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História Among the Shadows - Capítulo 8 - Tatuagem


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Oi pessoal,
quero dizer que estou muito feliz com os favoritos que recebi, assim como pelos comentários, muito bom mesmo<3
Espero que gostem, boa leitura.

Capítulo 8 - Capítulo 8 - Tatuagem


POV Daryl

Eu já cometi muitos erros na minha vida. Muitos mesmo. De pequenos a enormes. E posso dizer com toda a certeza do mundo que nenhum deles chegou perto de ser tão bom ou tão sério quando beijar Allyra. É um erro digno de um Dixon.

Foi intenso, foi bom, e sem a menor duvidas me deixou querendo mais. Mais de sua pele, de seu corpo, querendo tudo o que ela pudesse me oferecer. Não matou uma vontade ou uma curiosidade, mas sim me instigou.

A primeira coisa que faço ao chegar em casa é seguir para o banheiro em busca de um banho gelado. Deixo a água cair sobre meu corpo e apagar parte do rastro de fogo que a ruiva deixou, tentando em vão controlar meus pensamentos que insistem em voltar para a textura de sua pele, seu cheiro e seu corpo.

Após o banho tento descansar um pouco, sabendo  que ainda tenho que enfrentar uma vigia com a maluca. Depois de um cochilo e de rolar um pouco na cama desço as escadas em busca de algo para comer.

Encontro Carol fazendo algo na cozinha, e não consigo evitar o pensamento do quão estranho isso é. Ela me olha surpresa e então abre um sorriso.

—Você tomou banho sem precisar de uma ameaça- diz se voltando para mim e ignorando as panelas por um momento.

Não digo nada, apenas dou de ombros. Ela balança a cabeça negativamente e abre espaço para que eu procure algo para comer. Rick chega e faz algumas perguntas sobre o que conseguimos desta vez, explico da melhor maneira possível.

Estou limpando algumas flechas quando Maggie entra como um furacão na casa e me chama para a vigia.

—O que diabos você tem haver com a vigia?-pergunto com os olhos fixos nas flechas.

—Eu e o Glenn vamos passar um tempo com vocês porque passaram a noite fora e podem estar cansados e cair no sono- responde dando de ombros.

Ela tagarela por todo o caminho até a torre próxima ao muro, e as vezes me olha como se soubesse de algum segredo, parece procurar por uma brecha, um descuido. Fico confuso.

Não fico nem um pouco surpreso ao subir as escadas e não encontrar nenhum vestígio da Little Monster, que por sinal vem se mostrando uma pessoa que se atrasa bastante.

—Será que a Allyra dormiu?- pergunta o coreano se sentando ao redor de uma fogueira que fizemos mais cedo.

—Acho que não- responde uma Maggie tranquila se aconchegando a ele- Eu lembrei ela mais cedo sobre a vigia e...

—E eu estou aqui- diz uma voz que conheço muito bem ao mesmo tempo que as botas marrom avermelhadas batem contra chão ao meu lado- Credo, não posso me ausentar por alguns minutos que vocês já acham que eu esqueci.

—Não seria surpresa nenhuma- acuso e ela rola os olhos para mim antes de se mover para sentar de  frente para mim, mesmo que ao meu lado.

— Qual é a da fogueira?-pergunta olhando da fogueira para nós.

—Evitar o frio, obviamente- digo de forma seca e ela dá de ombros.

—Uma fogueira em um lugar seguro assim me lembrou aquelas rodas  onde o pessoal se junta para contar historias que nem nos filmes.

—Isso é coisa só de filmes, Little Monster- digo com os olhos fixos nos dela e fico satisfeito ao notar esses faiscarem com o apelido.

—Não temos  nada melhor para fazer mesmo- argumenta Maggie toda animada- E eu quero saber um pouco sobre a sua vida.

—A minha?- pergunta meio chocada e tenho que segurar um sorriso diante disso.

—Sim ué, conta um pouco- pede Glenn e ela desvia o olhar visivelmente desconfortável.

—Eu começo contando- diz Maggie com a maior naturalidade – Eu era filha de um fazendeiro. Tinha saído da fazenda para fazer faculdade em Atlanta, mas voltei para casa quando soube da febre. Minha irmã mais nova Beth era um amor de pessoa, cheia de vida e de esperança. Perdi os dois conforme fomos seguindo nossa jornada...

Não presto muita atenção em tudo o que Maggie diz, ocupado demais perdido na feição concentrada de Allyra. Ela parece beber cada palavra da morena, em uma mistura de admiração, carinho e curiosidade. 

Está tão focada na historia que o casal conta que não me nota secando-a. Por mais vergonhoso que seja, é exatamente o que estou fazendo. Ela ri, comenta alguma coisa e então volta o olhar para mim.

