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História Among the Shadows - Capítulo 5 - Uma busca


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey people
Quero dizer que estou muito feliz com a quantidade de favoritos e a aceitação de vocês. Logo tem mais.
Boa leitura, espero que gostem.

Capítulo 5 - Capítulo 5 - Uma busca


POV Allyra

Ainda estou meio atordoada com o fato de que Daryl Dixon também está nessa busca. A presença dele no banco do motorista, ao meu lado, é tão forte que eu quase me sinto sufocada. É como se ele, com sua masculinidade, charme e irritabilidade, ocupasse todo o espaço no carro. Chego a ficar brava comigo, porque tenho que me controlar para não ficar encarando-o.

Aaron tenta manter um assunto e  deixar um clima amigável, mas acaba que só eu respondo e participo da conversa, enquanto Daryl se mantem por fora, na margem de tudo.  Devo admitir que é interessante ver a mudança na postura dele conforme nos afastamos da comunidade. Parece mais livre.

Não viajamos por muito tempo, já que está é como uma introdução para o que vai ser realmente. Pelo que ele me contou essas buscas são mais do que sobre mantimentos, são sobre pessoas e eles vão mais longe em busca disso. Eu particularmente acho arriscado, mas dessa vez guardo minha opinião para mim mesma.

—Acho que podemos dar uma olhada ali- diz Aaron se enfiando  no meio como uma criança e apontando um armazém no fim da cidadezinha. – E depois vamos para a floresta.

—Sem ofensas, mas isso tá parecendo um programa de tv, onde pegamos alguns mantimentos e depois acampamos felizes no mato.- digo me virando no banco e olhando para Aaron que me sorri meio sem graça.

—Bem, na verdade geralmente nós saímos e procuramos pessoas, mas recentemente encontramos algumas e agora estamos mais calmos. – ele diz dando de ombros- Mas nossas saídas são regulares e intercaladas.

—E para sustentar uma comunidade daquele tamanho precisa mais do que o Aiden podia fornecer- digo completando o raciocínio.

—Sim- ele dá de ombros enquanto o caçador estaciona, ainda naquele silencio chato.

—Andar na floresta é para mapear a área?-pergunta finalmente se manifestando. Olho para ele surpresa já que isso nem me passou pela cabeça.

—Sim, facilita muito em qualquer outra coisa depois.

—Parece bom para mim.- digo descendo do carro e amarrando o cabelo.

Tiro a lança das costas com um movimento fluido, que já me é familiar, ao mesmo tempo que Daryl arma a besta e Aaron pega um facão. Uso uma das postas da lança para bater contra a porta do armazém e fazer barulho, e então aguardamos para ter noção de como as coisas estão lá dentro.

Ouço alguns grunhidos, mas calculo que não sejam muitos. De uma maneira esquisita meu olhar encontra com o de Daryl e concordamos silenciosamente.

—Podemos entrar- digo ainda com os ouvidos atentos.- Parecem ser poucos, mas é bom sempre ter muito cuidado.

Aaron concorda com a cabeça e  se move para abrir a porta. Sinto a aproximação do caçador e viro a cabeça para encara-lo. Ele parece medir as palavras por um momento, e então balança a cabeça negativamente.

—Só não faça merda- diz como se eu fosse uma irresponsável e sai  andando todo dono da verdade na minha frente.

Bufo comigo mesma e o sigo de má vontade.  Assim que a porta é aberta um deles cai para fora de forma patética e o caçador lida com ele facilmente. Entramos todos juntos, e logo a crossbow começa a trabalhar, e ele me olha por cima do ombro como se mostrasse que é o melhor  e sabe disso. Quando tem que parar para arma-la novamente eu passo a frente e faço minha lança trabalhar, deixando o movimento fluir e atingir todos que estão no meu caminho.

 Quando acabo, olho ao redor até encara-lo nos olhos e sorrio.

—Só não faça merda- digo ironicamente e ele balança a cabeça revoltado, apesar de estar claramente segurando um sorriso.

Aaron nos olha boquiaberto, com o facão ainda estendido como se fosse acertar algum walker.

—Isso é algum tipo de competição?- ele pergunta olhando de mim para Daryl com uma expressão engraçada.

—Não sei- digo e me inclino a cabeça voltando a encarar aqueles olhos azuis – É?

—Claro que não- ele rosna meio rude- Não seja estupida.

Sorrio mais, sabendo que consegui tira-lo do sério, e então começamos a juntar os mantimentos daqui e colocar no carro.

Desta vez conseguimos pegar tudo, de modo que o carro fica bem cheio. As coisas são bem tranquilas e antes do final da tarde já passamos por outros lugares e pegamos mais algumas coisas.

Com o carro cheio vamos até o limite da floresta e começamos a vasculhar o terreno, de certa forma em busca de rastros de pessoas.

