LYSANDRE
Rosa e eu fizemos um bom trabalho no quarto de hospedes que fica ao lado do solar. Parece que cortamos um pedaço da casa de Castiel e costuramos na nossa.
Essa foi a parte fácil da tarefa e agora a dificil: achar os pais do Castiel
***
Meu Deus, dá vontade de desistir, já deve se a quinta vez que sou transferido. Como eles podem ter encontrado uma maneira de viajar para o sul da Indonésia? Acho que vou pagar alguns milhares de conta telefônica no próximo mês.
-Alô?
-Valérie?
-Sim?
-Aqui quem fala é Lysandre.
-Amigo do Cassy?
-Exatamente.
-Hum, e porque a ligação? Aconteceu algo?
-Sim...
LUNA
O quarto do hospital está uma loucura, o pessoal da diretoria chamou minha atenção... mas o que posso fazer?
Entro e encontro Castiel fixando mais fotos na parede, os movimentos das mãos voltaram com a fisoterapia intensa, mas a fala...
-Ei, o que você está fazendo?
Ele me olha como se dissesse: Não é óbvio?
-Não acha que já tem muitas fotos de Rose na parede?
Ele balança a cabeça de forma negativa e descarta meu comentário com um aceno de mão. Ele já passou por várias fonoaudiólogas mas o diagnóstico é sempre o mesmo: o problema é psicológico.
- Sabe, agora que achamos a medicação certa para controlar os desmaios... meu pai vai te dar alta.
Ele ouve, mas não esboça reação. Preocupante.
-Ei, Castiel?
Ele me lança seu olhar cinzento e zombeteiro, como se eu estivesse enchendo sua paciência, desviando o foco de sua importante tarefa.
-Você não quer ir para casa?
Ele levanta os ombros como se não fizesse diferença ficar no hospital ou ir para casa.
CASTIEL
Não faz diferença se vou pra casa... não, na verdade prefiro ficar no hospital, aqui Luna vem me ver a todo momento e em casa ficarei sozinho.
Não sei porque não moro mais com ela, talvez tenhamos nos separado depois que Rose nasceu. Mas ela não deve estar com ninguém novo, se não: não passaria tanto tempo comigo! E se eu a conquistei uma vez... não deve ser difícil fazer de novo, ela me ama. Lembro de ter dormido com ela e nossa filha... e amigos não dormem na mesma cama.
Sinto que ela se aproxima pelas minhas costas.
-Você vai ter que ir para casa comigo.
Sorrio sem que ela possa ver.
LYSANDRE
-Eu finalmente achei a mãe dele e contei o que aconteceu. Eles estão vindo.
-Um pouco tarde demais, não acha?
-Luna...
-Ele vai receber alta em três dias.
-Que boa noticia. O quarto ficou pronto hoje, tenho certeza que ele vai gostar.
-Eu também. Sobre o jeito como ele age perto de você...
-Luna, ele age como agia normalmente, só que agora ele não pode falar.
-Parece que ele não gosta de estar perto de outras pessoas, isso me preocupa... você é o melhor amigo dele...
-Talvez ele lembre da briga...
-Eu tenho certeza que não!
-Não se preocupe, Castiel nunca foi de muitos amigos. Tenho que desligar.
LUNA
-Ok! Te amo.
Castiel não é de muitos amigos, mas comigo a reação é totalmente diferente. Ele nunca age assim perto de outras pessoas, mas quando estamos sozinhos, fazendo fisoterapia ou qualquer outra coisa... ele se torna muito carinhoso.
Não sei que tipo de bagunça a mente dele está mantendo e essa fixação por Rose... sei que tem algo nessa história. Mas toda vez que um psicologo tenta: ele dorme a sessão inteira e sem poder falar... isso dificulta as coisas.
Mas em breve isso vai mudar, vou começar o processo de alfabetização quando ele chegar em casa, se não vai falar... vai escrever!
CASTIEL
Hoje eu ouvi uma música tão interessante, foi como se tivesse sido feita para mim... mas não sei explicar o porque.
Era pra Luna e eu termos usado a sala de fisioterapia do hospital para treinar movimento com os dedos da mão...como ela chama: coordenação motora fina.
Parece até nome de tese de faculdade. Mas ela estava muito cansada e dormiu no sofá enquanto me observava cobrir varias linhas em diferentes formatos, como sempre ela havia ligado o pequeno aparelho de som e tinha posto um cd de seu cantor favorito. E eu, com era do meu ser ... comecei a "matar a aula" pra ouvir a música.
A maldita sala estava muito fria, mas eu sabia que tinha cobertores em algum lugar... foi quando vi o pequeno armário no canto que é onde guardam o material da sala, só havia um coberto remendado. Devem usar para fazer algum exercício ou sei lá, o que importa é que vai servir para o proposito.
E ao invés de ficar sozinho, deitei junto com ela e a puxei para dormir comigo, é mais quentinho assim...
"Não somos, nós não somos amigos, e nunca fomos
Nós só tentamos manter esse segredo em uma mentira
E se eles descobrirem, será que vai dar tudo errado?
E só Deus sabe, ninguém quer que isso aconteça
Eu poderia escolher um caminho mais fácil
Mas os seus olhos me guiam direto para casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deveria me amar, deveria saber
Amigos dormem em camas separadas
E amigos não me tratam como você me trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Não, meus amigos não me amam como você
Não somos amigos, nós poderíamos ser qualquer coisa
Se tentássemos manter esses segredos a salvo
Ninguém descobriria se tudo desse errado
Eles jamais saberão de nada do que passamos
Eu poderia escolher um caminho mais fácil
Mas os seus olhos me guiam direto para casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deveria me amar, deveria saber
Amigos dormem em camas separadas
E amigos não me tratam como você me trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Não, meus amigos não me amam como você
Mas então, nós não somos amigos
Pode ser que outra pessoa também te ame
E aí então, se não somos amigos
Não há nada que eu possa fazer
E é por isso que amigos devem dormir em camas separadas
E amigos não deveriam me beijar como você me beija
E eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Não, meus amigos não me amam como você me ama
Oh, meus amigos nunca me amarão como você"
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