História Amor à distância - Um pouco sobre mim.

-Madrid, Espanha-

2 horas da manhã.

Gumball

Já era sexta-feira, daqui há 5 horas eu tenho que estar na escola, mais o sono não chega.

Estava preocupado com o meu irmão que havia desaparecido há 5 anos. E do nada ele é visto por um amigo nosso, no Canadá.

Por que tão longe?

Nunca soube ao certo o porquê do desaparecimento dele. Nem o conhecia o suficiente para entender seus motivos. Se meus pais sabiam, não gostavam de comentar, mas Cris (nome dele) diariamente se passava por suas cabeças. Isso eles não podiam negar.

Eu colocava os pés na parede e ficava olhando para o teto, tentando encontrar uma solução para os nossos problemas. Ou esperando para que o teto sugerisse um portal secreto para eu e minha família entrar e sumir desse lugar.

Me chamo Bubba Gumball, tenho uma aparência um pouco diferente das pessoas consideradas "normais". Meus olhos são rosas num tom quase violeta, meus cabelos são um pouco ondulados e totalmente rosas, e sim, minha pele também era rosa. Mas, um rosa clarinho. Ah! Adivinhem só a minha cor preferida?! Rosa. Isso mesmo, eu sou um pote de tinta rosa de 12 anos.

Enfim, tenho 2 irmãos. Apesar de eu não conhecer um deles tão bem como queria, ouvia falar sobre ele, que era um ótimo rapaz.

Porém nunca entendi o por que de fugir tão novo de casa. Cris fugiu com 17 anos e decidiu que seguiria o seu rumo. Assim, sem mais, nem menos. Bom, eu não pude interferir, só tinha 7 anos. Não me lembro muito bem do seu rosto, mas, segundo meus pais, eu sou muito parecido com ele.

Cris agora deve estar com seus 21 anos.

Bonnibel Jujuba, minha irmã caçula, essa eu conheço bem. Tem apenas 4 aninhos e fala como se tivesse muito mais do que isso. Tem cabelos lisos, num tom de rosa bem forte, olhos rosas violetas, assim como eu, e a pele no mesmo tom claro de rosa que o meu. É meiga, linda e super inteligente. Apesar de ter pouca idade, já prevejo um futuro brilhante para ela.

Cristina Bonnibel Gumball, a mulher mais linda do mundo. A mulher que cuidou de mim com todo o amor que tens, apesar de ser tão louquinha as vezes. Devo a minha vida a ela.

Minha mãe nunca foi daquelas mulheres certinhas, e acho que foi isso que fez meu pai se apaixonar por ela. Apesar de ter seus 31 anos, tem um corpo invejável por várias mulheres e admirável para vários homens, isso deixava o meu pai morto de ciúmes. Ela chama atenção por onde quer que passa. Tem olhos violetas, não como os meus, um pouco mais escuros e lindos. A pele também rosa, e seus cabelos ondulados e compridos, também rosa, muito desejados, eram apenas um presente da vida para embelezá-la ainda mais, pois garanto que sem eles, ela continuaria perfeita.

Gareth Gumball, meu pai, o amor da minha vida, se ele não fosse casado, confesso que eu mesmo namoraria e casaria com ele. Sim, eu sou homossexual, e não ligo nem um pouquinho para oque as pessoas pensam ou dizem a meu respeito.

Meu pai é um homem lindo, dos olhos rosas claros misturando com um pouquinho de azul. Seus cabelos são castanhos e lisos, parece até ser o único normal da família "rosinha". Tem a pele clara, num tom quase branco de rosa, é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Agradeço sempre por ter herdado essa inteligência.

Tem 27 anos e é o dono da empresa mais famosa de seu país. (Gales) Ele deixa a empresa na mão de seus amigos de confiança. Sempre arruma um jeitinho para ir lá dar uma checada no andamento. E, como sempre, minha mãe odeia essas viagens, pois levam meses.

Óbvio que de Madrid para Gales não é tão longe assim, mas sempre que ele vai lá, tem que concertar algo, e viaja o mundo inteirinho atrás dos melhores materiais para melhor funcionamento da empresa. E isso deixa a minha mãe louca. Ela é extremamente ciumenta, e por mais que meu pai diga 1 milhão de vezes para ela que ele nunca encontrará alguém melhor e mais bonita do que ela, ela não se contenta.

Eu amava ver os dois juntos, são tão melosos e fofos um com o outro. Meu pai com a frescura dele, e minha mãe com as loucuras e dramas dela. Quando brigavam, demoravam apenas 3 dias para se perdoarem. Não conseguiam ficar muito tempo sem o outro. Era lindo!

Quando viajava, mandava mais de 1000 mensagens por semana para minha mãe. E de noite, ligava para dizer que estava tudo bem e que estava morrendo de saudades da família e principalmente dos carinhos dela.

Enfim, já são 4 horas da manhã agora. Fiquei perdido em meus pensamentos, agora só tenho 3 horas para me arrumar e ir para a escola.

Não estou tão afim de ir, mas meu pai exige que eu tenha uma boa frequência nas aulas. Ele não estava em casa nesses últimos 5 meses, posso faltar hoje se quiser, depois avisá-lo.

Ia me levantar para desligar o despertador fazendo com que ele não me desperte às 6 horas, mas escutei um barulho de porta e logo depois um grito muito enfurecido:

-"MEU DEUS, CRISTINA, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO!"

Era meu pai, ele havia chegado, fiquei muito feliz em escutar a sua voz novamente em casa. Porém, não fiquei feliz com o seu tom de voz e com essa sua fala que me deixou super preocupado.