História Amor à distância - Festa fantasia

3 dias antes da festa...

Gumball

Estava em casa, pensando em uma fantasia legal para usar na festa a qual fui convidado. Pedi ajuda de Cris e tudo o que ele disse foi "Vai fantasiado de menina, não vai ser tão difícil, mesmo... E geral vai cair nisso." Sim, irmão são complicados. Um dia os amamos e no outro o odiamos. É o ciclo da vida.

- Cris, eu não quero ir fantasiado de menina. Eu não pareço uma menina. Eu não sou uma menina! Pare com isso e me ajude a pensar em uma coisa melhor! Por favor. - disse um pouco irritado.

- Ahhhh!!! Está bem, Bubba. Acontece que eu não tenho ideias para você se fantasiar. Estou um pouco preocupado com a minha empresa em Madrid. Faz 1 semana que eu não recebo informações do que anda acontecendo lá. - ele dizia sentado à mesa enquanto escrevia algo em algumas folhas, seu semblante era realmente preocupado.

Não queria atrapalhar a vida empresarial de Cris, ele lutou tanto para consegui-la...

- Está bem. Me desculpe. Eu vou ligar para alguns amigos meus e ver se eles me sugerem alguma coisa... - disse um pouco desapontado.

- Está bem. Venha cá, por favor. - ele olhou para mim.

Me aproximei e ele depositou um beijo em minha testa. Dei um sorriso leve, ele retribuiu.

- Prometo que vamos viajar para qualquer lugar divertido que você escolher depois que essa turbulência acabar na minha vida. - Ele acariciou minha bochecha.

- Qualquer lugar? - sorri contente.

- Qualquer lugar. - ele retribuiu o sorriso.

O abracei.

- Ah! Bubba! - ele lembrou de algo - Por que não pede uma sugestão de fantasia para a Bonnie? Ela vai amar te ajudar. - ele continuou com um sorriso nos lábios.

- É mesmo!!! Por que não pensei nela antes?! Vou ligar para mamãe!

Bonnibel realmente saberia me ajudar.

Liguei para mamãe que logo me atendeu.

- Oi meu bebêzinho!!!! Tudo bem com você? Mamãe está morrendo de saudades. - confesso, meus olhos ficaram marejados ao ouvir sua doce voz.

- Oi, mamãe. Estou bem, e a senhora? Também estou morrendo de saudades. - minha voz era quase chorosa.

- Estou bem também, meu bebê. Seu pai está bem? - sabia que ela iria perguntar isso.

- Está sim, mãe. Bonnibel está aí? - sorri ao mudar o assunto sobre meu pai. Já previa várias perguntas parecidas com a do FBI.

- Sim, ela está. Quer falar com ela, bebê? 

- Sim, por favor. - ouvi um grito seguido de outro. "Bonnieeee, venha cá!!! Bubba tá no celular querendo falar com você!!" "Bubba??? Tô indo..." 

- Eiii Bubbinhaaaa!! - ela falava um pouco eufórica.

- Ei, meu amor. Posso te pedir um favor?

- Claro, Bubba! Qualquer um, qualquer um mesmo! - sorri, ela era muito fofa.

- Será que você poderia escolher uma fantasia para mim? 

- Fantasia, Bubba? Que legaaaal! Eu quero uma de princesa! E você pode ser o meu príncipe. - disse super animada.

- Príncipe? - sorri.

- Simmmm! Príncipe! E eu a princesa! - ela iria me cobrar essa fantasia de princesa, certeza.

- Bonnie, não sei se vou ficar legal vestido de príncipe... - pensei em todas as possíveis zoações. 

- Claro que vai, Bubba!!! Se você não for de príncipe, irei ficar super chateada com você e nunca mais nos falaremos. Guardas irão te prender no castelo mais sujo e feio do mundo! - ela era realmente uma princesa autoritária de 8 anos.

- Okay, okay... Qualquer coisa por você, majestade. - sorri ao ser vencido.

- Ótimo! Agora trate de comprar minha roupa de princesa! Senão irão dizer que sou uma farsa. 

- Está bem, meu amor. Obrigado de verdade. 

- Não há de quê. Beijinhos! - ela desligou.

Nossa, nem deixou eu me despedir. Sorri. Agora minha missão era encontrar uma fantasia de príncipe. 

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- Não trabalhamos com fantasias de príncipe na cor rosa. Aliás, nunca nos encomendaram. - o atendente dizia com a maior cara de tédio do mundo. Podia sentir seus olhos preconceituosos sobre mim.

