História Amor? - Baciami!

ANA

-Então, dá pra me contar o porque de eu não estar dormindo neste momento?

-Tudo o que eu te contei sobre gostar da Luna?

-Sei.

-Deu uma merda gigante.

Ele fala enquanto passa sua mão na testa e por consequência levanta e bagunça seus cabelos. Eu não estou entendendo merda nenhuma.

-O que? Por acaso você atacou a Luna?

Ele me olha com uma expressão de culpa, seus lábios unidos numa linha, seus olhos um pouco arregalados.

-Meu DEUS! NÃO! VOCÊ NÃO FEZ!

Falo em seguida cubro a minha boca com a mão.

-Eu não forcei ela a nada, pare de pensar bobagens! Além disso, não deu tempo de eu fazer nada demais, mas eu tentei seduzir ela...ou pelo menos comecei o ataque, até que...

-Até que?

-O Lysandre chegou...

-E viu tudo?

Falo já começando a entender tudo o que aconteceu. Me sento no meu pequeno sofá ao lado dele.

-E agora?

-Eu vim aqui pra ver se você podia me dizer o que fazer, me ajudar.

-Sinto muito, cara... você tá literalmente fudido!

Ele junta as mãos e as entrelaça enquanto apoia seus braços em suas pernas.

-Se fosse você, o que faria?

-Fugiria para as montanhas. Já vi o Lysandre com ciúmes, o olhar dele é de quem mataria um.

-Nossa, você tá me ajudando muito.

Respiro fundo. Que baita situação, e se fosse eu?

-Se eu estivesse apaixonada pelo marido da minha melhor amiga, eu acho...acho que contaria pra ela. Sei que pode parecer suicídio. Mas o que eu ganharia escondendo se ela me pegou quase dando em cima do marido dela? Eu certamente não seria amiga de uma pessoa tapada assim que nem ia perceber o que eu estava a ponto de fazer. Abrir o jogo é o melhor, deixar a pessoa me ajudar a decidir o que vamos fazer. E se ela quiser me afastar da vida dela de vez, deixando pra trás anos e anos de amizade... só ia me restar aceitar. Bom, é o que eu acho que faria.

Castiel me ouve, sem mexer nenhum músculo sequer. Ouço a mandíbula dele estalar.

-Talvez você esteja certa!

-Já? Nenhuma crise existencial? Posso voltar a dormir?

-Claro, eu vou embora.

Vejo ele se levantar do meu sofá, mas o puxo pelo passador de cinto da calça.

-Nem pensar, me tirou da cama e não vai embora assim não. Vai dormir de conchinha comigo. Porque eu mereço!

-Ana, eu não vou dormir. Se ficar aqui não vou te deixar dormir, melhor eu ir.

Deixo, porque Castiel não é do tipo que se deve prender e se ele diz que precisa ir...quem sou eu para contrariar?

LYSANDRE

Não consigo dormir, o que farei?

Sinto o corpo macio da minha esposa se mover e abraçar o meu, o braço direito dela envolve meu tórax e a perna dela é encaixada em cima das minhas.

-Lys? Você não vai dormir nem um pouquinho?

-Não consigo, bebê.

-O que se passa nessa sua cabeça?

Após uma longa pausa eu finalmente acho algo para responder, embora eu saiba que a resposta não vai satisfazê-la.

-Nem eu mesmo sei.

-Se você não dormir, vou começar a falar italiano.

Ela diz traçando o contorno das minhas costelas com os dedos.

-Eu não estou bem no clima para esse tipo de sedução.

- È sicuro di questo? (Você tem certeza disso?)
 
Ela sussurra ao meu ouvido. Eu já a ouvi falar assim o suficiente para saber algumas poucas frases. O fato dela ter passado seis meses na Itália em um intercâmbio da faculdade as vezes pode ser muito inconveniente, principalmente quando eu quero pensar e ela quer outra coisa...
Não consigo resistir a cadência que a língua proporciona a voz dela. Como músico a mudança me atrai muito, o italiano é muito envolvente, principalmente quando não sei o que ela está falando, como agora.
 
-Não sei o que você quis dizer.
 
Minha voz sai estrangulada, porque ela está fazendo carícias em meu pescoço, deixando uma trilha de beijos que ardem como fogo na minha pele. Os meus nervos concordam totalmente com ela, eles querem um escape do estresse. Então ela passa a deixar chupões muito bem orquestrados em meus pontos mais sensíveis e eu sinto a mão dela passear por meu corpo, começando no meu rosto e sempre seguindo na direção das minhas calças.
 
-Non essere arrabiato, amoré. Mi scusi ti Lácio geloso. (Não fique bravo, amor. Me desculpe, por te deixar com ciúmes.)
 
-Bebê...
 
Neste momento, a mão dela alcança o alvo.
 
-...Traduza, por favor.
 
-Sono tua. Sou sua.
 
A língua dela invade minha boca e eu não consigo ficar sem retribuir o beijo que eu tanto amo e que meu corpo tanto anseia. A boca dela descola da minha e eu a sinto subir sobre mim.
 
-Ti ho voluto dal primo momento che ti vedi. Eu quis você desde o primeiro momento que te vi.
 
Ela fala o tempo todo com uma voz rouca de desejo, um sussurro ardente e urgente. Quando está aninhada firme  sobre mim trás sua testa para que encoste na minha e percorre meus lábios abertos com sua língua , meu corpo estremece com lascívia e eu tiro a camisa que ela veste para dormir, afim de liberar seus seios e poder admirar seu corpo.
 
-Baciami! (Me beije!) Toccare il mio corpo, mi permetta di non bruciare di desiderio. (Toque meu corpo, não me deixe queimar de desejo.)
 
Isso eu entendo, já a ouvi dizer essas frases, mas só quando ela quer muito me conquistar.
Faço o que ela pede, aperto sua cintura e trago seu corpo para mais perto do meu. Os seios dela chegam bem perto do meu rosto, bastaria que eu estendesse a língua para brincar com um dos mamilos livres e enrijecidos. Posso ver no rosto dela estampado o desejo e o corpo dela se agitar em cima de mim com antecipação.
A puxo para ainda mais perto e meu nariz toca o espaço entre os seios dela, aspiro o cheiro de cama e flores.
 
- Vi prego di farmi piacere troppo. Por favor, me agrade também.
 
Ela guia minhas mãos para o meio de suas pernas, sinto sua calcinha úmida e eu sei que perdi. Vou fazer qualquer coisa que ela queira, não importa o que seja. Um pensamento sombrio passa por minha mente: mesmo que ela quisesse fazer sexo a três com o outro homem, mesmo que esse homem fosse o Castiel... eu faria o que fosse para dar prazer a ela. Enxergo tudo vermelho, jogo Luna na cama e a cubro com meu corpo, rasgo a calcinha dela e a penetro.
Não vou deixar que ela queira outro, eu sou o único que deve satisfazê-la! Odeio o fato de que para mim: ela é mais importante que tudo, mais importante até que meus próprios desejos e sentimentos. Não vou perdê-la para outro, o corpo dela pertence ao meu!
Mordo o ombro dela e Luna solta um grito. Eu estava carente e queimando, sempre que viajo fico enlouquecido de desejo, mas dessa vez o ciúmes afastou a minha ânsia por me derramar dentro dela, só que foi por pouco tempo. Porque quando minha esposa veio falando italiano, tudo voltou como um turbilhão.
 
-Sono tua, amoré mio! Somente sua.
 
E vai continuar assim!