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História Among the Shadows - Capítulo 20 - Lutando junto


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey!
Eu tava toda triste achando que não tinha recebido comentários, e ai fui ver que na verdade o problema era que tinha dado falha da postagem do capítulo KKKKKKKKKKKKK
Espero que gostem pessoal.

Capítulo 20 - Capítulo 20 - Lutando junto


Pov Allyra

Seguimos o plano da melhor forma possível, e em um dos momentos noto Abraham saltando do carro em movimento e atraindo parte da horda de volta para o percurso certo.

As coisas parecem estar indo bem, até que não estão mais. Uma buzina soa alta e estridente, da direção de Alexandria e metade deles muda de direção. Conversas soam pelo rádio, ninguém sabe que porra é essa e a preocupação vai a mil.

-Preciso de apoio- Rick diz pelo rádio. Praguejo alto e bato a mão no volante.

-Eu vou- diz Daryl.

-Não, precisamos de você para o caso de algo dar errado- responde Sasha e sei que está certa.

-Daryl ela está certa- me intrometo- Eu vou. Sou só o carro extra.

-Little Monster- resmunga e posso imaginar sua expressão irritada com clareza.

-Você sabe que estou certa- respondo e sem esperar por uma resposta viro o carro na primeira rua e começo a seguir em direção a Alexandria.

Vejo pelo retrovisor Daryl cuidar para que nenhum walker me siga. Volto a olhar para frente e acelero. Passo em cima de um ou outro zumbi e tenho que desviar de uma pequena horda por uma rua secundária, mas chego onde Rick disse que estaria: em um dos primeiros trailers que deixamos de apoio.

 A situação que encontro é a do trailer cercado por wolfes, que logo em seguida são atingidos por tiros que vem de dentro. Rick é Rick né. Aumento a velocidade e atropelo um que saia da mata. Abro a porta com um rompante e já puxo minha lança para enfiar na garganta do ultimo deles. Garanto que não se transformem, não precisamos de mais do que já temos.

-Achei que não viria- diz o xerife pulando para fora do trailer.

-Como se eu fosse deixar você na mão, xerife- respondo com um sorriso. Ele ri e balança a cabeça.

A parte da horda que se desviou se aproxima e é densa demais para que possamos guia-los de volta. Xingo baixo. A buzina finalmente para, mas já é tarde demais.  Se tivéssemos o trailer dois veículos poderiam funcionar, mas só um é um tiro no pé.

Entramos no carro e acelero.

-O que vamos fazer?- pergunto sem tirar os olhos da estrada.

-Não temos escolha- responde e sei o que quer dizer. Temos que ir para Alexandria e sabemos o resultado disso.

(...)

Por sorte alguém nos vê e abre o portão. Minutos depois podemos ouvir os walkers chegando, batendo contra os muros com força, os grunhidos ecoando por todo o lugar. Vejo o olhar de preocupação em Rick e o chamo com um movimento.

-Vamos dar um jeito- digo e ele concorda com a cabeça.

Logo somos informados sobre as baixas que tivemos graças aos wolfes, e Carol nos conta sobre Morgan que deixou cerca de sete deles irem em bora. Claramente eram os que esboscaram Rick e consequentemente acabaram com nossas chances.

-É uma merda- digo depois de um tempo- Mas pelo menos sabemos que estão mortos. Cuidamos pessoalmente disso.

Carol acena com a cabeça em concordância e deixa o recinto. Descobrimos também que o grupo de Michone voltou desfalcado, Glenn está sumido. Corro para a casa de Maggie e procuro dar apoio. Ela é uma mulher forte e aguenta bem, mas ainda assim quando me vê me abraça e sinto todo o seu desespero ali, mesmo que não chore.

-Não posso perde-lo- sussurra para mim depois de um momento de silencio- Simplesmente não posso.

-Ele vai voltar Maggs- digo confiante- O coreano é duro na queda, ele vai voltar.

-Espero que esteja certa e não digo isso apenas por mim- responde  e passa a mão suavemente pela barriga. Arregalo os olhos conforme processo a informação.

-Meu Deus Maggie- digo e a abraço novamente- Parabéns.

Ela solta uma risada que é um meio soluço e me abraça de novo.

