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História Among the Shadows - Capítulo 12- Perdendo pequenas barreiras


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey people, quero agradecer pelos comentários, que eu adoro, e ao pessoal que favoritou, vocês são demais <3

Capítulo 12 - Capítulo 12- Perdendo pequenas barreiras


POV Daryl

Se eu já queria Allyra Lambertini antes, depois do que aconteceu na ultima ronda eu só a quero ainda mais. Confesso que os pesadelos me deixaram preocupado, querendo saber o que diabos aconteceu com ela antes de tudo isso, pelo que ela já passou e o que já teve que fazer, e me sinto um grande idiota por isso.

Não tive contato com a ruiva maluca desde então, e de forma ridícula isso quase me levou a loucura. Para piorar, ela parece estar em todos os lugares o tempo todo. Se eu olho para o lado, lá está ela resolvendo alguma coisa com Rick, conversando com Carl, ou andando para cima e para baixo com Maggie.

Deixo o martelo cair ao meu lado, desistindo momentaneamente de minha tarefa e xingo baixo. Olho para cima e digo a mim mesmo para parar de bobagens, me então quando volto a olhar para frente é como carma: lá está ela.

O cabelo está solto, está com uma regada vermelha que quase se mistura com eles, uma calça preta colada que marca perfeitamente suas curvas e me tira de todo o foco e as estranhas botas avermelhadas. Está sendo arrastada por Aaron, e parece bastante entediada com isso.

Observo, como um maldito perseguidor, ela forçar os pés no chão e fazer o outro parar. Tem aquela expressão de sabe tudo e rola os olhos para alguma coisa que ele diz, se ocupando em seguida da garrafa de água. Depois de tantas rondas com ela, sei bem que está louca para se livrar do que quer que tenha que fazer.

Ao olhar ao redor me encontra. Abaixa a garrafa e me lança um sorriso. Nesses momentos ela quase parece uma caçadora que encontrou a presa, e isso só me faz pensar que nem passa por sua cabeça que na verdade  ela é a minha presa. Passou a se no momento em que descobri que não evitaria mais seus beijos. Não queria evitar.

Pego o martelo ao meu lado e volto a trabalhar, ignorando totalmente essa mulher dos infernos. Ou pronto para isso, pelo menos.

-Hey caipira- me chama a distância, atraindo olhar de outras pessoas.

-O que quer?- pergunto meio brusco e ela balança a cabeça como se achasse isso divertido.

-Você- diz se aproximando e isso me deixa tenso por um segundo- Então, o que você sabe sobre armas?

-Armas?- olho para ela indagador e ela dá de ombros.

-Aaron está me arrastando para o deposito com uma intenção ridícula de fazer um inventário das armas.

-Não é uma ideia ridícula- digo voltando a bater na madeira.- Pode ser útil.

-Ótimo, então vá fazer isso- diz me puxando pelo colete para encara-la novamente.

-Pareço alguém afim de fazer isso?- pergunto impaciente desviando de suas mãos e tentando com todas as forças reprimir pensamentos nada inocentes que me vem a cabeça com o seu toque.

-E eu pareço?- resmunga cruzando os braços como uma menina mimada- Pelo amor de Deus estou aqui para garantir medidas de segurança, não controle de armas.

-Controle de armas é uma medida de segurança- digo exasperado mas ela rola os olhos- Está sendo uma filhinha de papai.

-Não fale sobre ser filhinha de papai- pede entre furiosa e abatida. Aperto os olhos em sua direção.

-Então, acabou de me atrapalhar?                                                                                        

-Estou ganhando tempo aqui- diz baixinho.

-Está?

-As pessoas tem medo de se aproximar, então enquanto eu estiver falando com você ninguém vai me encher o saco. Bem, pelo menos não se não for da sua família.

-Estou ajudando você, mas você não está me ajudando. Não vejo um lado bom aqui- digo e começo a me afastar, desistindo completamente do que deveria estar fazendo.

-Vá se ferrar- resmunga se virando- Que mal humor dos infernos.

Concordo mentalmente, enquanto me afasto, pensando que é total e completamente culpa dela.