Eu não estava achando que encontraríamos algo hoje, mas como a vida adora me surpreender noto um rastro. Não que eu precise apontar ou dizer isso em voz alta, já que a percepção do Dixon é tão rápida quanto a minha e ele logo muda de direção.

Franzo a testa conforme noto os rastros aumentarem, com fatores de brigas e de um grupo razoavelmente grande. Xingo baixinho.

—Estão em um grupo de pelo menos quatro pessoas- diz ele baixinho, os olhos fixos no chão.- Alguém foi arrastado.

Noto que ele está certo. A partir desse momento nosso estado de alerta dobra e seguimos mais cuidadosamente.  Não chegamos a encontrar o grupo todo, mas descobrimos que foi a pessoa arrastada.

 Em uma cena macabra e horrorosa encontramos uma mulher amarrada a arvore, sem a parte de cima da roupa, claramente torturada e que agora tem as tripas saindo para fora do corpo. Meu primeiro impulso é o de desviar o olhar, mas não o faço. Forço-me a encarar a cena, mesmo com o estomago revirando levemente, e me movo para cortar as cortas e acabar com isso logo.

O sangue fresco nos diz que não estamos muito atrás desse tal grupo, mas não vale a pena seguir o rastro. Não agora pelo menos.  Antes que eu possa cortar as cordas ela acorda nesse estado de morta viva, e eu  enfio a ponta da lança em sua cabeça para acabar com isso.

Sinto os olhos de Daryl queimarem em minhas costas enquanto corto as cordas e deixo o corpo dela cair no chão. Um walker se aproxima pelo outro lado e ele acaba com isso sem problemas, depois recuperando a flecha.

—Acho que devemos voltar- diz Aaron, claramente atingido em cheio pela cena. Parece meio verde, prestes a vomitar.

—Sim, vamos voltar- concorda o caipira, me puxando levemente pelo braço e me fazendo andar.

O caminho até o carro é silencioso, e a viagem segue  no mesmo estilo. Em algum momento Aaron dorme, ainda com uma expressão de choque no rosto, e ficamos só eu e Daryl olhando a estrada.

—Por que desamarra-la?- ele pergunta  baixinho, com os olhos ainda fixos na estrada- Quero dizer, ela já estava morta.

Suspiro cansada, desviando os olhos da escuridão que é fora do carro e olhando para seu perfil.

—Porque ela já foi viva e deixa-la daquele jeito era meio que um desrespeito. - Passo a mão pelo rosto, desconfortável. –estava ao meu alcance, então porque não acabar com aquela cena macabra? Eu acho que só não podia deixar daquele jeito, entende?

—Entendo- diz baixinho  depois de um pequeno momento de silencio.- Entendo sim.

Penso no W desenhado em sua testa e no modo que estava. Aquele tipo de tortura não era típico do perigo que eu esperava, então eu sabia, com certeza absoluta, que esse inimigo era outro. Não menos perigoso, mas diferente.

(...)

Depois que chegamos em Alexandria tentamos tratar sobre o assunto com Deanna, mas não acho que tenha tido muito efeito. Ela não deu a atenção necessária, nem mesmo se preocupou o tanto que deveria, e ainda veio com um papo ridículo de que se existir esse tal grupo mesmo a solução seria tratar disso diplomaticamente.

Confesso que sai da casa dela soltando fogo pelas ventas, louca para socar a cara de alguém.  Até mesmo Aaron, que geralmente é calmo, se alterou um pouco.

—Ei- ele me puxa tentando me parar- Calma, ela vai entender que as coisas mudaram.

—Vai sim, mas pelo jeito só quando for tarde demais- digo parando e encarando-o impaciente.- Ela não reage a nada, vem com esse papo de diplomacia, pelo amor de Deus, as pessoas eram diplomáticas e pacificas porque existiam leis e pessoas para fazerem elas serem cumpridas. O mundo acabou, isso não é um maldito comercial de margarina.

—Só dê um tempo a ela, para que possa processar tudo isso-ele pede como se eu pudesse controlar o tempo em que as merdas acontecem. Rolo os olhos e dou uma pancadinha amigável em seu ombro

—Eu até posso dar tempo a ela, a questão é se o resto do mundo vai dar também-digo por fim e ele concorda sem graça.

—O que achou da busca? Vai continuar?

—Vou.- olho para ele e dou um sorriso sem mostrar os dentes- Vocês dois são bons de trabalhar. Só não oculte mais fatos de mim, ok?

—Ocultar fatos?- ele se faz de inocente e sorrio de lado.

—Sim, como por exemplo ocultar parceiros – digo e ele me lança um sorriso culpado.

