encontrar. Sigo Carl a distancia, tomando cuidado para não ser notada e de não deixar nenhum walker se aproximar demais.

Ele para, se deixa cair no chão e coloca as mãos na cabeça. Não está perdido, nem cansado. Está frustrado. Deixo-o com seus pensamentos por um momento, e depois me aproximo silenciosamente.

Bom nessa vida do lado de fora como é, me nota quando estou próxima. Não tão rápido quanto deveria para garantir a vida com facilidade, mas ainda assim em uma rapidez aceitável.

-Então, posso saber o que faz aqui fora?- pergunto ignorando a faca que ele aponta para mim.

Ele abaixa lentamente, saindo da posição de ataque.

-E você, o que está fazendo aqui fora?- pergunta de volta, logo depois  arregalando os olhos para mim – O Daryl está por aqui?

-Eu perguntei primeiro- acuso e ele franze a testa pra mim- Mas vou ser boazinha. Estou atrás de você, e o Daryl não está aqui. Sua vez de responder.

-Eu...- Ele desvia o olhar- Poxa Allyra.

-Poxa Allyra nada, desembucha menino.

-Estava seguindo Enid. Perdi ela de vista, logo de inicio na verdade. Não me encaixo lá, mas queria saber o porque dela sair.

-Você descobre na próxima- digo dando de ombros- Vamos embora, Olhos Azuis.

- Na próxima? Cade o sermão porque eu sai de casa?

-Por favor, sou a ultima pessoa que pode te dar sermão. Posso falar pra alguém fazer isso, mas ainda não me decidi.

Ele ri e balança a cabeça. Concorda me acompanhar, e o caminho é traquilo. Noto alguns walkers se aproximando e saco a lança, resolvendo o problema sem que ele tenha que fazer nada, além de me olhar meio admirado.

-Ei, onde tem vídeo game nesse lugar?- pergunto depois de saltar o muro novamente. Ele se vira para mim confuso.

-Tem um desativado lá em casa- responde- Por que?

-Vamos conseguir uns jogos então, acabei de voltar de uma merda de missão, e você tem uma merda de companhia, então vamos resolver tudo jogando vídeo game.- respondo dando de ombros e ele sorri.

Pegamos o vídeo game e depois seguimos até Olivia buscando algum jogo, que ela prontamente nos arrumou. Depois disso vamos para minha casa, e enquanto Carl luta com os fios e eu tomo um banho.

Faço um almoço simples para nós dois e depois começamos a jogar. O clima fica leve  e me esqueço de todos os meus problemas. Me esqueço dos mortos que andam e comem, me esqueço das coisas ruins que vieram a superfície depois do sonho, me esqueço de problemas que podem vir, me esqueço dos wolfes. Noto que Carl também parece se esquecer das coisas ruins.

Mais ou menos duas horas depois Maggie aparece, e se senta no sofá nos assistindo enquanto especula sobre algumas coisas.

-Quem é a maior vencedora de todas?- grito depois de ganhar uma partida de lutinha no vídeo game, agindo como eu era antes de tudo, fazendo uma dancinha ridícula no meio da sala.

-Você Allyra, você- resmunga jogando o controle pro lado enquanto Maggie ri.

Alguém bate na porta e vou atender saltidando, bastate feliz mas não burra: minha faca está comigo. Abro a porta dando de cara com um Aaron desesperado.

-O grupo de Glenn voltou- diz, mas já estou me movendo e pegando minha lança- Aiden morreu e Tara está apagada. Noah morreu.

Maggie salta atrás de mim, e Carl também se move rapidamente. A morena está desesperada por seu grupo e corre, fazendo com que eu vá atrás.

Nós quatro corremos em direção ao hospital, encontrando um Glenn cheio de machucados, Tara apagada, um Nicholas ferrado e Deanna aos prantos.  Spencer me  cumprimenta claramente cansado e triste, mas antes que eu possa responder alguém me puxa pelo braço.

Me viro para encontrar Daryl Dixon. Pisco atordoada, mas deixo que ele me puxe para o lado de seu grupo, me incluindo aparentemente sem notar. Rick e Glenn conversam, e fico quieta prestando atenção em tudo. Rosita chora silenciosamente enquanto Denise treme examinando Tara. Onde está o inútil do Pete quando ele pode ter alguma serventia?

Noto mais tarde que Eugene também não está muito bem. Presto atenção em tudo o que dizem, mas vou até Denise e a empurro levemente para longe. Ela me olha confusa.

-Sei o básico de primeiros socorros- digo começando a checar os sinais vitais de Tara- Respire fundo e vá pegar os aparelhos para fazer alguns exames que devem ser necessários para ver o estado da cabeça dela. Pode procurar pelo médico também.  Você consegue, só deixa seus instintos agirem.

Vejo pela visão periférica ela ficar ereta e concordar, começando a se mover. Não tem muito o que eu possa fazer, então só checo se ela está com algum osso quebrado que eu possa notar, e costuro um corte em seu braço.

Alguém faz algum comentário comigo sobre tudo o que aconteceu e respondo. Denise volta e assume Tara, preparando-a para o que vier a seguir e  eu me encaminho para Glenn, entregando gelo para Maggie terminar de cuidar dele.

O momento bom passou, e sei que agora tem um mundo de coisas com as quais vamos ter que lidar. De uma maneira engraçada me sinto parte desse grupo, então vou fazer parte dele de verdade. Me envolvo com tudo, sem fuga. 



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