Ajudo Abraham com algumas coisas da parte da construção e estou indo dar uma olhada nos carros, ciente de que logo teremos que sair de novo, quando noto uma cabeleira ruiva no meu campo de visão.

Eu penso seriamente em  simplesmente ignorar, mas ouço a voz de Spencer. É como se meus pés se enterrassem no chão e meu corpo fosse controlado por outra pessoa, porque quando me dou conta estou parado prestando atenção na conversa dos dois.

O desgraçado dá em cima dela descaradamente. Usa toda uma carinha triste, uma historinha de poxa meu irmão morreu, e se aproxima abraçando-a . Meu sangue ferve e novamente quando dou por mim estou caminhando na direção dos dois.

-Allyra?- chamo, a voz saindo tão raivosa quanto me sinto.

-Hey- responde se desvencilhando do idiota, que me olha surpreso.

-Vou precisar de sua ajuda com os carros da ronda. Está disponível ou ocupada demais?- ela aperta os olhos para mim.

-Claro, claro vou com você. Até mais Spencer.

Caminhamos em silêncio até os carros, e então ela se encosta em um deles, cruza os braços e levanta as sobrancelhas para mim. Está sexy pra caralho e me pergunto se faz de proposito.

-Então...? Pelo que me lembro os carros não estavam entre minhas tarefas hoje.

-Preferia ficar abraçada com aquele idiota?- pergunto resmungando e abrindo o capo do carro ao lado.

-O que?- pergunta se sentando no capo - O que isso tem a ver?

-Nada. – resmungo abandonando o carro e indo em sua direção.- Não foi por isso que te chamei.

A puxo pelo pescoço em minha direção e tomo seus lábios com os meus. Ela abre as pernas para que eu possa me acomodar ali e a puxo pela cintura em minha direção. Ela puxa meu cabeço e arranha minha nuca, me fazendo arrepiar e puxa-la para mais perto, totalmente sem controle.

Nos separamos para respirar e ela franze a testa.

-Isso está mesmo acontecendo de novo. Isso vai mesmo continuar acontecendo- murmura para si mesma, como se fosse total e completamente incompreensível.

-Sim.

-Não.- resmunga e me afasto dela no mesmo instante.- Você não pode simplesmente me beijar a hora que quiser, mas se recusar a me ajudar antes ou algo assim. Eu também tenho que poder beijar você a hora que eu quiser.

-E quem disse que não pode?- pergunto passando as mãos pelo meu próprio cabelo em um gesto nervoso. Eu não sei lidar com essa coisa toda.

-Opa, então eu posso te beijar a hora que eu quiser?- ela abre aquele sorriso ridiculamente lindo e foca os olhos tempestuosos em mim.- Oh, você vai se arrepender tanto de ter dito isso, Daryl Dixon.

Então ela me puxa pela cintura com as pernas e me beija.  Não posso negar que é confuso, para dizer o mínimo, essa nossa relação. Não consigo explicar, mas também não consigo ficar longe. Não quero. Ela chegou e acordou uma parte de mim que estava adormecida e de uma forma estranha não consigo parar de deseja-la ou de querer protege-la.

Ouço passos a distância e me afasto relutante. Ela não questiona, e algo me diz que ela ouviu também. Passa a mão pelo rosto parecendo querer voltar ao normal ou o que seja, e Carol aparece me chamando no mesmo instante.

Noto um olhar estranho entre as duas, Allyra parecendo se divertir bastante com tudo isso enquanto Carol parece meio irritada.

-O que foi?- pergunto tentando me focar.

-Preciso conversar com você um instante.

-Tudo bem, eu já estava de saída- murmura a ruiva saltando do carro e passando por mim. Para exatamente ao meu lado, me dá um beijo na bochecha me pegando de surpresa e sorri.

Fico meio segundo parado com os olhos meio arregalados até me dar conta de que Carol está me encarando.

-Então, o que foi?

-Queria falar sobre as armas- diz – Soube que a Allyra fez um inventário com Olivia hoje. Isso pode nos complicar.

-Sério que veio falar sobre isso de novo? Acho que está exagerando, Carol.

