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História Among the Shadows - Capítulo 13- Pequena confissão para si mesma


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey
Obrigada pelos comentários e pelo carinho, amo isso demais <3

Capítulo 13 - Capítulo 13- Pequena confissão para si mesma


POV Allyra.               

Acordo com um humor melhor do que o esperado, e mesmo que eu não goste de admitir, isso tem muito a ver com Daryl Dixon.  Como uma menininha retardada, adoro essa aproximação com ele. Se é que se pode chamar isso de aproximação, já que muitas coisas ainda são respondidas de forma monossilábica.

Solto um bocejo em resposta a parte da noite em que não dormi por causa de mais um pesadelo. Não consigo aceitar muito bem o fato de que Ele passou a ser uma coisa ruim e assustadora depois de ter sido tanta coisa boa em minha vida. Infinitas coisas boas.

Checo os rádios essa manhã, porque não posso, e sinceramente não vou, ignorar o que eles representam. Não quando fazem tanta parte de quem eu sou e de quem eu fui. Fico razoavelmente satisfeita, e olho algumas probabilidades no mapa, antes de finalmente sair de casa.

Os wolfes estão novamente sendo uma pedra em meu sapato. Não sabemos de nada deles ultimamente, mas creio que uma nova busca esteja chegando.  Acho que o ponto máximo é que eles não sabem nossa localização e é bom manter assim.

Estudo o terreno, querendo encontrar uma possibilidade para eles estarem alojados, e Aaron e Rick me ajudam com isso.  Encontramos e marcamos algumas possibilidades, assim como aproveitamos o tempo para escolher uma possível próxima rota.

Cumprimento Michonne quando estou saindo e então Glenn está me puxando para uma ronda qualquer. Estou envolvida com esse grupo até o pescoço e isso é um saco. Ajudo o coreano e o ruivo com uns suportes para vigias que estão fazendo e estou rindo de uma piada com eles quando vejo Enid passando pelo portão.

Xingando baixo, me despeço dos rapazes e vou atrás dela. Dessa vez Carl não está por perto, e não se é algo bom ou ruim. Sigo-a a distancia, querendo descobrir porque diabos ela sai tanto, preocupada com a possibilidade de ela ser uma espiã ou algo assim. Acabo perdendo minha manhã andando atrás de uma garota confusa, mas relevo.

Ela não faz nada de realmente útil, e acho que o problema é que ela tem uma coisa muito minha : medo de se envolver. Não sabe, ou não quer, criar laços.

Espero que a menina acabe sua pequena aventura sentada em um tronco seco, e acho realmente muito divertido sua expressão surpresa quando está voltando e dá de cara comigo.

-Oi- digo tranquilamente, ignorando seus olhos arregalados e surpresos.

-Você é a tal Allyra, não é? Vai me encher o saco por sair?- resmunga totalmente rebelde, e penso comigo mesma que isso é quase uma missão onde tenho que lidar com adolescentes inconsequentes. Sorte deles que já fui uma, quase ainda sou, e sei bem o que é ser inconsequente.

-A única. Te encher o saco por sair? Porque eu faria isso? Aparentemente você soube lidar muito bem com tudo isso. –digo calmamente  e ela me olha surpresa.

-O que?

-Não sou nada sua para te falar que é uma bela merda vir aqui fora sem motivo e sem proteção. Não vou bancar a adulta responsável e te dizer para parar. Sinceramente, acho bom que saia. Que veja os perigos por si mesma. -me levanto do troco e bato a terra para fora de minha calça.- Mas vou te dar um recadinho grátis: criar laços não é o problema, nem fazer parte de um grupo.

-Qual é então?

-O problema é com quem cria laços e de qual grupo faz parte- digo encarando-a nos olhos- Fugir dos sentimentos não te fazer uma pessoa protegida. Só vai te fazer uma pessoa razoavelmente solitária.

-E funcionou para você criar laços?- resmunga  e paro para pensar por um instante.

Meus pensamentos variam levemente de Maggia, Glenn, Aaron e Daryl. Querendo ou não, aos poucos crio variados laços com eles, e levo esse fato como uma pequena confissão para mim mesma. Não estava nos meus planos, eu nem sequer queria, mas com eles é como se eu tivesse uma família novamente e é bom.

-Estou trabalhando nisso- digo por fim, e abro um sorriso de lado- Agora, se vai funcionar para você,  só você mesma pode descobrir.