-Obrigada- diz soltando um suspiro- Eu sei que é loucura, sei que o mundo está acabando mas eu o amo e quero uma família.

-E vão ser uma família simplesmente linda- digo fazendo carinho em seus cabelos.

Sei o quanto ela está inquieta e o quanto quer agir, mas acabo tendo que sair de perto dela para resolver umas coisas com Rick e Carol. Nossa primeira providência é com os corpos, mesmo que não tenhamos muito o que fazer. Jesse reclama sobre a regra de não enterrar assassinos aqui, falando algo sobre o mal cheiro e o fato de que não poderemos sair daqui nunca. Ignoro-a com facilidade, e vou até a dispensa onde sei que vai haver um caos.

Dito e feito. Encontro Spencer fazendo algo sobre isso e quase me surpreendo com o modo que consegue. Quase.

Ajudo Olivia com as coisas e dividimos os mantimentos de modo que possamos racionar. Noto que Spencer pega algumas coisas a mais, mas seguro a briga para outro momento. Trancamos a despensa e instruo Olivia a não abrir sozinha, que é melhor ter mais alguém como Tara ou Eric ou Aaron por perto.

Tento me comunicar com Daryl pelo rádio mas não tenho resposta. Fico preocupada.

(...)

Já é quase noite quando consigo ir em direção a minha casa. Passei por Maggie antes e algo me diz que ela está para aprontar algo, mas não posso fazer nada por agora.

Viro a rua e dou de cara com Deanna rolando no chão com um walker. Ela bate uma garrafa de vidro quebrada contra ele repetidas vezes e diz alguma coisa como “ eu vou lutar “ e “vou fazer melhorias aqui e vamos superar tudo isso”, mas ignoro isso também.

Corro em sua direção ao mesmo tempo em que Rick vem do lado contraio. Saco a lança no caminho com um movimento fluido e a enfio no crânio da coisa.

-Nós vamos resistir. Nós vamos lutar- diz a maluca assim que nos olha. Bufo irritada.

- Pode começar lutando da maneira certa e os acertando na cabeça –digo de má vontade e recebo um olhar repreendedor de Rick- Porque desse jeito ai você só vai fazer merda.

-Certo. Certo, você está certa. Obrigada pela ajuda.- ela para por um momento e respira fundo. Noto que as coisas no chão são os extras que Spencer pegou e que ela provavelmente estava indo devolver.  – Como acha que ele entrou?

Olho para o corpo e encontro o “W” na testa do cara.

-Não acho que tenha entrado.

-Realmente- concorda Rick se abaixando para analisar melhor- Carol disse ter acertado um mas nunca ter encontrado o corpo.

-Acho que isso resolve o mistério então.- digo e ele concorda.

(...)

A noite é longa e se eu for sincera vou ter que dizer que não dormi praticamente nada. Além do fato de que agora o barulho de grunhidos é constante e alto, assim como as batidas contra os muros,  senti falta do calor de Daryl próximo a mim.

Levanto em um pulo e tento o rádio novamente, sem resposta.  Não chego nem perto dos outros rádios, não ainda.

Descubro que Maggie e Aaron tentaram sair por baixo dos muros, e quase dou um ataque porque essa informação teria sido muito útil antes.

A morena assume um posto, onde pode ver qualquer sinal de Glenn, e eu acabo em outro com Tara e Michonne. 

No final da manhã Spencer sobe no posto ao lado e isso me chama a atenção porque ele está usando uma mochila. Ele tira uma corda de lá e a jogo do outro lado para uma passagem precária e arriscada. Grito por Rick que está passando por ali e desço apressada para tentar impedir.

-Idiota, idiota, idiota- digo sem parar enquanto subo atrás de Rick. Tentamos segurar a corda e faze-lo voltar, mas  outro lado cede e ele cai.

Tara começa a atirar e por fim conseguimos puxa-lo para dentro.

-Imbecil- xingo assim que ele está no chão novamente- Só faz merda.

-Eu queria ajudar, só tinha que passar para o outro lado e poderia atrai-los com um carro.

-Com sua experiência maravilhosa não conseguiria chegar nem na esquina- resmungo e desço do posto, deixando Rick e Tolby lidarem com ele.