-Talvez eu esteja. Talvez não- ela dá de ombros e então abre um sorrisinho- Então você e ela... estão?

-Já disse que não é da sua conta- rosno voltando minha atenção para o carro.

-Tem razão, não é. Mas espero que ela te faça feliz.- diz de forma fraternal- Talvez ela consiga.

-Do que exatamente está falando?- pergunto me virando para ela exasperado.

-Ah, só estou surpresa sabe? Você se apaixonando...

-Não estou apaixonado.

-Mas está gostando dela.

-O que?- me viro para ela totalmente indingnado, batendo a cabeça no capo do carro no processo- Não estou não.

-Está, e eu não achei que fosse viver para ver isso- ela dá de ombros- Só é irreal.

-Eu não me apaixono.- digo irritado.

-Todo mundo se apaixona. E ela mexeu com você no minuto em que se encontraram, mas não acho que você tenha se dado conta. Bem, vou indo.

E simples assim, ela sai andando calmamente com suas roupas de mulher rica e boazinha, me deixando com essa pequena confusão. Não posso me apaixonar, posso?

(...)

O dia é exaustivo, e para fechar com chave de ouro, chove.  Chove bastante, de um modo que na verdade é uma verdadeira tempestade. Sinto muito pelo pessoal que tem vigia hoje.

Estou  no meio da chuva, pensando em tomar um banho quente e ter uma janta descente quando ela brota do chão. Quase não consigo parar o passo antes de atingi-la, que por sua vez apenas abre um sorriso lindo, se levanta na ponta dos pés e me beija.  Simples assim, no meio de uma baita de uma chuva, com vento e todo esse frio, Allyra para tudo para me beijar.

E é como se tudo parasse mesmo. Não tem frio, não tem vendo não tem chuva. Tem só o corpo marcado pelas roupas encharcadas contra mim, suas unhas me arranhando e sua boca contra a minha. Acho uma brecha em sua regata e escorrego as mãos por sua cintura por dentro da roupa, encontrando sua pela gelada.

Ela se arrepia contra mim e finca as unhas em meus braços, o que só me faz aperta-la mais forte. Uma de minhas mãos sobem por suas costas, sentindo a textura de sua pela e a outra continua apertando a cintura.  Perco todo o controle.

Quando o ar se faz necessário desço para seu pescoço e sugo a água que escorre ali, sentindo seu cheiro e seu gosto.

Ela estremece e não sei se é de frio ou o que mais, então me afasto  de seu rosto e tiro o cabelo que está grudado em seu rosto.

-O que está fazendo?- pergunto me referindo a tudo isso.

-Se chama beijar.

-Mas está chovendo- digo  sem tirar as mãos de sua cintura.

-Então quer dizer que estou beijando na chuva- diz dando de ombros.

Balanço a cabeça negativamente e passo a puxa-la pela mão em direção a sua casa.

Paro em sua varanda e faço sinal para que ela entre, sabendo que só vou embora depois disso.

-Essa é a parte que você entra e toma um banho quente para não se resfriar.

-Essa é a parte que eu te peço para entrar comigo, porque eu quero que entre- diz sem se mover.

-Você é louca assim o tempo todo?

-Quase sempre.- responde abrindo a porta e se virando para mim- Você vem?

Eu poderia dizer não. Poderia sair dessa confusão que Allyra é agora, mas algo me puxa para dentro.

-Você deveria ir tomar um banho quente para não se resfriar- digo assim que entramos em sua casa.

-Eu sei- responde dando de ombros.

A puxo para mim novamente a nos beijamos. Nos movo até poder prensa-la na parede e me deixo aproveitar um pouco o momento, mas sua pele fria contra minha mão me preocupa um pouco

-Vou tomar meu banho- diz se afastando.

Observo ela subir os degraus de dois em dois, então a chamo.

-Allyra?

-Sim?- pergunta se virando para mim novamente.

-Onde é a maldita tatuagem?- pergunto passando os olhos por todo o seu corpo procurando por algum indicio.