- Acha que chegaria em 3 dias? - o encarei.

- Há! Duvido muito. Nem sei se fabricam isso... - ele tentava ser irônico.

- Está bem... Obrigado pela grande ajuda. - disse tentando manter a calma.

- Nessa joça eu não volto nunca mais. - Meu pai observava a loja. 

Pude sentir dedos tocarem as minhas costas gentilmente. Me virei para trás.

- Oi? Tudo bem? Com licença, você precisaria do quê mesmo, mocinho? - uma mulher com um cabelo cor de mel sorria para mim. Ela usava um óculos de grau com armação vermelha, um blazer branco por cima de sua blusa de seda vermelha, uma calça social também branca e uma sapatilha vermelha. Aparentava ter quase 48 anos. Seus cabelos estavam presos em um coque. Tinha olhos verdes claros.

- An... Estou bem sim, obrigado. - sorri de leve - Eu estou precisando de uma fantasia de príncipe na cor rosa. Por quê? 

- É que sou uma costureira, caso queira saber. E adoraria fazer uma fantasia de príncipe para um garotinho tão meigo como você. - corei.

Aquilo só podia ser resposta de Deus.

- Está falando sério? - meu pai a encarava seriamente, suspeitou dela ser pedófila, sorri. Aquilo era absurdamente paranóico.

- Claro. Sou costureira profissional, senhor. Não brinco em serviço. E pude ver o tratamento rude que o seu filho recebeu sem merecer. Quero ajudá-lo! - ela continuou sorrindo.

- Hm... - meu pai estava achando aquilo  tudo muito estranho. Eu não, fiquei feliz em alguém se prontificar em me ajudar.

- Eu super aceito a ajuda! E sou muito grato desde já. - ela sorriu para mim e olhou para meu pai esperando sua confirmação.

- Está bem. Preciso saber o preço. - ele foi direto.

- Não vou cobrar muito, graças a Deus tenho uma vida cheia de bens. Apenas preciso das medidas dele. Posso tirar agora? 

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Minhas medidas foram tiradas e anotadas. Pagamos um extra a ela para fazer uma fantasia de princesa para Bonnibel e voltamos para casa.

Faltando 1 dia para a festa minha fantasia já estava pronta. Ficou realmente boa em mim. Eu sentia que tinha esse espírito de, digamos, "realeza" em mim. 

Dormi despreocupado para o dia de amanhã. Estava tudo sob controle.

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Chegando lá fiquei boquiaberto ao ver tanta gente em um só lugar. Estava lotado.

Me despedi de meu pai que disse que retornaria após minha ligação avisando que já estava tediado. Aquilo realmente iria acontecer. Afinal, só conhecia Finn e Jake. E tinha absoluta certeza que eles nem  notariam a minha presença.

Finn subiu ao palco e pude perceber que não estava fantasiado. Ele explicou o por que de uma forma bem ridícula que me fez rir. E logo anunciou o convidado especial. (Ref.: Capítulo anterior)

Um vampiro subiu ao palco.

Ele era absurdamente lindo. Pelo menos de onde o estava olhando. Seu rosto me era familiar, porém não me recordei de onde.

Ele começou a tocar e cantar uma música que eu particularmente estou viciado nela nessas últimas semanas. Aquilo me fez realmente feliz.

Eu cantava feito louco a música junto a outras pessoas. Mas algo me silenciou.

Percebi que o vampiro me fitava do palco, seus olhos encontraram os meus e isso me paralizou por inteiro. Pode parecer loucura, mas parecia que o mundo havia parado também. E ele, somente ele, se mexia.

Ficamos a música toda trocando olhares, até que ela chegou ao fim e todos aplaudiram e gritaram me tirando de meus pensamentos. 

Meus olhos continuaram a acompanhar seus passos. Até que vi uma garota puxar seu braço para um outro lugar, encerrando assim o meu campo de visão e qualquer chance de algum relacionamento com o vampiro. Devia ser hétero e estava me encarando por estar impressionado em quão babaca e ridículo eu estava com essa fantasia em meio a tantas outras mais interessantes.

Meus pensamentos me bombardeavam a cada milésimo de segundo.

- GUMBAAAAALL, VOCÊ VEIO! QUE LEGAL! - Jake gritava e mesmo assim era abafado pelo remix que Finn estava fazendo no palco.

- SIM! EU VIM! - gritei esperando ser compreendido.

- ESTÁ CURTINDO? 