Fixa os olhos nos meus e não desvia, me provocando sem ter plena noção disso. Agora que sei seu gosto, só quero puxa-la novamente. Desvio o olhar.

Volto a prestar atenção na conversa quando Glenn pergunta o que ela fazia antes do apocalipse.

—Bem, eu era agente do FBI- diz despreocupadamente, bebendo um gole de água.

—Isso explica a habilidade com armas- digo mais para mim mesmo do que para qualquer um, e ela concorda – Não te imagino escolhendo algo assim.

—Só porque ela é mulher?- pergunta Maggie se virando para mim e dou de ombros.

—Não exatamente. Quero dizer, você tem toda essa coisa de marrenta e dona do mundo- digo gesticulando levemente e ela arqueia a sobrancelha interessada- Mas achei que tinha sido algo que o apocalipse te deu.

—Essa coisa de dona do mundo acho que foi o apocalipse mesmo- responde me lançando um sorriso particularmente perigoso- Eu demorei a escolher o FBI. A verdade é que a coisa toda foi um acidente.

Olho para ela curioso, mas me recuso a perguntar mais alguma coisa. Felizmente Maggie não tem receio nenhum.

—Como assim um acidente?- pergunta tão curiosa que chega a sair dos braços do coreano e se inclinando um pouco.

—Eu tinha acabado de me formar no ensino médio- conta depois de uma hesitação, parecendo pesar se contava ou não- Estava totalmente entediada e teria que esperar cerca de um mês para saber se tinha sido aceita em alguma faculdade, então uma amiga me disse que uma academia de dança tinha aberto algumas vagas e meu pai me deu o maior apoio para tentar.

Ela para e abre um sorriso, claramente perdida em lembranças e eu só quero saber mais. Quero saber tudo.

— Então eu pensei que umas aulas de dança me distrairiam um pouco. Peguei o endereço na internet e fui fazer a inscrição. Era em uma galeria e tinha uma placa enorme escrito inscrições aqui. Preenchi inúmeros formulários, me perguntando o porque diabos eles queriam saber tantas coisas. Só três dias depois, com o e-mail de confirmação, que eu soube que na verdade tinha me inscrito para o treinamento militar, que também estava acontecendo lá. Eu meio que surtei, mas depois de um momento resolvi ir  ao teste ver como era.

—E então?- pergunta Maggie claramente curiosa.

—Era um horror. No final do dia eu estava toda quebrada por causa das corridas, dos obstáculos, exercícios e lutas. Estava 100% disposta a desistir, mas então um parceiro de turma disse que eu não conseguiria.  Me senti desafiada e ofendida, então resolvi ficar.

—Ficou só por desafio?- pergunto indignado e ela dá de ombros.

—Eu tinha um mês livre para provar que eu era capaz e então poderia sair. No começo era só pelo desafio, mas aos poucos comecei a gostar da coisa. No final do mês eu estava muito boa em tudo, e de verdade, meio que adorando. Um seletor estava lá, e me escolheu para o treinamento do FBI, porque mulheres estavam em falta. A partir dai eu fiz porque quis, e não parei mais.

—O treinamento já tinha acabado quando o apocalipse chegou?- pergunta Glenn.

—Sim, eu estava na ativa a cerca um ano e meio. O treinamento e a coisa toda durou cerca de quatro anos.

—Você iniciou muito jovem.

—Realmente Maggs, mas não me arrependo não. Meu parceiro era meu primo, e acabei descobrindo que gostava muito do que fazia. Quando a coisa toda aconteceu estávamos em uma cidade próxima a Atlanta para resolver um caso. Começamos o caminho de volta a Washington o mais rápido possível , eu precisava encontrar meu pai e nossa prima-  noto ela desviar os olhos ao falar do  pai, como se algo doesse e imagino que sinta falta dele.

—Os encontrou?- me ouço perguntar antes de ter sequer raciocinado direito.

—Sim- ela foca os olhos nos meus e abre um sorriso triste- Muita coisa aconteceu depois.

O modo como ela diz isso deixa claro que não vai dizer mais nada, e pelo menos para mim tudo o que ela disse foi uma descoberta e tanto. Ainda existem diversos mistérios sobre ela, tantos que eu nem posso contar, mas aos poucos ela vai cedendo uns pedaços de sua historia.

O assunto muda e começam a falar do que sentem falta de antes do apocalipse, do que deixaram de fazer.

—Eu queria ter feito uma tatuagem- conta Maggie emburrada e rolo os olhos desinteressado.- Mas ai o mundo acabou.

—Mesmo? Eu fiz uma- conta Allyra e isso faz alertas de curiosidade piscaram em minha cabeça.

