CASTIEL
ESTOU CHORANDO, sou um tonto! Eu só queria que ela me abraçasse, queria poder sentir o cheiro do cabelo dela! Essa mulher linda, eu quero que ela fique comigo durante a noite toda, que durma ao meu lado pra que eu possa ver o rosto dela quando eu acordar.
-Estou aqui. Castiel, não chore.
Eu passei dias no hospital e só via médicos e enfermeiras, eu não recebia carinho. Sinto falta disso, na verdade é como se eu tivesse sentido falta disso a minha vida toda. Dedos delicados limpam as lágrimas que saem dos meus olhos calmamente.
O peso dela se desloca pelo colchão, está se levantando. Abro os olhos, não quero que ela vá embora.
-Não precisa fazer essa cara de angustia, não vou embora.
Luna se levanta, retira o jaleco e seus sapatos, depois contorna a cama e se instala do meu lado. O calor que emana do corpo dela faz com que eu me sinta relaxado ao seu lado, tudo nela me trás uma sensação do oposto de desconhecido... qual é mesmo a palavra? Familiaridade?
O lugar dela é ao meu lado. Ela parece saber disso também.
-Ei... Castiel! Você pode dizer sim ou não com a cabeça, certo?
Dói um pouco quando eu faço, mas é uma dor que dá pra encarar e quero fazer com que ela fique mais tempo comigo, me esforçar pra responder parece ser uma boa ideia.
Balanço a cabeça de forma positiva.
-Você quer água?
Faço sinal que não.
-Sentiu minha falta?
Claro que eu senti, amo a Luna e não consigo me lembrar de quando não a amei. Os olhos azuis, sempre tive uma queda por garotas de olhos azuis...
Balanço a cabeça de forma positiva e isso faz ela sorrir.
-Eu estou com a medalha de Dragon. Aqui! E acharam isso com você, no seu bolso.
Ela puxa uma comprida corrente de ouro do pescoço que tem uma chave, uma especie de medalha e mais um anel cinza e liso. Coisas estranhas para se usar no pescoço. Usa os dedos longos para retirar o anel da corrente e o mostra mais perto dos meus olhos.
-Lembra dele?
Faço que não com a cabeça mais lentamente dessa vez, meu pescoço dói.
-Seu pescoço está doendo. Bem...
Ela pega minha mão esquerda e encaixa o anel no meu polegar, é quando eu noto as alianças na mão esquerda dela. A aliança e o anel com a pedra também são cinzas, os três aneis se combinam.
-... já chega de perguntas por hoje, você devia tentar dormir. São umas 4 horas da manhã. Amanhã de manhã venho almoçar com você e vou trazer fotos. Depois podemos tentar fazer exercícios para essas suas mãos de músico.
Músico? Eu toco? O que eu toco?
Como é possível um músico com mãos inúteis como as minhas?
-Seus olhos estão fervilhando com perguntas... posso ver sua mente trabalhar.
É difícil me concentrar no que ela diz.
Sei que ela tem as respostas para minhas perguntas, soube no momento em que ela disse seu nome, e o principal, o que eu mais quero saber... Sei que ela sabe, a criança que não saiu do meu pensamento...
Luna sabe onde está minha filha, tenho certeza!
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