- ACHO QUE SIM... - menti.

- TENTA SE ENTURMAR, GUMBALL! 

- NÃO, OBRIGADO. ESTOU BEM AQUI. - forcei um sorriso.

- GOSTOU DO VAMPIRO? EU DISSE QUE ELE ERA FERA! CÊ VIU? 

- Vi sim... - não gritei, nem me importei se ele me escutou ou não, desviei meus olhos de Jake e vi uma cena que me deixou absurdamente irritado.

O vampiro estava sendo agarrado por uma menina fantasiada de gato.

Não sei porque aquilo me irritou tanto. Eu não o conhecia, não era nada dele... 

Mas mesmo assim, fui correndo em direção a porta. Esqueci totalmente de Jake.

Sabia que sairia dali antes mesmo de eu pensar em "me divertir". 

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Marshall

Era impossível parar de observá-lo. Fiquei a música inteira admirando aquele príncipe rosado. E após a música acabar, lembrei-me de onde o conhecia.

Desci do palco e meus olhos percorreram a multidão a procura dele. 

Senti alguém me puxando pelo braço. Era Cake, a amiga louca de Fionna, uma amiga minha de trabalho.

- Ei, vampirinho?! Quer dar uma mordida nessa gatinha aqui? - ela estava fantasiada de gato e ficava se esfregando em mim.

- Não, obrigado. O vampiro esta noite é vegetariano. Não chinês. - dei um sorriso sarcástico a ela. A afastei. 

- Ahhh qual é vampirinho, a gatinha aqui está no cio... - bêbada! Era isso que ela estava, pude sentir seu hálito de vodka por estar tão próxima de mim novamente.

- Sinto muito. Mais o vampiro não está disponível para gatinhas bêbadas. Tenho que resolver uma coisa. - me afastei dela novamente.

- Ahhhh nem bebi tanto assim, amorzinho... Eu ainda lembro o seu nome tá Maxol... - Ãn?? Que poha era Maxol? 

- Olha, Cake é sério. Agora não dá, de verdade... - ela puxou meu rosto com uma força que nem eu sabia que ela possuía e juntou nossos lábios. 

A afastei rapidamente e corri dali. Meus olhos percorreram a multidão mais uma vez e ele tinha sumido. Ótimo, espero que ele tenha deixado um sapato para trás com o endereço de sua casa escrito nele. Que droga! 

Avistei Jake ali na beira da porta.

- Jake, você viu para onde foi um garoto fantasiado de príncipe? Ele estava todo de rosa. - falei tentando não demonstrar tanta preocupação coçando minha cabeça e fitando a rua.

- Gumball? Eu estava conversando com ele agora a pouco e do nada ele saiu me deixando falando sozinho.

- Ahh sim... Ele foi embora então? - disse um pouco desapontado.

- Parece que sim. Não o vi mais...

- Okay, obrigado. - me afastei dele. 

Não sentia mais em mim a vontade de ficar naquele lugar, conversar com o príncipe era tudo o que eu queria. Será que ele havia visto Cake me beijando? Não, claro que não... Ele não perderia o seu tempo me vigiando. Talvez só eu que esteja tão paranóico assim. Ele com certeza não deve se lembrar de mim. Isso foi há 1 ano. 

Abandonei aquela festa ridícula sem mais nem menos e fui para minha casa.

Tirei a fantasia e a guardei. Apaguei a luz de meu quarto e me deitei fitando o teto com os braços cruzados atrás de minha cabeça.

"Será que você realmente não se lembra de mim, rosinha? 

Te ver aquele dia sentadinho na escada do apartamento do Cris me deixou tão hipnotizado... Não pude evitar ir até você, queria ver se aquela beleza toda era real. E pude ter certeza disso quando vi seu rosto a poucos centímetros do meu. Não sei qual encanto você fez, mas... Depois daquele dia eu não parei de pensar um minuto sequer em te reencontrar. E hoje, você estava lá, a alguns metros de mim, confesso que você me deixou surpreso, mais também me deixou com uma baita vontade de pular no meio daquela multidão e te beijar até você ficar sem ar. 

Espero que esteja aqui só de passagem novamente. Porque se não estiver, eu juro que vou ir atrás de você e não paro até seu coração ser meu.

Espera um minuto... Ele é irmão do Cris. Cris mora aqui. Eu trabalho com o Cris. Hahaha! Sinto lhe informar, vossa majestade, mais você será meu e não demora. 

Dormi com um sorriso nos lábios, amanhã será um longo dia...