Carl me encontra e fala sobre Enid, que por acaso saiu. Xingo mais um pouco e me pergunto o que mais pode dar errado. Convenço-o a vir falar com o pai quando comenta algo sobre Ron ter dito que ia fofocar. O garoto é um merda, vamos ser sinceros.

Encontramos o xerife com Michonne e Judy.

-Pai a Enid está lá fora.

-Eu sei- responde apoiando os braços na cintura- Ron me contou. Vamos ter que esperar que ela aguente.

-E então Rick, o que sabemos?- pergunta Deanna chegando de sei lá onde.

-Não temos respostas de Sasha, Abraham ou Daryl. Os suprimentos estão poucos. São problemas atrás de problemas.

-E os alexandrinos não podem nem sonhar com isso pois se desesperarão- acrescenta Michonne.

-É ai que está o problema- resmunga Deanna- Vocês se referem a nós como alexandrinos como se não fizessem parte do mesmo grupo.

Franzo a testa para o que ela diz, entendendo seu ponto de vista, mas um outro barulho na torre me chama a atenção. Parece ranger e estalar. Agarro o braço de Carl por puro e reflexo e grito por Rick apontando para a construção que começa a ceder diante de nossos olhos.

Ela vem a baixo e leva parte do muro consigo. Xingo alto e saco minha lança. Grito para que todos os moradores entrem em suas casas e tranquem as portas e janelas. Pela primeira vez desde que cheguei aqui eles reagem rapidamente.

Acerto um walker que chega muito perto e então começo a correr com os demais. Não sei bem porque, mas vamos parar na casa de Jesse e acompanhados pelo padre..  Deanna finalmente parece saber reagir e acerta alguns deles na cabeça mas ainda é uma novata nisso e deixa um dos lados desprotegida, então acaba mordida.

Bloqueamos todas as entradas da casa e aguardamos. Eles são tantos que tomam as ruas como pragas,  andando de um lado para outro, grunhindo, sendo parte de um filme de terror.

Não vão se dispersar sozinhos, então temos que fazer algo. O pessoal aqui tenta cuidar de Deanna, mas já é tarde demais e sabemos disso. Deixamos ela  o mais confortável possível.

Fixo o olhar lá fora enquanto minha cabeça trabalha a mil. O que fazer o que fazer... Walkers, camuflagem, cheiro. Isso. Chamo Mich num canto e digo meu plano, ela concorda. Ouvimos um barulho na garagem e a porta está trancada. Carl e Ron estão lá e algo me diz que o menino idiota fez alguma idiotice.

Rick tenta arrombar mas falha. Empurro-o para o lado e uso um grampo na fechadura. Abrimos bem na hora e os meninos passam correndo antes que os walkers possam morder em alguém. Aperto os olhos em direção a Carl que dá uma desculpinha qualquer.

Eu sei que é mentira e ele sabe que eu sei.

Finalmente converso com o resto do grupo a respeito de nos camuflarmos com o cheiro nada agradável de zumbi.  Usamos as cortinas e os lenços para passar as tripas e saimso juntos, de mãos dadas.  Carl fica entre mim e Rick,  e sei que tem a retaguarda de Michonne. Está com Judith no colo e todos nos preocupamos com a possibilidade da neném fazer algum barulho.

No meio do caminho resolvemos continuar nossa caminhada e ir até os carros do outro lado. Jesse, Rick eu e Michonne iremos dirigir cada um  e assim podemos  dar cobertura uns aos outros. Padre pega Judith e a leva para um lugar seguro. Sam se recusa a ir também e sinto que isso pode ser um problema. Carl e Ron continuam conosco.

O garotinho para de andar e vejo em seus olhos que está a um passo de se descontrolar. Jesse tenta acalma-lo, mas falha e então ele está chorando. Isso chama a atenção de alguns deles e logo ele é atacado, Jesse logo depois.  Noto que ela ainda segura a mão de Rick e que ele olha atordoado a cena.

-Rick- chamo baixo-Precisamos continuar.

-Pai.- Carl também chama. Ele nos olha perdido por um momento e então puxa seu machadinho e corta a mão de Jesse fora, para poder continuar.