Deixo ele  na entrada de sua casa,  e continuo meu caminho até a minha. Estava pronta para entrar quando noto um movimento no fim da rua. Tento dizer a mim mesma que não é da minha conta, mas me movo para lá de qualquer jeito.

Silenciosamente e camuflada, descubro que a movimentação é de Carol, o que só me incentiva ainda mais a seguir em frente. Por um instante acho que ela vai sair de Alexandria, mas ao invés disso ela vira em um beco próximo ao portão e longe de qualquer casa.

Analiso o cenário e me movo de modo que não só a escuridão, mas o muro esteja ao meu favor e abaixo o corpo. Controlo a respiração e então é como se eu nem estivesse ali. Pouco tempo depois Rick aparece, seguido por Daryl, este ultimo com cara de poucos amigos.

—Agora que você viu que o perigo não para, mudou de ideia?- pergunta Carol em um tom de voz baixo olhando diretamente para Daryl.

—Ainda podemos tentar e vocês sabem disso.- ele diz com  aquela voz rouca típica dele.- De fato o perigo não para, mas isso não quer dizer que precisamos tomar o poder.

—Podemos tentar até onde não põe o grupo em risco- Rick deixa claro – Deanna parece ter dificuldades com lidar com esse novo mundo, mas é uma líder e por enquanto vamos respeitar isso.

—Está falando isso porque se tornou policial?- pergunta Carol colocando a mão na cintura.

—Não, estou falando isso porque ela me deu espaço para mudar a segurança e estou fazendo isso da melhor maneira possível- ele para por um momento, as duas mãos na cintura- Vamos nos manter atentos.

—Sim- murmura Daryl de um modo impaciente- Sempre estamos atentos, não sei o porque dessa falação.

—Está certo. Sabemos o que você, Allyra e Aaron encontraram e vamos nos preparar para isso- Rick passa a mão pela cabeça. – Aceite a arma, só isso.

—Já tenho uma arma- diz e aponta a crossbow em seu ombro.

Eles continuam a conversa por mais um tempo, tudo dito em voz baixa, enquanto eu escuto tudo atentamente. Tão rápido quanto vieram, eles se vão. Bem, quase todos.

Daryl fica para trás, parecendo muito desconfortável com tudo isso. Ele fica parado, olhando para o nada, e as vezes ouço um xingar baixinho.  Eu poderia ter guardado essa informação toda para mim. Poderia ter esperado até ele ir embora, e poderia só ficar de olho no grupo de Rick por um tempo. Mas de verdade, quem era eu para julga-los por fazer alguma coisa? Em alguns aspectos eu até mesmo concordava.

—Então quer dizer que vocês roubaram algumas armas?-digo saindo das sombras e ele se vira para mim visivelmente atordoado.

—Allyra?- a voz dele sai mais rouca que o normal, e escutar meu nome sair da boca dele me faz estremecer- O que está fazendo aqui?

—Levando em consideração que você ignorou minha pergunta, vou ignorar a sua- digo e ele balança a cabeça exasperado.

—Se você ouviu a conversa não acho que tenha que responder nada- diz grosso, se aproximando de  mim –Se você disser algo disso para alguém...

—Vai fazer o que?-interrompo-o e ele me olha atordoado- Respondendo a sua pergunta, segui vocês.

—Por que?

—Porque é suspeito alguém andar sorrateiramente durante a noite.- respondo dando de ombros. Ele me encara preocupado, e sem saber bem o porque acabo tranquilizando- Fica tranquilo, não vou dizer a ninguém. Eu vim lá de fora também, sei o porque de estarem tão preocupados.

—O que você passou lá fora?- ele pergunta apertando os olhos em minha direção, uma mistura de preocupação e desconfiança.

—Algumas coisas que eu prefiro deixar para trás- digo bloqueando qualquer lembrança que ameace aparecer.

—Um dia você vai me contar.- ele afirma e eu arqueio a sobrancelha.

—Vou?

—Vai.- ele tem tanta convicção que eu quase sorrio.

—Por que vou confiar em você?- insinuo me aproximando dele e erguendo o queixo para encara-lo melhor.- Sabe, eu não esperava que você se importasse com a vida dos outros, nem se confiam em você ou não.

—Não me importo- ele diz firme, e eu acabo liberando um sorriso inteiro.

—Só com a minha então?- ele me olha chocado e abre a boca para revidar e brigar, mas ergo a mão e o impeço de falar.- Talvez um dia eu te conte, caçador. E talvez você me conte também.

Então me ergo levemente na ponta dos pés e dou um beijo em sua bochecha, mais pelo prazer de vê-lo surpreso e sem saber como reagir do que qualquer coisa, e me movo rapidamente para fora de seu campo de visão e de seu alcance.

Ainda estou com meus pensamentos voltados para o caçador quando chego em “casa”, sentindo sua barba em meus lábios. Mas o que diabos?



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