Viro as costas e começo a me afastar.

-Vai me deixar aqui sozinha?- ela parece confusa.

-Você saiu sozinha, então espero que tenha capacidade suficiente para voltar do mesmo jeito.

Não preciso olhar para trás para saber que a expressão da garota está dividida em choque e um sorrisinho.

Eu poderia ter gritado e perdido a paciência, teria feito isso muito facilmente,  mas em alguma das minhas missões do FBI descobri que as pessoas não lidam muito bem com imposições e com gritos, e dada a leve semelhança comigo que encontrei ali, Enid  definitivamente não se daria bem com um grito.

(...)

Me sento no balcão que divide a cozinha e sala de uma casa vazia de Alexandria e assisto Maggie andar analisando os cômodos.

-O que você acha?- pergunta parando no meio da sala e se virando para mim.

-Acho que não sei nada sobre essas coisas- respondo sincera e ela sorri de lado.

-Se eu te perguntasse sobre uma arma boa mas leve você saberia né?

-Com toda a certeza- respondo rindo de leve.

-Acho que vou ficar com essa- diz caminhando e se sentando ao meu lado- Não é muito grande e é aconchegante. Além disso, é perto da casa do Rick e da sua.

-Sim, lugar totalmente estratégico – concordo segurando o riso.

-Agora deixando minha casa de lado, o que pode me dizer sobre você e o Daryl?

-Não tem nada para dizer- respondo desviando o olhar.

-Mentirosa- resmunga me empurrando levemente com o ombro.- Conta por favor, não tenho mais séries para ver.

-Eu não sei muito bem o que está acontecendo, ok?- resmungo baixinho, ainda sem olhar para ela. –É meio confuso, mas gosto disso.

-Está gostando dele? Ou só quer se aproveitar do corpinho do caipira?-pergunta brincando.

-O corpinho dele é ótimo de ser aproveitado- digo com um sorriso de lado.

Acabo ajudando Maggie a pegar as coisas dela e de Glenn que estão na outra casa. Confesso que estou aliviada com o fato de que ela finalmente escolheu uma casa, já que vi umas cinco ultimamente, e apesar de ficar empolgada com algumas, nunca tivemos uma realmente escolhida.

Encontramos apenas Michonne e Judith em casa. A pequena estende os braços para mim assim que me vê.

-Ela gosta mesmo de você- murmura a samurai claramente surpresa enquanto estende ela para mim.

-Você não tem noção do quão surpresa com isso eu fico- respondo pegando-a .

Ela sorri mostrando aqueles dentinhos de criança e bate palminhas.

-Não tinha contato com crianças antes?- pergunta entrando no quarto de Maggia comigo.

-Não costumava me dar bem com elas não- respondo enganchando ela  na lateral de meu corpo, tomando cuidado para que não fique próxima a lança.

Coloco Judy em cima da cama de Maggie e ajudo-as com  a jkuntar alguns utensílios. As roupas em si cabem em uma mochila e meia, mas  alguns outros pequenos luxos que Alexandria nos dá faz com que tenhamos algumas malas.

Depois de tudo empacotado nós três levamos para a casa de Maggie. Mich se oferece para ajudar a arrumar os novos moveis da maneira que a morena quiser, e eu faço parte disso, revezando com elas entre arrastar móveis e cuidar de Judy, que engatinha e dá passos vacilantes por todos os lados.

Me surpreendo ao me dar conta do quão caseira é a cena. Damos infinitas risadas, variamos moveis e dividimos historias. Elas muito mais que eu, mas ainda assim conto algumas coisas sobre mim, sobre minha vida.

Judith começa a chorar, totalmente inquieta e Mich avisa que é fome. A samurai pega a pequena nos braços e começa a se encaminhar para a casa de Rick, mas a menina chora cada vez mais alto e estende os braços para mim freneticamente.

-Acho que ela quer você- aponta Maggie e olho atonica para a coisa toda.

-O que? Não- digo totalmente desconcertada. Eu não sei cuidar de bebês.

-É só fazer o mama dela e logo logo ela dorme- diz calmamente- Vai lá senão ela vai ficar chorando na cabeça da Mich até dormir.

-Não sei o porque dela estar tão apegada a você- diz Mich olhando para Judy com um sorriso entre divertido e indignado- Pequena traidora.