-Já disse que vai ter que descobrir por si mesmo- responde dando de ombros- Ah, você podia fazer algum jantar, estou com fome.

-Tenho cara de empregado?

-Tem cara de quem tem fome também- responde dando de ombros e sumindo em uma das portas.

Fico parado no meio da sala, pingando água e me sentindo estranho e invasivo por um momento, mas acabo cedendo, principalmente porque estou com fome, e vou até a cozinha.  A ruiva tem uma variedade interessante de comida, e acabo fazendo algo para nós, dizendo a mim mesmo que é uma espécie de pagamento pelo outro dia que ela me deu jantar.

Ouço seus passos leves na escada e em seguida ali está ela com os cabelos molhados caindo sobre os ombros. Está com uma camiseta grande, cinza e larga, e um short curto. Engulo em seco.

-Oba, não é que você fez algo mesmo?- diz parando ao meu lado.

-Fica quieta- resmungo quando vejo ela tentando me ajudar- Vai sentar lá.

-Ainda tentando mandar em mim? Já disse, você não manda em mim- resmunga e a encaro intensamente. Ela da de ombros, apesar de um ter ficado um pouco desconcertada  e começa a arrumar a mesa.

É uma petulante, abusada e teimosa, que me faz querer doma-la a todo segundo, mesmo sabendo que é impossível.

-Você deveria tirar essa camisa molhada pelo menos- diz quando estamos os dois sentados lado a lado.

-Não.

-Ah, vamos lá Dixon, não vou te atacar nem nada.

-Não, Allyra.

-Daryl para de frescura.- resmunga se aproximando.

-Tem muito sobre mim que você não sabe, porra- rosno segurando-a pelos ombros longe de mim.- E eu não quero que você saiba.

-Porque? São parte da sua péssima versão também?- pergunta me encarando fixamente- Eu...Confia em mim, só um pouquinho?

-Não, Allyra.

-Sim, Daryl-pede firme e não sei o que fazer por um segundo.

É como se tudo voltasse bruscamente até mim, em flashes. As surras, o descaso, as cicatrizes. A solidão. Não quero contar, não penso em contar, mas mesmo assim tiro a camisa.

Ela abre um sorriso safado, e me abraça. O abraço me pega totalmente de surpresa, derrubando algumas barreiras, mesmo que eu me sinta desconfortável.  Jantamos enquanto ela me conta alguma coisa sobre suas missões do FBI e eu conto alguma historia da época em que tinha um bico como mecânico. Nos conhecemos um pouco.

Não sei como acontece, mas acabamos no sofá, um amontoado de membros, ela deitada em cima de mim, me provocando, me fazendo deseja-la como nunca desejei ninguém na vida. Arranha meu peito, meu braços.  Aperta, faz carinho, me esquenta. Sei que ela acaba sentindo minhas cicatrizes em um desses momentos, mas não diz nada. Não questiona nem me lança aquele olhar.

Não vamos longe hoje. Deus, eu a queria. Eu a quero. Quero ela em minha cama, e quero a noite inteira. Quero estar dentro dela, quero apertar seu corpo contra o meu, sentir sua pele. Mas ainda assim busco forças no inferno e me afasto.

-Até mais, Little Monster- digo vestindo minha camisa e colete. Ela sorri de lado e acena.

Não parece decepcionada, nem surpresa. De alguma forma acho que ela sabia, sabia o tempo todo que eu acabaria indo embora. Indo embora porque ainda não sei lidar com tudo isso, porque ainda sinto como se estivesse me expondo e que as cicatrizes já foram um passo grande o suficiente.

 E eu sei que para ela alguma coisa já foi grande o suficiente,  que existe algum trauma escondido entre os muitos mistérios dessa Little Monster, porque eu senti a pequena mudança, a pequena tensão. Talvez um dia eu descubra o que ela esconde, porque pelo inferno mais sangrento, como uma velha fofoqueira e idiota eu quero descobrir.

Vou para casa, sabendo tenho que lidar com uma verdade. Uma verdade maior que a de que a desejo. Uma verdade muito mais para o lado de que, de um jeito estranho e infernal, eu gosto de Allyra Lambertini.



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