—Você tem uma tatuagem? Onde?- me vejo perguntando antes de conseguir segurar essa língua grande.

—Acho que você vai ter que descobrir, caipira- diz com o sorriso mais sacana que eu já vi ela dar, um contraste com seu rostinho de anjo.

Engulo em seco, vários planos rodando minha cabeça antes que eu possa impedir. Maggie cai na gargalhada e Glenn sorri divertido.

—Eu achava que tatuagens eram tipo restritas para o pessoal do FBI.

—Coisa de filme, eles só preferem que não fique a mostra. Alem disso eu já entrei com a tatuagem feita.

—Fez a tatuagem aos dezessete anos?-pergunta Maggie sorrindo- Que rebelde.

—Meu pai autorizou numa boa, até porque sabia o que a tatuagem significava para mim- responde dando de ombros- Mas isso é uma história para outra hora.

(...)

Maggie estava adormecida contra o ombro de Glenn e acorda meio perdida. Glenn se despede, explicando que vai sair no dia seguinte com Aiden, provavelmente durante a tarde

—Cuidado- diz Allyra- O cara é um idiota.

—Eu sei, vou ter cuidado- responde ele dando um meio abraço nela que psica atordoada. Maggie faz o mesmo.Os dois saem em seguida.

Já é quase manhã quando uma dupla vem nos render. É sempre assim, uma dupla para manhã, uma para a tarde, e um quarteto para a noite, sendo que as duplas revezam uma patrulha pelo muro, nos poucos suportes que criamos.

 Logo depois disso Allyra, que não fechou o olho em nenhum momento da noite, se vira e vai embora. Parece cansada, e desce as escadas distraída na minha frente, amarrando o cabelo em um coque frouxo.

Assim que noto que estamos realmente sozinhos puxo a ruiva pela cintura e a prenso contra a parede. Ela me encara desafiadora e sorri. Um sorriso perigoso e convencido. Os olhos cinza escurecem quando aproximo meu rosto do dela, ao mesmo tempo que enfio uma de minhas pernas entre as dela.

Seu corpo se encaixa ao meu de maneira absurda, parece feito sobre medida.

—Não vai me dizer onde é a tatuagem?- pergunto, porque é algo que realmente me deixou curioso.

—Não.- diz cheia de convicção, e eu me limito a abaixar o rosto contra seu pescoço e beijar ali.

Ela aperta as unhas em minhas costas e se arrepia.

—Tem certeza?- sussurro contra sua pele, curtindo os efeitos que causo nela.

—Absoluta- responde ainda muito convicta.

Ameaço roubar um beijo e ela me dá total liberdade para isso, mas me desvio no ultimo segundo e volto para seu pescoço. Beijo uma marca vermelho arroxeada do dia anterior.

—Nesse caso vou fazer uma marca que eu sei exatamente onde está- sussurro em seu ouvido, mordendo o lóbulo de sua orelha logo em seguida.

Ela segura um gemido e move uma das mãos para meu braço me arranhando ali, e eu vou em direção a marca antiga sugando sua pela com a intenção de intensificar ainda mais.

Me afasto e fico satisfeito ao notar que deu certo, a mancha escurecendo instantaneamente. Ela reage antes que eu entenda o que está acontecendo me empurrando para a parede oposta. Permite que minha perna fique entre as suas mas move a boca para meu pescoço e suga ali, me fazendo rosnar e apertar sua cintura.

—Se você acha que é o único que pode marcar está totalmente enganado- diz conta meu pescoço e deixo um sorriso escapar.

Essa ruiva quer me enlouquecer. Uma verdadeira Little Monster, é isso o que ela é. Isso é a porra do apocalipse e eu não tinha nenhum plano de me envolver com alguém, ou até mesmo de pegar alguém, mas é como se um imã me atraísse.

—Daryl ainda está ai em cima?- ouço Carol me chamar lá de baixo e Allyra se afasta em um pulo, o que me faz ter que segurar um sorriso divertido.

—O que foi Carol?- pergunto com os olhos fixos na mulher a minha frente.

Sua respiração é ofegante e não consigo evitar que meus olhos acompanhem o movimento de seu peito.  Ela me faz um tchauzinho com a mão e some escada abaixo, por onde poucos segundos depois Carol sobe.

—Você...- ela me olha acusadora, mas não digo nada.

É minha amiga, é importante para mim, mas isso não é da conta dela. Não é da conta de ninguém, anão ser da minha e da Little Monster. Não sei onde essa atração vai nos levar, e nem se vou resistir a ela. Não quero saber.

— O que foi?- pergunto meio brusco, e ela começa a falar que precisa de minha ajuda com umas ferramentas.

Descemos juntos e me encaminho para ajuda-la, para logo depois cair na cama e ter um bom tempo de sono.



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