-Fazer o que se a tia Allyra é encantadora?- brinco me rendendo e caminhando até as duas pegando-a no colo – Como que faz o mama dela?

-Tem uma receitinha pregada na geladeira- responde sorrindo divertida do meu desconforto-  Ela vai dormir mais rápido de pegar o cobertorzinho dela no quartinho lá em cima.

-Qual é o quartinho dela?

-Penúltima porta, logo antes da do Daryl- diz como se eu soubesse qual é a porta do caçador.

Aceno concordando e me encaminho até a tal casa, resmungando comigo mesma sobre onde diabos fui me meter.  Encontro Glenn na rua e este me acompanha até lá, enquanto me atualiza sobre o rodizio de vigias.

-Como sempre você acabou como parceira do Daryl- me conta e olha para ele curiosa. Ele entende a pergunta em meu olhar- O pessoal de Alexandria não se sente confortável com ele.

-E o pessoal do grupo?

-Trabalhamos muito bem com ele, entendemos seus métodos e até mesmo temos alguns em comum. O ultimo parceiro dele foi um de nós. Algum problema em fazer par com ele?

-Nem de longe- digo dando de ombros e ele me lança um sorriso malicioso.

-Ele estava te procurando mais cedo- avisa e sorrio para mim mesma.

-Mesmo?

-Mesmo. Se o ver vou avisar onde você está.

-Claro que vai, é um linguarudo, tanto que é um perigo- resmungo.

-Muito obrigada- diz fingindo estar ofendido.

-Sua nova casa é perto da minha- aviso divertida enquanto entramos na do xerife, Judy ainda resmungando baixinho.

-Isso sim é um perigo. - brinca sorrindo daquele jeito que faz seus olhos parecerem fechados.

-Com certeza, vou lá filar comida sempre que me der na telha.

-Não duvido nadinha.

Ele pega alguma coisa em seu antigo quarto e sai saltitante para ajudar a esposa e conhecer a nova casa.

Vasculho a cozinha procurando as coisas de fazer o leite e depois de um tempinho abrindo portas e portas de armário consigo numa boa. Judy solta pequenas risadinhas de minhas caretas e rolar de olhos, enquanto converso comigo mesma.

Depois subo as escadas e vou em busca do quartinho dela para pegar o tal cobertor. Não é muito difícil de encontrar. A cobertinha está em cima do berço e a puxo sem problemas. Estou pronta para descer e entregar essa criança para Mich, Maggie ou Glenn quando paro na porta do quarto.

Não sou uma pessoa invasiva, juro que não sou, mas minha curiosidade fala mais alto e me viro na direção oposta e vou até a porta que pelo jeito é do quarto do caçador. Abro-a devagar e encontro o quarto vazio.

Tem uma cama de solteiro bagunçada,  a coberta quase caindo no chão, uma escrivaninha com uma mochila em cima, algumas flechas em um canto e nenhum objeto de decoração. Uma portinha que dá em um banheiro razoavelmente organizado.

Judith mama tranquilamente em meus braços, e me sinto meio cansada. Me sento na cama dele, me sentindo meio invasiva mas ignorando o sentimento.

-Então esse é o quarto do caçador hein?- converso com a neném que foca os olhinhos pesados em mim.- Você gosta dele né? Ele é mesmo encantador.

Deito-a na cama, planejando esperar que caia no sono e me acomodo ao seu lado. Faço cafune em seus cabelinhos loiros e continuo conversando suavemente com ela, assistindo seus olhinhos pesarem e começarem a se fechar.

-Sabe, acho que também gosto dele- confesso para a neném quase adormecida, o cheiro dele me embriagando completamente  quando deito minha cabeça na cama.

Fico surpresa com o quanto essa pequena confissão é verdadeira, que estou cada vez mais envolvida, gostando dele. Não quero admitir nada para ninguém, mas a pequenina parece já saber disso.  Recuso-me a lutar contra isso, e resolvo deixar coisas boas entrarem em minha vida.

Mereço essas coisas boas depois das partes ruins, e mesmo que Daryl quase tenha uma plaquinha florescente em sua cabeça com o dizer “ erro e perigo”, ele é uma coisa boa para me acontecer, se não for uma das melhores. Meus olhos pesam, o cheiro dele  me cercando e me acolhendo.  Judy se acomoda mais a mim, adormecida, e meus olhos se fecham também.


Notas Finais


Se tudo der certo, o próximo não vai demorar


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