Ouço um click atrás de mim e me viro com a arma em punho para encontrar Ron apontando diretamente para Rick. Ele fala algo mas não consigo distinguir em meio a todos esses grunhidos.  Michonne reage enfiando a katana no garoto, mas já é tarde de mais.

Olho para trás desesperada, mas Rick parece inteiro. Franzo a testa e por um segundo acredito que o tiro possa ter ido em outra direção, mas então Carl se vira para nós e tem sangue por todo lado. Meu coração para de bater.

-Pai?- ele pergunta meio engasgado, o sangue descendo sem parar por seu rosto, o lugar onde se encontrava seu olho agora é só um buraco cheio de sangue. Ele cai.

-Não- grito ao mesmo tempo que Rick. Ele vai até o filho e o pega no colo, e eu e Michonne começamos a abrir caminho para a enfermaria.

Respirar está difícil e não tem nada a ver com o cansaço físico. Carl não pode morrer, não pode. Acerto zumbis sem parar, em uma tentativa nula de extravasar minha raiva.

Mich abre a porta para Rick entrar e  eu fico para trás dando cobertura. Entro logo depois e jogo a coloco a lança nas costas com um movimento só, e já começo a procurar gazes e soro. Denise grita mais alguns pedidos e os pego de forma mecânica.

-Você consegue- digo para ela quando vejo uma insegurança ameaçar a aparecer. Ela concorda com a cabeça determinada e se move com precisão e segurança.

Auxilio da melhor forma possível, mas não sei de muita coisa que possa ajudar. Rick sai com o facão e começa a dizimar todo walker que consegue alcançar. Minhas mãos coçam parta segui-lo.

Michonne vai em seguida, e vejo pela janela mais alguns. Denise me dispensa dizendo que agora tem que continuar sozinha e confio dela. Puxo a lança das costas e saio da enfermaria com passos firmes.

Acabo com vários deles sem parar, usando as duas pontas o tempo todo. Um atrás do outro vão chegando e vão caindo, até começarem a cobrir o chão. Pessoas começam a sair das casas e fazer o mesmo. Vejo Aaron e Eric pela visão periférica.

Tara, Rosita, Eugene. Carol, Morgan, Tolby, Heath. Alexandrinos. Todos nós. Todos que conseguem pegar um facão, uma faca, uma marreta, qualquer coisa.  Não são eles quem lutam, ou aqueles, ou alguns de nosso grupo, somos nós. Lutamos juntos.

Meus braços se movimentam sem parar, e quando vejo estou em formação com Michonne e Rick. Mais e mais deles caem e mais e mais deles surgem.  Ouço um barulho a minha esquerda e vejo Maggie, Enid e Glenn. Ele atrai Walkers para si e  a garota ajuda Maggie a subir no muro.

Começo a me mover nessa direção, mas não posso abandonar a formação. Mais a mais walkers no chão. Meus, deles, de todos. Movimentos metódicos, ódio, raiva, tristeza, tudo expressado ali. Os músculos doem mas é como se eu não pudesse sentir nada e acho que eles também não. 

Um caminhão chega e meu coração se aquece ao ver que é nada mais nada menos que Daryl e os outros. Eles param próximos a Maggie e Enid e as levam para dentro do caminhão.  Atiram dando cobertura para Glenn que corre até eles.

Girar, espetar.  Um zumbi de um lado, outro do outro. As duas pontas trabalhando. Daryl está bem, está vivo. Solto um suspiro.

Eles dirigem o caminhão até o lado esquerdo e com deixam a gasolina cair, logo em seguida incendeiam com uma bazuca. O fogo se ergue, as chamas dançando vivas e ofuscantes.

Os walkers se viram na direção da luz, atraídos  como insetos são pelas luzes, e continuam indo sem parar, queimando um atrás do outro.  Continuamos a atingir aqueles que podemos,  e eles vão acabando.

Meus olhos encontram os de Daryl em meio aquela loucura e mesmo a uma distância enorme sei que ele me localizou também, e que me olha tão fixamente quanto eu o olho. Meu coração bate mais rápido e outro suspiro me escapa. Está vivo. Estamos vivos. É o fim do caos.



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